O Brasil possui cerca de 300 espécies de abelhas sociais nativas, todas com ferrão atrofiado e responsáveis pela polinização de até 90% da flora nativa, dependendo do ecossistema em que habitam, conforme estudos realizados na área. A criação, as pesquisas, a ecologia e o comportamento desses insetos são o tema do 1º Seminário Mineiro Sobre Abelhas sem Ferrão, organizado pelo Jardim Botânico e o Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza, ambos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
O seminário é totalmente on-line, gratuito e terá rodas de conversa e palestras, com transmissão pelo canal do Jardim no Youtube, entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas até o primeiro dia do encontro por meio de formulário eletrônico, também disponível no site do Jardim.
Participar do evento é uma oportunidade para aprender mais sobre essas espécies de abelhas, como a respeito dos impactos de agrotóxicos, da importância para a pesquisa e a biodiversidade. As discussões também abordarão ainda o empreendedorismo feminino na meliponicultura, que é a criação desses insetos para extração sustentável de recursos.
No primeiro dia, 30, serão discutidas a ecologia e a biologia das abelhas, com participantes de três universidades. No dia seguinte, o foco das conversas são a troca de experiências com meliponicultores. Já o último dia é destinado às potencialidades dessa atividade. Nesse momento, será divulgado um livro-texto gratuito que abordará, de forma simples e didática, todos os temas apresentados ao longo do evento.
O presidente da comissão organizadora do seminário, João Luís Lobo, monitor de Educação Ambiental do Jardim Botânico, destaca a proximidade da UFJF com profissionais e produtores que não são da academia e a relevância do tema: “Abelhas estão cada vez mais ameaçadas de extinção, colocadas em quadro mais perigoso com a liberação massiva de agrotóxicos, a monocultura e o desmatamento. Então, falar delas é também uma forma de conscientização ambiental”.
As palestras e as mesas-redondas serão realizadas através das plataformas virtuais Zoom ou Google Meet, com transmissão ao vivo pelo canal do Jardim Botânico no Youtube. A participação em pelo menos 70% das atividades confere certificado.
Cultura de abelhas
Entre as abelhas sem ferrão, destacam-se a mandaçaia, a jataí, a uruçu-do-chão e a iraí. A meliponicultura foi inicialmente desenvolvida por povos indígenas brasileiros, e, posteriormente, praticada por pequenas famílias de produtores que objetivavam complementar a renda por meio da atividade.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), três de cada quatro culturas que produzem frutos ou sementes para consumo humano no mundo dependem de abelhas para se reproduzirem.
A FAO também tem buscado maneiras de “aumentar a colaboração entre organizações nacionais e internacionais, instituições acadêmicas e redes de pesquisa para monitorar, investigar e avaliar polinizadores e serviços de polinização”.
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