Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Cidade
Data: 19/09/2020
Título: “Parceria entre Prefeitura e UFJF viabiliza quase 6 mil testes de Covid-19 para pacientes de Juiz de Fora”
Exames começaram a ser realizados em abril, no início da pandemia do novo coronavírus. Deste total, mais de 1.600 foram positivos para a doença.
Desde abril, a parceira da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) firmada com a Prefeitura possibilitou a realização de quase seis mil testes gratuitos do tipo RT-PCR para detecção do novo coronavírus.
Segundo o Executivo foram 5.758 exames feitos até quinta-feira (17). Destes, 1.642 foram positivos. Os testes são realizados nos laboratórios do Instituto de Ciências Biológicas e da Faculdade de Farmácia. Os resultados dos exames são entregues ao Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (Dvea).
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o exame é direcionado aos profissionais de saúde sintomáticos, entre o terceiro e o 10º dia de indícios da doença, aos pacientes internados em leitos exclusivos para a Covid-19, pactuados com a Prefeitura, e aos atendidos na atenção básica, em situação de vulnerabilidade.
Estão nesta condição pessoas acima de 65 anos, cuidadores de idosos, diabéticos, hipertensos descompensados e obesos.
Também são contemplados servidores sintomáticos da segurança pública, do Departamento Municipal de Limpeza Pública (Demlurb), da Companhia de Saneamento Municipal (Cesama), dos centros de Referência de Assistência Social (Cras) e Especializado de Assistência Social (Creas) e dos demais serviços de assistência social que prestam atendimento direto à população.
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Veículo: Correio Braziliense
Editoria: Opinião
Data: 19/09/2020
Título: “Artigo: Currículo respeitável e trajetórias negras”
A sociedade brasileira sempre destinou lugar de subalternidade à mulher negra. É esperado que ela esteja em situação vulnerável e excluída dos postos profissionais mais valorizados. Herança contundente da escravidão, mulheres negras são corpos sem mente, destituídos de sentimento e discriminados. A elas são atribuídas a procriação, a nutrição dos filhos alheios e a satisfação sexual à lascívia dos senhores.
O contrato social estabelecido, que é sobretudo de raça e gênero, de forma nem sempre velada reserva às negras os degraus inferiores da sociedade. Só lhes é permitido ocupar espaços de servidão, evidenciando uma divisão racial do trabalho (vide dados do emprego doméstico no Brasil).
Nessa divisão, mulheres negras definitivamente não são acadêmicas e, quando conseguem romper as barreiras raciais, com frequência, são lembradas de que estão fora do lugar. Seus currículos são conferidos, averiguados e questionados por descrentes negros e brancos, homens e mulheres. E a indignação é, perversamente, verbalizada na expressão “um currículo respeitável”.
Desde o pós-escravidão no Brasil, as discriminações raciais têm atuado como eixos estruturantes dos padrões de exclusão social e relegaram a população negra à marginalidade do projeto de estruturação social, produziram abismo socioeducacional e, por consequência, reflexos no universo acadêmico.
A educação, um dos direitos fundamentais da humanidade, compreende uma das mais importantes áreas de mobilidade social. No entanto, é de difícil acesso à população negra, com reflexos na preparação de mulheres. Mas não sem resistência.
Ao longo do século 20, os movimentos negros organizados surgiram em contextos específicos e acumularam experiências educacionais para elevar política, moral e culturalmente a comunidade negra. Paulatinamente, a mobilização coletiva vem consolidando importantes pautas para inserção de negros nos programas educacionais, sobretudo por meio das políticas afirmativas como proposição à educação superior, registrando avanços consideráveis.
Em 2019, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação vinculada ao Ministério da Educação, registrou 210.163 pesquisadoras matriculadas nos cursos de pós-graduacão no país. Do total, 12,9% são mulheres negras, entre as quais apenas 2,9% declararam-se pretas.
A partir desse resultado, pode-se inferir que, quanto mais escuro o tom da pele, menor a presença das mulheres negras na academia, ou seja, no Brasil, 132 anos depois de assinada a Lei Áurea, ainda é notória a ausência de mulheres negras no ensino superior.
