Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 25/10/2020
Título: “Organizações sociais formalizam questionamentos sobre cotas para a UFJF”
Em junho deste ano, um perfil de redes sociais se dedicou a fazer denúncias de alunos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) que seriam suspeitos de cometer fraude nas vagas destinadas a pretos e pardos. Quando esse mesmo tipo de denúncia ocorreu pela primeira vez, em 2018, os casos suspeitos começaram a chamar a atenção da comunidade acadêmica e do público externo. Na época, além da exposição de supostos fraudadores, uma série de denúncias foram formalizadas por meio da Ouvidoria Geral da UFJF e da Ouvidoria Especializada em Ações Afirmativas. Em 2020 não foi diferente, a UFJF confirmou o recebimento de 132 denúncias. Diante desses novos casos, movimentos sociais e instituições da sociedade civil organizada oficializaram uma série de questionamentos sobre os processos para a universidade.
A Frente Preta da UFJF, que reúne Coletivos, diante da nova onda de denúncias, entendeu que era necessário aprofundar as discussões sobre as ações afirmativas e sobre as fraudes. Eles se organizaram e tomaram a iniciativa de fazer postagens para trazer conhecimentos relacionados às políticas públicas para as redes sociais. Em um dos vídeos publicados por eles, nomeado de “UFJF, vamos conversar?”, são enumerados questionamentos que vão desde a forma de composição das comissões de sindicâncias que apuram os casos, como os critérios adotados pela banca de heteroidentificação, que avaliam os candidatos a partir do ingresso deles na instituição.
Além do vídeo, a Frente Preta da UFJF encaminhou um abaixo-assinado com mais de 1.100 assinaturas cobrando uma resposta da universidade para a sociedade sobre o assunto. De acordo com a estudante da Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFJF, Milena Regina de Paula, que é uma das integrantes da Frente Preta da UFJF, um dos motivos que gerou as ações é que os movimentos sociais e a sociedade civil organizadas não foram chamadas para participar das composições sobre as Comissões de Sindicância e das Bancas de Heteroidentificação.
“São diferentes representações e é importante que possamos compor essas bancas. Entendemos que o prejuízo é grande. Quanto mais pessoas, principalmente as que têm um acúmulo teórico sobre as questões raciais, que estudam sobre isso, de diferentes setores, com diferentes perspectivas e de diferentes origem sociais, melhor será a apuração e averiguação dessas denúncias”, explica Milena. Ainda que UFJF promova cursos de capacitação para os membros das bancas, ela reforça que faz diferença ter pessoas que têm sua trajetória marcada por essas discussões contribuindo e, por isso, é importante reivindicar esses lugares.
Outras cobranças também são levantadas pelo grupo. Entre elas, maior transparência na divulgação de informações sobre os resultados de sindicâncias e de heteroidentificação, com maior detalhamento dos dados e preservando a identidade dos suspeitos e dos denunciantes; o cumprimento do prazo de 15 dias para prestar informações sobre o andamento das queixas; a publicação de relatórios públicos regulares com o máximo de informações possível e a adoção do fenótipo – que são características observáveis- como critério único da Comissão de Sindicância, que hoje também pede um relato sobre as vivências do candidato e a comprovação de ascendência direta. “Esperamos uma resposta pública, porque não é uma luta apenas nossa, mas de toda a sociedade juiz-forana”, salienta Milena.
UFJF obedece normas institucionais
Em manifestação por meio de nota enviada à Tribuna, a Pró-Reitora de Graduação da UFJF, Maria Carmem Simões, pontuou que, em relação a composição das comissões, elas obedecem às normativas institucionais com resoluções aprovadas pelo Conselho Superior da UFJF e não é de conhecimento da Prograd nenhuma previsão de alteração e que, se for o caso, esta deverá passar pela análise das diversas instâncias institucionais. “Temos contado com o forte arcabouço teórico de pesquisadores da área e de normativas legais orientadoras dos processos para ampliar, aprofundar e aprimorar as capacitações e procedimentos.”
A pró-reitora destacou que, desde 2017, o órgão atua nas análises de matrículas. Não só a das cotas PPI (preto, pardo e índio), mas também nas que destinam vagas de acordo com a renda e para pessoas com deficiência também. Estas comissões são formadas por servidores da Prograd e da comunidade acadêmica, docentes e estudantes de pós-graduação estudiosos das áreas de necessidades especiais de aprendizagem, das questões étnico-raciais, médicos especialistas, pedagogos, assistentes sociais, entre outros, como reforça Maria Carmem.
