O pesquisador Bruno Mietto, vinculado ao Departamento de Biologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), foi agraciado pela International Society for Neurochemistry (ISN) devido aos trabalhos desenvolvidos na área de neurobiologia. De acordo com a organização, o prêmio será destinado para equipar o Laboratório de Biologia Celular da UFJF com materiais necessários para as pesquisas nas quais o pesquisador está envolvido.
A pesquisa que levou o trabalho do professor ao grant internacional da ISN tem como principal objetivo o entendimento de como os neurônios morrem durante os processos de diferentes tipos de doenças. “A compreensão dos eventos moleculares e bioquímicos da morte neuronal, bem como da participação das células da glia e do sistema imune, se torna crucial para entender e estimular os processos de regeneração e reparo do sistema nervoso central e periférico”, elucida Mietto. O pesquisador explica que, nos últimos anos, a pesquisa está voltada para assimilar esses fenômenos na neuropatia da Hanseníase.
O Laboratório de Biologia Celular, ao qual Mietto é vinculado, faz parte da Rede Mineira de Microscopia e Microanálise e do Núcleo de Excelência em Microscopia e Microanálise de Alta Resolução. Criado em 1995 pela pesquisadora Rossana Melo, também professora da UFJF, o laboratório conta com parcerias firmadas com institutos de pesquisa nacionais (como Fiocruz, UFMG e UFRJ) e internacionais (como as universidades de Harvard e Maryland). O dinheiro da premiação servirá para equipar o laboratório e dar andamento às pesquisas relacionadas à neurobiologia. Segundo Mietto, o montante será utilizado para a compra de uma incubadora de células, “um item imprescindível para desenvolver pesquisas sobre a biologia da célula doente”.
De acordo com o pesquisador, devido à diminuição de verbas voltadas para a ciência nos últimos anos, o valor concedido pelo prêmio será de grande relevância. Na escassez de subsídios para estudos no plano nacional, o neurobiologista recomenda aos novos pesquisadores a abertura para possibilidades de submeterem seus trabalhos em organizações sediadas fora do país, além de destacar a importância da internacionalização do conhecimento. “O jovem pesquisador brasileiro tem que ter interesse e dedicação para levar o nome nacional para o exterior. Sabemos o quão importante é estar conectado, interagindo e participando ativamente de instituições internacionais desde o início da carreira científica.”