Professores, técnico-administrativos em educação (Taes) e estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) participaram nesta segunda-feira, 27, do evento “Reforma da Previdência: o que está em jogo?”. Na ocasião, servidores e estudantes tiveram oportunidade de compreender e refletir sobre os impactos de uma possível aprovação do Projeto de Emenda Constitucional 06/2019 (PEC 06/2019).
A atividade contou com as presenças da deputada federal e ex-reitora, Margarida Salomão, e do assessor jurídico da Associação dos Professores do Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes), Leonardo Castro. O evento foi organizado pelo Fórum de Entidades Representativas da UFJF, composto pela Apes, pelo Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação (Sintufejuf) e pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Na primeira etapa da atividade, o assessor jurídico da Apes, Leonardo de Castro, rebateu as afirmativas do Governo Federal de que a proposta de reforma pretende eliminar desigualdades no país. Ainda segundo o assessor jurídico, vários são os impactos negativos da possível aprovação da PEC da Previdência, dentre os quais o aumento da idade e do tempo de contribuição para alcançar uma aposentadoria de menor valor; maior penalização das mulheres, dos trabalhadores rurais e dos idosos.
A deputada federal Margarida Salomão ressaltou a necessidade de engajamento da classe trabalhadora, para que esta PEC não seja aprovada pelo Congresso Nacional. Na avaliação da ex-reitora, é fundamental que os eleitores cobrem dos deputados e dos senadores compromisso com os direitos da classe trabalhadora.
Fórum de Entidades
O coordenador do Sintufejuf, Flávio Sereno, destacou que o objetivo das atividades organizadas pelo Fórum de Entidades é munir de informações professores, Taes e alunos. “O Fórum organiza não apenas atividades informativas, como o seminário de hoje que vai nos instrumentalizar, nos ajudar a conhecer melhor a proposta de reforma da Previdência, mas também atividades de mobilização, como o 15 de maio recente. Estamos também organizando juntos os atos do 30 de maio e da greve geral, em 14 de junho. Entendemos que Taes, estudantes e professores só têm a ganhar com o desenvolvimento de atividades em conjunto, já que os direitos de todas e todos nós estão ameaçados.”
A avaliação é compartilhada pelo coordenador geral do DCE, Ramon Esteves dos Reis Almeida. “No Fórum de Entidades a gente sempre busca debater os assuntos em comum com todas as classes da comunidade acadêmica. Esse diálogo é muito importante. No caso da Previdência, a equipe econômica do Governo Federal coloca na reforma a solução para o Brasil, como se, fazendo essa mudança, a gente fosse resolver todos os problemas do nosso país. Na verdade esta conta não fecha. Jogar os cortes nas universidades públicas nesta conta da reforma da Previdência é uma perversidade”, afirma o estudante.
Para a presidente da Apes, Marina Barbosa, é fundamental o fortalecimento dos movimentos sindical e estudantil. “O que a gente tem verificado por parte do Governo Federal é uma brutal chantagem social, porque ele vai buscando incutir na sociedade uma condição de que, com a aprovação da reforma, teríamos o paraíso no que se refere às demais áreas de direitos sociais. Isso é uma falácia. A reforma da Previdência vem no sentido de favorecer os bancos no processo de capitalização e destruir a Previdência como direito. E o que está posto para nós é a defesa do conjunto de direitos como retorno para a sociedade do fundo público que é construído pelo nosso trabalho, pela riqueza socialmente construída no país.”
A docente mencionou ainda quais serão os próximos atos organizados Fórum de Entidades. Estão previstas uma mobilização nacional pela educação, em 30 de maio, e uma greve geral, em 14 de junho. “O que verificamos é um projeto que vai tentando atacar com vários tentáculos todas as áreas. Na verdade, o que ele quer com as Universidades é destruí-las como elas existem hoje, como direito, com acesso, com política estudantil. O que está posto para o movimento sindical como um todo e também para o movimento estudantil é resistir ao conjunto dos ataques. Já demos demonstração dessa possibilidade, estamos organizando dia 30, vamos organizar a greve geral. É fundamental que todo mundo venha para dentro dos sindicatos, para aprender, discutir e mobilizar a população.”
Outras informações: (32) 3215 1286 – Associação dos Professores do Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes)