Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Esportes

Data: 19/11/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/19-11-2019/quarteto-do-cria-ufjf-disputa-os-jogos-escolares-da-juventude.html

Título: Quarteto do Cria UFJF disputa os Jogos Escolares da Juventude

Victor Hugo Dias participam, nos próximos dias, dos Jogos Escolares da Juventude 2019 (JEJ), a maior competição estudantil do Brasil, realizada na cidade de Blumenau (SC) até o fim de novembro. O quarteto do Cria UFJF, projeto de atletismo da universidade, estará entre os cerca de 5 mil alunos-atletas de 12 a 17 anos, dos 26 estados do país e do Distrito Federal na disputa de 14 modalidades.

No Módulo I (nascidos entre 2005 e 2007), Victor Hugo foi classificado para o lançamento de dardo e convocado para o arremesso do peso. Já Kaique conquistou vaga nos 1000m e também foi selecionado para os 75m rasos. No Módulo II (de 2002 a 2004), João Victor conseguiu vaga no lançamento de disco, enquanto Nalanda obteve classificação nos 100m e também foi chamada para integrar o revezamento misto dos 4x400m e dos 200m. As participações foram confirmadas após vitórias na etapa estadual dos Jogos Escolares de Minas Gerais (Jemg).

Treinador do grupo de saltos e velocidade da equipe de atletismo juiz-forana, Jhonatan Marques afirmou que “o objetivo principal é alcançar a final, estar entre os 12 atletas nos lançamentos, entre os oito nas provas de velocidade e entre os 16 na prova de fundo. Porém sabemos que os atletas têm potencial para ser melhores do que isso, pois se comparar as marcas dos nossos alunos, a nível do ranking nacional da modalidade, estarão entre os cinco na faixa etária.”

Ainda segundo o profissional, há chances de pódio se os atletas conseguirem melhorar suas marcas pessoais.

“O Victor Hugo tem a expectativa de alcançar os 50 metros no dardo e competir bem no peso. Já o Kaique, que começou a treinar neste ano com a gente, espera poder correr os 1000m em 3 minutos ou abaixo, e fazer boa prova de 75m. No módulo II, ambos são de 2003 e têm mais um ano ainda no mesmo módulo, portanto é possível ter atletas mais experientes nas provas que eles. Nas provas de lançamentos o detalhe pode decidir a qualquer momento. Já a Nalanda, da velocidade, correu bem e vem forte atrás de correr os 100m abaixo de 12 segundos e os 200m na casa dos 25 segundos com vento regular, o que a colocaria em um outro patamar para as provas de velocidade visando o ano que vem.”

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Veículo: G1

Editoria: Zona da Mata

Data: 19/11/2019

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2019/11/19/ufjf-divulga-comprovante-definitivo-de-inscricao-do-pism-2020.ghtml

Título: UFJF divulga comprovante definitivo de inscrição do Pism 2020

Os candidatos do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) 2020 da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) já podem consultar os comprovantes definitivos de inscrições. Os documentos foram disponibilizados pela instituição nesta terça-feira (19).

Nos comprovantes, os estudantes poderão confirmar os locais em que vão realizar os exames. Nesta edição, as provas serão realizadas nos dias 30 de novembro e 1° de dezembro nas cidades de Juiz de Fora, Governador Valadares, Muriaé, Petrópolis e Volta Redonda.

No edital do Pism, consta que o comprovante definitivo não é enviado aos candidatos por nenhum meio físico, sendo de responsabilidade do inscrito imprimi-lo e conferir os dados. Os documentos ficarão disponíveis na internet até o dia 1º do próximo mês.

De acordo com a UFJF, mais de 40 mil estudantes se inscreveram para esta edição do Pism e do Vestibular de Música. Serão ofertadas 2.303 vagas, em 76 cursos dos campi de Juiz de Fora e Governador Valadares.

Pism 2020

As vagas para o Pism serão distribuídas da seguinte forma: 1.903 vagas em 66 cursos do campus em Juiz de Fora e 400 vagas em dez cursos do campus avançado em Governador Valadares.

As provas para os três módulos serão realizadas nos dias 30 de novembro 1º de dezembro, das 13h às 17h30.

As notas das provas do Módulo III do Pism serão divulgadas no dia 7 de janeiro de 2020. O resultado final, após a interposição e análise dos recursos, sai no dia 16 de janeiro de 2020.

As notas das provas dos Módulos I e II serão divulgadas no dia 10 de março de 2020, sendo o resultado final publicado em 18 de março de 2020.

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Veículo: G1

Editoria: Zona da Mata

Data: 19/11/2019

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2019/11/19/juiz-de-fora-sedia-ciclo-feminino-nas-artes.ghtml

Título: Juiz de Fora sedia ‘Ciclo Feminino nas Artes’

Juiz de Fora sedia a partir desta terça-feira (19), o “Ciclo Feminino nas Artes”, idealizado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Artística (Pibiart) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF),.

A iniciativa ocorre na Escola de Artes Pró-Música-UFJF, apresentando à comunidade de Juiz de Fora os processos de pesquisa e criação desenvolvidos pelos estudantes do programa nas interfaces do feminino nas Artes Visuais, na Moda e no Cinema.

O Ciclo, que é gratuito e aberto ao público, oferece oficinas e palestras durante quatro dias deste mês.

O Pibiart é aberto a graduandos da UFJF com o objetivo de proporcionar aperfeiçoamento artístico aos participantes. Uma das modalidades do programa é a de Mediação Artística, que oferece mediação de conhecimentos em artes em projetos de cunho educativo cultural para as comunidades acadêmica e externa.

A primeira oficina – “Mulheres múltiplas: autorretrato e autoconhecimento” – acontece nesta terça com o objetivo de discutir a conexão da “autoestima” feminina com fatores culturais, refletindo a socialização feminina e a objetificação do corpo da mulher ao longo da história.

Em seguida, em momento prático, acontece uma produção de autorretratos a partir das discussões feitas durante o dia. O objetivo é pensar a poética, os materiais e a tradução visual que cada participante tem de si a partir desses retratos, levando em conta a multiplicidade de corpos, personalidade e desejos.

A oficina é indicada para jovens a partir dos 15 anos e ocorre das 14h às 17h. Como resultado das produções feitas durante o dia, acontece às 19h a abertura da exposição “Mulheres Múltiplas”, onde estarão expostos os trabalhos produzidos.

A Escola de Artes Pró-Música-UFJF fica localizada na Avenida Barão do Rio Branco 3.372, no Alto dos Passos.

O evento segue até sexta-feira, dia 22. Confira a programação completa no site

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Colunas

Data: 19/11/2019

Link:  https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/19-11-2019/356715.html

Título: Karina Coelho em noite de festa na Danke

Falou e disse

Num bate-papo esportivo com amigos, o advogado (e vascaíno) Valério Ribeiro se mostrou surpreso com alguns jogadores que têm se excedido nas comemorações e nas humilhações aos adversários. E arrematou: “futebol não é isso. Tem muita coisa errada”.

60 anos de formatura

Salvador Caruso está à frente das comemorações dos 60 anos de formatura na Faculdade de Engenharia da UFJF, a última turma que estudou no antigo casarão da Avenida Rio Branco. Será no próximo sábado, com missa em Ação de Graças, às 10h30, na capela dos Jesuítas, seguida de almoço no Brasão.  Entre os engenheiros de 1959, estão Maurício Barra, José Dirceu Villela, André Pedro Hallack, Deusdedit Mello Filho, Waldir Baptista Vieira, Sérgio Luiz Canedo de Freitas, Marcus Vinicius Salles Ferreira, João Mariano de Amorim Sepúlveda, Ângelo Alberto Maestrini, Isabel Araujo de Melo e José Lúcio Dutra Moreira e Alvair Pinto Barbosa.

Antenado

Apesar dos avisos antecipados do Demlurb não faltou quem colocasse lixo na noite do feriado. No Jardim Glória, próximo ao HU, e no Bom Clima, as reclamações foram muitas. Lamentavelmente, uma questão de falta de educação e espírito comunitário.

Acidentes na BR 040

Um leitor que foi ao Rio, na manhã chuvosa do feriado, registrou o impressionante número de dez capotamentos no trecho entre a divisa dos estados e a Baixada Fluminense. Principalmente com pista molhada, a direção defensiva é fundamental.

Registro

Foi sepultado ontem, em Pequeri, Henrique Granato Matta (64 anos), que por vários anos atuou na área comercial de empresas em Juiz de Fora e Salvador. A solidariedade aos irmãos Eduardo e Ronaldo Granato Matta.