Ela explica que para o ingressos por PPIs, são formadas as comissões de heteroidentificação com membros da comunidade acadêmica docentes, técnico-administrativos em educação e estudantes de pós-graduação estudiosos da temática, que, após passarem por capacitação, atuam na entrevista aos candidatos. Estas são gravadas e ficam arquivadas, o estudante assina a autodeclaração de PPI e a comissão analisa aspectos fenotípicos por meio de critérios previstos nas normativas legais.
Ela ainda acrescenta que, no caso de indeferimento, o candidato tem prazo para recurso e pode apresentar elementos que permitam a indicação de sua ascendência direta (pai e mãe). Somente após o deferimento de todas as condições exigidas para o grupo é que o estudante terá sua matrícula homologada na instituição. Maria Carmem ainda diz que os procedimentos são demorados, demandam e envolvem um grande número de ações e pessoas, há diversos prazos recursais e direitos de ampla defesa e contraditório.
Pleito por participação
Dez representantes da sociedade civil encaminharam outro documento à UFJF, no qual também solicitam respostas sobre as bancas de heteroidentificação e sobre as comissões de sindicância. De acordo com Marselha Evangelista, advogada e membro da Comissão de Promoção da Igualdade Racial da OAB, que é uma das pessoas que assina o documento com as reivindicações, as cotas PPI representam um direito que a todo tempo precisa ser reafirmado.
“Hoje, na UFJF, só temos a participação de pessoas ligadas à instituição. Ou seja, do corpo docente, TAEs e discentes. Não temos representantes dos movimentos sociais.” Para Marselha, além do pleito da representatividade na banca e em mecanismos de transparência dos trabalhos, seria necessário adotar critérios mais rigorosos de pesquisa e investigação de candidatos suspeitos de fraude. “Para que ele não burle o sistema e acabe não só enfraquecendo esse direito conquistado, mas também impedindo o acesso de pessoas negras à Universidade.”
Necessidade de conversar com as famílias
Quando fez mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFJF, Lucas Loureiro Leite, que agora é doutorando em Sociologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do Laboratório de Sociologia Digital (LSD) vinculado ao PPGS/UFF, ficou sabendo do caso de uma pessoa que apresentou 40 denúncias de supostas fraudes em cotas PPI, em 2018. Ele conta que ficou interessado em entender as denúncias como um fenômeno social e solicitou dados específicos sobre a quantidade de denúncias realizadas por denunciantes diferentes no conjunto de casos suspeitos.
A falta de dados mais detalhados sobre as denúncias, resguardando a identidade dos envolvidos é uma das principais barreiras. Para Lucas, é necessário ter o máximo de transparência possível, com a divulgação semestral ou anual de relatórios, para que se possa refletir sobre o fenômeno como algo que está afetando a instituição e a execução da política pública.
Para o pesquisador, há particularidades que são importantes para que se possa refletir sobre o que acontece na universidade, partindo de dois pontos de vista: das pessoas que estão acessando a política pública de forma fraudulenta e equivocada e o das pessoas que estão sendo prejudicadas, ou seja, os sujeitos de direito das políticas públicas.
Ele teve acesso a algumas informações sobre as denúncias de 2018 e 2019. No levantamento que conseguiu fazer, alguns elementos chamaram a atenção. Loureiro pontua que só o número total de denúncias recebidas e apuradas são insuficientes para que se tenha uma ideia mais ampla sobre o quadro. É preciso entender como o “perfil” de denúncia se caracteriza durante os anos e como essas informações auxiliam gestores e movimentos sociais a refletirem sobre a fraude.
Isso faz com que Loureiro ressalte a importância de valorizar as denúncias. Ainda que exista uma série de mecanismos sociais para impedir que essas denúncias aconteçam – como a pessoa pensar que, ao denunciar, pode enfrentar problemas na turma ou sofrer algum tipo de retaliação -, é essencial que elas continuem sendo oficializadas. “A força das denúncias é muito importante, porque a universidade precisa dar uma resposta a elas.”
