A organização norte-americana “500 Women Scientists” convida mulheres cientistas do mundo todo para juntar-se à comunidade. O objetivo, de acordo com a pesquisadora Kelly Ramirez, uma das fundadoras do movimento, é mostrar o valor da ciência, lutar contra a desigualdade sofrida por mulheres no campo científico e apoiar as carreiras das integrantes. Além disso, a organização é comprometida com ações científicas voltadas à saúde do planeta, buscando colaborações para soluções relativas às crises climáticas. “Nossa missão é servir a sociedade, tornando a ciência aberta, inclusiva e acessível”, escreve Ramirez. “Assim como a ciência se baseia em evidências, observações e avaliações contínuas, estamos construindo esse movimento nos mesmos princípios.”
Para participar, as interessadas devem verificar no mapa oficial da organização qual a comunidade (denominada como pod) mais próxima de onde estão – e, se não existir uma em sua cidade ou região, podem criá-la. Atualmente, no Brasil, existem 18 pods. A professora e pesquisadora em Física da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Zélia Ludwig, aponta a importância de um projeto como este para as cientistas da região. “É uma grande oportunidade para as pesquisadoras da UFJF, pois é muito importantes estarmos conectadas com o mundo: ele precisa conhecer nosso trabalho e nós precisamos conhecer os avanços mundiais nas pesquisas científicas”, pondera. “Toda colaboração sempre é benéfica para ambas as partes e nós precisamos disso a cada dia. É importante somarmos os avanços, compartilharmos os desafios e problemas enfrentados por mulheres cientistas.”
Como surgiu
A organização teve seu início a partir de uma carta aberta publicada na revista de divulgação científica, Scientific American, pela pesquisadora Kelly Ramirez. O documento intitulado “An Open Letter from Women of Science” (em tradução literal, “Uma carta aberta das mulheres da ciência”) motivou um movimento global de união de mulheres cientistas para manifestar-se contra o anti-intelectualismo, a desigualdade, o sexismo e a discriminação.
Desde a sua publicação, em novembro de 2016, o documento recebeu mais de 20 mil assinaturas de mulheres que atuam na área da ciência, tecnologia, engenharia e matemática, além de apoiadores em mais de cem países. Atualmente, a comunidade está difundida em todos os continentes, espalhadas em pequenas organizações, as pods, cuja proposta é estabelecer um bom trabalho em equipe e uma colaboração local e internacional.