Veículo: Blog da Cidadania
Editoria: Notícias
Data: 10/03/2019
Link: https://blogdacidadania.com.br/2019/03/a-mao-invisivel-do-mercado-derruba-a-barragem/
Título: A mão invisível do mercado derruba a barragem
10 de março de 2019
Tragédias na mineração, como as de Mariana e Brumadinho (MG), tendem a ocorrer quando os preços dos minérios estão em alta ou em baixa. A razão é sempre pressão das empresas para ganhar mais ou deixar de perder dinheiro. A conclusão é de estudo de 2009 feito por pesquisadores canadenses da Amec Earth & Environmental, consultoria ambiental e de engenharia.
Segundo o levantamento mundial, chamado “Mining Market Cycles and Tailings Dam Incidents” (Ciclos de mercado de mineração e incidentes de barragens de rejeitos), quando os preços sobem, as mineradoras apressam os procedimentos de licenciamento e construção de barragens para faturar logo. Quando as cotações caem, as empresas cortam custos operacionais, como os de manutenção e segurança. Daí o aumento do risco de rompimentos.
FORAM ANALISADOS 143 DESASTRES NO MUNDO
Os pesquisadores canadenses Michael Davies e Todd Martin não chegaram a estudar os dois casos no Brasil, mas constataram um padrão nos acidentes, com base na análise de 143 desastres em mineração reportados no mundo entre 1968 e 2009.
As conclusões são as seguintes:
Quando os preços dos minérios sobem, os procedimentos de licenciamento e de execução da construção de barragens são acelerados por pressão das mineradoras para aproveitar a bonança.
Quando os preços caem, há uma pressão, também das mineradoras, para reduzirem custos operacionais, como os de manutenção e de segurança.
A lógica do capital nesta área [mineração] e em outras, como petróleo, mostra não ser apenas preocupante, como também predatória, devido à visão de curto prazo dos investidores em mercados de capitais e do comportamento antiético das empresas
Pedro Roberto Jacobi, professor titular do Instituto de Energia e Ambiente (IEE), da USP
PREÇOS NA ÉPOCA DE MARIANA E BRUMADINHO
Em 2008, quando a Samarco recebeu a licença de operação para a Barragem de Fundão, em Mariana, o preço da tonelada desse metal estava em US$ 193,37. Daquele ano até o desastre (novembro de 2015), a cotação vinha perdendo valor até despencar para US$ 46,86 e caiu mais ainda, para US$ 40,50, um mês depois.
No período da tragédia em Brumadinho, havia um movimento contrário. Na época, estava em processo de ligeira recuperação, depois de ter caído para US$ 40,50 em dezembro de 2015, ano em que a Vale pediu para aumentar a intensidade da extração na mina Córrego do Feijão. No mês da tragédia (janeiro de 2019), o preço dessa commodity tinha subido para US$ 76,16 (veja o gráfico).
Para Jacobi, a conclusão dos pesquisadores canadenses faz sentido. “Estou convencido de que o argumento é sustentável e consistente, na medida em que as empresas têm mostrado um comportamento antiético em relação à operação de suas barragens diante do ciclo do preço dos metais”, disse o professor da USP.
UNIVERSIDADE FEDERAL MOSTRA RELAÇÃO ENTRE PREÇO E DESASTRE
Pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) aplicaram o modelo dos especialistas canadenses de correlação do ciclo de preço do minério com o desastre da Barragem de Fundão, em Mariana, e mostraram o que houve.
O grupo, liderado pelo professor Bruno Milanez, coordenador do núcleo de pesquisa de Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade da UFJF, concluiu o seguinte:
O pedido de licenciamento ambiental para construção da barragem foi feito pela Samarco em 2006
Era justamente o início de um ciclo de alta do preço do minério de ferro
Em menos de um ano, em 2007, a empresa obteve licença prévia de instalação do governo mineiro
Em 2008, saiu a licença de operação da barragem
A Samarco conseguiu a licença de operação em menos de dois anos
FALTA ENTENDER O QUE HOUVE EM BRUMADINHO
Milanez afirmou que o rompimento da Barragem de Fundão, em 2015, aparentemente obrigou a Vale a gastar mais em segurança do que seria o “comportamento normal dela”.
