Voltado para todos os interessados em comunicar a ciência de forma mais abrangente e eficaz, o Fala Ciência chega à sua oitava edição nesta quinta-feira, 27, e é transmitido inteiramente on-line. O curso de comunicação pública da ciência e tecnologia recebe uma série de convidados para discutir experiências na área de divulgação científica e estratégias voltadas para aumentar a visibilidade da ciência produzida no país.
O evento é organizado pela Rede Mineira de Comunicação Científica (RMCC), criada em 2014 para promover a união e o fortalecimento dos profissionais divulgadores de ciência, tecnologia e inovação em Minas Gerais. Os interessados em obter a certificação de 8 horas de participação devem inscrever-se pelo Sympla – caso contrário, não é necessário realizar a inscrição para acompanhar o evento, que é transmitido publicamente pelo canal oficial da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) no Youtube.
A abertura é apresentada pelo presidente interino da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Paulo Sérgio Beirão, e pela jornalista Bárbara Duque, jornalista da UFJF e coordenadora da instituição organizadora do evento, a Rede Mineira de Comunicação Científica (RMMC). Ao todo, o curso é composto por três mesas-redondas e três sessões, estas últimas acontecendo simultaneamente na parte da tarde. Confira a seguir quais são os detalhes e os convidados da programação, bem como os links para cada transmissão.
Divulgação científica e Covid-19: ação e pesquisa
A primeira mesa-redonda acontece às 9h30, logo após a abertura oficial do evento. O tema da conversa é a cobertura jornalística da Covid-19, e ela será protagonizada pelos jornalistas Luisa Massarani, coordenadora do Instituto Nacional de Comunicação Pública em Ciência e Tecnologia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e Luis Felipe Fernandes Neves, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ensino em Biociências e Saúde da Fiocruz.
“Nesse contexto de pandemia, reforça-se o papel da mídia na comunicação e na divulgação científica, no sentido de prover informações e evitar a disseminação de fake news. Com o noticiário tomado por gráficos, números, termos e conceitos científicos, também é um momento oportuno para se estudar a comunicação da saúde e da ciência”, pondera Neves. A apresentação será mediada pela jornalista Fernanda Fabrino, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Clique aqui para acessar o link para a transmissão.
Políticas institucionais de divulgação científica
A segunda mesa-redonda começa às 11h e aborda como a divulgação científica é trabalhada em diferentes instituições públicas de pesquisa. “É ciência feita com recurso público, portanto, a sociedade deve acompanhar o desenvolvimento dessas pesquisas e entender o impacto social delas”, avalia a jornalista Diélen Borges, representante da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Junto a Borges, a mesa-redonda recebe as jornalistas Édina Ferreira (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Sônia de Oliveira (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais), Nayane Breder e Priscilla Fujiwara (ambas vinculadas à Fundação Ezequiel Dias). A Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais também se faz presente por meio da mediação de Marisa Cardoso. Clique aqui para acessar o link para a transmissão.
Por que os cientistas (mais do que nunca) precisam falar com os jornalistas
A última mesa redonda do 8º Fala Ciência tem como convidadas as jornalistas Amanda Milléo, da Gazeta do Povo, e Sabine Righetti, da Agência Bori. “Esse é um momento em que o leitor se esquece de que na ciência não há muitas certezas, mas sempre mais dúvidas, e a fonte se esquece que o tempo da ciência é, em geral, muito mais lento do que a vida normal exige”, adianta Milléo, referindo-se à atual pandemia do coronavírus e a urgência de fontes científicas para informar o público sobre o tema.
Serão debatidos assuntos como a importância da disponibilidade dos pesquisadores para entrevistas, bem como os meios para consolidar uma relação de confiança entre pesquisadores e comunicadores. A jornalista Diélen Borges atua como mediadora. Clique aqui para acessar o link para a transmissão.
Escola Básica: lugar de divulgação científica
Nesta sessão, as escolas de ensino básico são abordadas como terrenos férteis para desmitificar a ciência, não somente junto aos alunos, como também aos professores. “Minha participação será fundamentada na experiência com ‘A ciência que fazemos’, um projeto da UFJF baseado em trabalhar a divulgação científica a partir da formação de divulgadores da ciência. Nosso objetivo principal é fazer com que os estudantes das escolas, por meio de conversas com pesquisadores e alunos já familiarizados com projetos de pesquisa, entendam como é o processo científico e, ainda, que ele é produzido por pessoas como eles”, apresenta o professor José Guilherme Lopes, um dos convidados da sessão.
Lopes estará acompanhado do pesquisador Luciano Mendes, secretário regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Minas. “Pretendo discutir a escola como clássico espaço/tempo de divulgação científica nas sociedades modernas, mas também como espaço de destruição de outras epistemologias”, antecipa Mendes. A mediação será feita pela jornalista Ana Eliza Ferreira. Clique aqui para acessar o link para a transmissão.
Divulgação científica ao pé do ouvido: surfando na onda do podcast
A sessão sobre a divulgação científica em podcasts, por sua vez, apresenta formas de construir e preparar programas que caiam no gosto tanto de pesquisadores quanto de ouvintes. “A maior vantagem do podcast é o potencial que o formato tem de atingir um grande número de ouvintes e conseguir, com isso, ir além da bolha de leitores que costumamos alcançar com nossos textos”, adianta o jornalista Bernardo Esteves, participante da sessão.
Ao lado dele, estará a também jornalista Bia Guimarães. “Sempre gostei de jornalismo literário, e é isso que faço hoje, só que em áudio e com foco em ciência”, resume. Ambos os convidados apresentam e roteirizam seus respectivos podcasts: Esteves representa o programa A Terra é redonda, vinculado à revista Piauí; já Guimarães, o podcast 37 graus, cuja série mais recente foi realizada em parceria com a Folha de São Paulo. A mediação da sessão fica por conta da jornalista Laís Cerqueira. Clique aqui para acessar o link para a transmissão.
Assessoria de imprensa: agite antes de usar
Já a sessão sobre como estreitar a relação entre pesquisadores e assessorias de imprensa recebe os os jornalistas Carlos Orsi e Bruno Lara, editor-chefe da Revista Questão de Ciência e pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade de Brasília (UnB), respectivamente.
“É importante, ao sair do problema inicial das assessorias, de levar o pesquisador a falar numa linguagem mais próxima à do público e se colocar à disposição da imprensa, estar atento para o problema que surge a seguir, e que é especialmente grave no mundo das novas mídias – o da distorção do conteúdo”, sintetiza Orsi. Bruno Lara complementa: “O principal objetivo desta mesa é sacudir as assessorias de imprensa para o que precisa ser feito para melhorar a relação com pesquisadores e enfrentar o desafio de lidar com as novas e antigas mídias.” A sessão será mediada pela jornalista Lea Medeiros. Clique aqui para acessar o link para a transmissão.
Outras informações:
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