Como reflexo, no mercado acadêmico, quando examinamos o perfil racial das docentes nas principais universidades, por exemplo — Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Universidade de Brasília (UnB), a representação de professoras negras não ultrapassa os 2%. Situação semelhante é relatada por alunas e professoras de outras universidades.
Somos poucas e nossos passos vêm de longe. A construção de um currículo respeitável se faz com abnegação, estudo, reflexão, investimento financeiro, noites sem dormir, isolamento social, publicações e vivências práticas. As conquistas são graças ao esforço pessoal e ao ativismo das que vieram antes. Para chegar até aqui, foi preciso ocupar espaços nas rachaduras da estrutura.
Não é apenas um currículo respeitável. Também, há que considerar a trajetória. Isso não cabe no Lattes! Aceitar um currículo respeitável, principalmente de uma negra em posição de destaque, sem julgamentos e incômodos, é grande desafio para a nossa sociedade, é quebra de paradigmas. Exige exercício diário para rever valores, conceitos e crenças.
O caminho para implodir o pilar do racismo estrutural é romper com o padrão estigmatizado e promover a ascensão das mulheres negras a outros patamares da escolarização. É preciso avançar rumo a outra estrutura, mais plural e diversa, com representatividade e empoderamento de meninas, jovens e mulheres negras nas diversas áreas acadêmicas.
* Geógrafa, doutora pela UnB, pesquisadora e consultora
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 20/09/2020
Título: UFJF retoma semestre letivo com aulas remotas
Após seis meses de aulas suspensas, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) retomará, nesta segunda-feira (21), o primeiro semestre letivo de 2020 dos cursos de graduação por meio da modalidade de ensino remoto emergencial. Apreciado pelo Conselho Superior (Consu) após proposta da Administração Superior, o ensino remoto emergencial “sob caráter excepcional” será válido durante o período restante do primeiro semestre – até 27 de novembro -, e, ainda, possivelmente, ao longo do segundo semestre do ano letivo de 2020, cujo fim está previsto para 22 de março de 2021.
De acordo com a UFJF, cerca de 60% das disciplinas oferecidas presencialmente continuarão disponíveis por meio do ensino remoto. Contudo, como o período de ajuste de matrículas estende-se até 30 de setembro, a universidade ainda não tem dados sobre a adesão dos graduandos às aulas virtuais, ou seja, se há indícios de eventual evasão diante da implementação do modelo.
Em entrevista à Tribuna, a pró-reitora de Graduação, Maria Carmen Simões, detalha como a instituição planeja-se, às vésperas do reinício das aulas, para iniciar a implementação do ensino remoto emergencial. Ela explica que apenas as disciplinas práticas ficaram fora da oferta do ambiente virtual, embora uma exceção seja aplicada a alunos concluintes que já fazem estágio, como os das áreas de saúde e comunicação. “Todos os cursos de graduação da UFJF estão oferecendo disciplinas da modalidade de ensino remoto emergencial – logicamente, aquelas que podem acontecer por meio remoto, como as teóricas e outras atividades de mesmo teor. As atividades práticas, não só para os cursos da área de saúde, mas também para cursos de química e física, dentre outros, estão suspensas. Apenas parte de disciplinas práticas que pode ser oferecida por meio remoto, em vídeo, está disponível. Um ou outro tipo de atividade. Em relação aos estágios de alunos concluintes, ainda estamos em meio ao processo.”
De acordo com Maria Carmen, a orientação repassada pela UFJF aos departamentos de disciplinas e aos docentes é pela preferência por disciplinas assíncronas, ou seja, aquelas gravadas e não realizadas em tempo real. “Assim, o estudante vai poder acessar (a aula), assim como o professor, no momento mais conveniente, ou seja, o aprendizado vai acontecer em um processo dinâmico. As atividades síncronas (em tempo real) serão oferecidas sob a condição de que todas sejam gravadas, porque o estudante que tiver dificuldades naquele momento em que foi agendada a atividade pode então acessá-la em outro momento. Vamos supor que o professor faça uma conferência ou dê uma aula expositiva. O estudante pode acessar aquilo posteriormente para não perder o conteúdo.” A pró-reitora acrescenta que as atividades serão obrigatoriamente ofertadas no turno e no horário para o qual o aluno inicialmente se matriculou.
