Com o objetivo de dialogar a respeito da atual conjuntura política nacional, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintufejuf), Associação dos Professores do Ensino Superior (Apes) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), abrirão o semestre com a palestra do chargista Carlos Latuff. O evento acontece nesta terça-feira, dia 10, a partir das 9h no anfiteatro de Estudos Sociais.
Com o tema “Destruição? Censura? O que está acontecendo com a educação e cultura no Brasil?”, as três entidades pretendem promover um diálogo capaz de problematizar o cerceamento ao livre pensar e à democracia na sociedade. Segundo os organizadores, trazer uma temática que discute cultura, liberdade de expressão, democracia e educação é de total relevância, tendo em vista que estão intrinsecamente ligadas e se confundem com a própria missão da universidade pública.
Segundo Carlos Latuff, ministrante da palestra, mais do que simplesmente discutir, “é preciso traçar estratégias de defesa contra esse verdadeiro ataque que está sendo promovido pelo atual governo à cultura e à educação”. Chargista e ativista político, Latuff é conhecido por suas charges críticas ao governo e à política internacional. Em 2006, conquistou o segundo lugar no concurso internacional de caricaturas sobre o Holocausto, promovido por um jornal iraniano, com imagens em que ligam a atuação israelense em território palestino aos campos de concentração nazistas.
Para a organização, o tema de abertura do semestre possui, sobretudo, o intuito de apropriar ideias discutidas, e assim, melhor organizar as lutas em defesa da democracia e dos direitos, no período sequente na Instituição. Latuff afirma que, “promover esse tipo de conversa é muito importante, pois esses estudantes serão as pessoas que, ao se formarem, ocuparão cargos no mercado de trabalho e farão a diferença. Então eu acredito que neste caso a gente vai estar resgatando o papel da universidade como promotora de ideias”.
O chargista, em sua palestra, também propõe um diálogo sobre o problema da censura e como ela esteve presente em diversos governos. “Mesmo nesse período da democracia a censura existiu, não de maneira oficial, mas de maneira oficiosa. Hoje, ser um chargista tem um papel ainda mais importante. Porque na democracia o papel do chargista é a denúncia. Agora, num regime autoritário o papel do chargista é mais do que isso, é de resistência armada, armada com a caneta, com as ideias, com o papel e com as cores”.
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