Cada caso pode receber mais de uma denúncia, de modo que um suspeito pode chamar mais a atenção do que os outros. Na UFJF, nos em 2018 e 2019, em mais da metade dos casos, só havia uma ou duas denúncias contra cada suspeito. Ou seja, se esse denunciante não tivesse tido a coragem em realizar a denúncia, o fenômeno não teria a visibilidade que possui hoje. Poucos são os casos em que mais de três pessoas realizam denúncias, e uma parcela muito pequena chama atenção de mais de dez denunciantes.
Segundos os dados que possui, em 2018, um caso recebeu 17 denúncias, e, em 2019, outro único caso recebeu 13. Em termos percentuais, as denúncias individuais representaram 50% dos casos em 2018 e 65% dos casos de 2019. Para aqueles que receberam duas denúncias feitas por denunciantes diferentes, existia uma proporção de 35% do total em 2018 e 17% do total em 2019.
“Estamos falando de relações raciais também. Sobre pessoas brancas que vão ser privilegiadas por não serem consideradas suspeitas ou estranhas no ensino superior. Mas com o não enegrecimento das salas, alguns passaram a perceber que as turmas que deviam ser ocupadas por cinco, dez ou 14 negros, tinham menos ou nenhum (negro). (…) Em certos casos, quando os estudantes negros eram perguntados sobre qual grupo de cotas tinham utilizado, haviam entrado por cotas sem critério da autodeclaração racial ou a ampla concorrência. Então, as pessoas passaram a ver o problema da fraude.”
Debate racial ainda é muito silenciado
Loureiro ainda pontua que a natureza dessa situação mostra que o debate racial ainda é muito silenciado e precisa ser feito, principalmente, pelas famílias. “Ainda que não seja possível generalizar, muitas famílias não falam sobre raça com seus filhos ou não se sentem na obrigação de fazer isso. Pode ser porque eles sejam mais claros ou brancos. Sendo visto como brancos, eles são racializados, não deixam de ser, mas não são questionados, apontados e nem colocados em nenhum lugar negativo, estereotipado ou “exótico” por quem está em volta em diversas situações na vida. O branco é o ‘padrão racial hegemônico’ em espaços de poder. Mesmo neste fenômeno, a branquitude – o grupo racial branco – ainda consegue manter seus privilégios e, principalmente, a “invisibilidade” de sua raça em contextos de conflito”.
Desse modo, conforme o pesquisador, é possível dizer que pessoas brancas que foram denunciadas depois de anos do seu ingresso nunca foram consideradas suspeitas. Ele destaca que, no conjunto de denúncias recebidas no ano de 2019, existiam 19 casos de ingressos em 2014, 2015 e 2016. Em 2020, esses suspeitos poderiam já estar formados. Isso é um exemplo do privilégio branco.
“O debate sobre fraude demonstra a necessidade da discussão sobre raça nas famílias, não se trata exclusivamente sobre um indivíduo que simplesmente fez algo por má-fé”. Ele orienta que sejam incorporadas ações voltadas para a educação, conscientização e reflexão sobre o tema, como rotina na instituição, mas, especialmente, voltar as atenções para as pessoas que pretendem ingressar na universidade. Ele reforça que é importante que todos saibam o que é o racismo estrutural e como ele afeta as famílias brancas, pretas, pardas e indígenas.
Cuidados com as apurações
Segundo a pró-reitora de Graduação, Maria Carmem Simões, na visão institucional, o que se pretende com as ações tomadas pela UFJF é informar, formar e divulgar intervenções positivas, com a criação e fortalecimento dos direitos das pessoas e a redução de desigualdades. Diz ainda que a UFJF apura cuidadosamente todas as denúncias e faz as análises na banca de heteroidentificação. “Salientamos que as ações até são passíveis de penalidades, mas o caráter punitivo não é e nem deve ser o mote principal. O foco deve ser mesmo o educativo.”
Ela chama a atenção também para casos de denúncias infundadas, que geram constrangimento para pessoas que têm direito à política. Assim como há pessoas que se equivocam por desconhecimento, há quem tenta, de fato, burlar o sistema. “Deste modo, os procedimentos são demorados, demandam e envolvem um grande número de ações e de pessoas, há diversos prazos recursais e os direitos de ampla defesa e contraditório.”
