Com apenas nove anos de diferença entre a fundação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em 1960, e da graduação em Ciências Biológicas, em 1969, o curso representa parte importante da história da instituição. A programação do cinquentenário aconteceu na sexta-feira, dia 6, com a inauguração das reformas dos prédios dos Departamentos de Anatomia e Botânica e eventos comemorativos. Entre eles, mesa-redonda sobre as memórias e evolução do curso, palestra sobre as áreas de competência profissional do biólogo e fórum de egressos. Homenagens e condecorações, em especial para a primeira turma, completaram a noite.
O reitor Marcus David avaliou como absolutamente relevantes para a sociedade as produções na área de ensino, pesquisa e extensão do curso. “Todos os espaços que foram inaugurados hoje e a celebração dos 50 anos de um curso com uma história tão bonita e importante, com acervos tão representativos, confirmam a nossa competência e a importância da universidade pública para a sociedade.”
Já o diretor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), professor Lyderson Facio Viccini, destacou os desafios de estar à frente da unidade da área da saúde, onde o curso de Ciências Biológicas é parte fundamental para a formação dos alunos. “Nós temos 16 mil metros quadrados de área construída, são quase duzentos professores e técnicos administrativos e passam por aqui, aproximadamente, dois mil alunos por semestre.”
Uma das homenageadas da celebração foi a professora Fátima Salimena, que recebeu a Medalha Padre Leopoldo Krieger – maior responsável pela organização do mostruário de rochas e minerais da Faculdade de Filosofia e Letras, com 200 peças, e do Herbário da instituição, com cerca de 13 mil exemplares. O evento também celebra o centenário do padre Leopoldo. “Eu não acho que merecia nada disso, eu só fiz o meu trabalho com competência, com vontade e alegria. Conviver com o padre Leopoldo foi algo indescritível, porque eu aprendi tudo com ele. Eu achava que o jeitinho que ele tinha de ensinar, era o jeitinho que eu também tinha que ensinar. Minha trajetória foi muito boa, meus alunos eram tudo para mim, eu não vi o tempo passar”, contou Fátima.
Plantar o futuro
Para a coordenadora do curso de Ciências Biológicas, professora Dionéia Evangelista César, “é importante refletirmos sobre o que foi plantado pelos pioneiros, o que foi regado, podado e o que queremos plantar daqui para frente, para os próximos 50 anos”. Dionéia foi aluna da UFJF há 30 anos e comemorou a interação de diferentes gerações.
A vice-coordenadora do curso, Aline Cristina Sant’Anna, avalia que, em relação às perspectivas, é necessário alinhar a formação do profissional ao mercado de trabalho em transformação com demandas cada vez crescentes, “mas, sobretudo, manter a base do ensino e valorizar a história. É preciso modernizar, mas também preservar as características que até hoje deram certo”, salienta.
Para o estudante Igor Carreiro Ramalho, é importante reconhecer o trabalho dos profissionais do curso que “acreditam no valor do profissional biólogo, que muitas vezes é negligenciado, e no potencial que todos nós estudantes temos.”
Outras informações: (32) 2102-3201 (Instituto de Ciências Biológicas-ICB)