Diretor de Inovação, Ignácio Delgado, abriu os debates do fórum (Foto: Divulgação)

Na segunda-feira, dia 6, entre 17h e 19h se realizou, no Anfiteatro do ICE da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a primeira sessão dos Fóruns de Debate sobre a Política de Inovação da UFJF, organizada pelo diretor do ICE, Eduardo Barrére, com a presença de pesquisadores do Instituto e da Faculdade de Engenharia.  Os fóruns foram definidos no Plano de Trabalho da Comissão de Avaliação de Política de Inovação da UFJF, instituída pelo Conselho Superior (Consu), que deverá produzir, até início de junho, um parecer sobre os documentos em debate.

Abrindo a sessão, o diretor de Inovação e do Centro Regional de Tecnologia (Critt) da UFJF, Ignacio Godinho Delgado, fez uma apresentação com dados que atestam o descompasso entre a produção científica brasileira, que alcança índices expressivos em diversos rankings internacionais, e a posição subalterna do país na inovação tecnológica. Segundo Delgado, este é o um elemento decisivo para explicar a dependência tecnológica do país e a dificuldade em alcançar índices mais elevados de desenvolvimento.

Delgado afirmou que o Marco Legal da Ciência, Inovação e Tecnologia surgiu como uma resposta a esta situação, buscando criar mecanismos de aproximação da academia com o universo empresarial, de modo a fomentar a competitividade das empresas por meio da inovação. Centenas de entidades se envolveram em sua construção, conferindo-lhe a condição de uma ampla construção da sociedade brasileira para superar os índices reduzidos de inovação tecnológica ainda existentes no país.

Depois de apresentados os três documentos que serão objeto de parecer da Comissão de Avaliação de Política de Inovação da UFJF, seguiu-se debate. A maioria das falas destacou a necessidade de tornar mais amigável, flexível e ligeira a interação entre universidades e empresas.

Várias falas miraram questões tratadas na Portaria 571, um dos documentos em debate, especificamente dirigido à regulamentação das parcerias de pesquisadores e empresas. Como abordar o tempo de atividade dos pesquisadores em atividades de P&D, que envolve atendimento a demandas das empresas, mas também fomentam a pesquisa e o ensino? Como será a distribuição do ressarcimento à UFJF em tais parcerias, de modo a atender laboratórios, unidades acadêmicas e a administração central? Como compatibilizar a proposta da UFJF com os parâmetros de empresas de grande porte que têm requisitos específicos no momento em que estabelecem contratos de parceria? Como garantir que a prestação de serviços assegure retorno contínuo para os laboratórios que os prestam?

A proposta de constituição de um fundo para apoio a laboratórios que não têm potencial mercadológico significativo, presente na minuta de resolução sobre compartilhamento de infraestrutura (confira no site do Critt) , um dos documentos em debate, também foi objeto de consideração no pronunciamento de professores presentes no anfiteatro do ICE, que ponderaram sobre a forma como será instituído.

Por fim, a composição e papel do Comitê de Inovação, proposto na minuta de resolução sobre os princípios gerais da política de inovação e a estrutura da Diretoria de Inovação (confira no site do Critt)  foram objeto de indagações, focalizando seu caráter deliberativo ou não, bem como sua importância para conferir estabilidade e garantir avanços na política de inovação da UFJF.

Priscila Capriles da Fadepe esclareceu diversos aspectos da política proposta que afetam as atividades da fundação e informou sobre as mudanças que nela estão sendo processadas para conferir segurança aos pesquisadores e agilidade nos procedimentos previstos nos contratos de parceria. Ana Carolina Vidon, do Núcleo de Inovação Tecnológica do Critt esclareceu diversos aspectos dos documentos que foram objeto de indagações dos pesquisadores presentes. O diretor do ICE, Eduardo Barrére, que organizou a sessão, esclareceu sobre as possibilidades de utilização dos recursos de ressarcimento previstos na Portaria 517 de forma mais ágil, por meio de convênios firmados entre a UFJF e a Fadepe.

Ao final, uma sensação positiva, de que a UFJF constrói sua Política de Inovação chamando toda a comunidade acadêmica para o debate, o que favorece a construção de normas compartilhadas e capazes de fazer a Universidade acentuar seu papel positivo no fomento ao desenvolvimento regional e á superação da dependência tecnológica eu ainda subsiste no país.

Confira a programação

Campus Juiz de Fora

– 6 de maio, às 17h: ICE, Engenharia, Arquitetura e IAD, no anfiteatro do ICE.

– 7 de maio, às 9h: ICB, Farmácia, Fisioterapia, Odonto, Medicina, Educação Física, no anfiteatro do Centro de Ciências da Saúde.

– 7 de maio, às 14h: Serviço Social, Economia, Comunicação, Administração, Ciências Contábeis, Direito, no auditório de Estudos Sociais.

– 9 de maio, às 15h: Educação, ICH, Letras, João XXIII, no ICH.

Campus Governador Valadares

– 17 de maio, às 14h: no auditório da Unidade da Unipac do Campus de GV

Outras informações: (32) 2102-34354 (Critt-UFJF)