A pró-reitora ainda pontua que há penalidades previstas para estudantes que tentam burlar o sistema, que vão da perda da vaga até o processo judicial. “Lembrando que o estudante tem o direito de defesa e pode trazer novos elementos para a comprovação da utilização do grupo de reserva de vagas. Tratamos o assunto com muita seriedade e sabemos que, por vezes, apenas as características visuais não são o suficiente.”
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícia
Data: 26/10/2020
Título: “UFJF abre inscrições para mestrado e doutorado em Letras para 2021”
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) anunciou a abertura das inscrições para as turmas de mestrado e doutorado em Letras. O processo de seleção remota do Programa de Pós-graduação em Letras é para Estudos Literários.
De acordo com a UFJF, são oferecidas 12 vagas para a turma de mestrado e 14 para o doutorado. Em ambos os casos as vagas serão distribuídas entre três linhas de pesquisa: “Criação Literária”, “Literatura e Transdisciplinaridade” e “Literatura, Crítica e Cultura”.
O prazo para inscrições termina em 3 de dezembro e os interessados devem preencher um formulário online. A divulgação do deferimento ou não das inscrições será feita a partir das 15h do dia 4 de novembro, na página do Programa.
Todas as etapas do processo seletivo serão desenvolvidas pela internet e o resultado final deverá ser divulgado a partir das 15h do dia 11 de dezembro. Os editais completos de mestrado e doutorado estão disponíveis para consulta na internet.
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Veículo: Acessa;com
Editoria: Educação
Data: 26/10/2020
Título: “Abertas as inscrições para mestrado e doutorado em Letras”
O Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está com as inscrições abertas para o processo de seleção remota para as turmas de mestrado e doutorado em Estudos Literários. As inscrições vão até o dia 3 de novembro.
De acordo com o edital do mestrado, serão oferecidas 12 vagas para as turma de 2021. Para o doutorado, o edital propõe 14 vagas. Em ambos os casos as vagas serão distribuídas entre três linhas de pesquisa: “Criação Literária”, “Literatura e Transdisciplinaridade” e “Literatura, Crítica e Cultura”.
Os interessados em ingressar no curso de mestrado devem realizar a inscrição através deste link com o preenchimento do formulário eletrônico. As inscrições para o doutorado também acontecem por meio de preenchimento do formulário online através do deste link. Os documentos deverão ser preenchidos conforme as instruções.
A divulgação do deferimento ou não das inscrições será feita a partir das 15h do dia 4 de novembro, na página do Programa. Em caso de interposição de recurso, é necessário acessar o formulário disponível no edital. Durante o período de 5 e 6 de novembro, haverá a possibilidade de complementação documental em fase de recursos à homologação das inscrições.
O processo de seleção tanto para mestrado, quanto para doutorado será realizado em duas etapas. A primeira se dá com a avaliação do anteprojeto de dissertação, para o mestrado, e do anteprojeto de tese, no doutorado. Essa análise terá caráter eliminatório e para ser aprovado o candidato deve obter nota igual ou superior a 70 pontos em 100. O resultado da primeira etapa será divulgado no site do Programa no dia 17 de novembro, a partir das 15h.
A segunda etapa será composta por uma prova oral de conhecimento específico e entrevista. A prova oral acontecerá nos dias 23, 24 e 25 de novembro e será realizada por videoconferência. Para esta prova, o candidato deverá realizar uma apresentação oral, de 20 a 30 minutos, respondendo uma questão de acordo com a linha de pesquisa no qual seu anteprojeto está inserido.
Todas as etapas do processo seletivo serão desenvolvidas pela internet. O resultado final deverá ser divulgado a partir das 15h do dia 11 de dezembro, no site do Programa.
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícia
Data: 27/10/2020
Título: “UFJF divulga datas de matrículas para aprovados no Pism e Sisu no 2° semestre”
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) divulgou as datas de matrícula para os aprovados no segundo semestre de 2020 pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), pelo Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) e pela seleção especial para o curso de Letras/Libras.
Os aprovados na chamada regular que já realizaram pré-matrícula on-line deverão enviar documentos entre 11 e 18 de novembro.
Já os convocados nos seis primeiros editais de reclassificação, que também já realizaram pré-matrícula on-line, terão de 1º a 8 de dezembro para enviar a documentação de requerimento de matrícula.
