Da esquerda para a direita: professora Brenda Lee Simas Porto, mestrando William da Silva Martini, professor Antonio Carlos Sant’Ana e professor Rodrigo Stephani (foto: arquivo pessoal)
Uma pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Química, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) pode contribuir para análises de amostras de matrizes ambientais, como água, solo ou vegetais, que contenham alguma contaminação por agrotóxicos. O estudo do acadêmico William da Silva Martini apresenta um sensor capaz de caracterizar moléculas orgânicas e de identificar, assim, o grau de contaminação do ambiente.
O pesquisador explica que a dissertação propôs estabelecer um procedimento para identificação de contaminantes ambientais em baixíssima concentração através da técnica SERS que, em português significa “Espalhamento Raman intensificado por superfície”. Nesse caso, de acordo com William, uma espécie de substrato formado por um filme fino constituído por essas nanopartículas é a melhor maneira de detectar esses agrotóxicos.
Para que esse filme seja feito, o acadêmico indica que é preciso depositar as nanopartículas de ouro ou de prata sobre a superfície de uma lâmina de vidro. Ainda segundo ele, geralmente, para sintetizar as nanopartículas, utiliza-se soluções contendo os metais, como o ouro ou a prata em solução aquosa, com alguns reagentes que reduzem o metal, para que elas se formem e se tornem estáveis. “Alguns desses reagentes utilizados para reduzir as nanopartículas são extraídos de subprodutos do petróleo, por exemplo, e essa extração é danosa ao meio ambiente.” Dessa forma, a pesquisa aponta que a utilização do óleo de mamona é mais benéfica, visto que a substância não é tóxica ao meio ambiente.
O professor orientador, Antonio Carlos Sant’Ana, destaca que a vantagem do procedimento é a maior rapidez e a possibilidade de ser mais barato que os outros normalmente utilizados. Em relação aos impactos na área, ele ressalta o desenvolvimento de novas sínteses de nanopartículas de ouro e prata e o novo método para identificação de contaminantes ambientais em baixíssimas concentrações.
Além disso, Sant’Ana indica que este tipo de pesquisa poderia gerar novos produtos e procedimentos ligados ao monitoramento ambiental, “mas para isso, deveria haver interesses dos entes sociais que precisam destas ferramentas, como indústrias que queiram monitorar seus efluentes, antes de enviá-los a corpos hídricos; os órgãos públicos que trabalham com geração de análises para controle das condições ambientais; os laboratórios certificados para monitoramento da presença de substâncias perigosas em alimentos in natura.”
Contatos:
William da Silva Martini – (Mestrando)
williamartini@yahoo.com.br
Antonio Carlos Sant’Ana – (Orientador)
antonio.sant@ufjf.edu.br
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Antonio Carlos Sant’Ana – (Orientador – UFJF)
Prof. Dr. Rodrigo Stephani – (UFJF)
Prof. Dra. Brenda Lee Simas Porto – (UFMG)
Outras informações: (32) 2102-3309 – Programa de Pós-Graduação em Química