A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) dá início à pintura de preservação e revitalização do imóvel que hoje abriga a Escola de Artes Pró-Música, sob responsabilidade da Pró-reitoria de Cultura. A cargo da empresa Colúmbia, o trabalho supervisionado pela Pró-reitoria de Infraestrutura e Gestão abrange a edificação da Avenida Barão do Rio Branco, 3372, patrimônio tombado pelo município, com uma trajetória de expressivo valor histórico e afetivo tanto para a Universidade quanto para a cidade.
A pró-reitora de Cultura Valéria Faria ressalta que o complexo em que consta a Escola de Artes Pró-Música integra um passado que partiu de um simples prédio residencial para abrigar, posteriormente, a icônica Faculdade de Filosofia e Letras (Fafile), o Colégio de Aplicação João XXIII em seus primórdios, o Centro de Estudos Murilo Mendes (CEMM), a Casa de Cultura e outras instituições da Universidade, como a Casa de Helenira Preta (antigo Polo de Envelhecimento), este sob os cuidados da Faculdade de Serviço Social.
Harmonia conceitual
“Em função do valor histórico, cultural e arquitetônico do espaço, o projeto de pintura, inicialmente restrito à casa principal, foi ampliado e hoje contempla todos os espaços do complexo com a chancela da Pró-reitoria de Cultura. Assim, serão revitalizados, recebendo a cor amarela, denominada Presença do Rei, o Anfiteatro, o Bistrô de Vidro e a Casa da Carminha, assim como os muros laterais e frontais da propriedade”, explica.
Segundo Valéria, esse trabalho é essencial por revigorar esse conjunto arquitetônico e por trazer uma harmonia conceitual a um espaço da Procult que é fundamental para que as atividades da Escola de Artes Pró-Música sejam desenvolvidas. Ela reforça o fato de sua trajetória ao longo das últimas seis décadas estar intimamente ligada à história da formação da própria UFJF. “Mesmo com a pandemia, foi possível a realização desse projeto de pintura e de valorização desse espaço tão importante para a Universidade e para toda a cidade”.
Identidade preservada
Remanescente da equipe de docentes que atuou na Fafile e que participou da aquisição do imóvel nos anos 1960, a professora Maria de Lourdes Abreu de Oliveira, hoje aposentada da UFJF, elogiou a iniciativa da instituição e o esforço da Procult e da Proinfra no sentido de preservar o prédio e seu entorno, permitindo manter a harmonia do conjunto e preservar tanto a memória histórica quanto afetiva do local, pelo qual passaram milhares de estudantes, professores, funcionários e visitantes.
“Esta ação tem um grande significado para Juiz de Fora, que, lamentavelmente, viu ruir a maioria de seus belos casarões, principalmente na Avenida Rio Branco, perdendo muito de sua identidade. Por isso, fico feliz em saber que a Universidade, que sempre cuidou de seu patrimônio, continue zelando por ele, mesmo diante das dificuldades geradas pelo momento atual, em que fomos surpreendidos por essa pandemia”, comenta.