Portanto, o rompimento da Barragem Córrego do Feijão, em Brumadinho, três anos depois poderia ser até interpretado como uma variação do modelo anterior, como resultado de um outro processo econômico e financeiro da empresa. Mas é difícil constatar isso.
“Estou ainda coletando dados e conversando com pessoas para entender o que realmente houve [em Brumadinho] e o que podemos aprender disso para tentar evitar novos desastres”, disse Milanez.
O QUE A VALE DIZ?
Procurada, a Vale informou por meio de sua assessoria que, considerando os desdobramentos do acidente em Brumadinho e pelo fato de estar focada 100% no atendimento aos atingidos pelo rompimento da barragem, não poderia fazer comentários.
Do UOL
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícias
Data: 10/03/2019
Título: UFJF e UFV iniciam primeiro semestre do ano letivo de 2019 nesta segunda
Instituições devem receber em cinco campi mais de 37 mil alunos.
Por G1 Zona da Mata
10/03/2019 10h35 Atualizado há um mês
Os universitários, calouros e veteranos, são esperados na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e na Universidade Federal de Viçosa (UFV) nesta segunda-feira (11) para o começo do ano letivo de 2019. Os dois campi da UFJF vão receber mais de 22 mil alunos. Mais de 15 mil são esperados nos três campi da UFV.
Na Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), as aulas começaram em fevereiro.
O G1 enviou questionamentos às duas instituições sobre o orçamento deste ano e ainda não teve retorno da UFV. As mesmas perguntas foram encaminhadas ao Instituto Federal Sudeste de Minas (IF Sudeste), que também não tinha dado retorno até o fechamento desta matéria.
UFJF
A instituição informou ao G1 que receberá no primeiro semestre letivo de 2019 em torno de 22 mil alunos de pós e graduação. Trabalham nos campi cerca de 1,5 mil professores e também 1,5 mil servidores.
Neste ano, não houve aumento de vagas. Ainda não se sabe sobre o número de alunos nos cursos de pós-graduação, pois alguns programas ainda não fecharam o número de vagas disponíveis para 2019.
A instituição ressaltou que os gastos mais relevantes são de pessoal, terceirização e bolsas, nesta ordem. Para este ano, estão previstos os seguintes recursos:
Pessoal e Encargos Sociais (servidores ativos, inativos e benefícios): R$ 725.836.529
Outras Despesas Correntes: Lei Orçamentária Anual (LOA) R$ 93.420.429, sendo que, R$ 65.542.737 são para custeio de despesas correntes, as demais são despesas específicas. De acordo com a assessoria, em 2016, estas despesas correntes estavam em R$ 91.155.242.
Investimentos: R$ 7.960.225. Como comparação, em 2016, o valor era de R$ 27.046.926
Segundo a UFJF, estes números são a totalidade dos orçamentos, mas não representam garantia de repasse integral à instituição.
“O governo poderá contingenciar, segundo decisão administrativa de Brasília, despesas de manutenção e investimentos (capital). Aliás, o Ministério de Educação e Cultura (MEC) vem concentrando recursos para investimento desde o ano de 2018, restringindo a discricionariedade da universidade em investir em equipamentos e obras. A UFJF, a despeito das dificuldades, é uma universidade equilibrada e estável, buscando superar as restrições orçamentárias com todos os meios ao seu alcance”, informou a instituição ao G1.
Sobre o custo-aluno, a UFJF lembrou que não é algo que pode ser calculado apenas matematicamente, pois outros fatores e custos devem ser considerados.
