Desde os primeiros movimentos, os seres humanos estão familiarizados com mecanismos de jogos: quando um bebê joga um objeto no chão para saber o efeito ou o barulho que o impacto vai causar, por exemplo, ele está aprendendo como brincar com as coisas que tem ao seu alcance. E a busca pela diversão não é exclusiva da nossa espécie – basta observar quando um cachorro corre atrás da bola, ou quando um gato brinca com um novelo de lã, para percebermos que faz parte do instinto de vários animais.
Quando a pesquisadora do Instituto de Artes e Design (IAD) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Letícia Perani, contou para os alunos do terceiro ano da Escola Estadual Delfim Moreira que é possível fazer ciência por meio do desenvolvimento de jogos, os presentes, inicialmente, demonstraram confusão. Mas, ao longo da conversa com a professora, as curiosidades e as dúvidas foram explicadas.
Letícia perguntou para os alunos quem jogava algum game e obteve resposta majoritariamente positiva. A partir daí, explicou a pesquisa que desenvolve sobre o design de games e seus três pilares principais: narrativa, mecânica e estética. A pesquisadora apresentou um pouco do que pode ser estudado no IAD e apresentou o instituto como uma boa escolha para quem deseja seguir profissões baseadas em criatividade. A conversa também contou com a participação das estudantes do IAD, Saori Uehara e Ana Letícia Mendes, integrantes do Grupo de Educação Tutorial (GET) do instituto. Durante o bate-papo, Ana Letícia explicou, por exemplo, como funciona a liberdade para criar conceitos, histórias e personagens a partir das propostas que são feitas.
Criando personagens
A visita de Letícia Perani às escolas é dividida em duas etapas: primeiramente, ela pede para que os alunos desenhem ou descrevam personagens que gostariam de ver nos games que costumam jogar. Posteriormente, os estudantes do GET do IAD, coordenado por Letícia, modificam os desenhos para o formato concept art, que é o tipo de ilustração próprio de games. Depois que os personagens criados pelos alunos da escola ganham vida no estilo dos videogames, os desenhos são reapresentados para eles. Letícia mostrou o resultado da atividade em outras escola e deu destaque para uma super-heroína de cadeira de rodas que nasceu da ideia de amigas de uma estudante deficiente, que queriam que ela também fosse representada nesse mundo.
A conversa entre a pesquisadora e os estudantes da escola aconteceu no dia 28 de junho e integrou uma série de visitas marcadas na Escola Estadual Delfim Moreira. Esse encontro entre cientistas e alunos da educação básica é uma iniciativa do projeto “A ciência que fazemos”, realizado pela equipe de Divulgação Científica da Diretoria de Imagem Institucional. Um dos objetivos da iniciativa é justamente possibilitar a aproximação entre os pesquisadores e estudantes da formação de base, levando para dentro das escolas uma fração dos estudos desenvolvidos na UFJF e mostrando que a ciência está mais próxima do que o imaginado.
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