No circuito

De férias, na cidade, Sofia Silva, que mora em Lisboa. Veio visitar os amigos Débora Guerra e Rafael Barra, Stela e Arnaldo Guerra.

Dose dupla

Hoje, em Monte Carmelo, Jovino Campos e Paulo Roberto Lopes inauguram mais um Bahamas Mix, a 56ª loja do grupo e a 16ª da Regional do Triângulo, proporcionando 100 novos postos de trabalho.  A 57ª loja será inaugurada no próximo dia 26, em Francisco Bernardino. Com 1.670 m² de área de vendas, o novo Bahamas Mix JK terá estacionamento com 186 vagas.

Debutantes

Agendada para o dia 29, na Estação São Pedro, a terceira festa de debutantes da Casa de Cultura Evailton Vilela e da Associação Social de Amparo ao Cidadão. Na coordenação, Negro Bússola.

Papo político

O ator Gustavo Mendes, que entrevistou Ciro Gomes para o seu canal no YouTube, comentou: “vivemos em um momento de polarização. E ter essa oportunidade de ouvir e compartilhar os pontos de um homem inteligente como Ciro, é maravilhoso”.

Textos premiados

Caio Victor Silva de Paula, Bárbara Tábata Carvalho Tirapani, João Antônio Vieira Santos, Ingrid Kaylaine de Souza Costa, Fernanda Luiza Bisi e Thassila Ferreira Henrique, alunos da Escola Marechal Mascarenhas de Moraes, venceram o concurso de redação “Jovem de futuro: protagonismo estudantil”, promovido pelo Rotary Norte.

Foco no empreendimento

Rosane Rodrigues Valladares, Ludmila Lourenço, Eduardo Gomes Francisco e Lucas Duarte da Costa conquistaram o prêmio “Destaque Empreendedor” com a montagem da empresa Cria, durante o Seminário Empretec.

Quem fala

Quinta-feira, no Instituto Vianna Júnior, o diretor-geral do Tribunal de Contas do Estado, Marconi Braga, faz palestra na abertura dos Encontros Técnicos, com o tema “Controle com desenvolvimento: tópicos relevantes na relação do TCE com os municípios”.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cultura

Data: 20/11/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/20-11-2019/nascer-preto-e-um-desafio-de-vida-diz-congoles.html

Título: ‘Nascer preto é um desafio de vida’, diz congolês

Na bagagem, Olivier Nong’Olela Shamololo trazia a informação de que o Brasil é um país de maioria negra. Vindo da República Democrática do Congo, sabia que não encontraria um país como o seu, com 97% da população negra. Não esperava, no entanto, encontrar uma paisagem racial tão contraditória quanto cruel. “Eu duvidei. Pensei: Isso não é possível!. Se tem essa população toda, onde ela está? Mas quando morei no Rio de Janeiro, numa comunidade, fui conhecendo. Cada vez que me afastava mais das zonas nobres, eu via o povo preto, que ainda está nas periferias, nos quilombos”, diz ele, que há nove anos deixou sua terra natal e, com um grupo de amigos, aderiu ao programa de convênio que o permitia cursar arquitetura na UFJF. Estudou português na capital fluminense e, no ano seguinte, iniciou a graduação em Juiz de Fora. Há dois anos, Olivier se formou, mas, pai de uma menina (brasileira!) de pouco mais de 3 anos, decidiu-se por permanecer.

Saído de um país rico em minerais, mas pobre socialmente, Olivier precisou sair de seu lugar de origem para alcançar outras oportunidades. Num novo país, também precisa resistir. E isso dia após dia. “Não gosto de colocar o racismo na minha mente. Nascer preto é um desafio de vida”, lamenta ele, que traz a ancestralidade no próprio cotidiano profissional. “O conhecimento não tem lugar, se ele está no barro, vou ao barro. As pessoas acham que só as universidade são os lugares do conhecimento. Mas e a história? E os legados dos quilombos?”, questiona o arquiteto e urbanista que se encontra, nesta sexta (22), às 17h, na Escola Municipal Carolina de Assis, no Floresta, com a militante social, historiadora e doutora Honoris Causa pela UFJF Adenilde Petrina, no debate “Ancestralidade e memória”. O evento, acompanhado de apresentações artísticas do Coletivo Vozes da Rua, do qual Adenilde é fundadora, do Maracatu Estrela na Mata e do Grupo Macamba, celebra a semana da Consciência Negra na cidade.

Afinal, que consciência negra é esta que se celebra no Dia Nacional de Zumbi dos Palmares? Adenilde responde tomando nas mãos o livro “Escrevo o que eu quero”, de Steve Biko. “Isso é um dom divino. Deus fez a gente negro e se a gente não aceita nossa condição, estamos negando aquele que nos criou. Por isso é importante levar esse conceito para que as pessoas se aceitem mais e combatam mais o racismo tão presente ainda em nossa sociedade”, explica ela. E acrescenta: “Minha bíblia é a biografia do Malcom X. Depois que ele foi na Arábia Saudita, que teve contato com os muçulmanos, ele percebeu que o racismo e o capitalismo andam de mãos dadas. Ele fala da necessidade de a gente conscientizar os brancos, fazendo-os reconhecer que a sociedade em que vivemos é racista. Ele cunhou aquela frase famosa, que diz que nem todo negro é meu amigo e nem todo branco é meu inimigo. Ter essa visão é superimportante.”

‘O Brasil precisa se conectar com a África’

A distância entre o Congo e o Brasil são muitas e diferentes, aponta Olivier Nong’Olela Shamololo. “Quando cheguei, minha reação foi de espanto com novas coisas, novos modos de viver e, principalmente, a língua. O Congo sempre manteve um contato com o Brasil. Na questão do futebol, o pessoal de lá torce pelo Brasil. Sempre víamos aqueles times misturados, e isso dava uma alegria maior”, conta ele, que pouco a pouco foi se dando conta de outras dimensões de um país tão próximo e tão longe do seu. “A gente foi percebendo que a universidade não tinha muito preto. Ao mesmo tempo, percebíamos que a história tem muito da África”, reflete o arquiteto e urbanista, cujo domínio acerca do tema escravidão se ampliou no Brasil.

“Lá é falado, sabemos que aconteceu, mas chega a um certo momento que parece que não faz mais parte da gente, um legado isolado, com todo mundo meio que ignorando aquilo. Saber da formação histórica me deu um novo modo de ver a minha pessoa, minha própria cultura. Isso dá um pouco de emancipação”.

“O Brasil precisa se conectar com a África. De onde vieram nossos ancestrais? De lá! Tenho que ter noção de quem sou. Para mim é um país que tem uma importância muito grande na questão racial. Tem uma maioria da população preta e que sofre”, completa, citando a potência dos quilombos como paradigma de consciência e resistência.

Recordando sua extinta Rádio Mega FM, Adenilde Petrina exemplifica essa emancipação através das memórias do programa “Voz da África”, apresentado pelo angolano Augusto Alfredo. “Ele mostrou que África é um continente, com culturas diversas e riquíssimas. Em contrapartida, ele mostrou para gente que os negros no Brasil não sabem de onde viveram. Só sabemos genericamente que viemos da África. É uma falha muito grande para a percepção de nós mesmos. Aprendi, ouvindo blues, que se não sabemos de onde viemos, não sabemos para onde nós vamos”, pontua a militante, que visita escolas da cidade durante o mês de agosto, no evento chamado “Agosto Negro”, promovido pelo Coletivo Vozes da Rua.

Adenilde Petrina: “Os nossos motivos para lutar continuam os mesmos” (Foto: Felipe Couri/Arquivo TM)

“Apesar de nas escolas os negros continuarem a ser turistas do calendário escolar, nas visitas, falando da África negra, percebemos que algumas escolas mudaram a postura”, celebra a moradora do Bairro Santa Cândida, onde fica uma escola que sensivelmente mudou o jeito de retratar o passado. “A história tem que ser falada o ano inteiro. Na periferia, principalmente, onde a maioria é formada por negros que não conhecem sua própria história. O negro não deve ser lembrado só em novembro, mas durante o ano inteiro, assim como as mulheres e os índios”, sugere ela, que na própria casa montou a biblioteca do Coletivo Vozes da Rua para estimular os jovens a conhecerem escritores e pensadores negros.