“Utilizar apenas o número de alunos não capta a complexidade das atividades. As universidades federais defendem que os critérios sejam objetivos e contemplem sua complexidade, uma vez que ela não é um colégio, uma ou duas faculdades e nem tem somente atividades de ensino em sala de aula. Comparar a complexidade de uma universidade federal com outras instituições isoladas ou muito menores, ou sem as mesmas características, é um exercício enganoso, induzindo a erro os próprios cidadãos”, ressaltou a universidade.
A UFJF lembrou ainda que o trote é proibido e o calouro não deve se sentir obrigado a participar. Não são permitidas todas as formas de coação, ofensa, exposição e agressão aos calouros dentro do campus. Os discentes responsáveis por práticas consideradas abusivas dentro do campus estão sujeitos a advertência, suspensão e até desligamento da Instituição. Se isso estiver acontecendo, procure a Central de Atendimento e denuncie. As denúncias são mantidas em anonimato.
UFV
De acordo com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), o primeiro semestre receberá 15.660 alunos. A maioria, 11.775, estudará no campus em Viçosa. Outros 2.369 começam o ano em Rio Paranaíba e 1.516 são esperados no campus Florestal.
Não houve aumento de vagas neste ano. A UFV terá 3.195 vagas na graduação nos três campi: 2.260 no campus Viçosa, 400 em Florestal e 535 em Rio Paranaíba.
Em 2019, o ensino superior do campus Viçosa da UFV conta com o envolvimento de 1.201 servidores docentes e 1.897 servidores técnico-administrativos, de acordo com o Relatório UFV, disponibilizado pela Pró-Reitoria de Planejamento e Orçamento na Internet.
A universidade não respondeu as perguntas sobre quanto custou cada aluno para a universidade em 2018 e a previsão para este ano, e quais são os tipos de gastos mais relevantes.
UFJF
UFV
VIÇOSA
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 10/03/2019
Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/10-03-2019/volta-as-aulas-deve-impactar-transito.html
Título: Volta às aulas deve impactar trânsito
Cerca de 22 mil alunos de graduação e pós-graduação da instituição iniciam o período letivo nesta segunda-feira
Por Leticya Bernadete
10/03/2019 às 07h15
Mais de 22 mil alunos de graduação e pós-graduação voltam às aulas na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) nesta segunda-feira (11). Com o retorno às atividades, é esperado também aumento no fluxo de veículos na cidade, especialmente nas proximidades da instituição. Conforme a Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), o período de retomada do funcionamento de instituições de ensino trazem uma estimativa de aumento de 30% no trânsito do município, sobretudo nos horários de pico.
Durante o período letivo da UFJF, é comum motoristas encontrarem retenções na Avenida Presidente Costa e Silva e na Rua José Lourenço Kelmer, que dão acesso ao Pórtico Norte, na Cidade Alta. Já quem passa pelo Pórtico Sul, vindo da Avenida Presidente Itamar Franco, pode sentir o impacto especialmente na altura do Hospital Monte Sinai. É o caso de Bárbara Gonçalves da Silva, estudante da Faculdade de Letras. Ela costuma ir às aulas de carro e, durante o período letivo, leva um tempo maior para vencer um trajeto de cerca de 500 metros, entre o Independência Shopping e a entrada da UFJF, principalmente nos horários de 8h e 14h. “Só na subida, devo demorar por volta de 15 minutos”, relata. “Está cada dia pior.”
Por servir como acesso a diversos bairros da Cidade Alta, o anel viário também é usado pela população, o que contribui para os problemas de retenções nas imediações. Para Thiago Vianna, publicitário e morador do Bairro São Pedro, é visível a diferença do fluxo de veículos durante o período letivo. Entretanto, na opinião dele, o crescimento significativo da região e falhas na sinalização também contribuem. Thiago tem o hábito de passar de carro pelo Pórtico Norte pelo menos quatro vezes ao dia, mas observa situações controversas no trânsito especialmente por volta de 8h e 19h. “Acho que a falta de sinalização naquele ponto é algo falho, que deveria ser levado mais em consideração. A falta de um semáforo na rotatória acaba fazendo com que os pedestres fiquem batalhando com os veículos para conseguir passar, o que é muito perigoso. Se tivesse mais sinalização ali, talvez conseguisse normalizar mais a situação.”
