Entrou no ar nesta sexta, 29, dia do Geógrafo, o site “Minas de Lama”,projeto de extensão da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A plataforma virtual funcionará como portal de divulgação científica e envolve a participação de alunos de graduação e de professores.
O projeto busca criar uma linha de comunicação entre a Universidade e a população atingida pelos desastres da mineração. Esse diálogo é feito através de três vias: rede de colaboradores, como movimentos sociais e assessorias técnicas; escolas das regiões atingidas, que colaboram com iniciativas de educação ambiental; e, por fim, redes sociais.
De forma geral, a iniciativa visa criar uma troca através da qual os atingidos tenham protagonismo e visibilidade para suas demandas, dizendo à Universidade o que ela pode fazer por eles. Segundo o coordenador do projeto, professor Miguel Fernandes Felippe, a esfera virtual chega com a intenção de equalizar a assimetria entre universidade e sociedade.
“Levantamos mais de 250 documentos acadêmicos publicados nos últimos anos sobre os desastres da mineração. Muitos têm linguajar pouco acessível e métodos complexos que dificultam a leitura dos leigos. Por outro lado, a ciência precisa dar respostas à população. Então, precisamos que se saiba o que os acadêmicos estão fazendo. Nosso objetivo com o site e as redes sociais é que o maior número de pessoas compreenda o que está sendo estudado sobre os desastres, e reconheça a cada dia a gravidade de tudo o que aconteceu, para que não nos esqueçamos. Em última instância que os atingidos possam usar essas informações nas suas lutas cotidianas, no engajamento da causa.”, explica.
Felippe afirma também que a nova plataforma permite que o público contribua diretamente com o projeto. “No site, postaremos semanalmente um texto de divulgação científica. Os textos serão feitos com base em artigos considerados relevantes, publicados por diversos grupos do Brasil e do mundo, em periódicos acadêmicos nacionais e internacionais. Nas redes, iremos compartilhar o texto e buscar abrir um canal direto de contato com a comunidade para debatermos os assuntos. É nesse ponto que o público pode ajudar o projeto, indicando temas, demandas, dúvidas e curiosidades que poderão ser temas das nossas próximas atividades. Assim construiremos juntos as pautas para a divulgação científica.”