Há vagas para auxílios temporário e de inclusão digital
Antes de regulamentar a implementação do ensino remoto emergencial, o Consu da UFJF estabeleceu normas para o desenvolvimento de ações de apoio social e inclusão digital, como, por exemplo, a criação do auxílio emergencial temporário, de R$ 200, e o auxílio de inclusão digital, de R$ 120, bem como a manutenção de bolsas e auxílios já concedidos pela Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Proae) aos graduandos com avaliação socioeconômica já realizada. Conforme a UFJF, todos os estudantes apoiados pela Proae puderam participar do primeiro edital de auxílio emergencial temporário, “inclusive acumulando-o com o auxílio de inclusão digital e os auxílios já recebidos anteriormente”, como auxílio-alimentação e auxílio-moradia.
Em nota encaminhada à Tribuna, a UFJF detalhou que, nos primeiros editais de auxílio emergencial temporário e de auxílio inclusão digital publicados, foram aprovados, respectivamente, 650 e 2.107 estudantes, dentre a graduação e a pós-graduação, inclusive. Conforme a instituição, ambos os benefícios terão ainda outros editais abertos. “No primeiro edital do auxílio emergencial temporário, foram aprovados 650 estudantes. O segundo edital estará com inscrições abertas via o Siga 3 para 740 vagas até às 20h deste domingo (20).”
Já o novo edital do auxílio digital para a graduação ainda deve ser publicado. “Todos os estudantes com renda per capita comprovada de até 1/5 do salário mínimo, que se inscreveram no primeiro edital destinado para o auxílio digital, foram deferidos. Em decorrência de não termos atingido o número disponível de auxílios, a Proae vai lançar um novo edital, no início desta semana, com o intuito de oferecer uma nova oportunidade para os estudantes com esse perfil de renda. Serão disponibilizados 1.693 auxílios.”
Estudantes e professores terão ‘período de acolhimento’
Diante da novidade que é à graduação o ensino remoto emergencial, o Consu estabeleceu, na Resolução 33/2020, que a primeira quinzena da retomada do calendário acadêmico “deverá prever período de acolhimento dos discentes e a retomada do conteúdo acerca do que foi desenvolvido em março de 2020 (…) ficando vedadas quaisquer atividades avaliativas”. De acordo com Maria Carmen, o período de acolhimento foi instituído para que tanto os estudantes quanto os professores se acostumem com o ambiente virtual de aprendizagem e a nova forma de mediação das aulas ministradas. Logo, a aplicação de atividades avaliativas, com nota, está vedada.
“A gente restringiu o uso de ações avaliativas para evitar qualquer prejuízo ao estudante que ainda está se habituando ao uso (das plataformas). As avaliações que, porventura, tenham sido feitas anteriormente, lá em março, estão valendo. Se aconteceram, estão adequadas e isso não está impedido. Só restringimos avaliações na primeira quinzena por conta de ser um novo momento, um novo hábito e uma nova relação com o docente”, explicou. “Existe toda uma estrutura institucional de suporte aos estudantes e aos docentes. Temos bolsistas – estudantes de graduação e pós-graduação – que já foram capacitados e que estão atuando nessa atividade. Eles foram preparados no período anterior à retomada para estarem prontos e aptos a participar deste suporte.”
Questionada se a Reitoria já identificou indícios de evasão dos estudantes em razão das dificuldades impostas pelo ensino remoto emergencial, a pró-reitora de Graduação afirma que, mesmo encerrado o período de confirmação das matrículas dos alunos, ainda é inviável calcular a adesão à nova modalidade de ensino. “Entre 12 e 16 de setembro, os alunos confirmaram a matrícula nas disciplinas em que estavam inscritos lá em março. Pode ser que, por (o discente) não ter condição de acesso agora, não ter interesse, ele pode não confirmá-la. Não temos estimativa ainda se houve queda (de matrículas), se não houve. Até 30 de setembro, os coordenadores continuarão fazendo o ajuste das matrículas para que saibam em quais disciplina há vagas restantes e ofertá-las. Então, só depois de 30 de setembro saberemos qual a adesão dos estudantes ao ensino remoto emergencial.”
