O Fórum Permanente de Educação em Engenharia realizou nesta terça-feira, 23, a primeira palestra do “Ciclo de Debates sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais das Engenharias”. O evento teve a presença da pró-reitora de Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Maria das Vitórias Vieira Almeida de Sá.
A palestra teve como foco a discussão crítica sobre as diretrizes curriculares nacionais das engenharias. Ao longo do evento, a professora Maria das Vitórias ressaltou os pontos previstos nos currículos atuais, elaborada ainda em 2002, além de apontar as propostas de mudança feitas nos últimos anos. Para a pró-reitora, há uma grande necessidade de rever as diretrizes em função da renovação dos cursos e das novas tecnologias. A palestrante salientou que é necessário “uma formação sólida e inovadora para que o processo de aprendizagem garanta a autonomia intelectual do aluno”.
Durante o evento, a professora destacou ainda que, com o grande aumento do número de cursos de engenharias a partir dos anos 1990, novos desafios foram surgindo para que o funcionamento continuasse a progredir. “Precisamos de reflexões profundas sobre o funcionamento dos cursos de engenharia. Temos hoje uma taxa de evasão muito grande até o terceiro semestre do curso, o que nos faz refletir sobre diversos aspectos. É preciso revisar as diretrizes nacionais para elevar a qualidade do ensino e reduzir a taxa de evasão atual.”
Para a pró-reitora de graduação da UFJF, Maria Carmen de Melo, o evento faz parte de novas discussões que tendem a engrandecer o discurso sobre os cursos de Engenharia. “É uma época muito importante para nós e vemos como uma iniciativa que tende a ser muito exitosa. É momento de discutir a formação da área das engenharias com uma amplitude de atores que podem contribuir para que essa formação avance e atenda a comunidade.”
Um dos desafios para o ensino da engenharia no contexto atual é a constante alteração das novas tecnologias. O vice-diretor da Faculdade de Engenharia, Henrique Braga, destaca que, neste contexto, há uma necessidade de o profissional se adequar a um modelo que agregue esses novos conhecimentos e permita um maior dinamismo no ato de lecionar. “São temas bastante novos para um grupo de professores que estão fazendo uma prática muito tradicional. A expectativa é de que se possa alterar um pouco e mudar o modo como é encarada a engenharia. Enfrentamos ao longo do tempo problemas de evasão e retenção. Se conseguirmos alterar a maneira de trabalhar isso, será muito bem-vindo, sabendo receber sugestões e como adaptar isso.”
O evento faz parte do Fórum Permanente de Educação em Engenharia, órgão de caráter consultivo, sistemático e coletivo de reflexão, debate e análise sobre as políticas e tendências da formação de engenheiros. O fórum é composto por representantes da Prograd, direção e coordenadores dos cursos de Engenharia, do Instituto de Ciências Exatas (ICE), da Faculdade de Educação (Faced), dos estudantes e dos técnico-administrativos em educação (TAEs).