O requerimento de matrícula é a fase na qual o aprovado deve apresentar os documentos necessários, para finalizar o processo de ingresso na UFJF. As orientações para apresentação dos documentos de matrícula ainda serão publicadas no site Coordenadoria de Assuntos e Registros Acadêmicos (Cdara).
Outros editais de reclassificação
Além da divulgação das datas de requerimento de matrícula, a Cdara adicionou mais duas datas para divulgação de editais de reclassificação para ingresso no segundo semestre de 2020, tanto pelo Pism quanto pelo Sisu. O 7º edital tem divulgação prevista para 16 de dezembro. Já a publicação do 8º edital está agendada para 13 janeiro de 2021.
A matrícula é realizada em duas etapas, divididas em pré-matrícula on-line e apresentação dos documentos requeridos. Os candidatos convocados devem realizar a pré-matrícula on-line no período previsto, para terem a vaga reservada e garantida. Todas as etapas de matrícula na UFJF são obrigatórias.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 27/10/2020
Título: “Aulas presenciais permanecem vetadas em escolas particulares de JF”
O retorno das aulas presenciais nas escolas privadas de Minas Gerais foi vetado pela Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte, na sexta-feira (23), por meio de um pedido feito pelo Sindicato dos Professores do Estado. As escolas particulares de Juiz de Fora não foram cobertas pela decisão. No entanto, a orientação é que, por enquanto, as aulas não voltem no município. Esse entendimento, segundo o Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro- JF), está de acordo com o último decreto do Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19, publicado no sábado (24).
De acordo com o novo documento, que situa a cidade na onda verde do programa estadual Minas Consciente, as atividades de ensino curricular, como educação infantil, educação fundamental e ensino médio, continuam proibidas.
Além disso, a PJF instituiu uma comissão. Ela é formada por técnicos das secretarias de Educação e Saúde, pela UFJF, além de contar com representantes do Conselho Municipal de Educação e do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino da Região Sudeste de Minas Gerais (Sinepe/Sudeste). O objetivo é estabelecer os protocolos de retorno presencial das aulas, bem como o cronograma para a retomada. Mas as decisões nesse sentido ainda não têm data prevista para ocorrer.
Para a coordenadora do Sindicato dos Professores de Juiz de Fora, Lúcia Lacerda, a discussão exige calma e acompanhamento constante. De acordo com ela, não há ainda protocolos para que seja possível estabelecer uma volta segura. “É interesse do Sindicato participar dessas questões, mas é preciso verificar se há condições seguras do ponto de vista sanitário, antes de fazer qualquer movimento para o retorno. No momento, entendemos que não temos essas condições e, portanto, não há possibilidade voltar às aulas presenciais”.
Aulas práticas em Saúde permitidas
A nova edição do decreto liberou a retomada de aulas práticas de cursos de saúde e estágios da área para as Faculdades Particulares. Já a UFJF tem autonomia para definir as suas atividades. Como essa situação é muito específica e pontual, o Sinpro está buscando todos os entendimentos e esclarecimentos para se posicionar. Inclusive, uma reunião com o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe) está marcada para a próxima quarta-feira (28).
“Enquanto buscamos os entendimentos sobre esse caso particular, o nosso setor jurídico está avaliando todos os aspectos e monitorando tudo de perto”, afirma Lúcia. Ainda de acordo com ela, o que se mantém com relação às aulas é a preocupação com a preservação da saúde de todos. “Representamos os professores, mas todos os movimentos feitos em relação à Educação atingem a população de modo geral e precisam ser avaliados com muito critério.”
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cultura
Data: 27/10/2020
Título: “Cinemas permanecem fechados mesmo com cidade na onda verde”
As 18 salas de cinema de Juiz de Fora permanecem fechadas esta semana, mesmo com o decreto publicado pela Prefeitura no último sábado (24), determinando a passagem da cidade para a onda verde do programa Minas Consciente. A nova determinação libera o funcionamento dos cinemas, desde que seguindo espaçamento de dez metros quadrados por indivíduo em ambientes fechados, segundo orientação do programa estadual. O regramento, de acordo com gestores ouvidos pela Tribuna, inviabiliza a operação tanto das salas, quanto dos equipamentos culturais com plateia, já que reduz drasticamente o público.