‘Nossos problemas continuam os mesmos’

Nesse dia 20, o que há para ser comemorado? Não muito, garante Adenilde Petrina. “Nossos problemas continuam os mesmos. Nossas dificuldades continuam as mesmas. Esse atual governo nos joga cada vez mais no fundão da história. Vamos ter que conquistar tudo de novo”, lamenta a doutora honoris causa da UFJF. “O povo preto precisa de uma autoestima muito maior do que simplesmente dar universidade para eles. As cotas raciais são uma coisa boa, mas é a autoestima que precisa vir à tona. Precisamos decodificar a história. Temos que nos emancipar da escravidão”, acrescenta Olivier Nong’Olela Shamololo, que conheceu o racismo no Brasil, onde permanece na esperança de ajudar a mudar essa perspectiva. “Não existe racismo no Congo. A gente fala de um tribalismo”, referindo-se à rivalidade entre grupos étnicos. “Acredito que nesses últimos anos as pessoas tomaram mais consciência da importância do novembro. Mudou-se a autoestima, mas a sociedade ainda tem muita estrada para caminhar. Como dizem os Racionais MCs, os nossos motivos para lutar continuam os mesmos”, garante Adenilde, defendendo que o racismo existe, é mal e é estrutural.

A solidão, no entanto, é outra. Em suas memórias, Adenilde guarda a sensação que a perseguiu por 28 anos dando aulas na rede pública municipal. “Eu sentia a solidão como mulher negra por não ter com quem conversar, por não ver outros negros”, conta ela, a única negra da sala na universidade e a única negra professora no trabalho. “Isso mudou bastante. Principalmente por conta do crescimento do escritor negro falando para os negros, dos poetas negros das quebradas falando para as quebradas. Esse ano no ‘Agosto negro’ usamos como tema a ‘Primavera periférica’ que retrata as poesias nas periferias. Esse movimento existe há mais de 20 anos e agora está se tornando mais visível por conta da popularidade de autores como Sérgio Vaz e Ferréz. Isso graças, também, à cultura hip-hop, a grupos como Racionais MCs que deram consciência de que nós, negros, também poderíamos produzir arte. A Carolina Maria de Jesus foi muito importante para nós. Uma catadora de lixo que se destacou e falou coisas importantes, como a percepção dela de que as favelas eram os quartos de despejos da cidade. Essa é uma grande verdade. As cotas aumentaram o número de alunos negros, e isso é fundamental para dar mais força para a gente lutar e combater o racismo”, diz Adenilde, para logo fazer um convite: “Juntos temos que mudar.”

DEBATE ANCESTRALIDADE E MEMÓRIA

Com Adenilde Petrina Bispo e Olivier Nong´Olela Shamololo, nesta sexta (22), às 17h, na Escola Municipal Carolina de Assis (Rua Coronel Assis 15 – Floresta)

Semana da Consciência Negra – Programação

Dia 20 – Quarta-feira

– E. M. Padre Wilson (Rua Cleir Reis Duque, 200 – Igrejinha) | Mural “Projeto Cidadania” (fotografia)

– Teatro “Paschoal Carlos Magno” (Rua Gilberto de Alencar s/n – Centro)

Das 9h às 19h – Visitação à mostra “DaMinhaCor” (fotografia)

20h – Show “Batuque Afro-brasileiro e seus encantos” (música) + Roda de Conversa com a Mesa Diretora do Conselho Municipal para a Promoção da Igualdade Racial

Dia 21 – Quinta-feira

– E. M. Padre Wilson (Rua Cleir Reis Duque, 200 – Igrejinha) | Mural de fotos do “Projeto Cidadania” (fotografia)

– Centro Cultural Dnar Rocha (Rua Mariano Procópio, 973 – Mariano Procópio)

19h às 21h – Fuzuê de Malungo – vivência centrada nas manifestações festivas afro-brasileiras, tendo a Capoeira como fio condutor. A ideia é promover uma experiência de transmissão de saberes pela oralidade, pelo canto, dança, jogo e musicalidade.

– Anfiteatro João Carriço (Avenida Rio Branco 2.234 – Centro)

19h – Roda de conversa sobre racismo estrutural, com Diego Dhermani Lopes, professor de geografia licenciado pela UFJF, integrante da Associação de Geógrafos Brasileiros (AGB) – Seção Juiz de Fora e do Grupo de Trabalho de Geografia e Relações Étnico-raciais da AGB

Dia 22 – Sexta-feira

– E. M. Padre Wilson (Rua Cleir Reis Duque, 200 _ Igrejinha) | Mural do “Projeto Cidadania” (fotografia)

– Sintufejuf (Rua Santo Antônio, 309)

9 às 17h | Seminário Semana da Consciência Negra

– E.M. Carolina de Assis (Rua Coronel Assis, 15 – Floresta)

17h | Tarde Cultural “Para Todos” – Reflexão sobre “Ancestralidade e Memória”, através de roda de conversa com a participação de Olivier Nong´Olela Shamololo, da República Democrática do Congo, e Adenilde Petrina Bispo, Dra. Honoris Causa pela UFJF. Apresentações artísticas do Coletivo Vozes da Rua, Maracatu Estrela na Mata e Grupo Macamba

Dia 23 – Sábado

– Parque Halfeld

10h | Marcha Zumbi dos Palmares

10h| Batuque Afro-brasileiro e seus encantos (música)

– Praça João Pessoa

10h| Raízes do Maracatu, com o Grupo Estrela da Mata (música)

– Rua Halfeld

10h às 13h – “Vil” – Com Noah Mancini (performance)

– E. M. Carolina de Assis (Rua Coronel Assis, 15 – Floresta)

12h – Tarde Cultural “Para Todos” – Reflexão sobre “Ancestralidade e Memória”, através de roda de conversa com a participação de Olivier Nong´Olela Shamololo, da República Democrática do Congo, e Adenilde Petrina Bispo, Dra. Honoris Causa pela UFJF. Apresentações artísticas do Coletivo Vozes da Rua, Maracatu Estrela na Mata e Grupo Macamba

Livraria Cadori (Rua Braz Bernardino 199, Loja 107 – Galeria Pátio Central)

13h – Cabeça de Nêga – OriVivência – Reunião de produtores de saberes, negras e negros de diversas áreas de conhecimento, com a finalidade de promover uma vivência sobre as produções de conhecimento da população negra. A proposta é mostrar algumas das diversas possibilidades de escrita das histórias negras no Brasil, a partir de pesquisas e estudos de intelectuais das áreas de literatura e corporeidades e suas imbricações com a luta antirracista

Praça João Pessoa

13h30 – Raízes – Grupo Makamba (dança afro-brasileira)

  1. M. Belmira Duarte Dias (Rua Adaílton García, 110 – JK)

15h – Batuque Afro-brasileiro e seus encantos (música)

Sindicato dos Bancários (Rua Batista de Oliveira, 745 – Centro)

15h – 4ª Edição Denigra JF – apresentações artísticas e feira de empreendedorismo afrodescendente.

17h – Cabeça de Nêga – OriVivência – Reunião de produtores de saberes, negras e negros de diversas áreas de conhecimento, com a finalidade de promover uma vivência sobre as produções de conhecimento da população negra. A proposta é mostrar algumas das diversas possibilidades de escrita das histórias negras no Brasil, a partir de pesquisas e estudos de intelectuais das áreas de literatura e corporeidades e suas imbricações com a luta antirracista

Núcleo Travessia (Rua Jacinto Marcelino, 25 – Vila Olavo Costa)

18h – Bacharéis do Samba (música)

Dia 24 – Domingo

– Sindicato dos Trabalhadores Têxteis (Rua Farmacêutico Vespasiano Pinto Vieira 46 – Centro)

9h às 18h – 4ª Roda de Conversa de Terreiro

– Salão de Festas (Rua Jorge Raimundo 595 – Santa Cândida)

16h – CineXuxu #candinha – Exibição de clips e roda de conversa

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cultura

Data: 20//11/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/20-11-2019/faculdade-de-comunicacao-debate-importancia-de-cineclubes.html

Título: Faculdade de Comunicação debate importância de cineclubes

Em sua 17ª edição, o Encontro Regional de Comunicação (Erecom), realizado pela Faculdade de Comunicação (Facom) da UFJF, iniciado na última terça (18), tem o tema “O Audiovisual no/do Século XXI”, abordando principalmente as produções televisivas e cinematográficas no contexto atual. “A gente tentou trazer para o evento mais inquietações do que respostas, uma discussão sobre comunicação mais contemporânea que abarcasse as questões pertinentes”, ressaltou a diretora da Facom, Marise Mendes, lembrando que a Facom agora possui dois cursos, o de Jornalismo e o de Rádio, TV e Internet, e que o evento é gratuito e aberto ao público, a não ser pelas oficinas. “É algo que a gente tem muito orgulho. Inicialmente era para ser itinerante – para que o evento fosse circulando por outras instituições públicas e privadas da região. Mas acabou que, devido a diversos fatores, apenas a Facom teve condições de dar continuidade à iniciativa”, comenta.

