O Ciclo Feminino nas Artes tem programação extensa e gratuita (Foto: Divulgação)
O Ciclo Feminino nas Artes, idealizado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Artística (Pibiart) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), acontece a partir desta terça-feira, dia 19, na Escola de Artes Pró-Música-UFJF, apresentando à comunidade de Juiz de Fora os processos de pesquisa e criação desenvolvidos pelos estudantes do programa nas interfaces do feminino nas Artes Visuais, na Moda e no Cinema. A programação segue até sexta-feira, dia 22.
Segundo a agente de cultura e lazer e organizadora do evento, Raizza Prudêncio, a ideia para o tema surgiu pela percepção da similaridade dos temas de pesquisa que os alunos do programa estudam. Ao analisar o recorte dos projetos, houve uma interseção em comum ao trabalhar o feminino nas artes. O Ciclo, que é gratuito e aberto ao público, oferece oficinas e palestras durante quatro dias deste mês.
O Pibiart é aberto a graduandos da Universidade com o objetivo de proporcionar aperfeiçoamento artístico aos participantes. Os alunos são orientados por docente, técnico-administrativo da UFJF ou profissional da área. Uma das modalidades do programa é a de Mediação Artística, que oferece mediação de conhecimentos em artes em projetos de cunho educativo cultural para as comunidades acadêmica e externa.
A primeira oficina – “Mulheres múltiplas: autorretrato e autoconhecimento” – acontece dia 19 e busca discutir a conexão da “autoestima” feminina com fatores culturais, refletindo a socialização feminina e a objetificação do corpo da mulher ao longo da história. A proposta da aluna Maria Antonia, responsável pela oficina, é fazer inicialmente uma roda de conversa para introduzir o tema e ouvir os pontos de vista das participantes.
Em seguida, em momento prático, acontece uma produção de autorretratos a partir das discussões feitas durante o dia. O objetivo é pensar a poética, os materiais e a tradução visual que cada participante tem de si a partir desses retratos, levando em conta a multiplicidade de corpos, personalidade e desejos.
A oficina é indicada para jovens a partir dos 15 anos, ocupando o período das 14h às 17h. Como resultado das produções feitas durante o dia, acontece às 19h a abertura da exposição “Mulheres Múltiplas”, onde estarão expostos os trabalhos produzidos.
Palestras e oficinas
Na quarta-feira, dia 20, acontecem as palestras “Fantasia afro-nova: pilhagem antropofágica na construção de ludonarrativas”, às 10h30; “A representação da mulher nas pinturas de Georgina de Albuquerque do final do século XIX a 1929”, às 14h; “Conversando sobre colorir tecidos, conectar mundos: o potencial pedagógico em oficinas experimentais de tingimento têxtil natural”, às 16h.
No mesmo dia, das 14h às 17h, acontecerá a Oficina Pintura em Tecidos e “trocação de histórias”, ministrada pelo aluno Sérgio Izzo com inspiração nos ensinamentos de sua mãe, que trabalhava com confecção de tecidos estampados manualmente. A proposta da oficina é usar a tarde de quarta-feira para experimentar as tintas, realinhando um intercâmbio de histórias e experiências enquanto também aproveitam bolos, café e biscoitos, assim como sua mãe fazia.
Em ação coletiva, os participantes cobrirão de tinta um tecido que se estende por todo o chão, usando movimentos do corpo. A oficina é aberta a todas as idades e não é necessária inscrição prévia.
Já no dia 21, das 9h às 12h, será oferecida a oficina “Moda sustentável: tingimento natural e estamparia botânica”, que busca resgatar as técnicas utilizadas para tingir e estampar tecidos nos séculos passados, como também conscientizar sobre os malefícios dos pigmentos sintéticos. Na atividade os participantes conhecerão novos métodos para que possa ser feito a migração para o natural, propondo assim, uma alternativa sustentável no meio da moda. Estão disponíveis dez vagas para participar da oficina e é necessário fazer a inscrição pelo e-mail kymberlylana@outlook.com
Também das 9h às 12h, acontecerá a oficina “Moda sustentável: tingimento natural e estamparia botânica”, que busca resgatar as técnicas utilizadas para tingir e estampar tecidos nos séculos passados, como também conscientizar sobre os malefícios dos pigmentos sintéticos.
Na atividade os participantes vão conhecer novos métodos para que possa ser feito a migração para o natural, propondo assim, uma alternativa sustentável no meio da moda. Estão disponíveis 10 vagas para participar da oficina e é necessário fazer a inscrição pelo e-mail kymberlylana@outlook.com.
Das 14h às 17h, o público poderá participar da Oficina Ressignificação Indumentária. A aluna Maria Julia Ourique abordará questões da identidade na moda, consumismo e a massificação da aparência. E um bate-papo sobre como o consumo sustentável atua como forma de repensar hábitos, afeições e a transição do corpo vestível entre esses espaços.
Para colocar em prática as discussões, haverá um momento de customização/ressignificação de uma peça de roupa qualquer própria que o participante deve levar, com objetivo de transformar um vestuário comum e simples em algo que se comunique com o corpo de quem a veste. É necessário que o aluno leve materiais como tesoura, cola , caneta e tintas para tecido, retalhos, pincéis, alfinetes ou outros objetos que pretende adicionar na peça. Na sexta-feira, 22, acontece a segunda parte da oficina, na qual os alunos darão continuidade aos trabalhos.
Representatividade nas Artes Visuais
Já a palestra “Representatividade feminina nas Artes Visuais: as relações entre mulheres artistas e público na arte contemporânea brasileira”, acontecerá às 14h, com a aluna Maria Clara Brigatto que resgata historicamente o feminismo e a história das artes visuais no Brasil, especificamente a contemporaneidade. O objetivo é expor a inserção das mulheres brasileiras no cenário artístico e discutir quais as repercussões sociológicas desse processo. A palestra é indicada para jovens acima de 14 anos.
Às 15h30, será a vez de “Museu Itinerante: Criação de jogo de cartas para o ensino de linguagem visual e história da arte”, quando será apresentado um jogo de cartas produzido pela aluna Isabela Fernandes, e outros materiais educativos complementares. O projeto foi criado com a intenção de ajudar profissionais da área de educação a ensinarem sobre história da arte e linguagem visual. Na palestra, Isabela apresentará o jogo para a aplicação em sala de aula e alguns pôsteres que explicam de maneira breve conceitos da linguagem visual. Além disso, serão disponibilizados bancos de dados para a busca de imagens e indicações de livros para uma formação básica em artes visuais. A palestra é indicada para professores, estudantes de licenciatura e também acessível para alunos de ensino médico interessados em artes visuais e design.
No último dia do evento, 22, ocorrerá a segunda parte da oficina Resignificação Indumentária, das 14h às 17h. Às 14h será exibido o documentário de 2019, “Multi Polaris”, seguido por uma conversa sobre o tema com a Drag Queen Loren Z, às 15h30. Às 16h, a artista realiza uma performance e a banda Misandri encerra a semana do evento com apresentação musical.
A Escola de Artes Pró-Música-UFJF fica localizada na Avenida Barão do Rio Branco 3.372, no Alto dos Passos
Confira a programação completa do Ciclo Feminino nas Artes
Outras informações: (32) 3215-4694 (Escola de Artes Pró-Música-UFJF)