“Algumas cidades, quando liberaram o decreto, colocaram regras específicas para cinema. Em Juiz de Fora não teve isso e temos que seguir o protocolo do Minas Consciente, que fala que esse tipo de evento deve ter uma pessoa a cada dez metros quadrados, e sem poder colocar pessoas da mesma família lado a lado”, lamenta a responsável pelo departamento de marketing da rede Cinemais, Brunna Costa. “Nas outras cidades tivemos uma redução da nossa capacidade. É inevitável e precisamos respeitar o distanciamento, mas essa distância é muito grande e torna inviável o funcionamento.”
Com dez cinemas em nove cidades, o Cinemais reabriu as salas da mineira Ituiutaba, que também se encontra na onda verde do programa. No decreto de 16 de outubro, que dispõe sobre a nova onda na cidade, a Prefeitura de Ituiutaba estabelece que atividades artísticas, criativas e de espetáculos, incluindo os cinemas, devem ter a capacidade reduzida pela metade, observando distanciamento de dois metros entre cadeiras. Questionada sobre a possibilidade de Juiz de Fora agir de maneira semelhante, a assessoria de imprensa da PJF explicou que o município não possui autonomia para flexibilizar o programa do estado de maneira a conferir maiores permissões. É possível restringir ainda mais, mas não o inverso.
Sinal vermelho para os cinemas
Já diminutas, as duas salas do Cine Minas, no Santa Cruz Shopping, possuem cerca de 150 metros quadrados e menos de 150 lugares. De acordo com seu proprietário, Fernando Costa Júnior, a obrigatoriedade do espaçamento de 10 metros quadrados por indivíduo reduziria a capacidade da sala a menos de 15 pessoas por sessão. “Esse tipo de exigência é inviável. Não temos condições de acatar. Para viabilizar tem que haver um mínimo, que não chega nessas condições”, pontua o empresário, apontando, ainda, que a própria negociação com as distribuidoras também fica comprometida com perspectivas tão baixas de público. Há mais de sete meses fechadas, as salas de cinema da cidade acumulam um prejuízo histórico.
Na também diminuta equipe liderada por Fernando Costa Júnior não houve desligamento desde o início da pandemia, mas o sinal de alerta está ligado. “Esperávamos que fosse passar mais rápido. Não tenho força emocional para dispensar essas pessoas. Espero dias melhores”, aposta o dono do resistente cinema, único no Centro de Juiz de Fora, e que no próximo ano comemora 20 anos de trajetória. “Parar por sete meses tem um impacto muito grande em todos os nossos setores”, assevera Brunna Costa, do Cinemais, sem revelar números referentes a desligamentos, mas garantindo o tamanho da rede. “Ainda não tivemos que fechar nenhuma sala e isso não está nos nossos planos. Temos a expectativa de reabrir todas as salas. Se dependesse de nós, reabriremos todos os cinemas o quanto antes”, assegura a responsável pelo departamento de marketing. “Agora optamos não reabrir, mas estudamos possibilidades”, diz.
Em Uberlândia, onde fica a sede administrativa da rede Cinemais, existe o projeto de inaugurar um drive-in fixo. “Nesse período de pandemia abrimos drive-ins em Lorena e Montes Claros, por um período apenas. Foi uma experiência que teve participação, mas como o custo é muito alto optamos por ser temporário”, explica Brunna, acenando para os aprendizados trazidos com a pandemia. Nas cidades onde a rede reabriu seus cinemas, o encorajamento do público, conta, tem se mostrado crescente. O rigor com protocolo de higiene são fundamentais para isso. Carro-chefe da campanha de reabertura do UCI Cinemas, o informativo sobre a segurança dos espectadores envolve obrigatoriedade do uso de máscaras, disponibilização de álcool gel e preferência às compras on-line, bem como purificação do ar das salas. Indagada sobre a previsão de reabertura das cinco salas da rede no Independência Shopping, a assessoria de imprensa do UCI não retornou o contato. Informações do shopping, no entanto, dão conta de que ainda não há data definida.
