A Faculdade de Educação (Faced), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), divulgou manifestação contrária ao Programa “Estude em Casa”, da Secretaria de Estado de Educação (SEE) de Minas Gerais. Segundo a nota, a ação, que, em princípio, parece ser uma resposta ao cumprimento do calendário letivo frente ao isolamento social, causado pela Covid-19, configura-se como um instrumento de precarização da educação escolar por vários motivos, como dificuldades da transferência da responsabilidade de ensino para as famílias, ausência da integração das experiências de mediação pedagógica de professores com seus estudantes, e desigualdades de marcadores sociais presentes na população.
O manifesto se solidariza com o magistério da rede estadual de educação e com os demais integrantes das comunidades escolares nesse momento adverso e, em respeito ao direito à educação, pede à SEE que reconsidere a implementação do Programa e que abra diálogo com o magistério para a construção de alternativas educacionais viáveis no contexto da pandemia.
De acordo com o diretor da Faced, Álvaro Quelhas, a iniciativa surgiu a partir da preocupação de professores que acompanham os passos do governo do Estado, e traz a contribuição e a assinatura de diversos grupos de estudo e pesquisa. “O conteúdo desse programa nos preocupa, pois não garante uma educação de qualidade, por não respeitar as adversidades dos estudantes e de seus familiares. Além disso, desconsidera o trabalho docente, onde, inclusive, há salários atrasados por falta de pagamento do governo, e traz uma formato pré-concebido, que não passa pela discussão com os professores. Pedimos que a SEE reconsidere e dialogue com o magistério para podermos juntos lidar com esse problema.”