Encontro Regional de Comunicação reúne diversas mesas que debatem o audiovisual no século XXI

Ao longo de seus três dias, o Erecom tem uma programação com palestras, mesas temáticas, grupos de estudo, oficinas e apresentações de trabalhos acadêmicos. Uma das atrações do último dia de evento, nesta quinta-feira (21), é a mesa temática Cineclubismo e Sociabilidades, que será realizada às 15h, com a participação das professoras Daniela Auad (UFJF), Erika Savernini (UFJF), Alessandra Brum (UFJF), Dina Pereira (coordenadora da Rede Kino MG) e Rita Quadros (fundadora do Cine Sapatão SP). Encerrando o Encontro, a professora Lorena Tárcia (UniBH/UFMG) ministrará a palestra “Os Audiovisuais possíveis no/do Século XXI: Experiências de educação transmídia em Timor-Leste e Moçambique”, às 19h.

O encontro, apesar de ter um perfil acadêmico, busca também valorizar experiências e trajetórias que não necessariamente vêm da academia, promovendo um rico e urgente diálogo. É o que acontece na mesa Cineclubismo e Sociabilidades, por exemplo, que além de ser composta pelas professoras da UFJF, terá a participação de Dina Pereira da Rede Kino, instituição que busca compartilhar experiências e somar esforços para articular cinema e educação; e Rita Quadros, uma das fundadoras do vanguardista Cine Sapatão, criado em São Paulo (SP) , além de ser uma das idealizadoras da Parada LGBTQUIA+ de São Paulo, um dos maiores eventos do mundo. Em entrevista à Tribuna, Rita fala sobre a importância dos cineclubes, o trabalho do Cine Sapatão e sobre a urgência em se criar cada vez mais espaços de reflexão e discussão.

Rita Quadros: “Hoje o desafio das paradas é de barrar retrocessos, se politizar cada vez mais”

Tribuna – Qual é a importância do cineclubismo enquanto espaço de sociabilidade?

Rita Quadros – O cineclube cumpre diversos papéis: tanto o de poder discutir e dar acesso de maneira inclusiva a determinados tipos de produção e temas que não chegam ao mainstream quanto – e isso é uma das características mais marcantes dos cineclubes – dar visibilidade a estas produções, que não têm espaço no eixo comercial. Trabalhamos muito com o cinema nacional, por exemplo, garantindo acesso às obras que dialogam com nossa proposta, dando visibilidade e democratizando. O cineclube é altamente revolucionário.

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Como funciona o Cine Sapatão?

As exibições ocorrem uma vez por mês, e procuramos dialogar com o calendário político mais geral. Neste mês, por exemplo, exibimos três curtas-metragens que dialogam com questão da negritude, a lesbianidade negra, em menção ao mês da Consciência Negra. A repercussão tem sido muito positiva. Geralmente temos uma média de 30 pessoas nas exibições, mas vemos que há, claro, as que sempre aparecem, mas uma rotatividade bem relevante de público o que mostra que estamos conseguindo falar sobre a lesbianidade de uma maneira transversal, atingindo pessoas diferentes. Em eventos como mostras, nosso púbico chega a ultrapassar cem pessoas, e recentemente nos demos conta de que já falamos para mais de mil mulheres. É muita coisa.

Qual é o papel de espaços como o cineclube em um momento em que peças e filmes vêm sendo censuradas, sobretudo os que têm temática relacionada a gênero e sexualidade?

A principal é a de resistência, de ser um espaço onde as pessoas ainda possam assistir a vídeos e usar audiovisual como instrumento de reflexo e reflexão da sociedade.

Você foi organizadora da parada LGBTQIA+ de SP em suas primeiras edições. Hoje o movimento é um dos maiores do mundo. Qual a importância da parada neste momento?

O movimento vai se transformando. Em 1997, realizamos a primeira, que teve como uma das grandes marcas a discussão sobre o projeto de lei que versava sobre o direito de união estável – já nesta época – e outra, importantíssima, era a proposta de ocupar as ruas à luz do dia. Naquele momento, a presença das homossexualidades eram relegadas à noite, à escuridão. Queríamos ir para a luz do dia. E fomos. Hoje o desafio das paradas é de barrar retrocessos, se politizar cada vez mais. Usar essa característica de ser uma grande festa para cumprir um papel político efetivo de resistir e garantir que nenhum direito seja perdido.

Qual e importância de discutir o poder do cineclubismo num evento como o Erecom?

Espero poder contribuir com o diálogo que o encontro abre entre a academia e as experiências. Minha participação não é a de quem faz uma reflexão teórica, mas de poder compartilhar o que as experiências de realizar o Cine Sapatão e com o cineclube de uma maneira mais ampla podem causar na vida das pessoas, seja do ponto de vista estético ou o da possibilidade de refletir sobre questões.

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Veículo: Portal do Zacarias

Editoria:

Data: 20/11/2019

Link: https://www.portaldozacarias.com.br/site/noticia/consciancia-negra-veja-como-mineiros-contribuem-para-luta-que-a-de-todos/

Título: Consciência negra: veja como mineiros contribuem para luta que é de todos

Oito anos depois da instituição do Dia Nacional da Consciência Negra, ainda há quem questione os motivos para a existência de uma data dedicada ao tema.

O movimento negro, no entanto, costuma dizer que não deve existir apenas um dia ou um mês para que a produção cultural, intelectual de parcela significativa da população brasileira ganhe visibilidade e holofotes.

Apesar de o povo negro ter contribuição significativa em todos os campos da vida brasileira – com indígenas, portugueses e outros grupos de migrantes – da literatura à música, da culinária à engenharia, da religião ao saber científico, muitos feitos têm sua visibilidade prejudicada. Nem todo mundo sabe, por exemplo, que nomes importantes nessa luta nasceram em Minas.

As referências são inúmeras, mas, nesta data dedicada à contribuição dessa importante parcela da população para a formação da sociedade brasileira, elegemos nove personagens e suas histórias, para que as novas gerações possam saber sobre os feitos desses homens e mulheres cujas existências engrandecem toda a humanidade. Conheça pessoas que inovaram, criaram e sobretudo que abrem caminhos para muitos outras.

Diva Moreira

É importante conhecer Diva Moreira para saber mais sobre a implementação de políticas públicas para a promoção da igualdade racial em Belo Horizonte. Aos 73 anos, a cientista política segue atuante. Natural de Bocaiuva, é formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com especialização em ciências políticas.

Começou cedo na militância na juventude, antes do golpe militar de 1964. Conheceu o marxismo na Igreja Católica e entrou para o Partido Comunista. Militou em movimentos sindicais e de bairro. Em Belo Horizonte, criou a Casa Dandara, de cidadania do povo negro, e a Secretaria Municipal para Assuntos da Comunidade Negra. Na linha de frente na luta pelos direitos dessa parcela da população, Diva se destaca pela elegância, pela fala calma e o jeito acolhedor e agregador.

Conceição Evaristo

Aos 73 anos, Conceição Evaristo é uma das maiores escritoras da literatura brasileira, embora o reconhecimento por instâncias literárias formais tenha vindo tardiamente. Nasceu no Morro do Pindura Saia, na Região Centro-sul de Belo Horizonte, que acabou sendo desapropriado. Costuma dizer que a primeira recepção de sua obra foi feita pelo movimento negro, notadamente professores que levavam sua literatura para a sala de aula.

A mineira que se radicou no Rio de Janeiro foi agraciada com o Prêmio do governo de Minas Gerais de Literatura 2017 pelo conjunto da obra, foi tema de ocupação cultural do Itaú em São Paulo e é reverenciada em saraus Brasil afora. No mesmo ano, foi a estrela da Flip em Paraty. Venceu o Prêmio Jabuti em 2015, com Olhos D’água (Pallas) e este ano retorna ao maior prêmio da literatura brasileira como grande homenageada. Também neste ano, recebeu a láurea da 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa.