Para outras pessoas, a solução é tentar fazer caminhos alternativos. Douglas Lopes, designer gráfico e morador do Bairro Serra d’Água, também utiliza a via da UFJF para ir ao trabalho, no Alto dos Passos. Para ele, o retorno do funcionamento habitual dos coletivos que atendem a UFJF é um dos fatores que contribuem também para o trânsito intenso na região Sul da instituição, especialmente por volta de 18h. “Tem os pais buscando alunos nas escolas, o pessoal saindo do trabalho e alunos indo para a UFJF. Nesse período, aumenta a circulação dos coletivos também, então engloba uma série de fatores que acredito que causam essa retenção, tanto em São Pedro, quanto na própria Federal.” Muitas vezes, os engarrafamentos levam Douglas a optar por utilizar outros caminhos ao retornar para casa. “Quando subo e vejo que está muito tumultuado, vou pelo Parque da Lajinha, ou então pelo Dom Orione”, diz.
Settra atua nas proximidades do campus
Conforme o gerente do departamento de Fiscalização da Settra, Paulo Peron Júnior, a Settra não terá operação especialmente voltada ao retorno das aulas na UFJF. Entretanto, a pasta mantém atuação em locais de grande movimentação de público, seja de veículos ou pedestres. Desta forma, os agentes de trânsito devem monitorar as vias no entorno da UFJF. “A nossa atuação dentro do campus é restrita, então vamos nos preocupar com os acessos, como as avenidas Presidente Itamar Franco e Presidente Costa e Silva e a Rua José Lourenço Kelmer. Vamos monitorar as vias de acesso ao campus para garantir a segurança e fluidez, fiscalizando as possíveis irregularidades e infrações cometidas.”
A intensificação no fluxo de veículos na região está relacionada à utilização do próprio automóvel por estudantes e servidores, bem como pelo aumento da demanda por transporte público, segundo Peron. A partir de segunda-feira, os ônibus que atendem a Universidade voltam a operar normalmente. As linhas 545 e 555, suspensas durante as férias, retornam o atendimento, enquanto as linhas 525 e 535 estendem os horários de circulação, limitados desde o fim do último período letivo.
Orientações
Para garantir segurança no trânsito, a orientação é voltada ao respeito e responsabilidade na hora de se locomover. “É necessário não só respeitar as leis de trânsito e normas de circulação e conduta, como respeitar também o outro: o motorista ao ciclista e pedestre, e vice e versa. Essa orientação é para evitar que as pessoas se envolvam em acidentes de trânsito que podem trazer transtornos mais sérios, não só problemas de ordem financeira, mas, especialmente, danos à pessoa, que é com o que mais nos preocupamos”, afirma Peron.
Universidade prepara recepção para calouros
Desde 2017, a UFJF promove evento de apresentação da instituição aos calouros, com atrações culturais ao ar livre. Neste ano, os mais de 2.300 alunos de graduação que já confirmaram matrícula no campus sede para o primeiro semestre letivo de 2019 serão recebidos por integrantes da administração acadêmica na terça-feira (12), das 17h às 19h, na Praça Cívica.
A recepção será feita pelo reitor Marcus David e por representantes do Conselho Superior (Consu) da UFJF. Haverá, ainda, a distribuição de uma cartilha sobre a Ouvidoria e as principais dúvidas que os novos alunos têm sobre a instituição. Além disso, eles poderão prestigiar a apresentação das Guerreiras de Clara, bloco que homenageia a intérprete mineira Clara Nunes.
