O 4º Seminário de Iniciação Científica (Semic) protagonizou o último dia da Semana de Ciência e Tecnologia e Sociedade. Durante toda a sexta-feira, 1º, quem passou pelo hall da Unipac teve a oportunidade de conhecer os 102 trabalhos de pesquisa desenvolvidos no último ano pelos estudantes de graduação do campus Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV).
De acordo com o professor Pedro Berbert, um dos integrantes da comissão organizadora do Semic, o número de trabalhos apresentados demonstra o crescimento contínuo da pesquisa na UFJF-GV. “Quantidade muito expressiva de pesquisas, um aumento em relação aos anos anteriores. É um momento de muita alegria para estudantes, servidores e sociedade, pois muitas destas pesquisas foram desenvolvidas em avaliações da realidade social de Governador Valadares. Então não é só a produção de um trabalho final, mas é a produção de algo que a gente sabe que pode mudar a realidade local e nacional. O Semic tem que ser a cada ano mais valorizado, pois temos a consciência plena do valor da pesquisa e da formação científica para o nosso país”, destacou.
Quem passeou pelo labirinto formado por banners conheceu pesquisas dos dez cursos de graduação da instituição, dentre os quais o de autoria do estudante Caio Cássio Bernardes. Cursando o 12º período de Medicina, Caio apresentou um estudo sobre as internações por sífilis congênita e outras sífilis no Brasil, entre os anos de 2008 e 2018. “Concluímos que o contexto epidemiológico dos registros sobre hospitalizações por sífilis congênita no Brasil aponta para o aumento dos registros, gravidade da doença, e para a urgência de seu manejo, majoritariamente nas regiões Norte e Nordeste”.
Além de apresentarem os resultados de suas pesquisas, os estudantes participantes destacaram a importância do Semic e da iniciação científica durante a graduação. “Eu acredito que é uma oportunidade de poder transmitir à sociedade aquilo que nós pesquisamos; e, a partir dos resultados, ajudá-la a se desenvolver socialmente. Por outro lado, enquanto estudantes, a pesquisa nos ajuda na compreensão de métodos, na forma como a gente interpreta as complexidades da sociedade”, afirmou Carlos Oliveira da Silva, do 8º período de Direito e um dos autores do trabalho “Perfil e percepções sobre políticas e relações sociais: um estudo junto aos estudantes de Graduação no campus Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF”.
Mesa redonda
A programação da Semic contou ainda com a mesa redonda “A importância da pesquisa para o desenvolvimento e democracia do Brasil”. Ao lado de estudantes e servidores da UFJF-GV, a professora Elaine Toledo Pitanga Fernandes, da Univale; e o professor Tonimar Domiciano Arrighi Senra, do campus Governador Valadares do Instituto Federal de Minas Gerais, trocaram experiências sobre a realidade da pesquisa tanto em instituições privadas quanto em instituições públicas.
“São duas realidades bem diferentes, pois a Elaine é de uma universidade particular e o Tonimar de uma instituição pública. Mas conseguimos identificar pontos centrais que acometem a todos nós: a dificuldade de se valorizar a pesquisa em nosso país, os cortes que estão acontecendo, mas ao mesmo tempo como que quando se faz um movimento de resistência, de incentivo, a gente produz profissionais mais críticos e reflexivos”, resumiu Pedro Berbert.