Na obra que inclui romances como Becos da Memória (Pallas), Ponciá Vicêncio (Pallas), Insubmissas lágrimas (Nandyala), destacamos o poema “De mãe”, uma cartografia afetiva de sua obra. “Cuidado de minha poesia / aprendi foi de mãe mulher de por reparo nas coisas e de assuntar a vida. A brandura de minha fala / na violência de meus ditos ganhei de mãe/ mulher prenhe de dizeres fecundados na boca do mundo”.

Mãe Efigênia

Mãe Efigênia tem 73 anos e é natural de Ouro Preto. Senhora de grande saber e conhecimento, formou diversos filhos e zeladores do Candomblé no terreiro Manzo Nguzo Kaiango. É guardiã de práticas sociais e culturais fundamentadas na religiosidade de matriz africana, fundamental para que os negros trazidos à força da África conseguissem lutar contra a escravidão.

Na década de 1970, fundou a comunidade quilombola Manzo Ngunzo Kaiango. A Comunidade tem identidade e território indissociáveis, na qual o terreiro é percebido e experimentado como centro vital. A cultura diferenciada e a organização social própria constituem patrimônio cultural afro-brasileiro. Em outubro de 2018, Manzo Ngunzo Kaiango foi registrada como patrimônio cultural do estado de Minas Gerais.

Nilma Lino

Nascida em Belo Horizonte em 13 de março de 1961, Nilma Lino é um dos principais nomes para a implementação das cotas raciais no Brasil. Foi a primeira mulher negra do país a comandar uma universidade pública federal, ao ser nomeada reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em 2013.

Em outubro de 2015 foi nomeada ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, que uniu as secretarias de Políticas para Mulheres, Igualdade Racial, Direitos Humanos e parte das atribuições da Secretaria-Geral. Em 2019, tornou-se a primeira mulher negra a receber o título de professora emérita da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ingressou na Faculdade de Educação (FaE) da UFMG em 1984, no curso de pedagogia, e concluiu o mestrado em educação na mesma instuição em 1994.

É doutora em antropologia social pela Universidade de São Paulo (USP). Cumpriu estágio pós-doutoral na Universidade de Coimbra, supervisionada por Boaventura de Souza Santos. De 2002 a 2013, coordenou o Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão Ações Afirmativas na universidade.

Carolina Maria de Jesus

Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento, no Alto Paranaíba, em 14 de março de 1914 e morreu em 13 de fevereiro de 1977. Tornou-se uma das primeiras escritoras negras brasileiras, ressaltando o valor intelectual da mulher negra e inspirando dezenas de gerações. É autora do livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada publicado em 1960 e já traduzido para 14 idiomas.

Carolina viveu boa parte da vida no Canindé, favela na Zona Norte de São Paulo. Criou três filhos como catadora de papel, mas, mesmo diante da carestia, tornou-se escritora de destaque. Em inúmeros diários, mostrou para o mundo o que é sobreviver e lutar contra a fome.

Edimilson de Almeida Pereira

Edimilson de Almeida Pereira é poeta, ensaísta, professor e pesquisador da cultura e da religiosidade afro-brasileiras. É hoje um dos grandes intelectuais brasileiros, com produção literária e acadêmica de destaque, a partir de uma perspectiva negra. Nasceu em 18 de julho de 1963, em Juiz de Fora, na Zona da Mata.

Graduou-se em Letras pela UFJF em 1986 e se tornou especialista e mestre em ciência da religião pela mesma instituição. É doutor em comunicação e cultura pelo convênio UFRJ-UFJF. Autor prolífico, com dezenas de livros e artigos, estreou na literatura em 1985, aos 22 anos, com o volume de poemas Dormundo (1985).

A partir de então, são inúmeras publicações no campo da poesia e na crítica, de cunho etnográfico, fruto de pesquisas de campo voltadas para a análise e compreensão da produção cultural baseada na diáspora africana no Brasil. É autor de Corpo vivido (1991); Livro de falas (1987); Árvore dos Arturos & outros poemas (1988); Corpo imprevisto & margem dos nomes (1989); e Ô Lapassi & outros ritmos de ouvido (1990).

Maria Mazzarello

Fundadora da Mazza Edições, uma das editoras mais importantes do Brasil, Maria Mazarello Rodrigues se baseou na experiência acumulada como uma das fundadoras da Editora do Professor e da Editora Vega, nos anos 1960 e 1970, e, logo após, com o mestrado em editoração realizado em Paris. A Mazza editou publicações sobre alguns dos principais acontecimentos da sociedade brasileira das últimas décadas. Conta em seu catálogo com vasta lista de escritores negros e livros que abordam a cultura afro-brasileira.

Pedro Valentim

Pedro Valetim tem 36 anos e nasceu em 7 de setembro de 1983. Fez uma revolução em Belo Horizonte, quando com um grupo de jovens da cultura hip hop ocupou o Viaduto Santa Tereza, na região central, com arte. Jornalista de formação, integra desde a fundação, em 2007, a Família de Rua, coletivo que idealizou o Duelo de Mcs no espaço.

O evento em forma de ocupação tem 12 anos no espaço público da capital e foi fundamental para a transformação da cena da cidade, junto a movimentos como Fora Lacerda, Praia da Estação e Carnaval de Belo Horizonte. O Duelo tem uma contribuição significativa na cena nacional do hip hop. Revelou nomes importantes para cultura da cidade, como Clara Lima, Hot e Oreia, FBC e Douglas Din.

Embora nunca tenha duelado, também faz parte dessa geração o músico Djonga, nome que já faz parte do cenário nacional do rap. Pedro também integra a organização do Duelos de MCs nacional, maior batalha do gênero no Brasil que está na oitava edição. Em 2019, processo seletivo foi realizado nos 27 estados brasileiros, envolvendo 300 cidades, 500 batalhas e 3 mil MCs Brasil afora. A final de 2018 reuniu 40 mil pessoas no Viaduto Santa Tereza.

Cau Gomez

Ilustrador, cartunista, chargista, caricaturista, artista gráfico e visual, Cau nasceu Cláudio Antônio Gomes, em Belo Horizonte, em 7 de fevereiro de 1972. Recebeu mais de 50 premiações nacionais e internacionais, incluindo dois mais recentes: 1º Prêmio/Caricatura, no 18º PortoCartoon World Festival, no Porto, Portugal e o 2º Prêmio/Cartum no 33º Aydin Dogan International Cartoon Competition, em Istambul, na Turquia.

Radicado em Salvador, foi contemplado no fim de 2009 com o título de cidadão honorário, em reconhecimento pela atuação no jornalismo baiano. É coautor e ilustrador do livro Pastinha, o menino que virou mestre de capoeira, o único livro baiano infanto-juvenil a ser finalista do Prêmio Jabuti, em 2012, publicado pela Editora Solisluna. Também ilustrou os livros O dia em que os gatos aprenderam a tocar jazz (2012); Dias de tempestade (2013); e Eu, só uma pedra (2016) – esses pela Editora CEPE, em Pernambuco.

Estado de Minas

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 20/11/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/20-11-2019/pjf-corre-para-finalizar-regulamentacao-do-transporte-por-aplicativo.html

Título: PJF corre para finalizar regulamentação do transporte por aplicativo

A Prefeitura trabalha para encaminhar à Câmara, até a semana que vem, um projeto de lei para regulamentar os serviços de transporte de passageiros por aplicativo em Juiz de Fora. A previsão foi feita pelo secretário de Transporte e Trânsito, Eduardo Facio, na tarde desta quarta-feira (20), durante audiência pública realizada pelo Poder Legislativo convocada para debater exatamente a segurança dos prestadores do serviço. As discussões aconteceram 12 dias após a morte do motorista de aplicativo Edson Fernandes Carvalho, de 21 anos, vítima de uma possível tentativa de latrocínio no último dia 8, no Bairro Santos Anjos, Zona Sudeste de Juiz de Fora.

Titular da Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra), Facio afirmou que a Prefeitura trabalha para fechar o texto da proposição de forma a apresentar o melhor projeto possível para atender toda a população. “Estamos aqui para defender o que é melhor para o povo de Juiz de Fora. Vocês (motoristas de aplicativos) fazem parte desta população, assim como as pessoas que vocês transportam. Logo, vamos fazer aquilo que for possível para trazer segurança para todos na prestação do serviço e isto estará contido em um dos artigos da proposta de legislação que será encaminhada à Câmara.”

Em sua fala, o secretário lembrou ainda que a Prefeitura tem restrições para formatar a proposição. Isto porque, em maio deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os municípios não podem restringir a atuação dos aplicativos de transporte coletivo individual – como Uber, 99 e Cabify – julgamento que passou a servir como base para a abrangência das regulamentações municipais sobre aplicativos. Em agosto de 2018, a Prefeitura já havia encaminhado à Câmara uma proposta de regulamentação do serviço, mas o texto acabou retirado à pedido do Executivo em maio deste ano, após a decisão do STF.

Outro representante da Prefeitura a se manifestar durante as discussões, o secretário de Segurança Urbana e Cidadania, José Sóter de Figueirôa, destacou que o combate à violência passa por ações sociais e de prevenção. Neste sentido, ele comemorou a aprovação pela Câmara de um projeto de lei de autoria do Executivo que cria o Conselho Municipal de Segurança Urbana e Cidadania (Comsuc), que será formado por representantes dos poderes municipais, de forças de segurança e da sociedade civil. Segundo Figueirôa, o colegiado auxiliará a Prefeitura no anseio de implementar na cidade o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e de formular um plano municipal de segurança pública.

Motoristas apresentam lista de demandas

Além dos representantes do Poder Executivo Municipal, também se manifestaram integrantes das forças de segurança e lideranças de movimentos formados por motoristas de aplicativo. Vice-presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos (Amoaplic/JF), Sóstenes Josué, apresentou uma série de propostas elencadas pela categoria a fim de ampliar a segurança na prestação do serviço. Segundo ele, as proposições que foram repassadas ao comando da Settra não trazem custos para o poder público municipal ou para os motoristas, “mas, sim, para os aplicativos”.

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Entre as proposições, está o pleito pela criação de uma classificação no Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) de crimes praticados contra a categoria, de forma a possibilitar uma melhor aferição dos casos como fonte de estudo para incrementar a segurança dos motoristas. A Amoaplic defendeu ainda a adoção de reconhecimento facial dos passageiros. “Isto inibiria a solicitação de corrida para terceiros ou mesmo situações em que o usuário tenha seu telefone roubado.”

Entre outros pontos pleiteados estão a adoção de botão de emergência; a instalação de câmeras nos veículos; a informação sobre qual o destino exato dos passageiros no momento da solicitação; a anulação da punição por cancelamento da corrida por parte do motorista; facultar ao motorista sobre qual a forma de pagamento com a qual ele deseja trabalhar; o acesso a quantidade de viagens feitas pelo solicitante; e a realização de campanhas de conscientização.

Sobre tais pleitos, o secretário de Transporte e Trânsito, Eduardo Facio, afirmou que as solicitações não foram apresentadas em reuniões anteriores mantidas entre a Prefeitura e os representantes dos motoristas de aplicativos. Porém, disponibilizou-se a analisar os pedidos e verificar a possibilidade de acrescentar tais pontos na proposição que vem sendo confeccionada pela Settra, lembrando que a novidade pode retardar um pouco a finalização do texto.

A maioria das falas lamentou a ausência, no plenário, de representantes das principais plataformas que intermediam o transporte coletivo individual de passageiros por aplicativo. “Não é possível fazer uma discussão destas sem representantes destas empresas que são empregadoras sim”, pontuou a professora de Sociologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) – que representou a entidade no encontro -, Ana Cláudia Cardoso. O único aplicativo que enviou representante foi o Para Elas, que, em seu site, se apresenta como um aplicativo de transporte “feito por mulheres e para mulheres”. “Temos o interesse de trazer para a cidade uma nova fonte de renda para as mulheres, afirmou Hyamanna Souza, CEO do app.

Emoção

A audiência pública também foi marcada pela emoção, com homenagens à memória do motorista de aplicativo morto em uma suposta tentativa de latrocínio no último dia 8. O pai da vítima acompanhou de perto as discussões realizadas na sede do Legislativo. Presidente da Amoaplic, Júlio César Peixe, chegou a pedir a realização de um minuto de silêncio em respeito a Edson Fernandes Carvalho.

Autor de projeto de lei que prevê a instituição do Dia do Motorista por Aplicativo, o vereador Júlio Obama Júnior (PHS) sugeriu que a data fosse lembrada anualmente no dia 8 de novembro. “Que esta data se torne um símbolo da luta pela segurança de todos aqueles que trabalham para levar comida até suas casas”, pontuou o parlamentar. No texto original do projeto, que já está pronto para ser debatido em plenário pela Câmara, a data sugerida é dia 21 de maio.

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Veículo: Época Negócios

Editoria:

Data: 20/11/2019

Link: https://epocanegocios.globo.com/FICE/noticia/2019/11/5-coisas-que-voce-vai-saber-sobre-o-futuro-do-trabalho-no-fice-2019.html

Título: 5 coisas que você vai saber sobre o futuro do trabalho no FICE 2019

O mundo passa por uma revolução a cada esquina – e o mercado de trabalho não é uma exceção. Acompanhar o presente e se preparar para o futuro da criação de negócios e do emprego se tornou uma missão difícil.

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5 coisas que o FICE vai revelar sobre tecnologia

É com o objetivo de facilitar essa transição que Época NEGÓCIOS, Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Valor Econômico apresentam o Festival de Inovação e Cultura Empreendedora (FICE 2019).

Durante o dia 23 de novembro, no Co.W Berrini, em São Paulo, palestrantes nacionais e internacionais discutirão temas que incluem o futuro do trabalho. Se você não quer ficar de fora, é só comprar seu ingresso. A programação completa está aqui.

Para que possa ver um pouco do que vai acontecer no festival, decidimos apresentar 5 coisas que você vai saber em mais detalhes sobre o futuro do trabalho quando for ao FICE 2019. Confira abaixo:

1 – A gig economy chegou para ficar

Mais conhecida como trabalho temporário ou trabalho freelancer, a gig economy veio para ficar. O surgimento dos aplicativos de economia compartilhada para smartphone só facilitaram a inserção de mais profissionais no mundo dos bicos. É cada vez maior o número de pessoas que aderem a esse tipo de serviço e é uma alternativa de renda para quem enfrenta dificuldades para encontrar emprego ou procura um dinheiro extra.

No FICE 2019, receberemos especialistas no tema: Claudia Woods, gerente geral da gigante de mobilidade urbana Uber no Brasil, e Milton Beck, diretor regional da rede social LinkedIn para a América Latina. Os executivos participarão do painel “Quem é você para gig economy”, com mediação de Marc Tawil, influenciador e diretor da Tawil Comunicação.

2 – O trabalho pode estar em qualquer lugar do mundo

Empresas cada mais digitalizadas e profissões cada vez mais virtuais estão transformando o mercado de trabalho: agora, seu próximo cargo pode estar a um quilômetro ou a um continente de distância.

O consultor de marketing digital Cristiano Santos será um dos palestrantes do FICE 2019. Cristiano falará como usou as redes sociais para se tornar um profissional global, com serviços prestados para negócios sediados tanto na Várzea Paulista quanto no Japão.

3 – Os ambientes de trabalho serão inovadores, mas acolhedores

Ryan Anderson é vice-presidente de Inovação Digital na Herman Miller, uma das maiores empresas de design mobiliário do mundo. Em seu cargo, Ryan se dedica a criar e expandir, na companhia, as capacidades digitais necessárias para inovação e crescimento no futuro. Antes, atuou como vice-presidente de Marketing de Produto no WeWork.

O executivo é um dos palestrantes do FICE 2019, no painel “The Office – O futuro dos escritórios”. No evento, Ryan vai falar sobre como criar ambientes de trabalho inovadores – e que sejam, ao mesmo tempo, acolhedores. O escritório do futuro requer mais do que inovação: requer empatia.

4 – O racismo no ambiente de trabalho é problema de todos

Seis a cada dez negros dizem ter sofrido episódios de racismo no ambiente de trabalho, desde a perda de uma vaga por conta de raça ou o alisamento ou raspagem do próprio cabelo para ser aceito em uma empresa.

Esse problema afeta a empresa como um todo e todos os seus funcionários devem batalhar para acabar com o racismo corporativo. Negócios que apostam na diversidade inovam e lucram mais.

Quem falará da responsabilidade coletiva sobre o preconceito de raça no mundo do trabalho é José Vicente. O palestrante do FICE 2019 é reitor e fundador da Faculdade Zumbi dos Palmares, doutor em Educação e mestre em Administração e Direito. Fundou a Zumbi dos Palmares em 2004, depois de, enquanto estudante de Sociologia, decidir criar uma instituição voltada para a inclusão, a qualificação e o protagonismo do negro na sociedade brasileira.