Outros serviços
Com o retorno do período letivo, outros setores da UFJF voltam a funcionar normalmente. A instituição reforça que o Portal do Estudante – que pode ser acessado pelo site www.ufjf.br/estudante – traz informações essenciais para o cotidiano dos alunos, como funcionamento de bolsas e auxílios, Biblioteca Universitária, além de notícias pertinentes aos estudantes. Os calouros que vêm de outras cidades podem acessar também o Guia de Sobrevivência da UFJF, que oferece dicas para os ingressantes advindos de outros municípios.
Foi reproduzido em: JF Clipping
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Painel
Data: 10/03/2019
Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/painel/10-03-2019/em-busca-de-protagonismo.html
Título: Em busca de protagonismo
Por Renato Salles
10/03/2019 às 07h01 – Atualizada 09/03/2019 às 15h55
Sem conseguir se reeleger nas eleições de outubro, o ex-deputado federal Marcus Pestana (PSDB) segue forte como nome de articulação dentro das hostes tucanas. Secretário-geral do PSDB, ele destaca que os tucanos já se movimentam para retomar o protagonismo que a legenda teve nas últimas décadas, mas que acabou ofuscado pelo mau desempenho do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin na disputa presidencial do ano passado. Segundo o juiz-forano, na próxima quarta-feira (13), os peessedebistas iniciam uma série de debates organizados pela executiva nacional da sigla, que terão como tema a reforma da Previdência. Pestana defende ainda que, diante da “complexa e confusa realidade brasileira”, o PSDB precisa “se diferenciar por equilíbrio, qualidade, firmeza, nitidez e coragem em seus posicionamentos”. Tal objetivo também seria compartilhado por outras lideranças partidárias, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, e o também ex-deputado José Aníbal.
Novos rumos
Na última quinta-feira (8), Marcus Pestana esteve em Juiz de Fora, onde participou das comemorações do aniversário de 82 anos do ex-vereador Fernando Paranhos. Durante a passagem pela cidade, o ex-deputado aproveitou para oficializar sua exoneração da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Com a decisão, o tucano se afasta definitivamente da instituição de ensino à qual se associou há três décadas, em 1989. De acordo com o próprio Pestana, ele tentou transferir seu vínculo para a Universidade de Brasília (UnB). Tal empreitada, contudo, não resultou em sucesso. Assim, com residência fixa na capital federal, o tucano optou por se afastar, possibilitando à Faculdade de Economia recompor seu quadro docente. “Chega ao fim um vínculo de 40 anos, entrei em 1979, que passou pela presidência do DCE e pela docência”, afirmou à coluna.
Sondagens
Na última sexta-feira, o Painel antecipou a possibilidade de três vereadores da atual legislatura da Câmara buscarem novos partidos. Isso porque a provável incorporação do PHS ao Podemos pode deixar Adriano Miranda (PHS), Júlio Obama Jr. (PHS) e Rodrigo Mattos (PHS) livres para respirarem novos ares. Após a nota, a coluna conversou com Júlio Obama Jr., que aguarda um desfecho da situação para definir seu futuro. Segundo o parlamentar de primeiro mandato, ele ainda não foi indagado por dirigentes estaduais e municipais do PHS para falar sobre o tema. Por outro lado, já foi procurado por três outras siglas em sondagens ocorridas em Belo Horizonte e Juiz de Fora. “Respeito muito o PHS, principalmente pelo seu crescimento, mas acabamos de eleger um senador e nem no PHS permaneceu”, pontuou. No momento, a incorporação é considerada pule de dez pelo fato de o PHS não ter atingido a cláusula de barreira e sem acesso à propaganda gratuita no rádio e à verba do fundo partidário. A fusão permite que detentores de mandato busquem novas agremiações partidárias sem riscos para seus mandatos.
