Como se dá a relação entre entre a ciência e a espiritualidade? Qual a visão da Psicologia Analítica sobre a religião? Para pensar essas e outras questões, o Programa de Pós-graduação em História e Filosofia da Psicologia, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) promove o I Simpósio de História e Filosofia da Psicologia. O encontro ocorre nos dias 5 e 6 de junho no Instituto de Ciências Humanas (ICH). O evento é gratuito e aberto ao público em geral. Para participar, é preciso fazer inscrição por meio de formulário on-line.
Sobre o papel do estudo da história e da filosofia da Psicologia, a professora do Departamento de Psicologia e uma das organizadoras do evento, Fátima Caropreso, explica que a pesquisa filosófica em Psicologia busca compreender e esclarecer os fundamentos teóricos da ciência e das práticas psicológicas. “Esse trabalho é importante para que o conhecimento e a prática não se resumam a uma repetição de fórmulas recebidas, sem questionamento de sentido ou de origem.” Além disso, ela enfatiza a análise histórica como uma forma de estudar o passado para compreender o presente. “O que hoje se conhece como Psicologia é o resultado de um longo processo de formação, que inclui fatores sócio-políticos, institucionais, científicos, metodológicos e biográficos.”
No segundo dia do encontro, a partir das 14h, no Anfiteatro 1 do ICH, acontece a palestra “Aspectos históricos e filosóficos das relações entre ciência e espiritualidade”, ministrada pelo professor da Faculdade de Medicina, Alexander Moreira. O evento vai abordar o histórico da relação entre ciência e religião e seus mitos. “Há o pensamento de que as duas áreas estiveram sempre em conflito, mas isso não é, necessariamente, verdade. Ao longo da história, com a revolução científica, grandes pensadores abordavam questões científicas em interface com a religião. Socrates e Platão, por exemplo, discutiam aspectos tanto da ciência quanto da espiritualidade em conjunto.”
Os cuidados necessários para a análise de pesquisas em espiritualidade também serão debatidos por Moreira. O professor explica que é importante levar em consideração a visão de mundo do pesquisador, uma vez que elas podem influenciar o direcionamento da pesquisa. “Alguns pressupostos interferem em uma análise se, por exemplo, a pessoa acredita que experiências espirituais ou religiosas são frutos do contexto social ou têm a ver com o funcionamento do cérebro, ou, ainda, que possam revelar outros aspectos transcendentes da realidade.”
As atividades vão contar com a participação de pesquisadores de outras universidades a fim de diversificar e enriquecer o trabalho de pesquisa e de formação.
Confira a programação completa.
Outras informações: simposiohistoriapsicologia@gmail.com