A programação do 2º Encontro de Saúde Mental e Trabalho da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), teve início na manhã desta sexta-feira, dia 29, no auditório da Faculdade de Direito, com a conferência “Mal-estar na civilização e mal-estar no trabalho”. O evento contou com a apresentação da coordenadora e psicóloga da Associação Pró Saúde Mental – Trabalharte, Ilka de Araújo, além de depoimentos de associados da instituição.
O encontro faz parte das atividades realizadas pelo projeto de extensão “Tecendo Interlocuções sobre as Relações entre Saúde Mental e Trabalho”, coordenado pela professora Andreia Ramos. Na abertura, Andreia apresentou o evento e a iniciativa. “É muito bom que em momentos tão complicados como o de agora onde o não trabalho e o trabalho precário devem ser aceitos e naturalizados, termos um encontro no qual possamos pensar, discutir e refletir articulações tão necessárias para ampliar nossas possibilidades no campo de saúde mental e trabalho.”
“Quando falamos de trabalho humano e todas as suas dimensões não podemos deixar de falar do papel que Universidade exerce em propor discussões, soluções e enfrentamentos para combater a perda de direito de trabalhadores”, destacou a pró-reitora de extensão Ana Lívia Coimbra que participou da abertura.
Posteriormente ao momento de abertura, Ilka iniciou sua fala focada nas condições da modernidade e contemporaneidade do trabalho e como isto afeta os trabalhadores. “Na pós-modernidade houve um forte abalo da estrutura e forma de organização do trabalho e a globalização e as inovações tecnológicas fazem parte deste processo. Pelas alterações é criado um cenário que se configura pelo aumento gradativo de um número considerável de pessoas que engrossa a cada dia mais uma nova modalidade de pobreza e exclusão.”
Ilka apresentou a Associação Pró Saúde Mental – Trabalharte e como ela atua com trabalhadores que passaram por algum tipo de degradação mental gerada pelo ambiente e condições de trabalho. Em seguida, associados da instituição deram seus depoimentos sobre suas vidas, experiências profissionais e como foram acolhidos.
Sebastião Peres Filho, um dos associados, contou parte de sua trajetória. “Eu trabalhava como servente de obras e foi no trabalho onde eu tive a minha primeira crise psiquiátrica. A partir disso me tornei outra pessoa, me isolava das pessoas. Com o Trabalharte eu comecei a me ressocializar. Foi através do diálogo com as pessoas, com os estagiários. Aprendi muito com estas pessoas. Hoje sou respeitado pelas pessoas e me sinto útil.”
As atividades do 2º Encontro de Saúde Mental e Trabalho seguem até ao fim da tarde.
Confira a programação.
Outras informações: saudementaltrabalho.ufjf@gmail.com