O Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) comemorou 24 anos nesse domingo, 28. Com o objetivo de apoiar o desenvolvimento tecnológico local e regional, o centro oferta incentivo às microempresas no processo de incubação, capacitação e transferência de tecnologia. Conhece sua história.
Como tudo começou
A proposta de criação do Centro foi desenvolvida por Maurílio da Costa Souza e Carmelita Elias Vidigal. Carmelita lembra dos trâmites para aprovação, por meio dos conselhos da UFJF, e do apoio recebido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que concedeu bolsas de pesquisa e desenvolvimento tecnológico para profissionais. “As empresas que nasceram ou foram apoiadas pelo Critt estão presentes no mercado, crescendo, gerando empregos e produtos”, conta Carmelita.
Maurílio e Carmelita formaram-se na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e posteriormente trabalharam como professores na UFJF. Foi durante o doutorado na Universidade de Paris XI que os fundadores do Critt tomaram conhecimento dos núcleos de inovação tecnológica. Lá começou a surgir a ideia da implantação de um centro na UFJF.
Feita a proposta do Critt e colocada em funcionamento, houve o apoio efetivo de órgãos, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), na capacitação de pequenas empresas. O Cnpq atuou no fornecimento de bolsas, assim como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Logo após, foi feita a etapa da certificação do Critt, com participação e liderança da professora Carmelita. “O que possibilitou a expansão do Critt para o setor empresarial”, relembra Souza.
O Critt foi fundamental em iniciativas importantes como a parceria com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), que facilitou o registro de marcas e patentes e também o programa de treinamento e consultorias para melhoria de produtos e processos.
Época de inovação e tecnologia para Juiz de Fora
“Tudo que era novidade era ligado ao Critt”, conta a gerente de Proteção ao Conhecimento do Critt, Albertina Santos, sobre os primeiros anos do Centro. Porém, foi em meados dos anos 2000 que a conscientização sobre a necessidade de proteger seus inventos e da importância da inovação ganhou força.
“Transferência de tecnologia é um trabalho intenso. É um processo vasto que, às vezes, dependente de produtos que nem sempre estão prontos.” A gerente ressalta que, esta é a forma que a Universidade tem de desenvolver os recursos gastos com a propriedade intelectual, já que é por meio dela que acontece o desenvolvimento econômico e social. “É o processo mais importante porque não basta ter, tem que transferir.”
Ainda sobre essa época, Albertina lembra da primeira transferência de tecnologia da Universidade. Foi a invenção do professor do Departamento de Física, José Paulo Furtado, com mais dois parceiros, que estreou o serviço de licenciamento no Critt. O produto trata-se de um mimeógrafo automatizado que utiliza álcool em gel e efetua cópias de forma autônoma, utilizando o gel como insumo básico. Sobre o professor, Albertina recorda: “foi a primeira pessoa a falar de ‘inovação’ aqui dentro”.
Albertina conta que, quando o órgão foi criado em 1995, já havia outras iniciativas no trabalho de capacitação e de aceleração de empresas. Porém, foi com a inauguração do Centro que se começou a falar em inovação e em transferência de tecnologia para a cidade. “Já existiam incubadoras, mas o Critt criou um ambiente para Juiz de Fora.”