A arte como instrumento para fazer transitar a reflexão e a produção cultural em suas múltiplas possibilidades inspiraram o Colégio de Aplicação João XXIII da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) a levar um de seus projetos a quatro diferentes espaços expositivos.
Trata-se do “Arte em Trânsito”, que, pela primeira vez, chega simultaneamente à Reitoria, ao Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm), ao Instituto de Artes e Design (IAD), além do próprio colégio, com mostras coletivas que buscam proporcionar ao público acadêmico e à população uma visão dos resultados do ensino artístico em interatividade com outras áreas e saberes.
A partir da próxima segunda, 23, as galerias da Reitoria, Retratos-relâmpago, Guaçuí e Édson Pável Bastos vão apresentar uma série de diferentes obras que refletem as teorias e os fazeres em arte e educação, instigando o pensamento crítico e a livre interpretação, tanto de artistas quanto de observadores.
Coordenado pelas professoras Renata Oliveira Caetano e Andréa Senra Coutinho, ambas do João XXIII, o projeto traz uma bagagem de oito anos de atividades que o gabaritam como uma das mais sólidas propostas para a realização de ações integradas em torno do conhecimento, oferecendo dispositivos artísticos e para formação docente.
O evento foi elaborado a partir de cinco perguntas: “O que pode o artista na escola?”; ”O que pode a arte na educação?”; ”O que pode a arte na escola?”; “O que pode a arte em trânsito?”; e “O que pode uma escola sem arte?”. Cada pergunta mobiliza um grupo de objetos dispostos nos diferentes locais. A programação ainda inclui um colóquio, oficinas de práticas artísticas, performances, além de rodas de conversas sobre as obras expostas.
De olho no futuro
A coordenadora observa que o projeto tem grande potencial de crescimento em função do know-how adquirido. O ano de 2019 é um exemplo claro disso. “Este é um primeiro experimento de expansão. Em seguida, vamos pensar uma ação em que essas propostas expositivas circulem pela cidade”. Nesta primeira semana das mostras acontece o colóquio que fará convergir todas as inquietações das exposições para o espaço do debate e da reflexão, ocorrendo em diferentes locais. “A ideia é reunir nas mesas de debate alguns artistas e docentes, no sentido de apresentar propostas que dialoguem sobre uma pergunta norteadora”.
A pergunta articuladora do colóquio, “O que pode a arte na educação?”, é respondida na palestra de abertura, a cargo do professor da Universidade Federal Fluminense Ricardo Paschoal, referência ao pensar a arte em trânsito em diversas vertentes de atuação. “A primeira mesa traz professores de colégios de aplicação sobre o ensino de arte nesses espaços; a segunda mesa traz um debate sobre os artistas nas escolas; e na terceira mesa teremos uma descolonização do pensamento, pensando práticas sobre cultura popular e sobre outras manifestações artísticas que não as ocidentais”.
Elos
A Pró-reitoria de Cultura abraça o projeto mais uma vez, alimentando as propostas pedagógicas desenvolvidas com estudantes que apresentam resultados em termos de visualidade, materialidade e inovação. Desde 2016, o convite à participação nas mostras é estendido a docentes de outras instituições, públicas e particulares, com a intenção de aproximar diferentes realidades escolares. Este ano, as exposições e performances ensaiaram sua saída dos espaços do João XXIII para se somar a outros projetos, como o “UFJF na Praça”, realizado na Praça da Estação em maio.
Confira a programação completa.
Outras informações: (32) 2102-3964 (Procult)
(32) 2102-9070 (Mamm)
(32) 3229-7615 (João XXIII)
(32) 2102-3350 (IAD)