A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realiza nesta quinta feira, 7, a Marcha Virtual pela Ciência no Brasil – Pacto pela vida. O evento é voltado para a defesa da Ciência, Tecnologia e Inovação, mobilizando pesquisadores, professores, estudantes e instituições científicas e civis. A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) é uma das participantes do movimento, contribuindo para reforçar a luta por recursos adequados para o desenvolvimento científico no país.
Durante a marcha virtual nesta quinta-feira, às 16h, será disponibilizado nas redes sociais oficiais da UFJF o bate-papo “O papel da Universidade no combate ao coronavírus”. Em vídeo, quatro profissionais da UFJF são entrevistados sobre quais são os tipos de apoio que a ciência e os serviços desenvolvidos na Universidade desempenham no enfrentamento da atual pandemia.
Interessados podem enviar perguntas para o bate-papo até as 16h desta quarta-feira, 6, por meio das redes sociais oficiais ou pelo e-mail ciencia@comunicacao.ufjf.br. Os convidados são o doutor em Pneumologia e professor da Faculdade de Medicina, Júlio Abreu; o doutor em Saúde Coletiva e diretor da Faculdade de Enfermagem, Marcelo Alves; o médico infectologista do Hospital Universitário (HU), Rodrigo Souza; e a doutora em Saúde Brasileira e professora da Faculdade de Medicina, Sandra Tibiriçá.
A SBPC vai realizar dois painéis digitais no dia do evento. Às 10h30, vai ser abordada a pandemia de Covid-19; já às 15h, o tema é o financiamento de C&T. Além desses eventos, dois “tuitaços” devem acontecer durante o dia: de 12h à 12h30 e das 18h às 18h30. A mobilização no Twitter pretende chamar atenção para a necessidade de melhores investimentos em ciência e tecnologia, saúde e educação no Brasil. Durante o ato, as mensagens devem ser acompanhadas pelas hashtags #paCTopelavida e #fiqueemcasacomaciencia.
Defesa da ciência
“Estamos em uma época de descrédito com relação à ciência, onde há verdadeiros ataques à credibilidade científica”, afirma a Pró-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, Mônica Ribeiro. Ela observa que o Brasil é apenas um dos países em que essa postura vem sendo adotada. “Esse descrédito, próprio de governos autoritários e de propostas conservadoras, incide sobre os recursos aplicados à pesquisa e desenvolvimento, gerando menor fomento à produção científica nesses países. Isso é muito grave, é algo que precisamos ficar bastante atentos.”
A Pró-Reitora afirma que a popularização da ciência é uma forma de contornar essa situação. “Precisamos de tornar seus resultados cada vez mais claros e traduzir seus benefícios para um público cada vez mais amplo, para que a ciência possa ser defendida não só pelos cientistas, por um grupo reduzido, mas ser um patrimônio de toda uma sociedade.”
Ciência e pandemia
Quaisquer respostas concretas que temos hoje sobre a Covid-19, bem como as que virão no futuro, são frutos de pesquisas realizadas por cientistas de todo o mundo. “É a ciência que nos permitiu conhecer a origem e formas de disseminação do vírus. É ela que nos garante os meios de lidar com ele ainda na ausência de uma solução definitiva. É ela que nos levará à vacina e à medicação adequada para superar este momento difícil que vivemos. É ela que pode nos garantir o conhecimento dos impactos diferenciais da pandemia em diferentes segmentos e espaços sociais. É a ciência que nos permite entender as causas e os desdobramentos econômicos, sociais e ambientais das pandemias que se acentuaram nas últimas décadas, favorecendo a tomada de consciência para necessidade de um modelo de desenvolvimento e de proteção social sustentável e justo”, enumera o diretor de inovação da UFJF, Ignácio Delgado.
Delgado critica a queda nos investimento públicos na área científica e tecnológica adotada nos últimos anos. “É lamentável assistirmos ao declínio do investimento em educação, ciência e tecnologia nos últimos anos e a desagregação dos já frágeis mecanismos de coordenação de política industrial que existiam no país, necessários para que o Estado possa mobilizar diferentes atores no enfrentamento da pandemia.”
O pesquisador do Departamento de Psicologia da UFJF, Telmo Ronzani, participante da Marcha, destaca que o método científico é uma das maiores conquistas da sociedade moderna. “Através dele, conseguimos ter o acúmulo do conhecimento que nos auxilia a enfrentar situações e, se utilizado de forma consciente e engajada, a melhorar a vida das pessoas. Então, é importantíssimo que apoiemos a ciência nesse momento, mostrando que a valorização desse conhecimento é uma forma de reafirmar nosso pacto civilizatório.”
Também integrante da Marcha, a pesquisadora do Departamento de Saúde Coletiva da UFJF, Isabel Leite, reforça o papel da ciência na construção de estruturas que incluem as camadas mais vulneráveis da população e do amplo acesso à informações seguras e cientificamente comprovadas. “A ciência precisa desenvolver tecnologias, sejam através de métodos, diagnósticos e formas de tratamento, que sejam acessíveis a toda a população.”
Outras informações:
Participe da Marcha Virtual pela Ciência