Endometriose
Em comemoração ao Dia Municipal de Informação e Conscientização sobre a Endometriose, que incidiu no último dia 1º, a Câmara Municipal realiza, nesta segunda-feira (11), uma palestra gratuita para abordar o tema. Intitulada “Endometriose, a doença da mulher moderna”, a exposição será ministrada pelo médico ginecologista e obstetra Luciano Furtado. Os debates acontecem a partir das 10h no plenário do Palácio Barbosa Lima. A endometriose é caracterizada pelo crescimento de tecido endometrial fora do útero, atingindo partes como intestinos, ovários, trompas de Falópio e bexiga, causando fortes dores. Segundo o Legislativo juiz-forano, as estimativas apontam que até sete milhões de brasileiras sofram com a patologia, que acomete de 10% a 15% das mulheres em fase reprodutiva em todo o mundo.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cultura
Data: 10/03/2019
Título: Como construir a história de muitas vozes
Pesquisadores discutem o tema que deu o título de campeã do carnaval carioca à Mangueira e defendem novos olhares para a história juiz-forana
Por Mauro Morais
10/03/2019 às 05h52
Existiram os bandeirantes e também os cariris, índios nordestinos que se revoltaram contra a invasão estrangeira. Existiram Isabel, a princesa, e também Luiza Mahin, ex-escrava de origem africana que comprou sua alforria e tornou-se quituteira na Bahia, distribuindo em seu tabuleiro mensagens que resultaram na revolta do povo malê. Existiram Zumbi e também Dandara, guerreira negra casada com o homem dos Palmares. Existiram os militares e também Stuart Angel, filho de uma conhecida estilista que até sua morte lutou para enterrar o corpo do filho morto pela ditadura e nunca mais encontrado. Toda história tem avesso, canta o samba-enredo “Histórias para ninar gente grande”, da Estação Primeira de Mangueira, vencedora do grupo especial do carnaval carioca, e defendem especialistas, atentos a uma historiografia transformada décadas a fio. “A história é uma forma de falar sobre o passado, e essa forma é sempre parcial. O historiador está sempre em busca da verdade, mas não é possível uma narrativa única sobre o passado”, ressalta Fernando Perlatto, historiador, professor do departamento de história da UFJF e coordenador do programa de pós-graduação em história pela mesma universidade.
A formação da história como disciplina, pontua Perlatto, data do século XIX e sempre foi identificada com os grandes líderes. “A história sempre esteve focada no indivíduo. A história de ser contada era a dos grandes feitos, das grandes conquistas, das grandes lideranças. No início do século XX, há a formulação de novas perspectivas históricas, com o marxismo e com um movimento importante que surge na França do final dos anos 1920 chamado Escola dos Annales, que começam a problematizar que a história contada era a dos grandes homens e era preciso pensar a partir de outros olhares, sem estar centrado nos indivíduos, olhando para outros espaços que não os das elites. Se pensarmos nessas duas correntes, elas ainda atuavam com uma perspectiva generalista, dando pouca atenção ao que era singular, sem pensar em demandas específicas. A partir dos anos 1960 começam a surgir novas correntes historiográficas que passam a enfatizar a importância de olhar para o que vem de baixo”, explica o docente, citando movimentos como o da “História vista de baixo”, na Inglaterra, e da “Microhistória”, na Itália.
A historiografia tem se voltado para a narrativa de anônimos, mas desafio atual é lidar com excessos de depoimentos disponíveis (Foto: Leonardo Costa)
A apreensão da história, por sua vez, também foi impondo novos dilemas. De acordo com o historiador e pesquisador Antônio Carlos Siqueira Dutra, existem perguntas que deixamos de fazer. “Os grandes nomes ainda prevalecem na edição da história, que vai sendo feita dentro da lógica, dos princípios e dos valores de quem é formador de opinião, de quem é imprensa, de quem é governo”, aponta. Segundo ele, tais ideias baseiam livros de história e fazem, assim, perpetuar uma única versão. Professor da rede pública municipal e do curso de produção cênica da Fundação Educacional Machado Sobrinho, Dutra investiga em seu doutorado em educação a noção de que a história é uma edição, que deixa de fora fatos e pessoas que não interessam a quem edita e propõe que escolas e associações repensem essa escrita (ou reescrita) da história. “Muito pouco sentido pode fazer para a vida dele saber qual a importância do papiro na sociedade egípcia. Todo conhecimento é importante, obviamente, mas considero que precisamos voltar mais para quem faz a cidade andar, quem vive a cidade no dia a dia”, defende ele, que como objeto de pesquisa tomou a própria história de Juiz de Fora para além de sua versão canônica.
