Qualquer idoso acima de 60 anos pode contribuir com a pesquisa, basta preencher o questionário disponível on-line clique aqui para acessar
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a rápida difusão de informações sobre a Covid-19 assemelha-se a uma curva epidêmica: “A abundância de informações dificulta a localização de fontes, notícias e orientações confiáveis.” Segundo pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em parceria com outros centros de pesquisa do Brasil e do exterior, tais excessos podem causar agravos na saúde mental dos idosos – como estresse, ansiedade, medo e depressão.
O projeto intitulado “Infodemia de Covid-19 e suas repercussões sobre a saúde mental de idosos: estudo multicêntrico Brasil/Portugal/Espanha/Itália/Chile/México”, coordenado pela Faculdade de Enfermagem da UFJF, conta com a participação de nove centros de pesquisa brasileiros e oito internacionais.
Participação de idosos é indispensável para o estudo
São três fases de pesquisa. A primeira, que já iniciou, é de coleta de dados por meios digitais e entrevistas por telefone com idosos de todo o Brasil e de outros países. De acordo com Ricardo Cavalcante, coordenador da pesquisa, qualquer idoso acima de 60 anos pode contribuir com a pesquisa, basta preencher o questionário disponível online. “As perguntas foram elaboradas com o intuito de captar os sentimentos, pensamentos e ações realizadas diante do excesso de informações e notícias divulgadas neste período”, reforça. Os pesquisadores realçam que a participação de voluntários é indispensável para o andamento da pesquisa. Os questionários podem ser respondidos também por e-mail e por telefone. “Parte de nossa equipe está telefonando pra algumas casas de repouso, no sentido de entrevistar idosos que não têm acesso às mídias digitais. Assim, obtemos uma amostra mais diversa”, afirma. Aplicativos de mensagem como o WhatsApp também serão utilizados na pesquisa, objetivando atingir o maior número de pessoas possível.
Na segunda fase os pesquisadores vão mapear os idosos que apresentam sinais de depressão, ansiedade e estresse. Além disso, também vão agendar com esses idosos entrevistas e intervenções terapêuticas para atenuar os efeitos da infodemia sobre a saúde mental. Já na terceira fase, o pesquisador afirma que “o objetivo é elaborar e validar um consenso por pesquisadores dos seis países envolvidos, de quais são as melhores estratégias para atenuar a ansiedade, depressão e estresse advindos da epidemia de informações sobre Covid-19, para a população idosa.”
A saúde mental dos idosos durante a pandemia
Dentre os grupos etários, a infodemia é mais preocupante para a população idosa, considerada o principal grupo de risco diante do elevado grau de vulnerabilidade e suscetibilidade para complicações e necessidade de internação. De acordo com Cavalcante, o grupo de pesquisadores parte da hipótese de que existe associação entre variáveis relacionadas a infodemia sobre Covid-19 nas redes sociais/rádio/TV e níveis de estresse, ansiedade e depressão em pessoas idosas (60 anos ou mais). “Sabemos que as pandemias são geradoras de medo e de ansiedade. No caso da Covid-19, o volume de informações disseminadas pode também estar desencadeando processos de adoecimento mental, sobretudo na população idosa, que está em isolamento e é um grupo com as maiores taxas de letalidade relacionadas à doença”, revela.
O principal foco do grupo é entender a relação entre transtornos mentais e a epidemia de informações. “Se verificarmos que essa relação existe, prejudicando a saúde mental de idosos, precisamos intervir”, conclui.
O projeto já foi aprovado pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). “Isso nos dá condição de desenvolver o estudo sendo resguardados todos princípios e preceitos éticos, que são regulamentados pelo Conep”, esclarece Cavalcante.
Mais informações
Se tem mais de 60 anos, participe desta pesquisa respondendo o questionário
Contato por telefone e e-mail: (32) 2102-3821 – ramal 2 / ricardocavalcante.ufjf@gmail.com