Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cultura

Data: 19/07/2020

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/19-07-2020/eu-nao-existo-sem-voce-a-responsabilidade-dos-palcos-com-a-classe-artistica.html

Título: “Como os palcos e os artistas podem se ajudar na retomada”

Qual é a responsabilidade dos palcos com a classe e como eles podem auxiliar os artistas a enfrentarem a pandemia e se reerguerem na retomada

Num mundo onde não existissem artistas, não haveria palcos. Ainda que regras de mercado favoreçam uma relação, por vezes, desequilibrada, é certo que há uma consonância entre quem faz um espetáculo e o lugar que ocupa. No presente, enquanto sofre a classe artística, o que fazem as casas de shows fechadas há mais de quatro meses após o decreto municipal de 17 de março, que estabeleceu as primeiras diretrizes para o enfrentamento à pandemia do coronavírus em Juiz de Fora? Após o longo silêncio e a inação da maioria dos espaços locais, a cidade assiste iniciativas – ou projetos de iniciativas – para a sobrevivência de uma fragilizada categoria e em prol de um incerto futuro da cena.

No último domingo (12), o Teatro Paschoal Carlos Magno abriu as portas pela primeira vez para sediar uma live solidária produzida pelo Coletivo Salto com artistas locais. No dia anterior, no sábado (11), o Cultural Bar também se abriu para a exibição de quase sete horas da live do JF Rock City, com as bandas Obey!, Acoustic N’Roll e Martiataka. “Tínhamos uma expectativa em caráter de teste. Como não havíamos feito esse experimento de transmissão e nem o coletivo tinha essa experiência, foi novidade para todo mundo. Nesse sentido, foi superválido”, comemora Luiz Fernando Priamo, diretor do departamento de espaços culturais da Funalfa, responsável pela gestão não só do novo teatro, como de outros centros culturais do município, como o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas e o Museu Ferroviário.

De acordo com Priamo, a Funalfa estuda disponibilizar seus palcos para lives por meio de editais ou outros instrumentos pelos quais os artistas possam submeter projetos e serem contratados. “Também estudamos outras possibilidades. Temos visto teatros no Rio de Janeiro, onde a coisa já está aberta há algum tempo, funcionando com transmissão de peças. Temos avaliado, por enquanto, maneiras de utilizar o espaço. Não temos um protocolo fechado em relação a isso e não atingimos a onda roxa do Minas Consciente. Tudo está na previsão”, diz, referindo-se à etapa prevista para depois da pandemia.

UFJF prepara edital para a classe

Quando o diretor do Museu de Arte Murilo Mendes, Ricardo Cristofaro, e a produtora do espaço, Carmem Altomar, apresentaram uma proposta de ocupação para a Pró-Reitoria de Cultura, alguns dos demais centros culturais administrados pela UFJF mostraram-se consonantes com a ideia de, mesmo fechados para o público, abrirem-se para os artistas. Surgiu, então, um grande edital que contempla diferentes endereços e variadas linguagens (teatro, dança, música, artes visuais, literatura, audiovisual, dentre outros) e que deverá atender 150 artistas ou grupos.

Em tramitação, a proposta coloca à disposição os equipamentos, seus técnicos e ainda prevê o pagamento de um pequeno prêmio para os selecionados. “A live, em geral, tem um empecilho em nossos equipamentos por uma questão técnica de não termos a internet ideal, mas propomos gravar e disponibilizar os espetáculos nas plataformas on-line”, indica Luiz Cláudio Ribeiro, o Cacáudio, diretor do Cine-Theatro Central. Maior palco da cidade, o Central já vinha praticando desde 2018 um projeto capaz de valorizar e divulgar a cena local. Fazendo do palco também espaço para a plateia, o Palco Central parecia já prever o tempo das lives com seu formato intimista. Por que não agora, então?

Segundo Cacáudio, o edital, bem mais abrangente, permitirá eventos semelhantes. “A gente reconhece a importância dos espaços culturais, dos palcos que temos na cidade, em especial os que são administrados pelo Poder Público, e sabemos que temos um compromisso e uma responsabilidade com a classe artística. E estou pensando não só nos artistas que a gente vê nos palcos, mas nos que estão por trás, também”, diz, referindo-se a um conjunto composto por técnicos de luz e som, figurinistas, cenografistas, roadies, camareiras, dentre outros ainda mais invisibilizados neste momento.

“Há uma grande responsabilidade dos palcos privados e públicos, não só os municipais, mas os estaduais e federais também. Temos que entender isso de forma bastante ampla, porque esses palcos não atendem só as demandas artísticas, mas a sociedade como um todo”, pontua Luiz Fernando Priamo. “Enquanto promotores de cultura, temos uma grande responsabilidade em tornar possível o consumo de cultura, mas antes disso precisamos ter a preocupação do cuidado com o próximo. Antes de realizar essas ocupações, precisamos ter protocolos bem estabelecidos. Por enquanto, o que temos visto é a questão das equipes bem pequenas, como foi domingo, com apenas cinco pessoas trabalhando na técnica, mais três artistas no palco e um apresentador. Tudo com portas abertas e todos com máscaras o tempo todo e usando álcool em gel”, alerta o diretor do departamento de espaços culturais da Funalfa.

‘A gente não quer só comida’

Em um dos debates com a classe artística promovidos pela Funalfa, no projeto Cultura Conecta, a bailarina e pesquisadora Letícia Nabuco, gestora do Espaço Diversão & Arte, na Rua Halfeld, afirmou reconhecer a incapacidade da gestão municipal de apoiar financeiramente toda a categoria, mas destacou a potência que existe na simples divulgação da cena local neste momento de virtualidades. Estendendo a proposta às casas de shows, é evidente que espaços que recebem públicos distintos possuem mais visibilidade e alcance do que muitos artistas. Promover, portanto, seria uma relevante moeda.

Guilherme Imbroisi, produtor do Uthopia, concorda. E age nesse sentido, no único gesto que lhe é possível no momento. Antes mesmo da pandemia, uma construtora comprou o terreno onde fica a casa do Uthopia e avisou dos planos de demolição para 2021. Quando os espaços culturais fecharam as portas na cidade, a ideia de encerrar as atividades presenciais foi adiantada. Mas os sócios seguem pesquisando um novo pouso, já com diretrizes provocadas pelas demandas que o futuro exige, como a prevalência de áreas abertas.

