Estudante do 9º período de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Kaime Silvestre representará a América Latina em um dos mais prestigiados eventos sobre mudanças climáticas organizados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Entre os dias 30 de junho e 1º de julho, acontece em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, a Conferência Preparatória para a Cúpula do Clima das Nações Unidas, encontro que compõe o calendário de habilitação para a Cúpula de Ação Climática, realizada em setembro em Nova York.
O evento reúne governos, setor privado, sociedade civil, autoridades locais e outras organizações internacionais em torno do desenvolvimento de soluções para áreas diversas, como a transição global para a energia renovável e a agricultura e gestão sustentável de florestas e oceanos. Esta reunião preparatória forma a agenda, as recomendações e os projetos de resolução que serão apresentados em setembro na Cúpula do Clima. Neste ano, cerca de 30 jovens foram selecionados para representar todas as regiões do planeta na reunião.
Apesar do peso da Conferência, o estudante não é nenhum novato quando se trata de reuniões como essa. Em 2018, o estudante representou a juventude da América Latina e Caribe no Fórum de Juventude do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, em Nova York, além de ter participado neste ano da Conferência de Clima da ONU, em Bonn, Alemanha, um dos maiores espaços para a garantia de cumprimento do Acordo de Paris. “Essas experiências ajudaram-me para a preparação e familiarização com os processos de negociação e com outros representantes jovens, o que acaba tornando minha participação neste ano mais efetiva e menos tensa”, conta Silvestre.
Membro do coletivo Youth Climate Movement (Youngo), grupo que busca mobilizar ações positivas em torno de mudanças climáticas, e voluntário na ONG Engajamundo, Silvestre encara o encontro como uma oportunidade dos jovens mostrarem sua voz para um assunto de extrema importância e urgência no contexto global. “Hoje, alguns países enfrentam desafios climáticos, mas amanhã o mundo inteiro enfrentará. Para salvar nosso planeta e nós mesmos, precisamos reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Isso tem que ser com base na equidade e no princípio de responsabilidades comuns mas diferenciadas com a participação de todos os países.”
Com a responsabilidade de representar os jovens de todo um continente, o estudante encara o encargo como uma oportunidade de dar voz à um segmento que muitas vezes é deixado de lado. Ausentes de grande parte dos debates políticos, Silvestre salienta que, apesar das adversidades, é preciso um trabalho coletivo do segmento para que questões tão importantes quanto a mudança climática não sejam deixados de lado. “A mudança climática é o desafio da nossa geração. Não temos outra alternativa senão rejeitar todas as nossas necessidades míopes e permanecer unidos ao nosso compromisso de um mundo seguro e protegido para as gerações futuras. O mundo precisa de liderança nas mudanças climáticas e os jovens estão se aproximando do desafio.”