O exercício da escuta
Reconstrução requer audição, afirma a professora da Faculdade de Comunicação Social da UFJF Christina Ferraz Musse. “A história oral é incorporada hoje à história oficial. As pequenas vozes têm sido consideradas para a narrativa do tempo presente”, comenta a pesquisadora, líder do grupo de pesquisa “Comunicação,cidade, memória”, do programa de Pós-graduação em Comunicação da UFJF e integrante da rede de pesquisa “Jornalismo, imaginário e memória”. De acordo com ela, o holocausto foi um marco na valorização dos depoimentos de anônimos. “Desde então vemos a força dessas fontes, que não são aquelas grandes fontes que narravam os acontecimentos. Na grande mídia ou na história com H maiúsculo, os acontecimentos são narrados pela voz dos vitoriosos, daqueles que têm os cargos mais importantes. O curioso é que até o jornalismo tem colhido o depoimento dessas pessoas simples, que a Eliane Brum (jornalista e escritora) chama de ‘desimportantes’, pessoas comuns que também contam suas narrativas sobre esse mundo que não se resume ao universo dos gabinetes, dos grandes eventos e das personalidades. Hoje percebo que a história dita oficial começa, forçosamente, a ser questionada. O fato de termos mídias muito rápidas, a internet 3.0 e a interatividade que ela proporciona, derrubou a versão única para um fato que glorificava os que tinham direito a falar e serem ouvidos. É impossível pensar a história e o jornalismo sem escutar essas outras fontes, que hoje querem ser escutadas e criam seus coletivos, seus blogs, seus perfis nas redes sociais. Não sei que tipo de revolução vivemos, mas é uma subversão.”
A valorização da história oral e de narrativas extra-oficiais, para Fernando Perlatto, desperta novos impasses. “Um dos problemas que vive a historiografia é que não necessariamente dar voz aos de baixo é dar voz à verdade. Não é por que não é a voz da elite que é a voz verdadeira. O historiador atua nessa mediação, no contraste com outras fontes, em um trabalho metodológico de depurar o que é falado pelos que vêm de baixo. Porque na ânsia de dar voz aos que vêm de baixo não se pode cair na tentação de que tudo o que é dito é virtuoso”, pontua o historiador, professor e pesquisador. “No passado, havia certa escassez de fontes. A elite sempre deixou mais registros do que o povo. O historiador sempre teve muitas dificuldades de contar a história dos que vêm de baixo, porque os registros que eles deixavam eram muito restritos ou raros. Hoje, a partir da possibilidade de os de baixo falarem, da valorização de novos espaços, como os blogs, que estimulam o fortalecimento de novas memórias e agendas, a grande dificuldade é lidar com os excessos. O trabalho é estar sempre cotejando, contrastando, por exemplo, o que é dito em uma entrevista com documentações. Se antes o desafio era o silenciamento, hoje o desafio é não naturalizar tudo o que é falado”, acrescenta o autor do livro “Esferas públicas no Brasil: teoria social, públicos subalternos e democracia”.
Juiz de Fora é (ou deveria ser) outra
“A memória é uma narrativa cheia de lembranças, esquecimentos, paradoxos, pontos nebulosos, reconstruções que incluem a fantasia. Não é uma narrativa totalmente baseada na lógica. Tem a ver com os afetos. Por isso, a narrativa do trauma também é uma reconstrução que deixa muitas lacunas”, assinala Christina Musse, autora de “Imprensa, cultura e imaginário urbano: exercício de memória sobre os anos 60/70 em Juiz de Fora”. Segundo a professora e pesquisadora, por meio de depoimentos anônimos, uma página importante do passado recente do país foi reescrita.