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Veículo: Uol
Editoria: Notícias
Data: 20/09/2020
Título: “Covid-19: com risco de contágio, poderemos usar ar-condicionado no verão?”
A cada verão que passa, mais aparelhos de ar-condicionado são comprados no Brasil —nos últimos anos, esse mercado tem crescido no país, apesar da crise econômica e da queda no consumo impactando a venda de outros produtos.
Mas depois da pandemia de coronavírus de 2020, há dúvidas se, com o calor que se aproxima, poderemos ligar esses milhões de aparelhos que estão nas nossas casas, pequenos comércios, lojas, shoppings, carros e transporte público. Afinal, há cada vez mais indícios da transmissão do vírus pelo ar, e em julho um estudo da China surpreendeu ao apontar o ar-condicionado de um restaurante como vilão na infecção de 10 pessoas de três famílias diferentes almoçando ali.
Se você já está suando frio com a possibilidade de não poder usar estes aparelhos, adiantamos logo algumas respostas obtidas com especialistas entrevistados pela BBC News Brasil.
Primeiro, o ar-condicionado em si não é o vilão, mas sim o confinamento coletivo —ou seja, seu uso em ambientes fechados, em que há pouca ou nenhuma circulação de ar, com presença de outras pessoas que podem estar infectadas.
Por isso, com o coronavírus circulando, deixar portas e janelas fechadas enquanto o ar está ligado não é aconselhável. No cenário atual, deverá ser necessário apelar para aparelhos que convivam melhor com estas aberturas, como ventiladores e climatizadores; ou usar o ar-condicionado com frestas abertas; ou ainda o ar-condicionado associado a ventiladores e janelas abertas.
Isso a não ser que o sistema de refrigeração em questão inclua equipamentos de renovação mecânica —o que, segundo especialistas, seria o ideal, mas exige planejamento e altos custos de manutenção, sendo raramente visto no Brasil.
Vamos às explicações —mas vale antes lembrar que ainda há muito a ser conhecido sobre o vírus e estudos em curso, portanto elas não são definitivas.
O restaurante chinês: ar-condicionado central, exaustor e sem janelas
O artigo científico sobre o restaurante chinês que colocou o ar-condicionado sob holofotes foi publicado por pesquisadores do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de Guangzhou no periódico científico Emerging Infectious Diseases, editado pelos CDCs (Centros de Controle de Doenças) dos Estados Unidos.
Eles rastrearam pessoas que almoçaram no dia 24 de janeiro em um restaurante de cinco andares, sem nenhuma janela, com exaustores e ar-condicionado central (sistema capaz de climatizar vários ambientes a partir de um único equipamento; os modelos variam em porte e na tecnologia empregada pra distribuir o ar frio, sendo comumente encontrados em bancos, supermercados e shoppings).
Um cliente, ainda assintomático, tinha viajado de Wuhan, cidade chinesa em que o vírus começou a infectar humanos, para Guangzhou, onde fica o restaurante. Ele e sua família se sentaram em uma mesa ao lado de outras duas, com distância de cerca de um metro entre elas. As três mesas estavam na reta de um aparelho de ar condicionado.
Ao longo dos dias seguintes, o cliente vindo de Wuhan e mais nove pessoas presentes nessas três mesas foram diagnosticadas com covid-19.
Os autores defenderam que a transmissão do coronavírus seja explicada não só pelas gotículas de material infeccioso (como a saliva de uma pessoa contaminada), que têm tamanho maior, correm distâncias menores e duram menos tempo no ar, mas também pelos aerossóis, partículas menores do material infeccioso que ficam suspensas no ar por mais tempo e têm alcance mais distante.
No caso do restaurante em Guangzhou, os pesquisadores dizem que não há certeza que a infecção tenha ocorrido por meio dos aerossóis, já que outros clientes e funcionários no mesmo ambiente não foram infectados. Mas eles sugerem que os aerossóis possivelmente estavam mais concentrados na área das mesas próximas, carregados por correntes do ar condicionado.
