Foi publicada a oitava nota técnica produzida pelo grupo de modelagem epidemiológica da Covid-19, composto por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). No documento, os autores analisam dados de casos confirmados, internações e óbitos causados pela doença em Juiz de Fora e região. O objetivo é oferecer suporte aos planos de contingenciamento de leitos, profissionais e equipamentos de saúde no decorrer da pandemia. Nessa edição, a nota reúne informações coletadas até o encerramento da 30ª semana epidemiológica, concluída no dia 25 de julho.
Em relação à semana anterior (12 a 18 de julho), Juiz de Fora teve uma redução de 45,1% e 26,7% nos casos confirmados e vidas perdidas, respectivamente. “Mesmo com essas reduções, a 30ª semana epidemiológica é colocada como a 6ª com o maior número de casos e a 3ª com o maior número de vidas perdidas para a Covid-19 desde o início da pandemia. Então, essa redução deve ser vista criticamente”, reforça Isabel Leite, uma das autoras do documento. Dentro da mesma semana, em 25 de julho, o grupo registrou um aumento de 8% e 11,8% nos mesmos parâmetros, no município, em relação ao registrado no dia 18.
Segundo critérios da OMS, pandemia não está controlada em Juiz de Fora
De acordo com a nota, Juiz de Fora e a macrorregião Sudeste ainda não atendem a três importantes critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS) para que se possa considerar a pandemia sob controle no município. Para isso, seria necessária uma redução de pelo menos 50%, de forma contínua, do número semanal de novos casos por um período de três semanas desde o último pico; a redução, por pelo menos três semanas sucessivas, do número de vidas perdidas no município e valores do Número de Reprodução Efetivo (Rt) – número, em média, de casos secundários contaminados por um indivíduo com Covid-19 – menores que um persistentemente por pelo menos duas semanas.
“Além disso, quando analisamos as internações, outro critério internacionalmente adotado para controle de pandemia, isso também está fora dos critérios estabelecidos que seria a redução no número de hospitalizações, seja em enfermaria ou UTI, por Covid-19 ou suspeita da doença, por pelo menos duas semanas”, observa Isabel. Além destes critérios, a OMS também destaca que para que a pandemia esteja controlada em determinada região, o número de testes positivos para Covid-19 precisa estar abaixo de 5% por 2 semanas; a proporção de testes positivos para quadros gripais devem estar abaixo de 5% por 2 semanas; deve-se ter conhecimento da cadeia de transmissão de pelo menos 80% dos novos casos; número de mortes por pneumonia, em faixas etárias nas quais estava alto, precisa estar em queda.
O pesquisadores também perceberam um crescimento da taxa de letalidade ao longo das 28ª, 29ª e 30ª semanas epidemiológicas em Juiz de Fora. No dia 25 de julho, a taxa de letalidade da Covid-19 era de 3,15% em Juiz de Fora e 2,92% na Macro Sudeste. Além disso, observaram um aumento da frequência de internações no setor público até a semana 29 e uma pequena redução na semana 30. A maior parte dos municípios da macrorregião Sudeste tiveram internação por Covid-19 no setor público no período, com predomínio dos municípios mais populosos, como Juiz de Fora (507), Muriaé (161), Leopoldina (134) e Além Paraíba (55). O grupo prevê pouco mais de 5 mil casos para o dia 11 de agosto.
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