Da esquerda para a direita: professora Cláudia Helena Cerqueira Mármora, professora Bianca Sakamoto Ribeiro Paiva (no vídeo), mestranda Luciana Araújo Afonso e professora Fabiane Rossi dos Santos Grincenkov (foto: arquivo pessoal)

Um estudo realizado no  Programa de Pós-graduação em Psicologia (PPGPSI), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), aborda a dificuldade de profissionais de saúde em lidar com a morte e com o processo de morrer de pacientes no ambiente de trabalho. A dissertação da acadêmica Luciana Araújo Afonso mostra que 42% dos trabalhadores entrevistados apresentaram atitudes de negação no contato com a morte e na situação terminal dos pacientes.

A pesquisa intitulada “Atuação em Oncologia: Atitudes de uma equipe de saúde diante da morte” verificou, ainda, que a atitude negativa diante da morte correlacionou-se desfavoravelmente com a  habilidade social e com a resiliência. “Identificou-se que 79% dos entrevistados apontaram o despreparo da formação para o enfrentamento da terminalidade. O principal sentimento diante da morte de pacientes foi tristeza e a principal atitude foi de afastamento, o que nos leva a refletir sobre o distanciamento na relação profissional/paciente como forma de evitação do sofrimento”, destaca Luciana. 

Segundo ela, para a análise foram aplicadas entrevistas, questionário sociodemográfico, profissional e clínico, inventário de habilidades sociais (IHS-II) e escala de resiliência a profissionais de saúde de diversas especialidades (Técnicos de Enfermagem, Enfermagem, Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social) do Hospital do Câncer de Muriaé – Fundação Cristiano Varella. 

De acordo com a professora orientadora da pesquisa, Fabiane Rossi dos Santos Grincenkov, a relevância da dissertação consiste na significativa complexidade apresentada pelos profissionais de saúde em lidar com a morte em seu prática profissional. Para ela, os resultados sinalizam a necessidade de intervenções direcionadas a estudantes e profissionais de saúde para que possam desenvolver habilidades necessárias a profissões  que exigem o contato direto com o sofrimento e a terminalidade. “A formação em saúde deve proporcionar o diálogo sobre esta temática que ainda é negada em nossa cultura, para que possamos realizar práticas mais humanizadas em saúde. Ademais, o estudo consiste em uma linha de pesquisa de suma importância, articulada a outros estudos sobre a finitude realizados em nosso núcleo (NUIPSO) e também à disciplina Tanatologia do Departamento de Psicologia.” 

Contatos:
Luciana Araújo Afonso (mestranda)
lucianapsi2012@gmail.com

Fabiane Rossi dos Santos Grincenkov (orientadora-UFJF)
fabpsic@yahoo.com.br

Banca examinadora:
Prof. Drª Fabiane Rossi dos Santos Grincenkov – (orientadora – UFJF)
Prof. Drª Cláudia Helena Cerqueira Mármora – (UFJF)
Prof. Drª Bianca Sakamoto Ribeiro Paiva – (Hospital do Câncer de Barretos – SP/ Universidade de São Paulo)

Outras informações: (32) 2102 – 6321 –  Programa de Pós-graduação em Psicologia