A conclusão do artigo recomenda que restaurantes aumentem a distância entre as mesas e melhorem a ventilação.
Diversos cientistas criticam que autoridades como a Organização Mundial da Saúde (OMS) estão subestimando o potencial transmissivo dos aerossóis (leia: Cientista critica visão da OMS sobre contágio pelo ar: ‘Não deixam a gente se proteger direito’). Em julho, um grupo de mais de 200 pesquisadores escreveu uma carta defendendo o reconhecimento dessa via de transmissão.
Uma das autoras da carta, Lidia Morawska, professora da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, respondeu à BBC News Brasil por e-mail não acreditar que os aparelhos de ar-condicionado sejam um problema ou risco em si, e sim a falta de ventilação —que ajuda a diluir contaminantes.
“Não ter ventilação significa a não retirada de partículas infectadas de ambientes internos. O ar pode ser condicionado— o que significa ser esfriado ou aquecido—, mas uma ventilação eficiente precisa ser garantida”, escreveu Morawaska, também consultora da OMS sobre qualidade do ar.
Falando do artigo sobre o restaurante chinês, ela mencionou também o direcionamento do ar. “As correntes de ar estavam passando pela pessoa infectada e carregaram o vírus para outras pessoas. O mesmo acontece em aviões, por exemplo, onde a corrente de ar é unidirecional, e em outras situações. A questão é a direção da corrente de ar, que pode ser induzida por diferentes fatores, como uma porta aberta.”
Cuidado com ventilação e qualidade do ar é pouco comum no Brasil, apontam entrevistados
Entretanto, ao menos no Brasil, é comum que as pessoas se preocupem simplesmente com que o ar-condicionado abaixe a temperatura, e não com as condições de ventilação ou qualidade do ar, diz Oswaldo Bueno, engenheiro e consultor da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).
Aparelhos mais simples, como do tipo minisplit, não apenas se valem da recirculação do ar ? ou seja, pegam o “mesmo” ar de um ambiente para reciclá-lo, o que é um problema se este estiver contaminado ?, como normalmente não vêm acompanhados de mecanismos de renovação mecânica do ar. No caso de aparelhos de janela, alguns modelos têm a opção da renovação, mas nem todos. Até existem opções no mercado de aparelhos para fazer isso, como insufladores (que incluem filtro e ventilação) e caixas de ventilação, mas é “raríssimo” que isso seja uma preocupação em casas ou pequenos negócios, diz Bueno. E deveria ser alvo de maior atenção mesmo antes da covid-19, pois o ar pode concentrar utros vírus, bactérias e fungos, além de gases tóxicos.
“O grande mercado brasileiro hoje é o das pequenas instalações, sejam residenciais ou comerciais. Imagina um consultório de dentista: ele vai ter uma pequena máquina funcionando. Essas máquinas representam cerca de 75% de todo e qualquer equipamento no mercado brasileiro. E todas vezes que essas máquinas são instaladas, não há preocupação com o ar externo”, explica o engenheiro, recomendando que, com a pandemia, esses aparelhos sejam usados com janelas e portas abertas, e até mesmo junto com ventiladores perto destas, ainda que isso faça os ambientes ficarem menos frios que o ideal.
Erick Campos, engenheiro mecânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), do campus de Governador Valadares, escreveu um relatório justamente sobre os impactos da pandemia nos sistemas de ar condicionado na realidade brasileira, em conjunto com o professor Bruno Augusto Guedes, também da UFJF.
Campos diz que, mesmo em cenários em que a ventilação não foi prevista, uma nova adaptação para tempos de covid-19 pode ser inviabilizada por custos, não só com a instalação mas também com o maior gasto de energia. Afinal, a renovação retira ar mais frio e insere o ar externo, geralmente mais quente, então o trabalho para refrigerar é maior. Isso significa também que em muitos casos a potência dos aparelhos pode ser insuficiente para tal adaptação, já que originalmente não foi calculada a entrada de mais ar externo.
