Dedicadas a ampliar as possibilidades de interação entre usuários, as tecnologias digitais criaram – e seguem produzindo cotidianamente – novos potenciais e diálogos para o campo da comunicação. A fim de conversar diretamente com especialistas da área sobre quais são os arranjos comunicacionais possíveis, bem como discutir fenômenos recentes, a série on-line “Traduções” estreia sua segunda temporada com o tema “Net-ativismo, arte e algoritmos”. O bate-papo acontece nesta quinta-feira, 11, às 17h30, e será transmitido ao vivo pelo Youtube.
Idealizada pelos pesquisadores associados do Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCom) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Evandro Medeiros e Lara Linhalis, a série busca detalhar processos de comunicação levando em consideração não somente o ponto de vista humano, como também demonstrando interesse pelo papel de máquinas e objetos. A respeito do tema do primeiro episódio da nova temporada, os pesquisadores adiantam que parte do objetivo é abordar como o uso de dados e recursos de comunicação contidos em mídias sociais pode favorecer a prática do ativismo virtual – este último sendo um fenômeno que, ao tomar uma forma digital ao mesmo tempo em que habita o real, provoca novos arranjos sociais, comunicacionais e culturais.
De que maneira esse esforço pela transformação da realidade (ou seja, o ativismo) é traduzido para o virtual – e como essa tradução abre caminhos para a arte e pode ser potencializada por ela – constitui o tema do bate-papo on-line nesta quinta-feira. “A partir da mineração de dados, por exemplo, é possível encontrarmos maneiras de organizar as milhares de dados disponíveis nas redes sociais e então transformá-los, por meio de um processo de criação, em arte – não necessariamente apenas no sentido tradicional do termo, mas abarcando também imagens que representam essas informações digitais”, explica Lara Linhares. Evandro Medeiros reforça que “entender como são construídas essas representações é um caminho para compreender como elas podem beneficiar o net-ativismo”.
Comunicar é traduzir
“Entendemos a função de um comunicador como a de um tradutor; e a nossa tradução se faz, o tempo todo, por meio de ‘gambiarras’. Essas gambiarras são os arranjos e rearranjos que possibilitam que o processo da comunicação aconteça, se renove e se transforme”, define Lara Linhares. “Com a série ‘Traduções’, queremos compreender de que forma acontecem essas gambiarras, ou seja, essas experimentações – e como conseguem ligar, pela tecnologia e pela linguagem, a comunicação à outras áreas”, complementa Evandro Medeiros.
Medeiros e Linhalis também são os responsáveis por mediar – ou melhor, traduzir – os encontros. Os convidados para o bate-papo são os especialistas Marina Magalhães, autora do livro “Net-ativismo: protestos e subversões nas redes sociais digitais” e docente da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB); Lucas Cypriano, atuante como designer e pesquisador em empresas com projetos em inteligência artificial, produtos digitais e big data; e Nelson Reis, pós-graduado em ciências de dados e mestrando com projeto baseado no método de ciências sociais computacionais.
É série é fruto da parceria do Núcleo de Jornalismo e Audiovisual (NJA), da UFJF, com o Observatório Jornalismo(S), da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A primeira temporada está disponível on-line na íntegra, no canal oficial do projeto Jornalismos no Youtube. A coordenadora do NJA e do PPGCom-UFJF, Iluska Coutinho, é uma das convidadas de bate-papos anteriores.
Outras informações:
Traduções Gambiarras – Ep.1: Net-ativismo, Arte e Algoritmos