Reunindo profissionais da saúde, gestores e membros do grupo de apoio e acolhimento a travestis, a mulheres, a homens trans e a intersexuais, o “Troca de Saberes” aconteceu na última sexta-feira, 9, em comemoração aos 53 anos do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF/Ebserh) e abordou, desde o acolhimento aos pacientes, até os exames e cirurgias.
A mesa mediada pela diretora sindical e servidora do HU, Dandara Felício, e pela médica endocrinologista Cristiane foi o ponto de partida para dúvidas, questionamentos e sobre o papel dos profissionais da saúde no atendimento à pessoa trans. “O fato do HU ter uma servidora transgênero traz essa discussão. Nós, pessoas LGBTQI+, somos desrespeitadas muitas vezes no momento do atendimento. E quando se tem um hospital formador de pessoas, responsável por inserir profissionais no mercado, você amplia o acesso à cidadania, modificando o atendimento à saúde de pessoas LGBTQI+”, destacou Dandara.
De acordo com o superintendente do HU, Dimas Augusto Carvalho de Araújo, o objetivo do evento é promover a troca de informação entre os profissionais da saúde, a equipe de gestão e os pacientes. “Tem sido muito rico. Quando estamos dentro da sala, do consultório, perdemos muitas coisas. É importante ouvir a população, ouvir nossos profissionais e pacientes. Hoje temos uma equipe se credenciando para atender a população trans e empenhada em trazer um atendimento acolhedor.”
O técnico em Citopatologia William Pereira acompanhou o debate. Para ele é o momento essencial de trazer temas que geram dúvidas e que são tão importantes para a sociedade. “O HU vem se tornando referência no atendimento à comunidade trans e o mais interessante é saber que não está acontecendo de maneira aleatória. Há profissionais na formação de uma equipe multiprofissional que está efetivamente interessada em fazer que isso cresça ganhando reflexos positivos”.
O uso do nome social, que é um direito garantido desde 2009 no cartão do Sistema Único de Saúde (SUS), foi um dos pontos colocados pela coordenadora do Força Trans, Bruna Leonardo. “Nós precisamos de um acompanhamento humanizado. Nós, travestis e transexuais, não temos a identidade de gênero respeitada, não temos o nome social respeitado, o que dificulta o acesso ao sistema de saúde. Além da busca pelo processo transexualizador, a gente adoece, e deixamos de procurar atendimento por falta de respeito. É importante participar e ver os profissionais do HU discutindo esse tema e acolhendo nossa demanda.”
Outras informações: (32) 4009-5393 – Hospital Universitário