“Mais do que arranjar uma live para que os músicos se mantenham vivos e na ativa, essa é uma necessidade que também temos, de nos mantermos fortes no cenário para que quando isso tudo passar ainda estejamos prontos para lutar e para que as pessoas, durante esse tempo, não abandonem nosso conteúdo”, conta Imbroisi, que acaba de encerrar a primeira temporada do programa “Cultura de Roda”, com debates sobre os impasses culturais do momento e previsões para os dias que chegam. “Estamos terminando um manifesto que vamos liberar sobre o que foi absorvido de toda a conversa e quais apontamentos a classe artística pode seguir”, pontua o produtor, preparando, ainda, um especial com artistas visuais e amantes do vinil.

“A ideia é acessar o âmago dos artistas, o que ele faz, como cria, com detalhes do processo. Isso não era tão falado, mas, durante a pandemia, abordar isso tem criado interesse, porque ajuda a quebrar a ilusão da quarta parede, de que o palco está distante, de que o artista está num totem intocado. O artista também está se reinventando neste momento”, defende Imbroisi. “Cultura é uma ferramenta de vida, de difusão de informação, que traz à tona assuntos difíceis de abordar. Ajudar a cultura não é ação de caridade, mas fortalecimento de uma espécie.”

Funalfa estuda plataforma

Em direção semelhante, a Funalfa estuda a criação de plataformas para divulgar os artistas locais. Tanto o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas quanto o Museu Ferroviário avaliam aderir ao Projeto Tainacan, do Instituto Brasileiro de Museus, que possibilita a gestão e a divulgação de coleções digitais, compreendendo, assim, a produção local como uma possível coleção. “O que podemos fazer, com as ferramentas que temos, nós temos feito”, assegura Luiz Fernando Priamo, indicando as redes sociais da fundação com suas propostas de reverberação da cena juiz-forana.

‘Vai existir um buraco na história cultural’

Ainda na fase branca do plano estadual Minas Consciente, que prevê quatro etapas específicas, reavaliadas a cada 20 dias, e que inclui a reabertura dos espaços culturais somente após vencidas todas as fases, Juiz de Fora não dispõe de datas, nem mesmo previsão, para que as plateias voltem a receber espectadores. O que não impede as casas de shows de projetarem um futuro bastante diferente do passado. “A arte será muito afetada, como já está sendo e como continuará sendo. Dadas as condições que temos hoje, como reabrimos os teatros? O Central recebe os grandes espetáculos nacionais, regionais e locais, com 1.800 pessoas lá dentro. Se reduzirmos a um quarto da capacidade, como pagamos um espetáculo? Fica impossível”, defende Cacáudio, que, além de diretor do Central, é professor do curso de estatística da UFJF e músico com frequentes lives em suas redes sociais.

Conforme aponta o gestor, produções com plateias menores conseguirão ocupar o Central com 300 ou 400 espectadores. A cidade, porém, pode não mais comportar produções agigantadas. “A questão, então, é pensar a responsabilidade do Poder Público com a cultura, que tem muita gente envolvida e que vai perder espaço. É preciso pensar a cultura de maneira ampla e como uma questão econômica”, sugere Cacáudio, representante da UFJF no Conselho Municipal de Cultura, o Concult.

Redução de 20% a 30%

Segundo Luiz Fernando Priamo, os estudos atuais indicam redução de plateias entre 20% e 30% da capacidade, o que resultaria em, no máximo, 40 lugares no teatro do Centro Cultural Bernardo Mascarenhas e 80 espectadores no Teatro Paschoal Carlos Magno. “É uma previsão que fazemos e entristece”, comenta, afirmando respeitar o resultado do edital de ocupação do Paschoal, divulgado dois dias antes do decreto que fechou os espaços de cultura da cidade. “É muito angustiante, porque não cabe só à gestão pública. Diante do cenário que vemos, sem uma coordenação federal com consciência suficiente para fazer a coisa corretamente, não tende a ter uma melhoria tão rápido”, lamenta.

“Resolver a questão da lotação agora é precoce”, pontua Cacáudio, indicando muitos outros dilemas por trás do assunto. “É possível adaptar o Central, mas quem vamos atender? Que tipo de produção vai se satisfazer com um espaço desses?”, indaga, resgatando o primeiro show a ser cancelado pela pandemia, de Milton Nascimento. “Como realizamos show dele no Central com apenas 400 lugares? Qual o custo de um ingresso para isso?”, questiona. “Quando tudo começou, havia o medo de que as lives fossem um atrativo maçante e de que perdêssemos o envolvimento das pessoas, mas chegamos à conclusão de que não tem jeito”, reflete Guilherme Imbroisi, do Uthopia. “Vai existir um grande buraco na história cultural causado por essa quarentena”, vaticina, certo de que mesmo as piores previsões não desoneram a luta por um porvir melhor.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 19/07/2020

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/19-07-2020/juiz-de-fora-busca-alinhamento-a-agenda-de-desenvolvimento-sustentavel-da-onu.html

Título: “JF busca alinhamento à agenda de desenvolvimento sustentável da ONU”

Neste segundo semestre, Executivo deve oficializar uma parceria com o Reino Unido para a conversão de resíduos urbanos em biocombustível

O Município de Juiz de Fora instituiu, na última terça-feira (14), em busca de alinhamento à agenda de 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), o programa “Juiz de Fora 2030” para a qualificação de políticas públicas municipais. O objetivo do programa é integrar, coordenar e mensurar a efetividade de ações socioeconômicas, culturais e ambientais, por meio de uma plataforma de governança, desenvolvidas na cidade. O “Juiz de Fora 2030” foi alçado a política de Estado por meio da Resolução 158/2020. A normativa dá competência para a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) cobrar às demais unidades gestoras da Administração direta e indireta a execução de ações orçamentárias sustentáveis. Dentre os 17 objetivos delineados pelas Nações Unidas para orientar políticas públicas e atividades de cooperação internacional até 2030, estão, por exemplo, a erradicação da pobreza, a melhoria de saúde e bem-estar, a expansão de saneamento básico e a produção de energia acessível e limpa.