“As informações disponíveis indicam que é arriscado usar o ar-condicionado sem esse sistema de ventilação. O risco é que os aerossóis aumentem sua concentração naquele ambiente, e uma pessoa que aspire estas partículas pode ser contaminada. A solução é contraintuitiva, como usar o ar-condicionado com janelas e portas abertas ou, se possível, buscar alternativas para o ar-condicionado por um tempo”, afirma o engenheiro da UFJF, sugerindo ventiladores e climatizadores (ou refrigeradores evaporativos), que convivem melhor com ambientes abertos.
Ele pondera, entretanto, que em casas onde vive uma família os riscos de transmissão acontecem em várias situações, e o contato continua sendo mais importante para a transmissão do coronavírus do que uma eventual transmissão por meio das correntes de ar condicionado. Por isso, em todos os casos, o uso de máscaras e o distanciamento continuam sendo fundamentais.
A importância da ventilação vale também para carros e ônibus, embora alguns veículos tenham no seu sistema de climatização a opção de renovação do ar, com troca entre o interno e externo.
Em relação aos filtros convencionais, que normalmente retêm contaminantes nos aparelhos, as evidências indicam que, para o coronavírus, eles não são tão eficazes —pois o patógeno é leve o bastante para ser aspirado pelo ar-condicionado e ao mesmo tempo pequeno para atravessar os filtros, explica Campos.
Mas Bueno lembra que os filtros são importantes também para conter partículas de outros patógenos e também da poluição, o que contribui para a proteção do sistema respiratório das pessoas —ainda mais os filtros mais eficazes, com eficácia mínima de 50% para partículas menores que 0,4 µm. Entretanto, aparelhos simples como o minisplit tampouco têm filtro, e sim uma tela de proteção que, segundo os especialistas, é insuficiente.
Adaptações em shoppings
Já sistemas maiores, como em prédios comerciais ou shoppings, costumam ter mecanismos de renovação do ar ? em que o ar “usado” é extraído do ambiente interno e canalizado para uma unidade de tratamento, geralmente no telhado, onde há mistura com ar fresco. Esses sistemas costumam permitir até mesmo a regulação da quantidade de ar fresco que será injetada no prédio. No contexto de pandemia, quanto mais, melhor —mas isso traz também mais gastos com energia. Bueno lembra que o ar externo é tão importante pois sua limpeza acontece naturalmente, com a ajuda da chuva e dos ventos.
Mesmo em locais com renovação mecânica, a abertura para o ar externo também é desejável —em uma cartilha da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) em parceria com o Hospital Sírio-Libanês, recomenda-se por exemplo que as portas dos shoppings permaneçam abertas e que exaustores em sanitários e cozinhas operem em nível máximo de vazão de ar.
“Instalações completas, funcionando de acordo com seu projeto, tendo plano de manutenção e controle, são saudáveis e vão proteger. Foi prevista a filtragem e a renovação do ar”, explica Oswaldo Bueno, apontando que sistemas de climatização em áreas públicas costumam ser submetidos a mais normas e leis, desde seu planejamento.
Segundo uma lei federal de 2018, todos os ambientes de uso público e coletivo com ar condicionado devem ter um Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC), com controle por exemplo de níveis de concentração de poluentes, um indicador sobre a qualidade do ar. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a fiscalização do plano é de responsabilidade de órgãos de vigilância locais, e não há dados nacionais sobre autuações e multas.
A perspectiva é que o país tenha mais e mais aparelhos de ar-condicionado com o passar dos anos, segundo o relatório internacional The future of cooling, da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), publicado em 2018. Em 2016, o Brasil tinha aproximadamente 27 milhões de aparelhos de ar-condicionado, incluídos aí residenciais e comerciais. A previsão é que, em 2050, o número chegue a 165 milhões de aparelhos.
Mas o país está longe da liderança mundial —apenas China, Japão e Estados Unidos concentram dois terços de todos os aparelhos do mundo.
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícias
Data: 21/09/2020
Título: “UFJF abre inscrições para Especialização em Gestão Pública em Proteção e Defesa Civil”
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) anunciou nesta segunda-feira (21) a abertura das inscrições para o curso de Especialização em Gestão Pública em Proteção e Defesa Civil, que será oferecido em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG).
