Está no ar a 22ª edição do Boletim Informativo da Plataforma JF Salvando Todos, elaborado por estudantes e professores do Curso de Estatística da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O exemplar afirma haver, nos últimos 15 dias, um agravamento da evolução da pandemia no Brasil como um todo e em várias regiões. As aglomerações ocorridas durante o Carnaval são apontadas como um dos possíveis motivos da situação. Em Juiz de Fora, os números de vidas perdidas, de casos confirmados e de suspeitos apresentam estabilidade, mas a equipe de pesquisadores recomenda cautela e atenção aos números nas próximas semanas.
Paralelamente, a vacinação vem avançando em ritmo lento e ainda está concentrada apenas nos grupos prioritários (idosos com idade avançada e profissionais da área de Saúde). O Informativo reforça a urgência da ampliação da vacinação e da disponibilização na rede pública de vacinas de outros laboratórios que já tenham concluído, com sucesso, os estudos de eficácia e segurança. Também é recomendada a manutenção e reforço das medidas de prevenção da pandemia, que incluem distanciamento social, uso correto das máscaras e medidas de higienização, como a lavagem das mãos com sabonete líquido e/ou álcool em gel.
Pequena melhora
O Número de Reprodução Efetivo (Rt), um dos principais parâmetros para considerar o controle da pandemia, permanecia acima do desejável desde 28 de janeiro, tendo uma leve melhora no período analisado. O Rt indica o potencial de propagação do vírus. Quando esse número é superior a 1, cada pessoa infectada está transmitindo a doença para pelo menos mais uma pessoa.
O Rt estimado para Juiz de Fora apresentou variação entre os dias 15 de fevereiro e 1º de março. Neste período, o índice esteve abaixo de 1 entre 15 e 22 de fevereiro e, depois, entre 26 de fevereiro e 1º de março, apresentou valor máximo de 1,15, no dia 23 de fevereiro, e mínimo de 0,72, no dia 20 de fevereiro. No dia 1º de março, era igual a 0,88.
Quando considerados os dados da Zona da Mata, o Rt apresentou índice máximo de 1,29, no dia 24 de fevereiro, e mínimo de 0,68, no dia 16. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma das condições para que a pandemia esteja sob controle é a de que os valores do Rt sejam menores que 1, persistentemente, por pelo menos duas semanas – condição que não foi verificada em Juiz de Fora e na Zona da Mata, embora os números tenham apresentado melhora, se comparados com os Boletins Informativos anteriores.
Segundo um dos autores do estudo, professor Marcel Vieira, os dados destoam da realidade verificada no momento no país. “Os números oficiais da pandemia em Juiz de Fora não acompanharam a tendência de aumento observada em muitas regiões do Brasil. Ainda estamos procurando entender os motivos que podem estar levando a esta certa estabilidade nos registros nas últimas semanas, não descartando a hipótese de possíveis subnotificações.
Velocidade de vacinação
Até a data da publicação do Boletim, pouco mais de 2 milhões de pessoas haviam sido imunizadas contra a Covid-19 no Brasil, com as duas doses da vacina – o que corresponde a 1,02% da população brasileira. Cerca de 7 milhões de brasileiros também haviam recebido a primeira dose da vacina – o que corresponde a 3,36% da população. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa, com base em dados das secretarias estaduais, consolidados pelo portal de notícias G1. Até o momento, estão sendo aplicadas, nos 26 estados e no Distrito Federal (DF), os imunizantes produzidos pelo Instituto Butantã (CoronaVac) e pela Fiocruz (Oxford/AstraZeneca).
A Plataforma JF Salvando Todos começou a acompanhar os números da vacinação em Juiz de Fora no dia 26 de janeiro. Até o dia 2 de março, haviam sido aplicadas 35.082 doses das vacinas, sendo 21.292 primeiras doses e 13.790 segundas doses. A média móvel do número de primeiras doses aplicadas era de 154 no dia 2 de março (no dia 15 de fevereiro a média móvel era igual a 458,7) e, para as segundas doses, a média móvel era de 346,6 no dia 2 de março (366,3 em 15 de fevereiro). Para Vieira, o número de doses disponibilizadas é ainda muito limitado.
Segundo cronograma do Ministério da Saúde, o Brasil deve receber, até abril, 114,5 milhões de doses de vacinas. Prefeitos e governadores têm se organizado para adquirir imunizantes, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou os entes federados a importar e distribuir vacinas contra a Covid-19 que tenham sido registradas por autoridade sanitária estrangeira e liberada para distribuição comercial.
Outras informações
22º Boletim Informativo