No entanto, a Resolução 158/2020 não estabelece políticas a serem implementadas pelo Município para a melhoria dos indicadores socioeconômicos locais. Em entrevista à Tribuna, o secretário de Planejamento e Gestão, Rômulo Veiga, explica que o dispositivo é um norteador para a Administração pública desenvolver ações alinhadas aos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. “A resolução é apenas uma diretriz conceitual. A primeira ação efetiva será montar um painel informatizado analítico e gerencial, ou seja, dentre estes indicadores da ONU, (mostrar) como a Prefeitura de Juiz de Fora está e quais foram os resultados dos últimos cinco anos para indicar a tendência da Administração pública. Podemos estar com indicadores ruins, mas com uma tendência de melhora, ou, então, com indicadores bons, mas com tendência de piora. Temos que analisar o retrato e a tendência. A Prefeitura já está conversando com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) para iniciar a ação neste ano e construir o painel.” De acordo com Rômulo, a intenção é que o “Juiz de Fora 2030” seja um programa de Estado, isto é, supere o mandato do prefeito Antônio Almas (PSDB). A Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2021 – Projeto de Lei 4.409/2020 -, inclusive, prevê a observância dos objetivos de desenvolvimento sustentável.

Apesar da fase incipiente de operacionalização do programa, o secretário revela uma cooperação internacional, já há algum tempo em negociação, em vias de ser pactuada com o Reino Unido para a transformação de resíduos urbanos em biocombustível. “Na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária, por exemplo, temos uma cooperação internacional com o Governo Britânico para transformar resíduos urbanos, como lodo de tratamento de água, lixo e óleo usado de cozinha, em combustível 100% verde para a redução da pegada de carbono dos veículos da Prefeitura. Hoje, há um consumo de diesel representativo no Município, independentemente do veículo. Uma fração deste diesel, em vez de ser consumido pela compra de combustível fóssil, vai ser resíduo urbano reutilizado. (…) O recurso vem, inclusive, de um fundo de mitigação da pegada de carbono da Inglaterra, que chama Prosperity Fund.” Entretanto, como pondera Rômulo, a cooperação internacional não envolve o repasse direto de recursos para o Município. “O que o Governo Britânico faz é repassar serviços custeados por ele. Então, uma máquina, chamada Biorrefinaria Microestruturada GSX, de propriedade do Governo Britânico, será cedida ao Município por cinco anos. Salvo engano, a cessão é avaliada em 1 milhão de libras (R$ 6,73 milhões). No nosso plano de trabalho, o equipamento está previsto para chegar entre o fim de setembro e o início de outubro.” Conforme Rômulo, o preço estimado de cessão considera, além do valor da própria máquina, a operação inicial e a instalação.

Questionado se há outras negociações para cooperação em andamento, o secretário admite, mas argumenta que não pode citá-las até que sejam anunciadas por ambas as partes. “Temos parcerias para reflorestamento, para a melhoria da qualidade da atividade primária do agronegócio em Juiz de Fora, para eficiência energética – no caso, mudar o sistema de iluminação para equipamentos de LED e painel solar -, e outras iniciativas mapeadas. Temos também uma possibilidade de parceria, com um órgão alemão, cujo nome não posso revelar, para, em vez de aterrar o lixo, convertê-lo em insumo – esta é mais a longo prazo, não seria para este ano, porque o investimento é grande, então precisaríamos mudar toda a lógica de serviço. Porém, é uma parceria com o mesmo escopo desta com o Governo Britânico, onde temos investimento subsidiado de órgãos internacionais públicos.”

Transparência

Embora a Resolução 158/2020 disponha a possibilidade de captação de recursos junto a instituições governamentais, organismos multilaterais, agências governamentais internacionais e entidades privadas, o dispositivo não prevê a regulamentação destas parcerias por meio de instrumentos normativos. Entretanto, o secretário de Planejamento e Gestão garante que o expediente da Administração pública não será mudado. “Em relação a esta (cooperação internacional) com o Reino Unido, por exemplo, estamos esperando passar a pandemia para entender como é a situação de trabalho, mas ela terá uma portaria própria. Assinaremos termos de cooperação tanto com a UFJF quanto com o Governo Britânico. Na verdade, (o termo de compromisso) já está em fase de aprovação interna. (…) Se forem ações de cooperação em que o Município não entra com recursos, trata-se de uma cooperação internacional, regida por algum órgão público. Se forem ações de investimento do Município, vai haver dotações no Plano Plurianual (PPA), na Lei Orçamentária Anual (LOA) e processo de licitação, se for o caso.”

Ações isoladas

Questionado pela Tribuna se o Município já desenvolve ações alinhadas aos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, o secretário de Planejamento e Gestão, Rômulo Veiga, aponta que a agenda de desenvolvimento sustentável global tem indicadores para os quais Juiz de Fora não tem políticas, como a redução da emissão de carbono. “Não há nenhuma ação desenhada para a melhoria no que diz respeito à redução de carbono, por exemplo. Sabemos que o aquecimento global é um problema. Há tratados internacionais sobre, e há, agora, uma pressão legítima e necessária em cima do Governo federal por não estar pactuando ações. Muito pelo contrário, há retrocessos neste campo. E tratamos deste assunto em Juiz de Fora muito subjetivamente. Os ônibus de Juiz de Fora, por exemplo, são de matriz fóssil. Eles não têm metas de consumo de biocombustível”, destaca.

Rômulo acrescenta que as ações atualmente desenvolvidas pela Administração são isoladas. “A nossa ideia foi legitimar (o programa “Juiz de Fora 2030″) porque existem inúmeras oportunidades de parcerias internacionais ou de recursos subsidiados por entes públicos perdidas anualmente, porque o requisito é um plano claro dentro das prefeituras em alinhamento às metas estipuladas pela ONU. (…) Os equipamentos de iluminação de todo o prédio da sede da Prefeitura, na Avenida Brasil, foram trocados para os de LED para a redução do gasto elétrico. Porém, foi uma ação feita muito mais pelo retorno financeiro do que por uma lógica de expansão (de desenvolvimento sustentável) para todos os equipamentos públicos visando a metas maiores, como a não participação em matrizes sujas de energia.”

