Música é uma forma de comunicação entre épocas e culturas. Não é por acaso que é conhecida como a primeira arte – a manifestação artística que acompanha a humanidade há mais tempo. E nesta quarta-feira, 20, os estudantes da Escola Estadual Duque de Caxias também aprenderam que a música pode ser ciência. Dando continuação à Semana de Educação Para a Vida, realizada em parceria com o projeto de extensão da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), “A Ciência que fazemos”, o Coro Acadêmico da UFJF apresentou-se para os alunos da escola.
É a precisão do movimento do maestro que define o tom do canto, e também foi ele que provocou o silêncio da platéia. O professor do Departamento de Música da UFJF e coordenador do Coro, Willsterman Sottani, apresentou cada uma das músicas e compartilhou um pouco da história que as acompanham. Ele introduziu a primeira, de origem norueguesa, e a platéia se surpreenderam com a familiaridade do som. “É aquela música de Frozen!”, um dos alunos da esclareceu para os colegas.
O professor contou que as músicas são escolhidas para que sejam também parte dos estudos da disciplina, portanto, tinham um certo grau de dificuldade. O que une os participantes é o amor pela música, mesmo que nem todos sejam estudantes dessa área: dos 16 integrantes do Coro, quase metade não está vinculada ao Departamento de Música da UFJF. A linguagem também não é uma barreira para os integrantes; para o repertório, são escolhidas músicas cantadas em mais de dez línguas diferentes.
Maestros pela primeira vez
Após o término do repertório, Sottani explicou para os alunos da escola o significado dos gestos que fez ao longo da apresentação e convidou as pessoas da plateia para assumirem o papel de maestro. A primeira tentativa de uma das alunas a fez rir, já que não esperava que o mínimo aceno com as mãos seria o início da música. Ela recomeçou com auxílio do professor e conseguiu acertar alguns movimentos, recebendo aplausos da platéia.
O professor também convidou um segundo aluno, Vinicius Henrique, que aproveitou a posição de liderança para divertir-se pedindo tons variados. Vinícius já tinha experiência com música, mas explicou que, para ele, foi bem diferente. “Eu fiz 9 anos de música e nunca aprendi essa parte de reger. Eu era de um grupo de música pop, é diferente. A técnica deles é muito boa, as vozes seguiram minhas mãos”, conta.
Segundo Sottani, a intenção do trabalho feito pelo Coro não é impor um gosto musical, mas sim enriquecer a plateia com o conhecimento de novos gêneros para que, a partir daquele momento, os alunos também aumentem seu repertório de escolhas musicais. E vai além: “nossa intenção é, também, apresentar a música como uma opção de carreira para eles”, destaca o coordenador.
Com participar do Coro Acadêmico da UFJF
Mesmo quem não está regularmente matriculado na UFJF pode tentar o ingresso no Coro Acadêmico da Universidade. A divulgação dos detalhes para a audição e o processo seletivo são disponibilizados no site oficial do grupo.
Sobre a estreia no projeto, Willsterman Sottani reforça o valor do reconhecimento do público sobre a ciência que é feita no Instituto de Artes e Design (IAD) da UFJF. “Também é importante que nós estejamos presentes em projetos que as pessoas nos vejam, tanto dentro quanto fora da Universidade.” O Coro Acadêmico da UFJF é um projeto de extensão universitário e conta com monitoria de disciplina, treinamento profissional e projeto de iniciação artística.
A ciência que fazemos
O encontro entre os cientistas e a comunidade é uma iniciativa do projeto de extensão “A ciência que fazemos”, criado pela Coordenação de Divulgação Científica da Diretoria de Imagem Institucional da UFJF. Um dos objetivos é justamente possibilitar a aproximação entre os cientistas e os estudantes da formação de base, levando para dentro das escolas uma fração dos estudos desenvolvidos na Universidade para, dessa forma, mostrar aos alunos que a ciência está mais próxima do que imaginam.