O Laboratório de História Política e Social (LAHPS) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está com as inscrições abertas para o ciclo de debates “Lugares de memória: as presenças e silêncios das ditaduras nos espaços urbanos”. As palestras ocorrem sempre às 16h e acontecem nos dias 30 de junho, 21 de julho e 11 e 25 de agosto. Os interessados podem se inscrever por meio de formulário eletrônico, sendo preciso a realização das inscrições, em cada atividade separadamente, para confirmar a participação e a certificação.

O coordenador do evento, Fernando Perlatto, aponta que os debates relacionam-se com outras pesquisas e projetos de extensão conduzidos por ele na UFJF e buscam pensar as continuidades das disputas políticas e públicas em torno da ditadura de 1964 que permanecem na atualidade. “Tento pesquisar essas disputas em torno da ditadura em diferentes lugares, como, por exemplo, na indústria cultural, na televisão, cinema, internet e na literatura. No entanto, também me interessa estudar essas disputas no espaço urbano.”

Perlatto explica que uma cidade como Juiz de Fora, em que temos um logradouro denominado Avenida Costa e Silva, também traz silenciamentos, ainda mais se considerarmos que o município foi um dos espaços de onde partiu o golpe de 1964. “Tivemos práticas de repressão, mas essa parte da história não é contada. Mas isso não acontece apenas em Juiz de Fora, mas em todo o Brasil. Dessa forma, o objetivo desse evento é reunir diferentes pesquisadores que buscam pensar essas continuidades e silêncios da ditadura nos espaços urbanos, como em memoriais e museus, não apenas em diferentes cidades do Brasil, mas também em uma perspectiva comparativa internacional desses aspectos.”

O evento procura trazer pesquisadoras de diferentes lugares do Brasil, entre elas Maria Paula Araújo, do Rio de Janeiro, Déborah Neves, de São Paulo, entre outras residentes das mais diversas partes do país. “Esse fator mostra a diversidade nacional de pesquisas em torno dessa temática e reforça a importância de tratarmos sobre o assunto”, explica Perlatto.

O evento confere certificado aos participantes credenciados em 80% das atividades propostas.

Ensino, pesquisa e extensão

Embora a atividade derive das pesquisas e projetos extensionistas de Perlatto, os debates nascem da disciplina ofertada na graduação do curso de História denominada “Oficinas de História”, que visa estimular os estudantes e futuros professores a trabalharem os espaços urbanos e a pensaram neles como objetos de ensino.

“Quando, mais uma vez, saímos em uma cidade como Juiz de Fora, conseguimos refletir muito sobre presenças e silêncios da ditadura, a partir das observações. Assim, por meio dessa dimensão de tentar desenvolver reflexões sobre esses aspectos, fazemos uma conexão também entre ensino, pesquisa e extensão”, afirma o professor.

Cronograma de eventos

9/6

Tema: Museus e memoriais na construção de narrativas sobre ditaduras: o Museu do Aljube em Lisboa e o Memorial da Resistência em São Paulo

Palestrante: Maria Paula Nascimento Araújo – Professora titular de História Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

30/6 

Tema: Lugares de memória como documentos

Palestrante: Deborah Regina Leal Neves – Historiadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo

21/7

Tema: Processos sociais de transformação dos lugares de memórias de dor no Cone Sul

Palestrante: Ana Paula Ferreira de Brito – Doutora em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

11/8

Tema: Projeto Caminhos da ditadura em Porto Alegre

Palestrante: Anita Natividade Carneiro – Educadora Social e desenvolve os projetos Caminhos da Ditadura em Porto Alegre, Historiar-Se e Pesquisadora Explica.

25/8

Tema: O ensino de temas sensíveis e lugares de consciência na América Latina

Palestrante: Samantha Viz Quadrat – professora associada de História da América Contemporânea da Universidade Federal Fluminense (UFF)

O cronograma, assim como os currículos completos dos palestrantes pode ser acessado neste link.

LAHPS

O Laboratório de História Política e Social (LAHPS) tem como ênfase a análise das conexões existentes entre o fenômeno do poder, a emergência e o desenvolvimento das relações de mercado e daquelas que ocorrem no mundo do trabalho. As atividades do laboratório estão concentradas em investigações orientadas para o estudo da história do século XX e do tempo presente, em especial do Brasil Republicano em uma perspectiva transnacional, com abordagens variadas em torno da História Política, Cultural e Social. 

Outras informações: Laboratório de História Política e Social (LAHPS)

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