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 19/07/2020

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/19-07-2020/estudante-da-ufjf-lanca-projeto-de-conscientizacao-sobre-doenca-celiaca.html

Título: “Estudante da UFJF lança projeto de conscientização sobre doença celíaca”

Inspirada em experiência pessoal, Kethleen Formigon produz conteúdos e os divulga em diversas plataformas

Com apenas seis meses de idade, a rotina de Kethleen Formigon, portadora de doença celíaca, consistia em idas constantes a hospitais e pouco conhecimento sobre seu real estado de saúde. A falta de informação sobre a enfermidade causou atraso na descoberta da sua aversão ao glúten e agravamento do quadro clínico. A experiência pessoal da estudante do Curso Rádio, TV e Internet da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no entanto, gerou inspiração para a criação do projeto “Não Contém Glúten”, rede de conscientização e informação sobre a doença que acomete a cerca de dois milhões de brasileiros.

O projeto é trabalhado de maneira multiplataforma, com a produção e divulgação de conteúdos através de vídeos, podcast e textos. Pelas mais diversas telas, os portadores de doença celíaca podem encontrar materiais no Youtube, Spotify e no Instagram, além de site próprio naocontemglutendoc.com criado pela estudante e idealizadora do projeto.

Em tempos de desinformação flutuando descontroladamente pelas redes, o “Não Contém Glúten” se utiliza das mesmas ferramentas para divulgar conteúdo confiável feito pela e para a comunidade celíaca, além de desmistificar fatos relacionados à doença. Nas variadas plataformas, há relatos pessoais, informações sobre aliados na convivência com a doença e indicação de alimentos livres de glúten, entre outros materiais. As plataformas são abertas para participação do público, que podem entrar em contato com Kethleen pelo e-mail: naocontemglutendoc@gmail.com.

“Eu não tive orientação médica correta, como vários celíacos, e não achava as informações quando procurava. Assim, o ‘Não Contém Glúten’ se tornou um projeto multiplataforma. A iniciativa foi pensada para informar e dar espaço para a comunidade celíaca”, explica a autora, que contou a sua história em reportagem da Tribuna sobre o documentário também nomeado “Não Contém Glúten”, que ganhou reconhecimento com exibições em Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Campinas (SC), entre 2019 e o início de 2020.

‘Espero que mude a vida das pessoas’

A doença celíaca afeta cerca de dois milhões de brasileiros, segundo estimativa da Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra). A maior parte dessas pessoas, no entanto, não teve o diagnóstico. O desconhecimento sobre a enfermidade e a consequente manutenção da ingestão de alimentos com glúten, segundo estudos, causa um processo inflamatório grave no intestino delgado impedindo a absorção de vitaminas e nutrientes.

A idealizadora do “Não Contém Glúten” Kethleen Formigon sentiu na pele a força da informação. Com diagnóstico e orientações corretas, os celíacos ganham qualidade de vida, afinal, a doença não afeta apenas a alimentação. “(A doença) mexe no social, no psicológico e nas relações das pessoas. Se eu tivesse acesso a um canal de informação como este quando era mais jovem, teria ajudado muito. Espero que o projeto mude a vida das pessoas dessa forma, que ajude a não passar por esses problemas e a descobrir mais rapidamente pelo que elas estão passando”, reflete a autora.

Rede de informação, rede de contribuição

Estudante com formação em curso na Faculdade de Comunicação da UFJF, Kethleen contou com o apoio de amigos e colegas de curso na produção dos diversos conteúdos publicados até aqui, desde o documentário. Para expandir o projeto, que é divulgado gratuitamente em todas as plataformas, ela mantém área específica no site para apoiadores, com o intuito de conseguir financiar os custos operacionais. “Somos estudantes, alguns já formados, que me ajudaram e, agora, precisamos manter (a produção de conteúdo). Essa contribuição vai colaborar para que a gente produza mais material e publique mais vezes”, projeta Kethleen.

Pessoas interessadas em participar da rede de contribuição, com doações ou patrocínio, podem entrar em contato pelo e-mail ou pelos canais de comunicação do “Não Contém Glúten”.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Social

Data: 19/07/2020

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/19-07-2020/alunos-enviam-cartas-motivacionais-para-profissionais-do-hu.html

Título: “Alunos enviam cartas motivacionais para profissionais da HU”

Estudantes surpreenderam e emocionaram a equipe que lida direto com os pacientes acometidos pelo coronavírus

Uma iniciativa singela emocionou os profissionais do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF) que atuam na linha de frente no atendimento a pacientes Covid-19. No início desta semana, eles receberam cartinhas feitas pelos alunos do 3º ano do ensino fundamental do Centro Educacional Aguiar Celeghini (Ceac). Por meio das cartas nominais, com desenhos e mensagens de apoio, em tempos em que os abraços representam um risco, os estudantes conseguiram levar à equipe amor, coragem e resiliência para seguirem em sua missão.

A ideia foi da professora Mariana Savino, que leciona aulas de português e história. Mariana ia começar a trabalhar com os alunos o gênero textual cartas, dentro da disciplina de português. Com o início da pandemia e a necessidade de que as aulas fossem on-line, ela conta que manter as turmas motivadas é um desafio diário. Outra questão é a imposição do distanciamento social, que levou a professora a pensar em como ficar mais perto das crianças de uma forma não muito comum para a geração delas.

“Nessa era digital, é muito difícil ainda recebermos cartas, tudo é feito on-line. Então pensei que seria uma experiência diferente para eles. Pedi aos pais os endereços, escrevi uma carta para cada um e enviei pelo correio. Quando eles receberam, alguns ficaram muito emocionados, e eu também com este retorno. Foi aí que pensei que eles podiam agora enviar cartas e ter a experiência que eu tive ao saber do retorno positivo”, contou.

A professora, então, explicou a eles a importância do trabalho de toda a equipe do HU, não somente a de saúde, para o atendimento e funcionamento do hospital. Ela pegou os nomes de todos que trabalhavam no atendimento a pacientes Covid-19 e começou a produção das mensagens, que levou o nome de “Cartinhas Amigas”.

“Minha irmã é técnica de enfermagem no HU, foi ela quem levou as cartas. As crianças ficaram muito motivadas e ansiosas em como seria a reação deles ao receberam. Eles ficaram muito emocionados e surpresos de terem seus nomes nos envelopes, foi uma experiência muito gratificante para todos nós”.

