A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) vai inaugurar o Viveiro de Mudas da Fazenda Experimental, às margens da Represa de Chapéu D’uvas, no município de Ewbank da Câmara (MG) na próxima quarta-feira, dia 11, às 9h30. O espaço é o primeiro passo no desenvolvimento de técnicas a serem testadas e desenvolvidas com a população do entorno para maior eficiência na recuperação da Mata Atlântica e, consequentemente, mais água para toda região na próxima década.
O projeto é desenvolvido pelo Núcleo de Integração Acadêmica para Sustentabilidade Socioambiental (Niassa) em parceria com a concessionária Via 040, em uma área de mais de dois milhões de metros quadrados e aproximadamente cinco quilômetros de cursos d’água. Os locais impactarão diretamente na quantidade e qualidade da água na Represa de Chapéu D’uvas ao longo do tempo.
Pesquisador e professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Fábio Roland acredita que, por meio de pesquisas e do auxílio da comunidade local, será possível a obtenção de resultados que influenciarão positivamente no abastecimento da região. “A ideia da restauração florestal na área terrestre é fazer brotar água. Serão realizados muitos estudos que vão melhorar e dimensionar toda a atividade. O mais importante, talvez, é que o modelo de restauração seja disseminado para proprietários de áreas ao redor da bacia, fazendo com que se construa um grande corredor de floresta em torno do reservatório, o que fará com que a água tenha mais qualidade e quantidade.”
Ainda segundo Roland, são poucas as universidades no mundo com espaço experimental com características semelhantes às oferecidas pela Fazenda de Chapéu D’Uvas. Tanto Niassa quanto o Viveiro de Mudas da Fazenda Experimental são parte do alinhamento da UFJF com as diretrizes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Para a garantia da recuperação da água, serão restaurados, em um primeiro momento, 10% da área da fazenda para o plantio de aproximadamente 50 espécies de mudas, auxiliando na retomada natural da vegetação local. Muitas das sementes e mudas que estão sendo utilizadas são produzidas na própria fazenda, através da coleta em árvores já presentes na área. O replantio é importante para garantir que rejeitos não alcancem o reservatório e também para modular a disponibilidade aquífera.
Coordenador do projeto de recuperação da floresta da Fazenda Experimental da UFJF, André Amado, acredita que o processo de restauração da vegetação é importante para o desenvolvimento e volta da água e fauna dos locais. “É uma maneira de se recuperar, de forma mais rápida, a vegetação original antes presente naquela área. Na Mata Atlântica, quando você tem vegetação, isso implica que você tem mais água disponível, ou seja, a recomposição pode fazer com que a água volte em muitos daqueles locais.”
Parte do projeto “Raízes para o Futuro”, o reflorestamento possui impacto também nas pesquisas da Universidade. Atualmente, são desenvolvidos projetos dos cursos de Ciências Biológicas, Arquitetura e Engenharia Elétrica nos dois espaços. Além disso, pesquisadores e estudantes de acordos internacionais já desenvolveram projetos de pesquisa na área da fazenda.
Outras informações: (32) 2102 – 3970 – Diretoria de Imagem