O Open Journal Systems é o software de gestão do fluxo editorial e publicação de periódicos científicos na web mais utilizado pelas universidades brasileiras atualmente. Considerando o crescimento significativo da utilização de portais de periódicos institucionais, regionais e temáticos no país, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) promoveu, nesta quinta e sexta, 2 e 3 de maio, o curso de capacitação para editores de revistas científicas, ministrado pela professora Suely de Brito Clemente Soares, mestre em Educação, Ciência e Tecnologia.
O portal institucional que está sendo desenvolvido pela UFJF contém a última versão lançada pelo sistema OJS. O curso capacita editores e equipes editoriais na configuração e utilização deste sistema, cobrindo todas as funcionalidades do mesmo. “O mundo agora está partindo para um momento de publicar na web toda produção científica realizada pelas universidades públicas. Estamos tornando público um conhecimento que deve ser público. É uma forma de devolver à sociedade e aos demais pesquisadores aquilo que estamos fazendo na Universidade”, ressalta a especialista Suely de Brito.
Como explicou a palestrante, os artigos publicados na web refletem a informação científica que está sendo produzida nas universidades, não somente para a sociedade local, como também para a comunidade científica internacional. “As universidades públicas estão usando principalmente este software para publicar suas produções científicas em um sistema de ciência chamado Ciência Aberta. Isso facilita não somente parcerias de pesquisas como a citação de nossos trabalhos por pesquisadores estrangeiros, que muitas vezes não localizariam um artigo que seria de seu interesse e que foi publicado em uma universidade brasileira. Então ele valoriza e dá crédito a uma publicação nacional.”
Para a professora da Faculdade de Engenharia da UFJF, Roberta Nunes, editora das revistas Edificação e Sustentabilidade e Engenharia de Produção, que participou do curso, a proposta cumpre seu papel em capacitar o editor na gestão de sua revista ou portal: “A Universidade começar a trabalhar com o OJS é o plus. Todo mundo está na mesma base, todo mundo pode compartilhar. Esse é o caminho que deve ser tomado, e a gente está fazendo esse caminho muito bem. O curso ajuda a entender para onde a gente está indo”. No entanto a professora também enfatiza que a iniciativa, apesar de fundamental, não é a única necessária para auxiliar o trabalho do editor científico que, na maioria dos casos, também é professor e coordenador de outros projetos universitários.
A professora da Faculdade de Enfermagem, Maria Vitória Hoffmann, editora da revista Enfermagem, apontou algumas sugestões para ampliar a assistência aos editores científicos: “Esse papel – do editor – deveria ser mais valorizado e deveria ser contemplado no PIT. Como professores e coordenadores de projetos de extensão, temos outras funções. Sem projetos, bolsistas ou voluntários que auxiliem na manutenção das revistas, as demais funções sobrecarregam”, disse.