O Instituto de Ciências Humanas (ICH) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) recebeu, na última quinta-feira, 9, mais uma sessão do Fórum de Inovação da UFJF. A quarta edição dos fóruns contou com a participação de pesquisadores e técnicos de diversas unidades acadêmicas, além de pesquisadores da Embrapa. Para assegurar mais oportunidades de participação da comunidade universitária nos debates sobre as propostas para regulamentação da adaptação da Universidade ao Novo Marco Legal da Ciência e da Tecnologia, os próximos encontros serão realizados nesta quinta, 16, às 14h, no Instituto de Ciências Biológicas (ICB), e na sexta, 17, também às 14h, no auditório da unidade Unipac do campus avançado de Governador Valadares. A Comissão de Avaliação da Política de Inovação da UFJF está recolhendo sugestões on-line em formulário até dia 20.
Na próxima terça-feira, 21, a comissão começa a avaliar os documentos encaminhados ao Consu, considerando, também, as sugestões que surgiram nas sessões dos fóruns e encaminhadas on-line. A perspectiva é enviar ao Consu um parecer no início de junho.
Como nas sessões anteriores, o diretor de Inovação da UFJF, Ignacio Godinho Delgado, fez uma apresentação inicial, mostrando dados sobre o descompasso entre a produção científica brasileira, de expressão internacional, e sua posição subalterna na produção tecnológica. “É este hiato que o Marco Legal busca enfrentar, com disposições que favorecem maior cooperação entre a Universidade, empresas e outros entes do poder público, da sociedade civil e mesmo de pessoas físicas”, apontou.
Em seguida, foram sintetizados os três documentos que serão analisados pelo Conselho Superior (Consu): as minutas de Resoluções sobre a Política de Inovação e a estrutura da Diretoria de Inovação e sobre o Compartilhamento de Infraestrutura da UFJF; além da Portaria 571, que regula, desde já, os processos de transferência de tecnologia na Universidade.
Nos debates, o professor Fabrício Campos, da Faculdade de Engenharia, assinalou que a nova regulamentação vai favorecer a UFJF no sentido de recuperar posições perdidas, desde 2014, em certames que destacam as atividades inovadoras nas universidades brasileiras.
Já o diretor do ICH, Robert Daibert, indagou sobre processo de elaboração dos documentos, perguntando se foram consultadas experiências de outras instituições, e enfatizou a importância do dispositivo, previsto na minuta sobre o Compartilhamento de Infraestrutura, de criação de um fundo para apoio aos laboratórios com menos potencial de interação com as empresas.
Ana Carolina Vidon, do Núcleo de Inovação Tecnológica do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt), discorreu sobre os debates a propósito do Marco, que ocorrem em várias redes – estaduais e nacionais – em que o Critt participa. Débora Marques, do Setor de Qualidade do Centro, salientou que a perda de participação mencionada pelo professor Campos associou-se “às turbulências políticas e administrativas que a Universidade passou”, e discorreu sobre o conteúdo das propostas apresentadas, que envolveu a Diretoria de Inovação, as pró-reitorias de Pós-graduação e Pesquisa (Propp) e de Extensão (Proex), a Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Fadepe) e a Reitoria, além da consulta a diversos pesquisadores.
O diretor da Faculdade de Educação, Álvaro Quelhas, manifestou preocupações sobre a concentração das atividades de inovação em certas áreas da UFJF, as distorções possíveis na remuneração dos professores, o peso da determinação das empresas nas atividades básicas da Universidade – Ensino, Pesquisa e Extensão – e o risco da aproximação com as empresas afetar o financiamento público das universidades.
Já o professor Tiago Timponi, da Faculdade de Letras, indagou sobre aspectos práticos, associados à utilização dos recursos advindos da cooperação prevista na nova regulamentação. Ignacio Delgado salientou que “a nova regulamentação não busca substituir o financiamento público, indispensável às pesquisas das quais nascem inovações tecnológicas, dado o grau de incerteza que essas envolvem”, e destacou como, “mesmo nos Estados Unidos, o financiamento público é predominante nas universidades de pesquisa”.
Débora Marques lembrou que todos os rendimentos auferidos por professores da UFJF em atividades ligadas à Instituição estão sujeitos ao teto de remuneração dos servidores públicos, o que limita os riscos de distorção. Por sua vez, a professora Patrícia Hallack, da Faculdade de Engenharia, pontuou que a colaboração com as empresas e as atividades de ensino e pesquisa se complementam, “favorecendo o acesso dos estudantes a dimensões práticas do conhecimento que adquirem, bem como a própria atualização dos professores”.
Por fim, a pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa da UFJF, Mônica Ribeiro de Oliveira, lembrou que os recursos obtidos em atividades de inovação devem “voltar para o apoio a essas, podendo ser gerenciadas pela Fadepe, desde que em convênio com a Universidade”.
Para Ignacio Delgado, os fóruns têm servido para ampliar o debate, esclarecer pontos polêmicos e aperfeiçoar os documentos que serão examinados pelo Consu, “cumprindo o papel esperado pela Comissão de Avaliação constituída pelo Conselho Superior”.
Outras informações
(32) 2102-34354 (Critt-UFJF)