5 – A carreira está só começando depois dos 40 anos

A ONU prevê que até 2050 haverá mais de 2 bilhões de pessoas com 60 anos ou mais no planeta, o equivalente a um quarto da população mundial. O Brasil tem mais de 30 milhões de idosos e seremos 68,1 milhões em 2050. Muitos deles terão de ampliar o tempo no mercado de trabalho para dar conta de sua aposentadoria e para ter uma vida mais realizada profissionalmente.

A coach profissional Fernanda Thees é uma das palestrantes do FICE 2019. Ela falará no painel “Carreira depois dos 40 – como planejar seu próximo ato”. Thees é especializada em transição de carreira e em preparação de profissionais para cursos de MBA.

A coach é formada em Administração de Empresas pela UFJF, possui mestrado em Psicologia Organizacional pela University of New Haven (EUA) e tem Certificação Internacional em Coaching pela Lambent International. Tem mais de 15 anos de experiência em Recursos Humanos. Em 2007, fundou a empresa de desenvolvimento profissional Loite.

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Veículo: Estado de Minas

Editoria: Gerais

Data: 20/11/2019

Link: https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2019/11/20/interna_gerais,1102332/consciencia-negra-veja-como-mineiros-contribuem-para-a-luta.shtml

Título: Consciência negra: veja como mineiros contribuem para luta que é de todos

Oito anos depois da instituição do Dia Nacional da Consciência Negra, ainda há quem questione os motivos para a existência de uma data dedicada ao tema.

O movimento negro, no entanto, costuma dizer que não deve existir apenas um dia ou um mês para que a produção cultural, intelectual de parcela significativa da população brasileira ganhe visibilidade e holofotes.

Apesar de o povo negro ter contribuição significativa em todos os campos da vida brasileira – com indígenas, portugueses e outros grupos de migrantes – da literatura à música, da culinária à engenharia, da religião ao saber científico, muitos feitos têm sua visibilidade prejudicada. Nem todo mundo sabe, por exemplo, que nomes importantes nessa luta nasceram em Minas.

As referências são inúmeras, mas, nesta data dedicada à contribuição dessa importante parcela da população para a formação da sociedade brasileira, elegemos nove personagens e suas histórias, para que as novas gerações possam saber sobre os feitos desses homens e mulheres cujas existências engrandecem toda a humanidade. Conheça pessoas que inovaram, criaram e sobretudo que abrem caminhos para muitos outras.

Diva Moreira

É importante conhecer Diva Moreira para saber mais sobre a implementação de políticas públicas para a promoção da igualdade racial em Belo Horizonte. Aos 73 anos, a cientista política segue atuante. Natural de Bocaiuva, é formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com especialização em ciências políticas.

Começou cedo na militância na juventude, antes do golpe militar de 1964. Conheceu o marxismo na Igreja Católica e entrou para o Partido Comunista. Militou em movimentos sindicais e de bairro. Em Belo Horizonte, criou a Casa Dandara, de cidadania do povo negro, e a Secretaria Municipal para Assuntos da Comunidade Negra. Na linha de frente na luta pelos direitos dessa parcela da população, Diva se destaca pela elegância, pela fala calma e o jeito acolhedor e agregador.

Conceição Evaristo

Aos 73 anos, Conceição Evaristo é uma das maiores escritoras da literatura brasileira, embora o reconhecimento por instâncias literárias formais tenha vindo tardiamente. Nasceu no Morro do Pindura Saia, na Região Centro-sul de Belo Horizonte, que acabou sendo desapropriado. Costuma dizer que a primeira recepção de sua obra foi feita pelo movimento negro, notadamente professores que levavam sua literatura para a sala de aula.

A mineira que se radicou no Rio de Janeiro foi agraciada com o Prêmio do governo de Minas Gerais de Literatura 2017 pelo conjunto da obra, foi tema de ocupação cultural do Itaú em São Paulo e é reverenciada em saraus Brasil afora. No mesmo ano, foi a estrela da Flip em Paraty. Venceu o Prêmio Jabuti em 2015, com Olhos D’água (Pallas) e este ano retorna ao maior prêmio da literatura brasileira como grande homenageada. Também neste ano, recebeu a láurea da 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa.

Na obra que inclui romances como Becos da Memória (Pallas), Ponciá Vicêncio (Pallas), Insubmissas lágrimas (Nandyala), destacamos o poema “De mãe”, uma cartografia afetiva de sua obra. “Cuidado de minha poesia / aprendi foi de mãe mulher de por reparo nas coisas e de assuntar a vida. A brandura de minha fala / na violência de meus ditos ganhei de mãe/ mulher prenhe de dizeres fecundados na boca do mundo”.

Mãe Efigênia

Mãe Efigênia tem 73 anos e é natural de Ouro Preto. Senhora de grande saber e conhecimento, formou diversos filhos e zeladores do Candomblé no terreiro Manzo Nguzo Kaiango. É guardiã de práticas sociais e culturais fundamentadas na religiosidade de matriz africana, fundamental para que os negros trazidos à força da África conseguissem lutar contra a escravidão.

Na década de 1970, fundou a comunidade quilombola Manzo Ngunzo Kaiango. A Comunidade tem identidade e território indissociáveis, na qual o terreiro é percebido e experimentado como centro vital. A cultura diferenciada e a organização social própria constituem patrimônio cultural afro-brasileiro. Em outubro de 2018, Manzo Ngunzo Kaiango foi registrada como patrimônio cultural do estado de Minas Gerais.

Nilma Lino

Nascida em Belo Horizonte em 13 de março de 1961, Nilma Lino é um dos principais nomes para a implementação das cotas raciais no Brasil. Foi a primeira mulher negra do país a comandar uma universidade pública federal, ao ser nomeada reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em 2013.

Em outubro de 2015 foi nomeada ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, que uniu as secretarias de Políticas para Mulheres, Igualdade Racial, Direitos Humanos e parte das atribuições da Secretaria-Geral. Em 2019, tornou-se a primeira mulher negra a receber o título de professora emérita da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ingressou na Faculdade de Educação (FaE) da UFMG em 1984, no curso de pedagogia, e concluiu o mestrado em educação na mesma instuição em 1994.

É doutora em antropologia social pela Universidade de São Paulo (USP). Cumpriu estágio pós-doutoral na Universidade de Coimbra, supervisionada por Boaventura de Souza Santos. De 2002 a 2013, coordenou o Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão Ações Afirmativas na universidade.

Carolina Maria de Jesus

Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento, no Alto Paranaíba, em 14 de março de 1914 e morreu em 13 de fevereiro de 1977. Tornou-se uma das primeiras escritoras negras brasileiras, ressaltando o valor intelectual da mulher negra e inspirando dezenas de gerações. É autora do livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada publicado em 1960 e já traduzido para 14 idiomas.

Carolina viveu boa parte da vida no Canindé, favela na Zona Norte de São Paulo. Criou três filhos como catadora de papel, mas, mesmo diante da carestia, tornou-se escritora de destaque. Em inúmeros diários, mostrou para o mundo o que é sobreviver e lutar contra a fome.

Edimilson de Almeida Pereira

Edimilson de Almeida Pereira é poeta, ensaísta, professor e pesquisador da cultura e da religiosidade afro-brasileiras. É hoje um dos grandes intelectuais brasileiros, com produção literária e acadêmica de destaque, a partir de uma perspectiva negra. Nasceu em 18 de julho de 1963, em Juiz de Fora, na Zona da Mata.

Graduou-se em Letras pela UFJF em 1986 e se tornou especialista e mestre em ciência da religião pela mesma instituição. É doutor em comunicação e cultura pelo convênio UFRJ-UFJF. Autor prolífico, com dezenas de livros e artigos, estreou na literatura em 1985, aos 22 anos, com o volume de poemas Dormundo (1985).

A partir de então, são inúmeras publicações no campo da poesia e na crítica, de cunho etnográfico, fruto de pesquisas de campo voltadas para a análise e compreensão da produção cultural baseada na diáspora africana no Brasil. É autor de Corpo vivido (1991); Livro de falas (1987); Árvore dos Arturos & outros poemas (1988); Corpo imprevisto & margem dos nomes (1989); e Ô Lapassi & outros ritmos de ouvido (1990).

Maria Mazzarello

Fundadora da Mazza Edições, uma das editoras mais importantes do Brasil, Maria Mazarello Rodrigues se baseou na experiência acumulada como uma das fundadoras da Editora do Professor e da Editora Vega, nos anos 1960 e 1970, e, logo após, com o mestrado em editoração realizado em Paris. A Mazza editou publicações sobre alguns dos principais acontecimentos da sociedade brasileira das últimas décadas. Conta em seu catálogo com vasta lista de escritores negros e livros que abordam a cultura afro-brasileira.

