Após uma semana intensa de aplausos, emoções e aprendizados, o 30° Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga encerrou sua programação, na noite de domingo, 28, no Cine-Theatro Central, com apresentação do Conjunto de Música Antiga da USP, regido pelo maestro William Coelho. No repertório, obras de Beethoven, Mozart e Haydn interpretadas pela primeira vez na América Latina com instrumentos históricos, cópias dos originais da época em que foram compostas.
A empolgação com essa noite especial era notória no público e no maestro William Coelho, que chamou atenção com toda a sua expressividade na regência. O maestro também destacou a escolha dos compositores: “Colocar Beethoven, Mozart e Haydn no repertório era o ideal, já que o grupo é especialista nos estilos do barroco ao clássico, e optamos pelo classicismo para esse encerramento, por este permitir a participação de mais instrumentos nos arranjos”.
Essa foi a primeira vez de atuação do conjunto e do maestro no Festival. Porém, no ano passado, quando lecionava na UFJF, William Coelho teve a oportunidade de frequentar o evento e ficou muito grato quando foi convidado por Marcus Medeiros, diretor do Pró-Música, para se apresentar nesta edição. “Para nós, é um presente tocar aqui; e fazer o encerramento é uma honra”. Além disso, outro motivo de felicidade para o grupo foi a maciça presença de público, uma surpresa para o maestro, que sentiu, no palco, toda a empolgação da plateia.
Público surpreendente
A professora e pianista Fátima Barra foi uma das mais de mil pessoas que lotaram a plateia do Central na noite de encerramento. Ela elogiou a edição pela qualidade das atrações. “Antes eram 15 dias e depois a duração foi reduzida, o que nos preocupou, mas depois vimos que, em compensação, as atividades estão muito boas.” Fátima estava com a amiga, a professora Vera Correia, que também acompanha o Festival há anos. Vera destacou a importância dessa programação para Juiz de Fora: “O festival dá oportunidade a muitas pessoas de conhecer a música clássica”, avaliou.
Presente na plateia, não apenas do encerramento, mas de vários concertos do Festival, o pedreiro Augustinho Mendonça contou, orgulhosamente, que prestigia o Festival desde seu primeiro ano. Ele afirmou que sente falta de uma música mais lírica, em contraponto à música popular, que também encontra espaço nos palcos do Festival. Considerando Juiz de Fora uma das capitais da música erudita, ele crê que a música clássica contribui para preservar a memória da cidade.
Atividades
Ao todo, essa edição do Festival contou com oito concertos noturnos – todos antecedidos por palestras com o professor Rodolfo Valverde, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) – dez vespertinos, 28 oficinas e uma exposição. A programação de dez dias recebeu crianças, jovens, adultos e idosos, movimentando a cidade em pleno período de férias, com pessoas que vieram de outros lugares do Brasil e do mundo. As atividades, gratuitas para o público e financiadas pela UFJF, foram direcionadas a músicos e apreciadores da música erudita.
O evento foi organizado pela Pró-reitoria de Cultura e pelo Centro Cultural Pró-Música, ambos da UFJF.