Uma das profissionais que recebeu uma carta foi a enfermeira e coordenadora da equipe, Dayse Dias. Ela contou que se emocionou junto com os colegas de trabalho. “O que nos surpreendeu foi que as cartinhas vieram com nossos nomes, isso tocou muito. Os alunos nos colocavam como heróis mesmo, se colocavam no nosso lugar, dizendo que seria triste ficar longe dos pais, amigos. Foi algo que nos sensibilizou demais, muito gratificante para nós”, finalizou.

Os alunos também mandaram cartas para pacientes internados na Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer de Juiz de Fora (Ascomcer), por meio de um projeto da unidade.

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Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria: Cidade

Data: 19/07/2020 

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2020/07/19/estudo-mostra-que-pandemia-estaria-sob-controle-em-juiz-de-fora-se-isolamento-nao-tivesse-sido-flexibilizado.ghtml

Título: “Estudo mostra que pandemia estaria sob controle em Juiz de Fora se isolamento não tivesse sido flexibilizado”

Município tem uma média de 50,14% de distanciamento social, levando em consideração os últimos sete dias.

Uma nota técnica publicada neste sábado (18) pelo Programa de Pós-Graduação em Modelagem Computacional da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) mostrou que o município sofreu um crescimento exponencial no número de casos da Covid-19 após a flexibilização das medidas de isolamento social.

De acordo com o pesquisador do grupo Rodrigo Weber, “se a quarentena não tivesse sido flexibilizada, teríamos um número total de confirmados abaixo de 2.000 casos até o final de julho. Ou seja, a pandemia já estaria sob controle”, apontou.

Esta é a terceira nota técnica publicada pelo grupo. A primeira, postada no dia 30 de março, já alertava para o risco da flexibilização do isolamento social.

Neste sábado, a plataforma de dados sobre a Covid-19 da Prefeitura, mostrava que o município tem uma média de 50,14% de isolamento social, levando em consideração os últimos sete dias. Juiz de Fora ainda tem 93 óbitos pela doença, 3.060 casos confirmados e 2.088 pessoas recuperadas.

A nota foi feita em parceira com o departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), pelos pesquisadores Ruy Freitas e Rodrigo Weber (UFJF) e Rafael Sachetto Oliveira e Carolina Ribeiro Xavier (UFSJ). Veja abaixo mais informações.

Pesquisa

O documento mostra que se as medidas de isolamento social voltassem ao nível observado antes do dia 3 de junho, o cenário mudaria e seriam previstos 4 mil casos até o final de julho.

“As projeções indicam que um isolamento social mais eficaz beneficiaria a cidade. A quarentena é boa também para a economia, pois trazendo o pico e a estabilidade para mais cedo, podemos começar a reabertura mais rapidamente“. enfatizou Weber.

Neste sábado, o G1 mostrou que a cidade entrou para a onda branca do programa “Minas Consciente” e autoescolas, lojas de floricultura, artigos esportivos, móveis e tecidos já podem reabrir.

Projeções

Foram apresentados três cenários distintos com relação às medidas de isolamento social para os próximos 15 dias de projeção: a continuação do atual; otimista; e cenário pessimista.

No quadro otimista, considerou-se o aumento do distanciamento social; e no pessimista, a flexibilização do distanciamento.

A comparação entre as simulações usando o cenário pessimista e o otimista revelam diferenças quantitativas significantes.

A diferença entre as duas projeções é de mais de 800 mil casos confirmados de Covid-19 no Brasil, 104 mil em Minas Gerais, 4.014 em Juiz de Fora e 105 em São João Del Rei para o dia 28 de julho.

Recorde de óbitos

Em um levantamento do G1 publicado na ultima sexta-feira (17), foi mostrado que entre os dias 1º e 17 de julho, Juiz de Fora registrou 36 mortes por Covid-19.

De acordo com o levantamento, em 17 dias de julho, a cidade já tem mais mortes pela doença do que nos meses anteriores completos. Veja abaixo os números.

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Veículo: Milk Net

Editoria: Educação

Data: 20/07/2020

Link: https://www.milknet.com.br/venda-de-livros-online-financia-bolsas-de-estudos/

Título: “Venda de livros online financia bolsas de estudos”

O Inovaleite em parceria com o ISC – Instituto sua ciência criaram o Milkfund, onde acontece a venda de livros sobre Legislação e Processamento de produtos lácteos, onde toda verba arrecada vão para financiar bolsas de iniciação científica no ILCT, UFV ou UFJF. Todos os livros até o momento, tem preço unico de R$ 11,99 e são online. Os títulos disponíveis são:

– Química e Tecnologia do soro de leite

– Queijos duros

– Queijos especiais

– Queijos semi duros

– Mussarela: Fabricação e funcionalidade

– Controle de qualidade de leite e derivados

– Novo RIISPOA comentado

– Leite condensado – Identidade, qualidade e tecnologia

– Doce de leite – Aspectos tecnológicos

– Leite concentrados e desidratados

Links para compra CLICANDO AQUI

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Veículo: Jornal Pequeno

Editoria: Educação

Data: 21/07/2020

Link: https://jornalpequeno.com.br/2020/07/21/governo-do-maranhao-divulga-protocolo-pedagogico-para-retorno-das-aulas-presenciais/

Título: “Governo do Maranhão divulga protocolo pedagógico para retorno das aulas presenciais”

Equipes administrativas e professores retornam a partir do dia 31 de julho, enquanto estudantes, somente 10 de agosto

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) divulgou, nesta segunda-feira (20), a portaria que regulamenta as diretrizes pedagógicas que serão adotadas para retomada das aulas presenciais nas escolas ligadas à rede pública estadual. De acordo com o documento, as escolas voltarão a reabrir suas portas de maneira gradativa, com o retorno de equipes administrativas e professores, a partir do dia 31 de julho. Para estudantes, a previsão é que somente os que cursam a 3ª série do Ensino Médio retornem às atividades presenciais, a partir do dia 10 de agosto.

O secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, esclarece que as diretrizes da portaria seguem as determinações do último decreto governamental, que autoriza que as atividades presenciais sejam retomadas nas escolas, a partir de agosto.

