Atualmente, por meio da ação de 588 projetos e programas, a Extensão da UFJF conta com a participação de 2.232 estudantes de graduação e pós-graduação e atende as demandas de 93 bairros em Juiz de Fora, 37 em Governador Valadares, além de 15 outras cidades da Zona da Mata, Campo das Vertentes e do Vale Rio Doce.
“O que tivemos na universidade nesses 60 anos foi uma aproximação cada vez maior com o poder público e com a comunidade. Defendemos e reconhecemos a importância da extensão na formação dos nossos estudantes e da produção do conhecimento, referenciado nas demandas sociais e nas perspectivas de transformação da vida das pessoas nos territórios onde estamos inseridos, tanto em Juiz de Fora quanto em Governador Valadares”, afirma a pró-reitora de Extensão, Ana Lívia Coimbra.
Veja como a UFJF se aproximou da comunidade e como isso mudou a formação de estudantes
Auxílio emergencial
Um dos projetos que demonstram o forte vínculo de atendimento às demandas prioritárias da comunidade é o “Ação de orientação à população referente ao benefício assistencial emergencial”, coordenado pela professora da Faculdade de Serviço Social, Marina Castro. A iniciativa realizou cerca de 800 atendimentos e atingiu mais 100 bairros de Juiz de Fora, além dos distritos e outros 26 municípios.
A ação surgiu como uma das estratégias para facilitar o acesso da comunidade ao auxílio emergencial, prestando esclarecimentos sobre o benefício e os direitos dos cidadãos, além de evitar o risco das aglomerações. “A UFJF cumpre seu papel através deste projeto, mas também de diversos outros de contribuição ao combate à pandemia, destacando o compromisso social da universidade junto à sociedade, trazendo ao centro sua função extensionista, que a coloca em contato direto com as demandas da cidade e da sociedade como um todo”, aponta Marina.
Aos 45 anos de idade, Paulo Renato Justino, morador do bairro São Pedro, foi um dos atendidos pela iniciativa extensionista. Relata que teve alguns problemas para receber o auxílio emergencial, disponibilizado pelo Governo Federal, e ao chegar na Caixa Econômica uma das atendentes sugeriu que buscasse ajuda na UFJF. “Eu não havia sido aprovado. Quando fui conversar com o pessoal da Universidade, as meninas me atenderam direitinho, tiraram as minhas dúvidas e conseguiram que eu fosse aprovado para receber o auxílio. Se não fosse esse projeto, eu não teria conseguido.”
Cidadania e juventude
Em Governador Valadares, a extensão também explicita o compromisso com os temas e problemas da cidade. O coordenador do projeto “Ação Cidadania, Juventude e Comunidade – ACJC/Turmalina”, Bráulio Magalhães, explica que as atividades são desenvolvidas dentro de um cenário de vulnerabilização da região e que resulta nos estigmas, na omissão, na exploração e em toda a violência estrutural. “A ação se insere como um dos elementos que podem despertar, sensibilizar, mobilizar a população local e também acionar os poderes públicos que têm responsabilidade com a população”
A bolsista do projeto, Júlia Reis, estudante de Direito, enfatiza os efeitos do projeto sobre sua formação. “Aprendi a lidar com o público, a conseguir ver a situação daquelas pessoas e a sentir a alegria no rosto delas, diante de algumas iniciativas. [O projeto] me fez abrir minha mente e perceber que se atuarmos na prevenção de problemas sociais, podemos mostrar à comunidade o que é a educação, o poder de transformação que ela possui e construir um mundo melhor. Eu me formo no final de 2021, mas meu objetivo é continuar participando de projetos assim para me engrandecer como cidadã.”
Centro de Ciências
Completando 15 anos de fundação em 2021, o Centro de Ciências já totaliza mais de 220 mil visitantes, sendo mais de 100 mil em apenas dois anos e meio no novo espaço. Além das visitações, o Centro oferece diversos cursos de formação continuada de professores, jornadas de divulgação científica, publicação de livros de ciências e outras ações que contribuem com a formação de estudantes e professores dos diversos níveis de ensino.
O diretor, Elói Teixeira, aponta que o Centro é um dos maiores agentes extensionistas da UFJF, possibilitando a ampla inserção da sociedade nas diversas ações da Universidade. Além disso, permite que os objetos de pesquisa desenvolvidos por diversos setores da UFJF possam ser apresentados para a população de forma lúdica, demonstrando a importância da pesquisa acadêmica para o país. “A transferência para o novo prédio tornou o Centro de Ciências protagonista na popularização da ciência no Brasil. Somos hoje um dos maiores e mais completos espaços de difusão da ciência do país”, afirma Elói.
“A minha relação com o Centro de Ciências começou na graduação, perpassando a pós-graduação e a atuação profissional na educação básica. Já participei de disciplinas de graduação que foram lecionadas nesse espaço e fui bolsista de treinamento profissional mediando visitações”, recorda a professora de Química Cláudia Sanches de Melo Aliane, que participou ativamente da criação e desenvolvimento da Tabela Periódica Interativa e de suas atividades.
Além disso, tem atuado como ministrante de processos de formação continuada com professores de química e ciências também no espaço. “Minhas pesquisas de mestrado e doutorado foram desenvolvidas com apoio do professor Eloi. Paralelamente, tento sempre manter uma relação muito próxima entre as escolas, nas quais já atuei e atuo, e os projetos do Centro de Ciências, pois entendo ser um espaço muito rico e diversificado, que oferece possibilidades de compartilhamento de experiências e enriquecimento do conhecimento tanto de alunos quanto de professores”, finaliza Cláudia.
Jardim Botânico
“Diferentemente de outros jardins botânicos, o da UFJF está estrategicamente alocado na Pró-reitoria de Extensão porque almeja estabelecer a construção de um diálogo com a sociedade sobre uma pauta fundamental: a conservação da biodiversidade”, afirma o diretor do espaço, Gustavo Soldati. Em apenas um ano de funcionamento, apesar do aparecimento da onça e os efeitos da pandemia, o Jardim já recebeu mais de 60 mil pessoas e mais de 250 escolas já o visitou.
Segundo o vice-diretor, Breno Moreira, as atividades de extensão são centrais para a existência do Jardim Botânico que, amparado em seu Projeto Político Pedagógico de Educação Ambiental, atua em dois grandes eixos. “O primeiro, a visitação pública, escolar ou espontânea, busca estabelecer processos de diálogo e de ensino e aprendizagem com as escolas ou o público em geral. O segundo eixo, ‘Formação de Educadores Ambientais’, oferece cursos teórico-práticos e a experiência prática para estudantes de graduação selecionados como como bolsistas e voluntários através de projeto de extensão. Além disso, há um conjunto de atividades voltadas para o público em geral.”
Entre os bolsistas de extensão, Lucas Morgado, licenciado em Ciências Biológicas e na fase final do bacharelado do mesmo curso, encontrou no Jardim Botânico o espaço perfeito para deixar florescer a própria orientação profissional. “Contribuiu para a minha formação de uma forma maior do que a imaginada. Pude ter contato com a educação ambiental e, antes de iniciarmos as atividades, tivemos um treinamento de introdução à educação ambiental, de como abordar os temas e os visitantes. O que me fez gostar ainda mais da área, tanto que pretendo, agora, investir nela, talvez em outros lugares ou de outras formas, já que a bolsa vai terminar em breve.”
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