A abertura oficial do Jardim Botânico da UFJF completa um ano no dia 12 de abril. Para comemorar a data serão realizadas lives – apresentações ao vivo, on-line, no perfil do Instagram @jardimbotanicoufjf, de 13 a 17 de abril. A ideia de uma ação remota surgiu devido às recomendações de isolamento social para evitar a disseminação do novo coronavírus.
As conversas, segundo o diretor do Jardim, Gustavo Soldati, objetivam analisar o atual contexto, discutir a biodiversidade e a importância do Jardim (veja a programação abaixo). O próprio diretor fará a primeira live, nesta segunda-feira, 13, sobre o tema “Um ano de Jardim Botânico”.
“Analisaremos quais foram os ganhos trazidos pelo Jardim para a UFJF e para Juiz de Fora. Mais de 50 mil pessoas visitaram-no em um ano. Esse dado dá uma dimensão de sua importância, entendendo que essas pessoas tiveram a oportunidade de ter livre acesso a um fragmento florestal de biodiversidade, como também a um processo pedagógico de educação ambiental. Através da análise do projeto pedagógico do Jardim Botânico, a ideia é tentar levar uma mensagem de esperança, visto que o atual contexto de quarentena exige isso. O Jardim sempre teve um voto, um sentido, de esperança. Vamos levar essa mensagem”, destaca.
Ambiente e qualidade de vida
Na terça-feira, 14, a live sobre o tema “A biodiversidade do Jardim Botânico: como os serviços ecossistêmicos influenciam a qualidade de vida da população” será feita pelo vice-diretor do Jardim, Breno Moreira. O objetivo é demonstrar que a área florestal local possui papel importante na preservação da biodiversidade. “Ela oferece habitat alternativo ou adicional para muitas espécies, como também abrigo e alimentação para a fauna. Além disso, possibilita uma conectividade com outros elementos florestais, fazendo com que espécies de outros fragmentos de Juiz de Fora e região possam migrar e se deslocar em busca de parceiro sexual ou de alimentos”, afirma.
Ainda conforme Moreira, a proximidade do fragmento florestal com a malha urbana contribui para, entre outros aspectos, a estabilidade do microclima da região. “A mata atua na interceptação de chuvas, na manutenção das nascentes, proporcionando, de forma geral, um grande aumento da melhoria da qualidade de vida local. Possibilita ainda a oportunidade de contemplação e de paz muito grande”, acrescenta Moreira.
Pausa compulsória
Já na quarta-feira, 15, é a vez da live “A Covid-19 e o meio ambiente: não há o que comemorar”, apresentada pelo chefe do Departamento de Botânica do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFJF, Fabrício Alvim Carvalho. “Temos visto em reportagens que, em várias partes do mundo, devido à quarentena, os níveis de alguns tipos de poluição, como a atmosférica e a de ruídos, tendem a cair, mas devido a um advento temporário. Isso não foi feito em razão de uma racionalidade com relação à sustentabilidade, mas através de uma imposição sanitária para evitar que a população se contamine”, lamenta o professor.
O temor, segundo o pesquisador, com base em análises científicas, é de que a retomada da economia exija ainda mais do meio ambiente. “Os estragos vão ser ainda muito maiores. Isso já está acontecendo, principalmente devido ao afrouxamento das legislações ambientais. O objetivo é comentar nessa live o que já está acontecendo no mundo e no Brasil, principalmente na Amazônia com relação a esse afrouxamento, e como seria a implicação futura disso num cenário ainda mais caótico de política de meio ambiente.”
Educação ambiental
A conversa da quinta-feira, 16, será com a bióloga e professora da Faculdade de Educação da UFJF, Angélica Cosenza. “Falaremos da educação ambiental enquanto campo de estudo e pesquisas, de sua contribuição à educação não formal.”
A docente, que coordena do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Ambiental da UFJF (GEA), abordará os princípios para visitação no Jardim, embasados pelo Projeto Político Pedagógico local. “A educação ambiental é colocada em prática nas atividades que os monitores vem fazendo nas visitações escolares, através de cinco roteiros, trabalhando não só conteúdos relativos ao que é visto nessas visitas, mas também comportamentos e valores para um mundo socioambientalmente mais sustentável”, salienta Angélica.
Ambiente e combate a enfermidades
A live “Ecologia das doenças e importância da preservação de áreas naturais para a saúde humana”, a cargo da professora do Departamento de Botânica do ICB da UFJF, Ana Paula Gelli de Faria, programada para a próxima sexta-feira, 17, será a última conversa.
De acordo com a docente, a ciência já comprova que em tempo de rápidas mudanças globais, o surgimento de doenças infecciosas tende a ser mais comum. “Desmatamento, mineração, construção de barragens, entre outros, são ações humanas que contribuem para a eliminação da biodiversidade, ao tirar o espaço de alguns seres vivos e criar condições para a proliferação de outros.”
Ainda conforme a professora todas essas interferências, acrescidas das mudanças climáticas provocadas por humanos, aumentam o risco de emergência ou reemergências de doenças causadas por vírus, bactérias e parasitas. “Se somos os grandes responsáveis por tanto desequilíbrio, o que podemos fazer para reverter as consequências? Como devemos reavaliar nosso relacionamento com a natureza?”, questiona Ana Paula, que coordena o Laboratório de Interações e Biologia Reprodutiva de Plantas.
Distanciamento social
O Jardim Botânico integra um dos maiores remanescentes de Floresta Atlântica em área urbana do Brasil, a Mata do Krambeck. Mais de 500 espécies vegetais já foram identificadas no espaço. Assim como outros equipamentos culturais e extensionistas da UFJF, o local está fechado para visitas como medida de segurança para evitar a propagação do novo coronavírus.
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