De acordo com a instituição, neste primeiro edital são oferecidas 40 vagas, sendo 28 para profissionais com formação superior e 12 para militares da ativa do Corpo de Bombeiros que também tenham formação superior. O curso é semipresencial e gratuito.
No início do mês de setembro, o G1 noticiou a criação da nova especialização da UFJF. Na ocasião, no entanto, ainda não haviam sido informadas datas nem o número de vagas. No edital, publicado na semana passada, consta que as inscrições vão até 30 de novembro.
Após a realização do processo seletivo, os resultados estão previstos para serem divulgados no dia 14 de dezembro e o início das aulas está previsto para 26 de abril de 2021. O edital completo com todos os detalhes está disponível no site da UFJF.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 21/09/2020
Título: “Laboratórios da UFJF entregam 365 resultados de exames da última semana”
A UFJF publicou os dados referentes aos testes de diagnóstico de Covid-19 ( PCR- em tempo real) que foram realizados nos dois laboratórios da instituição, entre os dias 14 e 18 de setembro. Ao todo, foram 366 exames, com 365 laudos entregues e um exame de Matias Barbosa que permanece em análise.
A maioria dos exames foi feito em moradores de Juiz de Fora, que chega a um total de 285. As outras cidades com maior número de testes no período são: Além Paraíba (19), Cataguases (18) e Leopoldina (15). Até o momento, os laboratórios da UFJF já emitiram 7.578 laudos. Os dados são divulgados semanalmente.
O trabalho é uma parceria entre a UFJF e a Prefeitura de Juiz de Fora. A UFJF realiza todos os exames de Covid-19 oriundos do SUS nos 52 municípios das regionais de saúde de Juiz de Fora e Leopoldina. Ambos os laboratórios receberam o certificado de qualidade da Fundação Ezequiel Dias (Funed), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, no dia 18 de maio.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 21/09/2020
Título: “Programa da UFJF seleciona 15 empresas para consultoria”
A ideia do Programa de Aceleração de Microempreendedores (Proame) da Empresa Júnior Campe Consultoria, pertencente à Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da UFJF, é oferecer uma solução eficiente no setor em que a empresa precisa, dentro do período de 30 dias, entre 3 de novembro e 4 de dezembro. O edital para os donos de pequenos negócios interessados em participar da ação está aberto e pode ser conferido na página da UFJF, até o dia 20 de outubro.
Serão selecionadas 15 empresas, que poderão escolher a área na qual precisam de apoio: marketing, vendas, finanças ou estratégia. A iniciativa é dedicada a microempreendedores que não têm condições financeiras para arcar com um projeto de consultoria. As regras para que o interessado possa participar é que tenha um faturamento mensal de, no máximo, R$ 10 mil, ser dono de apenas uma empresa e assinar um termo de compromisso, no qual declara estar ciente sobre a forma de execução do projeto.
A execução de todas as ações seguirá, segundo a Campe, as devidas recomendações de distanciamento social, com contato feito de maneira remota. Desde o planejamento, até a assinatura dos contratos. O programa tem valor fixo de R$ 800, que pode ser negociado com a empresa júnior, para cada empreendedor, com o objetivo de suprir os custos decorrentes do projeto. O programa é visto como uma oportunidade para que empreendedores tenham acesso a soluções rápidas e eficientes dentro do cenário de crise, com supervisão dos professores do curso.
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Veículo: Estado de Minas
Editoria: Cultura
Data: 21/09/2020
Título: “Vida e carreira de Ney Matogrosso são retratadas em documentário”
JANELAS ABERTAS
SELEÇÃO NAS ARTES
O prêmio Janelas Abertas, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), busca contribuir para minimizar o impacto negativo do isolamento na vida dos artistas. O projeto propõe a seleção e premiação de 150 propostas em diferentes formatos digitais, visual e audiovisual. Podem ser inscritos conteúdos relacionados a música, artes cênicas, artes visuais, cinema, patrimônio cultural e memória, literatura, educação e projetos experimentais. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até 30 de setembro pelo site do Museu de Arte Murilo Mendes (www.museudeartemurilomendes.com.br).
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