Programação morna
Enquanto pouco a pouco os cinemas do país vão reabrindo, as distribuidoras vão remarcando suas estreias, esfriando a agenda de lançamentos de 2020 e aquecendo a do ano que vem. Esta semana encontram-se em cartaz na rede UCI Cinemas um festival dedicado ao cineasta Christopher Nolan, com o novíssimo “Tenet”, o premiado “Dunkirk” e outras produções de sucesso, a animação “É doce!”, o infantil “Cães e gatos 3” e o aguardado “Os Novos Mutantes”. O filme de fantasia sobre os heróis mutantes também está em exibição na rede Cinemais, junto de “Scooby – O filme” e “Tenet”, o mais recente filme de Nolan, lançado durante a pandemia. “Grandes filmes de grandes empresas exibidoras já foram remarcados para o ano que vem, mas temos expectativa para esse ano, ainda. ‘Mulher Maravilha’, por exemplo, ainda não foi remarcado e permanece este ano”, aponta Brunna Costa, do Cinemais. Entre os longas adiados estão a live-action da Disney “Mulan”, o novo de James Bond, “007 – Sem tempo para morrer”, o brasileiro “A menina que matou os pais”, sobre o Caso Richthofen, e “Velozes e furiosos 9”.
Equipamentos culturais públicos seguem fechados
A onda verde também não impactou, ao menos em sua primeira semana, a agenda cultural de Juiz de Fora, já que os principais equipamentos públicos seguem fechados, ainda que com a liberação da PJF para funcionarem. De acordo com a assessoria de imprensa da Funalfa, ainda não há previsão de reabertura dos equipamentos culturais administrados pelo órgão. A fundação estuda protocolos específicos para seus espaços, seguindo as orientações do Minas Consciente, o que deve ser divulgado nas próximas semanas.
Já a UFJF, que tem autonomia destacada no decreto municipal, afirma ter relacionado diferentes protocolos e sujeitado aos conselhos da instituição dois pedidos de reabertura. Um deles busca reabrir o Museu de Arte Murilo Mendes no dia 10 de dezembro. O outro, solicita a reabertura do Cine-Theatro Central para o dia 23 de novembro, apenas para o projeto Palco Central, para que artistas e técnicos possam utilizar as instalações da casa para gravar suas apresentações, sem público.
A reabertura parcial do Central é fundamental para atender o edital Janelas Abertas, publicado pela Pró-Reitoria de Cultura da UFJF e cujas inscrições terminaram nesta segunda (26). O mecanismo de apoio à classe artística durante a pandemia previa a possibilidade de utilização do teatro para gravações de espetáculos. De acordo com Valéria Faria, pró-reitora de Cultura da UFJF, os pedidos de reabertura levam em conta modalidades capazes de garantir segurança e pequeno fluxo de pessoas. O Jardim Botânico, segundo ela, por envolver grande número de estudantes como monitores, torna-se, assim, inviável no momento. “Nenhum auditório será reaberto”, garante Valéria, para em seguida concluir: “Eventos com público não têm previsão de serem retomados, por enquanto”.
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Veículo: Band
Editoria: Notícias
Data: 27/10/2020
Título: “Cristo Redentor vai passar por restauração para aniversário de 90 anos”
O Cristo Redentor vai passar por uma restauração para o seu aniversário de 90 anos, que vai ser comemorado no dia 12 de outubro de 2021. As informações são da Julia Kallembach, da BandNews FM.
O Projeto de Restauro Cristo 90 anos vai ter início após levantamentos e análises que vão identificar os riscos à integridade do monumento, elaboração de projetos complementares estruturais de instalações, do Sistema de proteção contra Descargas Atmosféricas e de programação visual e tratamento preventivo.
A ação vai contar com a parceria com instituições de ensino e pesquisa que realizam estudos semelhantes às demandas encontradas no Cristo, como a UFRJ, UFJF e Universidade Federal de Ouro Preto.
O trabalho vai ser realizado por uma equipe multidisciplinar, formada por aproximadamente 40 profissionais, entre eles engenheiros estruturais, elétricos e de segurança, geólogos, arquitetos, mestres, técnicos em escaneamento 3D, alpinistas, pedreiros e escultores.
Para a realização do levantamento cadastral é utilizada a tecnologia da fotogrametria aérea e terrestre, onde milhares de fotos são tiradas por drones equipados com câmeras de alta resolução.
O levantamento é realizado em dias chuvosos pois a qualidade da visualização dos detalhes depende da umidade.
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