“Estamos trabalhando com a avaliação das autoridades sanitárias, e caso os índices epidemiológicos permaneçam favoráveis, as atividades presenciais nas escolas da rede pública estadual voltarão de forma gradual, dividida em diversas fases. Primeiramente, retornarão os professores, equipes administrativas e pedagógicas, e, por último, os estudantes, que terão seu retorno de forma escalonada. Voltaremos com estudantes da 3ª série do Ensino Médio, a partir do dia 10 de agosto, e seguiremos observando as avaliações das autoridades sanitárias para definir novos passos na liberação de estudantes de novas séries”, declarou o secretário.

A retomada das atividades presenciais seguirá uma série de medidas que serão adotadas, a fim de evitar aglomerações nas escolas, uma delas é a adoção do ensino híbrido, que integra o uso sincronizado de atividades pedagógicas realizadas de maneira forma presencial e não presencial. Os estudantes de cada escola serão distribuídos em dois grupos, que deverão ser alternados semanalmente, enquanto um grupo estiver em atividade presencial escola, o outro permanecerá em casa, executando atividades remotas passadas pelos professores, com o uso de recursos diversos. As diretrizes para a retomada gradativa das atividades presenciais nas unidades de ensino vêm sendo discutidas, rotineiramente, pela Seduc com representantes das mais diversas entidades e instituições ligadas à educação.

Previsão de datas para retorno

  • 31 de julho a 7 de agosto – docentes, equipe administrativa e pedagógica das unidades de ensino;
  • 10 de agosto – estudantes da 3ª série do Ensino Médio.

Acolhimento e avaliação diagnóstica

Ainda entre as medidas previstas para retomada das aulas presenciais nas escolas da rede pública estadual, serão realizadas atividades de acolhimento, obedecendo as medidas de segurança, que ajudem estudantes, professores e todos profissionais da escola a lidar com as dores emocionais e os aprendizados ocorridos no período de reclusão social. A rede também realizará a busca ativa dos estudantes que não retornarem e que não tenham participado das atividades à distância, como forma de diminuir a evasão escolar em decorrência da pandemia.

“Queremos fazer o máximo possível para diminuir a evasão escolar, que já era um desafio muito grande no país e agora em tempos de pandemia precisamos ter um olhar mais atencioso ainda para essa questão, para garantir que não perderemos nossos estudantes”, destacou Felipe Camarão.

Outra medida que será adotada pela rede estadual é a aplicação de uma avaliação diagnóstica, que será feito em parceria com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAED/UFJF). “A avaliação também será ofertada às redes municipais que desejarem (sem custo), de forma que possamos traçar os próximos passos pós-pandemia e todos os estudantes sejam atendidos”, finalizou o secretário.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cultura

Data: 20/07/2020

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/20-07-2020/escola-de-artes-pro-musica-recebe-pintura-de-revitalizacao.html

Título: “Escola de Artes Pró-Música recebe pintura de revitalização”

Serviço deve ficar pronto até o fim de agosto; trabalho começou no início deste nês

Teve início no início deste mês a pintura de preservação e revitalização do imóvel que hoje abriga a Escola de Artes Pró-Música, sob responsabilidade da Pró-Reitoria de Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Segundo a instituição, o serviço está sendo feito pela empresa Colúmbia e é supervisionado pela Pró-Reitoria de Infraestrutura e Gestão. A edificação fica na Avenida Barão do Rio Branco 3372, em frente à Santa Casa, e é patrimônio tombado pelo município.

Inicialmente restrito à casa principal, o projeto de pintura foi ampliado e vai abranger todos os espaços do complexo. Segundo a UFJF, serão revitalizados, recebendo a cor amarela, denominada Presença do Rei, o anfiteatro, o Bistrô de Vidro e a Casa da Carminha, além dos muros laterais e frontais da propriedade. A intervenção deve ficar pronta até o fim de agosto.

O complexo que hoje abriga a Escola de Artes Pró-Música foi originalmente um prédio residencial. Posteriormente, abrigou a Faculdade de Filosofia e Letras (Fafile), o Colégio de Aplicação João XXIII, o Centro de Estudos Murilo Mendes (CEMM), a Casa de Cultura e outras instituições da Universidade. A Casa Helenira Preta (antigo Polo de Envelhecimento) ainda funciona ali, em prédio adjacente, sob os cuidados da Faculdade de Serviço Social.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 20/07/2020

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/20-07-2020/jf-confirma-mais-duas-mortes-e-33-novos-casos-de-covid-19.html

Título: “JF confirma mais duas mortes e 33 novos casos de Covid-19”

O município contabiliza agora 95 óbitos e 3.093 pessoas infectadas pela doença

Mais duas mortes por Covid-19 foram registrada nesta segunda-feira (20), pela Secretaria de Saúde da Prefeitura, contabilizando 95 óbitos desde o início da pandemia. As duas vítimas são idosas. Uma delas, de 74 anos, morreu nesta segunda e tinha doença neurológica crônica. A outra idosa, 78, morreu na última sexta (17) e tinha diabetes mellitus como comorbidade. Uma outra morte segue sendo investigada.

Com as atualizações, mais 33 novos casos foram confirmados, entre domingo e esta segunda, totalizando 3.093 pessoas infectadas. O boletim ainda registrou mais 278 novas suspeitas, contabilizando 11.628. Todos os dados são referentes a moradores de Juiz de Fora. O balanço é disponibilizado pela Prefeitura no site covid19.pjf.mg.gov.br, criado para divulgar informações sobre o coronavírus.

160 pacientes internados

Informações disponibilizadas pela Prefeitura, por meio do painel gerencial de dados da Covid-19, mostravam que até 20h desta segunda-feira a taxa de ocupação total de leitos de UTI na cidade era de 71,79%. Do total de 280 leitos existentes, 201 estavam ocupados. Destes, 67 eram em razão da Covid-19 (pacientes com suspeita ou diagnóstico). Em recorte que considerava apenas os equipamentos de cuidados intensivos credenciados ao SUS, o índice de ocupação subia para 76,57%.

Em relação aos leitos de enfermaria, até o mesmo horário, 53,34% estavam ocupados. Ou seja, dos 1.363 equipamentos de enfermaria existentes em toda a rede de saúde de Juiz de Fora, 727 estavam ocupados. Das pessoas internadas em enfermaria, 93 tinham resultado positivo ou aguardavam diagnóstico para a Covid-19.

