Estudantes montaram exposição no corredor da biblioteca do ICE (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Estudantes montaram exposição no corredor da biblioteca do ICE (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Diversos estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) reuniram-se, nesta quinta-feira, 14, para pensar “Livros, afetos, Arquitetura e Urbanismo: a sensível e poética interação entre ler e pensar espaços”. A oficina foi idealiza pela professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFJF, Mônica Olender, e pela arquiteta e urbanista, Yara Neves. A realização foi do Centro Acadêmico, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da UFJF na biblioteca do Instituto de Ciências Exatas (ICE). Foram construídas possibilidades de mediação entre alunos e livros impressos.

Os participantes encontraram-se com a bibliotecária-documentalista da biblioteca do ICE, Flávia Assis Horta, para aprenderem a usufruir dos recursos que a UFJF disponibiliza. Como parte da dinâmica, cartões com a transcrição de trechos de livros foram feitos e trocados entre os estudantes. De acordo com uma das professoras responsáveis pelo evento, Mônica Olender, “essa atividade possibilita a ampliação de fluxos de relações entre os participantes e a relação deles com os livros, seus autores, títulos, assuntos, cheiros e imagens com o espaço-tempo que envolve a realidade de cada um”.

Sobre como a relação entre arquitetura e literatura pode ajudar a pensar e a modificar os espaços, Mônica acredita que, para além dos espaços físicos, “a Arquitetura lida, o tempo todo, com relações, conformação de relação e tessitura de malhas nas quais as pessoas se fortalecem”. Além disso, ela observa que a literatura pode ser trazida para a área arquitetônica em todas as suas dimensões. “Isso é possível pelo poder da fantasia, da emoção, do sentimento, o que fortalece as conexões que precisamos ter com pessoas e com o mundo de forma em geral. O arquiteto acostumado a ler será uma pessoa aberta à criatividade.”

A professora ressalta, ainda, a importância da leitura para a formação de consciência crítica. “Somos todos corpos políticos. Livro é conhecimento e, à medida, em que incentivamos o amor pelo livro, incentivamos o amor pelo conhecimento. Quem conhece resiste mais. Se temos que sofrer da síndrome de pescoço curvado, que seja para ler um livro.”

O livro recepciona

Para Luciana, oficina diversifica saberes e aprendizados (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Para Luciana, oficina diversifica saberes e aprendizados (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Estudante do quarto período de Arquitetura e Urbanismo, Luciana Santos Ferreira da Silva vê a atividade da oficina como uma oportunidade de diversificar os saberes e aprendizados. “No curso, precisamos ler muitos livros da bibliografia obrigatória. Atividades como essa nos apresentam a outros tipo de leitura. É uma forma de começar a semana mais leve. As professoras responsáveis pela oficina demonstram muito amor e fascínio pelos livros, o que é uma ótima referência para mostrar como a literatura pode dar um bom caminho a um projeto.”

 

Paola conheceu pessoas e espaços no evento de boas-vindas (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Paola conheceu pessoas e espaços no evento de boas-vindas (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Já para a caloura Paola Barrizi Pires de Andrade Villela, a experiência está sendo de boas-vindas. “Estou conhecendo pessoas e espaços da Universidade e descobri muitas referências novas nos livros hoje. Escolhi Arquitetura porque me encantei, é uma profissão linda, que mistura arte, história e matemática. Mas não imaginava essa relação tão próxima com a literatura de outras áreas.”

A intervenção continua

Ao final da oficina, os alunos foram convidados a montar uma exposição com os cartões preenchidos e com espaços para sugestões de livros, que podem ser deixadas por quem passar pelo corredor da biblioteca do ICE. Junto à exposição, há uma caixa para troca gratuita de livros que será deixada para utilização de toda a comunidade da UFJF. O objetivo é dar velocidade às mensagens de popularização e de amor aos livros e à leitura.

Segundo a ex-aluna da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e uma das idealizadoras da oficina, Yara Neves, a exposição não tem prazo para acabar. “As pessoas podem passar, deixar sua sugestão, trocar livros e se sentirem à vontade para intervir no espaço. Toda experiência fora de sala de aula é uma construção muito importante. Experimentar traz novas perspectivas. Temos alunos de vários períodos, fazendo esse cruzamento de fluxos que tecem uma malha de troca.”