O Diretório Central dos Estudantes (DCE) e o Centro Acadêmico de História (CA-História) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) convidam para a roda de conversa “Mulheres que não performam feminilidade” nesta quinta-feira, dia 29, às 18h, no Instituto de Ciências Humanas (ICH), na sala C-I-01. O evento marca o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, e tem como público-alvo mulheres que se relacionam com mulheres. A participação é gratuita.
“Se o dia 29 de agosto pudesse ser significado por uma palavra, ela seria Resistência. Hoje é o dia da visibilidade das mulheres que diariamente resistem nas ruas a cada olhar normativo. É o dia das que existem solitárias e escondidas nas escolas, dia de quem morre pelo patriarcado por amar. É o dia de quem continua lutando e existindo para mostrar que todo amor é bonito”, avalia a estudante do Bacharelado em História e responsável pela Coordenação LGBT+ do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Isabel Vargas.
O tema da atividade “Mulheres que não performam feminilidade” foi sugerido pela mestranda em História, Ana Cecília Pereira. “A ideia do evento surgiu numa campanha que nós fizemos em maio. A partir de conversas e reuniões, percebemos que, mesmo em eventos voltados para mulheres lésbicas, eram poucos os espaços que tinham como centralidade as especificidades das mulheres que não performam a feminilidade. São modos diferentes de vivenciar a lesbianidade e muitas vezes não damos muita atenção a isso.”
Ressignificar o que é a feminilidade
A roda de conversa contará com a participação da residente em Saúde da Família, enfermeira e mestra em Enfermagem pela UFJF, Mariana Galvão. Segundo ela, a proposta é ressignificar o que é feminilidade. “Para isso partiremos de algumas reflexões: O que é ser mulher? O que é feminilidade? O Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTI+ e esse dado nem considera as mortes indiretas decorrentes da exclusão, causada pela desigualdade que o nosso sistema racista, sexista e capitalista se estrutura. Nesse contexto brasileiro, ser uma mulher que não performa a feminilidade é um ato político. Se for lésbica, é então pedir para andar a passos largos até a revolução.”
Mariana ressalta, ainda, a importância do debate desta temática na Universidade e na sociedade em geral. “Pretendemos mostrar que mulheres que não performam a feminilidade existem e que essas vidas importam. Ocupar os espaços com nossos corpos é um direito garantido pela nossa Constituição Federal, que tem por princípio a dignidade humana. Abrir as portas para essa discussão é assumir o compromisso ético que temos com a sociedade, de um lugar mais justo e que garanta dignidade a todas as vidas humanas, não apenas algumas.”
Dia Nacional da Visibilidade Lésbica
O Dia Nacional da Visibilidade Lésbica foi instituído em 1996, durante a realização do 1º Seminário Nacional de Lésbicas (Senale). Organizado por coletivos de lésbicas do Rio de Janeiro, o evento teve como tema “Visibilidade, Saúde e Organização”. Na ocasião, foram realizados debates sobre sexualidade, saúde, trabalho, cidadania, dentre outros. Por ser um importante marco para a história dos avanços dos direitos das mulheres lésbicas, a data foi escolhida para firmar e rememorar a importância do combate à lesbofobia, ao preconceito e ao ódio contra mulheres lésbicas.
Outras informações: (32) 2102-3970 (Diretoria de Imagem Institucional-UFJF)