Em sua totalidade, a cidade tinha 160 casos de hospitalização devido ao coronavírus. O painel gerencial da Prefeitura também apontava que a taxa de isolamento social na cidade, nos últimos sete dias, estava em 48,98%.

UFJF divulga número de exames

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) divulgou dados referentes aos testes de Covid-19 (PCR em Tempo Real) realizados nos dois laboratórios da instituição. Entre 13 e 17 de julho, foram emitidos 3.741 laudos de 18 municípios. De Juiz de Fora, neste período, a universidade cadastrou 516 exames e emitiu 508 laudos. Oito ainda encontram-se em análise.

A divulgação será feita semanalmente, e os números informados são referentes às amostras recebidas, aos laudos emitidos e às amostras em análise, além do total de exames acumulados realizados.

A UFJF, em parceria com a Prefeitura, é a responsável pela realização de todos os exames de Covid-19 oriundos do SUS de 52 municípios das regionais de saúde de Juiz de Fora e Leopoldina.

Em 18 de maio, os laboratórios receberam o certificado de qualidade da Fundação Ezequiel Dias (Funed), vinculada ao Estado.

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Veículo: UOL 

Editoria: Social

Data: 19/07/2020

Link: https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/07/19/racismo-nao-e-moda-pesquisadoras-negras-sao-as-mais-afetadas-na-pandemia.htm

Título: “‘Racismo não é moda’: pesquisadoras negras são as mais afetadas na pandemia”

Mãe de uma adolescente de 15 anos, a física experimental Zélia Ludwig tem dividido com o marido, físico teórico e também pesquisador, boa parte das tarefas domésticas no isolamento social após a pandemia de covid-19. Além de dispersar mais na produtividade com afazeres da casa, Zélia realiza uma atividade complicada de se desempenhar remotamente, devido à dificuldade de acesso a laboratórios e centros de pesquisa. 

As dificuldades sofridas pela professora da UFJF (Universidade federal de Juiz de Fora) foram captadas em levantamento do movimento Parent in Science (“Pais na Ciência” em inglês). Em maio, dados preliminares já apontavam que a pandemia impactava a produtividade acadêmica de mulheres mais que a de homens

Agora, com números conclusivos, o grupo concluiu que o fator raça, tanto quanto gênero e parentalidade, reforça desigualdades no período pandêmico. Durante abril e maio deste ano, coletou a resposta de quase 15 mil cientistas, entre alunos de pós-graduação, pós-graduandos e docentes/pesquisadores; destes, 3.629 só no Brasil.

Segundo o estudo, pesquisadoras negras, com ou sem filhos, têm tido sua produção intelectual mais prejudicada do que homens e mulheres brancos. Ludwig, de 52 anos, é a única negra no já restrito grupo de professoras do departamento de Física do Centro de Ciências Exatas da UFJF. Dos 41 docentes, cinco são mulheres.

Ela mescla bom humor e ironia ao falar do próprio currículo: “Costumo dizer que meu Lattes [plataforma acadêmica] morde. É como se, para ter alguma visibilidade, eu tivesse de comprovar o tempo todo o que está ali, inclusive para quem fez bem menos que eu”, constata.

“Sempre tive muita resiliência ao tocar o barco: quando dizem que algo não é para mim, aí é que eu quero fazer mesmo.”

Ela ainda empresta o próprio computador à filha, que têm aulas online, das 7 às 13h. “A parte do dia em que eu produzo melhor é de manhã, então, não tem muito que fazer senão ir atrasando algumas tarefas”.

Mulheres negras e mães brancas: as mais afetadas

Os dados que mais preocuparam os autores da pesquisa dizem respeito a professores, uma vez que o impacto na atividade docente afeta outros financiamentos.

Sobre isso, o estudo constatou que o percentual de mulheres docentes (8%) que está conseguindo trabalhar remotamente não chega à metade da taxa dos homens (18,3%). Se elas têm filhos, o percentual cai ainda mais: apenas 4,1%.

No recorte de raça, os pesquisadores negros apresentam desvantagem. Apenas 10,6% deles mantiveram atividades durante a pandemia, enquanto 11,5% de seus colegas brancos conseguiram isso. Quando gênero e raça são analisados em conjunto, percebe-se que as mulheres negras foram as mais afetadas. Apenas 8,1% delas conseguiram trabalhar —índice de 8,2% entre brancas, de 14,1% entre homens negros e de 18,8% entre homens brancos.

Pesquisadoras negras que têm filhos são as que enfrentam maior desvantagem maior para produzir na academia: só 3,4% delas conseguiram trabalhar remotamente. Mas a situação não foi muito melhor entre mães brancas, já que 4,4% delas conseguiram manter o ritmo.

Vida acadêmica afetada até 2026 

De acordo com a bióloga Fernanda Staniscuaski, 39, fundadora do Parent in Science e uma das coordenadoras da pesquisa, os resultados expõem duas situações:

  1. A produtividade acadêmica, principalmente a entrega de artigos científicos, de mulheres negras (com ou sem filhos) e mulheres brancas com filhos (principalmente com idade até 12 anos) foi mais afetada pela pandemia.
  2.  A produtividade de homens, especialmente os sem filhos, foi a menos afetada pela pandemia.

Essa disparidade vai complicar a vida dessas mulheres no futuro, diz Staniscuaski, também professora da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

“A menor submissão de artigos impacta a longo prazo, pois implica em menos chance de publicações no futuro, em perda de competitividade —e como via de regra os editais de financiamento de pesquisa analisam um período de cinco anos de produtividade, isso é algo que vai afetar o currículo até 2026”, explica.

Ainda que mães e negras sejam as que encontram maior dificuldade durante a pandemia, há diferença na causa dos obstáculos.

“Para as mulheres brancas, vem da parentalidade a grande diferença de produção delas em relação aos homens. Para as pesquisadoras negras não faz diferença elas terem ou não filhos: sinal de que o racismo tem maior impacto até que parentalidade. São necessárias ações afirmativas pela diversidade e inclusão na ciência. Na pandemia, isso ficou ainda mais evidente.”

Fernanda Staniscuaski, bióloga e professora da UFRGS.

‘Racismo, infelizmente, não é uma moda’

 À frente do Cepem (Centro de Pesquisa em Materiais) da UFJF, Zélia Ludwig coordenou o desenvolvimento, no fim do ano passado, de uma fibra ótica artesanal. Construído com investimento da ordem de meio milhão de euros (R$ 3 milhões em valores atuais), o laboratório sofreu maior resistência externa do que dos materiais que pretendia estudar e testar, lembra a pesquisadora.