Pedro Valentim

Pedro Valetim tem 36 anos e nasceu em 7 de setembro de 1983. Fez uma revolução em Belo Horizonte, quando com um grupo de jovens da cultura hip hop ocupou o Viaduto Santa Tereza, na região central, com arte. Jornalista de formação, integra desde a fundação, em 2007, a Família de Rua, coletivo que idealizou o Duelo de Mcs no espaço.

O evento em forma de ocupação tem 12 anos no espaço público da capital e foi fundamental para a transformação da cena da cidade, junto a movimentos como Fora Lacerda, Praia da Estação e Carnaval de Belo Horizonte. O Duelo tem uma contribuição significativa na cena nacional do hip hop. Revelou nomes importantes para cultura da cidade, como Clara Lima, Hot e Oreia, FBC e Douglas Din.

Embora nunca tenha duelado, também faz parte dessa geração o músico Djonga, nome que já faz parte do cenário nacional do rap. Pedro também integra a organização do Duelos de MCs nacional, maior batalha do gênero no Brasil que está na oitava edição. Em 2019, processo seletivo foi realizado nos 27 estados brasileiros, envolvendo 300 cidades, 500 batalhas e 3 mil MCs Brasil afora. A final de 2018 reuniu 40 mil pessoas no Viaduto Santa Tereza.

Cau Gomez

Ilustrador, cartunista, chargista, caricaturista, artista gráfico e visual, Cau nasceu Cláudio Antônio Gomes, em Belo Horizonte, em 7 de fevereiro de 1972. Recebeu mais de 50 premiações nacionais e internacionais, incluindo dois mais recentes: 1º Prêmio/Caricatura, no 18º PortoCartoon World Festival, no Porto, Portugal e o 2º Prêmio/Cartum no 33º Aydin Dogan International Cartoon Competition, em Istambul, na Turquia.

Radicado em Salvador, foi contemplado no fim de 2009 com o título de cidadão honorário, em reconhecimento pela atuação no jornalismo baiano. É coautor e ilustrador do livro Pastinha, o menino que virou mestre de capoeira, o único livro baiano infanto-juvenil a ser finalista do Prêmio Jabuti, em 2012, publicado pela Editora Solisluna. Também ilustrou os livros O dia em que os gatos aprenderam a tocar jazz (2012); Dias de tempestade (2013); e Eu, só uma pedra (2016) – esses pela Editora CEPE, em Pernambuco.

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Veículo: Folha de Barbacena

Editoria:

Data: 20/11/2019

Link: https://folhadebarbacena.com.br/novembro-azul-hospital-ibiapaba-promove-palestra-em-barbacena/

Título: Novembro Azul: Hospital Ibiapaba promove palestra em Barbacena

O Hospital Ibiapaba CEBAMS promove amanhã (21/11), uma palestra gratuita sobre o rastreamento do câncer de próstata. A palestra acontecerá as 16h, no Auditório 1, da instituição e faz parte da programação do Novembro Azul promovida pelo hospital.

A palestra será ministrada pelo Dr. Paulo José Gonçalves de Souza (foto), médico urologista (Membro Titular da SBU) e Mestre em Urologia pela UFJF,

Como se inscrever?

Para se inscrever, basta acessar o link https://www.sympla.com.br/novembro-azul-o-rastreamento-do-cancer-de-prostata__722526, ou acessar a página do Hospital Ibiapaba na internet (https://www.ibiapaba.com.br/). Até o dia 30/11, um certificado de participação será enviado ao endereço de e-mail cadastrado.

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Veículo: Portal Solar

Editoria:

Data: 21/11/2019

Link: https://www.portalsolar.com.br/blog-solar/energia-solar/universidade-federal-de-juiz-de-fora-discute-perspectivas-da-geracao-distribuida.html

Título: Universidade Federal de Juiz de Fora discute perspectivas da geração distribuída

A Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais, recebeu, no dia 8 de novembro, representantes dos principais órgãos do setor elétrico do país para discutir sobre ‘Perspectivas e desafios da utilização de recursos energéticos distribuídos (REDs)’. Atualmente, dos sistemas residenciais de energia solar fotovoltaica até os geradores à diesel para estabelecimentos comerciais, os REDs têm mudado a forma como os brasileiros consomem energia.

A programação contou com membros da Petrobrás e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), além de alunos egressos da UFJF que, atualmente, ocupam cargos representativos no setor nacional, como o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Rodrigo Limp, e o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral. “É uma oportunidade interessante para os estudantes, pois oferece contato com profissionais do setor e com um assunto contemporâneo e extremamente atual”, avaliou.

O tema é de grande relevância por representar uma grande mudança de paradigma no papel do consumidor no modo como a energia é gerada e distribuída no país. Para a professora do Departamento de Energia Elétrica e uma das organizadoras do evento, Janaína Gonçalves de Oliveira, de uma perspectiva técnica, é uma ótima oportunidade dialogar com profissionais que estão inseridos na regulação e no planejamento do sistema. “A pesquisa científica é inerente a esse processo de transformação que o sistema elétrico está sofrendo. Mesmo que um pesquisador da área não trabalhe diretamente com os recursos energéticos distribuídos, ele vai ser afetado por essa mudança”, destacou.

A iniciativa também contou com a organizada dos professores do Departamento de Energia Elétrica, André Marcato e João Passos, em parceria com o Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) e a empresa Deode Inovação e Eficiência.

A energia solar fotovoltaica ganha cada vez mais espaço no Brasil e atualmente essa fonte de energia já ocupa a 7ª posição na matriz elétrica nacional, ultrapassando a nuclear. Hoje, sua presença é vista em grande quantidade em pelo menos três estados brasileiros e ao menos quatro capitais. A previsão é que até 2030 os sistemas fotovoltaicos deverão atingir 2,7 milhões de unidades consumidoras, diminuindo a geração de energia suja, reduzindo os custos, entre outros benefícios.

De acordo com pesquisa do Sebrae, mesmo diante de algumas dificuldades enfrentadas pelos empresários do segmento, como do ambiente legal, tributação e financiamentos, a estimativa é a de que até o próximo ano surjam cinco mil empresas instaladoras de micro (até 75Kw) e minigeração (de 75Kw até 5Mw) de energia. Essa expectativa pode abrir de 25 a 30 novos empregos locais por Megawatt (MW) por ano.

Nesse sentido, a perspectiva é otimista para o empresário que investe no segmento em relação ao crescimento do setor no Brasil e no mundo. “O mercado vem crescendo bastante, além disso, o preço das placas solares também vem caindo”, comenta a analista do Sebrae, Andrea Faria. Isso vem sendo observado a partir de 2013, conforme Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

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Veículo: EBC

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Data: 21/11/2019

Link: http://radios.ebc.com.br/revista-brasil/2019/11/olimpiada-do-conhecimento-juridico

Título: Saiba mais sobre a Olimpíada do Conhecimento Jurídico

Roger Silva Aguiar, presidente administrativo da Academia Brasileira de Direito Civil (ABDC), conversou com o Revista Brasil sobre a Olimpíada do Conhecimento Jurídico, voltada para estudantes de instituições de ensino superior de todo o país.

“A Olimpíada é feita para faculdades de direito, o nosso trabalho tem por propósito estimular o conhecimento, a pesquisa a investigação na área principalmente do direito privado”, esclarece Roger. As equipes se enfretam em cinco modalidades de prova: conhecimento da legislação, sustentação perante o tribunal do juri, redação de peça processual, o conhecimento de conteúdo doutrinário e do conteúdo jurisprudencial.

A etapa inicial da competição foi realizada no primeiro semestre, nas seletivas regionais, de onde foram classificadas 12 equipes para a etapa final, na Escola Paulista da Magistratura, em São Paulo. As equipes vencedores da categoria geral foram: UERJ, em 1º lugar, Escola Superior Dom Hélder Câmara, em 2º lugar, e UFJF, em 3º lugar.

Ouça a entrevista na íntegra:

(áudio disponível no site)

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Veículo: Tribuna de Petrópolis

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Link: https://tribunadepetropolis.com.br/serrano-nao-sera-punido-por-briga-entre-torcedores-ocorrida-em-jogo-da-serie-c

Título: Serrano não será punido por briga entre torcedores ocorrida em jogo da série C

(Texto não copiável)

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