“Quando eu quis montar o laboratório, sentia aquilo do ‘isso não é para você’. Lutei e consegui um equipamento de análise térmica de meio milhão de euros; fizemos tudo ‘na unha’, mas sempre com muita resistência a isso”, afirma, sem entrar em detalhes.

Ela conta que, ao se identificar como pesquisadora, mulher e negra, começou a “sentir muita falta de outras mulheres como eu na ciência”. Para mudar essa realidade, desenvolveu por três anos um projeto sobre materiais de baixo custo voltado a escolas públicas. É a chance que encontrou de mostrar a adolescentes e crianças, negros ou não, que a ciência está aberta também a eles.

“A ciência já é um meio dominado por homens, que fazem as políticas, os editais e estão nos comitês. A régua que mede o desempenho desses homens, com boas condições de estudo, em geral, vai ser a mesma que passará pela minha cabeça, independentemente de eu ser mulher, negra e ter vindo do subúrbio”, diz Ludwig.

“O racismo existe e muitas vezes é silencioso. Quantas mulheres negras estão na Sociedade Brasileira de Física, quantas são reitoras, coordenam programas de pós-graduação, estão decidindo coisas no país? Racismo, infelizmente, não é uma moda.”

Ela desistiu de mestrado porque o orientador a assediava

A astrofísica baiana Eliade Ferreira Lima, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), mora com o marido no Rio Grande do Sul. Mesmo sem filhos, ela viveu um Big Brother involuntário que comprometeu seu rendimento acadêmico. Durante a pandemia, passou parte do confinamento com os enteados. Como um deles testou positivo para coronavírus e foi para a casa do pai, quem chegava para visitá-lo acabava ficando isolado junto.

“Vivemos alguns dias de não poder sair de casa. E era um período em que eu tinha bastante trabalho e precisava lidar mais com a família, sob a tensão de ter um caso positivo e dar conta de tudo”, recorda-se.

“O racismo estrutural tem feito com que as condições sejam negativas à mulher negra independentemente da pandemia; é como se essa ideia de que o negro é menos capaz estivesse enraizada, sabe? Se essa mulher já não é lembrada normalmente, durante a pandemia isso piora, porque, não sendo vista, não é lembrada”

 Eliade Ferreira Lima, astrofísica da Unipampa.

Lima celebra o fato de “nunca” ter sido convidada, como astrofísica, “a falar sobre mulheres negras”, mas sobre astrofísica estelar. Hoje doutora em física, a pesquisadora se lembra de um mestrado do qual desistiu, em 2006, em Natal, por causa do assédio de seu orientador.

“Eu tinha 23 anos, ouvia coisas como ‘um dia quero saber o que a baiana tem’ e era demasiadamente elogiada por ele. Eu dizia que ele era como um pai pra mim. Quando comecei a namorar, recebi ameaças, como se eu fosse propriedade dele. Dizia que iria retirar a bolsa que eu recebia do CNPq”.

O recomeço veio em São Paulo, onde Eliade finalmente fez o mestrado e de onde saiu, em 2010, para o Rio Grande do Sul. Filha de uma ex-empregada doméstica que hoje é agente de saúde e um motorista de ônibus, a astrofísica diz acreditar em redes de apoio na academia não somente para lidar com questões mais drásticas, como o assédio sexual, mas também para promover a transformação.

“Redes de apoio são fundamentais. Tentar algo sozinha é algo que eu não recomendo. Ter noção disso me fez falta, mas agora eu acredito que ter em quem confiar e para quem fazer perguntas é essencial não só para a produtividade acadêmica, mas para a vida.”.

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Veículo: O Imparcial

Editoria: Educação

Data: 20/07/2020

Link: https://oimparcial.com.br/educacao/2020/07/governo-divulga-protocolo-pedagogico-para-retorno-das-aulas-presenciais/

Título: “Governo divulga protocolo pedagógico para retorno das aulas presenciais”

Estudantes vão participar do ensino híbrido, no qual os alunos de cada escola serão distribuídos em dois grupos que deverão ser alternados semanalmente

Nesta segunda-feira (20), a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) divulgou portaria que regulamenta as diretrizes pedagógicas que serão adotadas para retomada das aulas presenciais nas escolas ligadas à rede pública estadual.

As escolas voltarão a reabrir suas portas de maneira gradativa, com o retorno de equipes administrativas e professores, a partir do dia 31 de julho. Para estudantes, a previsão é que somente os que cursam a 3ª série do Ensino Médio retornem às atividades presenciais, a partir do dia 10 de agosto, através do ensino híbrido.

Nessa modalidade, os alunos de cada escola serão distribuídos em dois grupos, que deverão ser alternados semanalmente, enquanto um grupo estiver em atividade presencial escola, o outro permanecerá em casa, executando atividades remotas passadas pelos professores, com o uso de recursos diversos.

As diretrizes para a retomada gradativa das atividades presenciais nas unidades de ensino vêm sendo discutidas, rotineiramente, pela Seduc com representantes das mais diversas entidades e instituições ligadas à educação.  

De acordo com a Seduc, as diretrizes da portaria seguem as determinações do último decreto governamental, que autoriza que as atividades presenciais sejam retomadas nas escolas, a partir de agosto.

Previsão de datas para retorno

  • 31 de julho a 07 de agosto – docentes, equipe administrativa e pedagógica das unidades de ensino;
  • 10 de agosto – estudantes da 3ª série do Ensino Médio.

Acolhimento e avaliação diagnóstica

Ainda entre as medidas previstas para retomada das aulas presenciais nas escolas da rede pública estadual, serão realizadas atividades de acolhimento, obedecendo as medidas de segurança, que ajudem estudantes, professores e todos profissionais da escola a lidar com as dores emocionais e os aprendizados ocorridos no período de reclusão social.

A rede também realizará a busca ativa dos estudantes que não retornarem e que não tenham participado das atividades à distância, como forma de diminuir a evasão escolar em decorrência da pandemia

Outra medida que será adotada pela rede estadual é a aplicação de uma avaliação diagnóstica, que será feito em parceria com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAED/UFJF).

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