“A partir de fontes desprezadas pela mídia oficial ou pelas grandes estruturas do Estado e das empresas, faz-se uma história das narrativas que ficavam submersas, desaparecidas, que não vinham à tona. Em países que sofreram grandes traumas como a América Latina e as ditaduras, tivemos um trabalho muito intenso de comissões e comitês da verdade que buscaram em depoimentos de pessoas perseguidas, ameaçadas, presas e torturadas fazer uma reconstrução da história recente. Fora a imprensa nanica, a grande imprensa no Brasil estava amordaçada pela censura. No caso brasileiro, por exemplo, temos uma polifonia de reconstruções da história recente que é incrível. A cada dia, descobrimos um novo documento, uma nova narrativa, porque nem sempre as histórias vêm à tona de maneira muito fácil, porque há uma dificuldade na revelação das lembranças”, pontua Christina.
Organizador do livro “Outras memórias possíveis”, publicado em 2016 pelo selo Funalfa, fundação da qual era superintendente, Antônio Carlos Siqueira Dutra reuniu narrativas de descendentes de alguns dos povos fundamentais para a formação da sociedade juiz-forana. Para ele, é urgente atentar-nos para a generosidade dos fisionomistas locais, “pessoas que dão um perfil diferenciado da cidade diferente daquele que está posto, dos grandes nomes, dos grandes feitos, e valorizam o que foi ficando para trás”. Como Dona Geralda, uma das entrevistadas da obra, que, ao falar das próprias raízes, falou também da origem negra da cidade e das fontes de uma ordem social hoje naturalizada. “Ela se coloca numa percepção de uma ex-escrava, uma mulher com pouco estudo, pouco conhecimento e poucos links. Ela dizia que o sonho dela era sair de Mercês e vir para Juiz de Fora para ser empregada doméstica porque ela receberia pelo que fizesse. Quando ela morava na fazenda com o pai, a mãe e as irmãs, todas trabalhavam, e somente o pai recebia pelos trabalhos prestados. As filhas, ainda, deveriam ser gratas pela senhora da casa por ensinar os serviços que elas deveriam fazer para manter os serviços na casa das elites”, narra Dutra, assegurando a relevância da história por trás da história do chão que pisamos dia após dia.
“Sempre construímos uma lógica de nos compararmos a grandes coisas: Manchester Mineira, Princesa de Minas, Atenas Mineira. Sempre há uma alusão a alguma coisa maior do que realmente somos ou fomos. Na realidade, a cidade não para para olhar suas reais necessidades e fica sempre na ilusão da grande cidade mineira que perdeu a industrialização e o berço cultural. Vive um saudosismo que não a permite se revisitar e se reconstruir num outro caminho. Vivemos um eterno lamuriar das coisas perdidas e do que poderia ter sido”, comenta o historiador, professor e doutorando, citando os dados do Arquivo Histórico que dão conta de uma população negra em Juiz de Fora que chegava a 60%. “Quando falamos da história de Juiz de Fora, nunca a tratamos como uma cidade negra. Não é uma terra de negros. Os sobrenomes são sempre os mesmos: Halfeld e Mascarenhas. Não que eles não tenham sua importância na construção dessa cidade, mas existem outras tantas pessoas que ficaram de fora dessa criação”, diz. Toda história tem avesso.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna César Romero
Data: 10/03/2019
Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/10-03-2019/a-195.html
Título: Isabela Rodrigues iluminando a coluna dominical
Por Cesar Romero
10/03/2019 às 08h00 – Atualizada 08/03/2019 às 20h26
Para agendar
Está confirmado o 22º Encontro do Automóvel Antigo, de 23 a 25 de agosto, no Campus da UFJF. Como nas edições anteriores, importantes colecionadores do eixo Rio-Belo Horizonte vão marcar presença.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 11/03/2019
Título: Jardim Botânico da UFJF abre as portas em abril
Área de 82 hectares, localizada na Mata do Krambeck, abriga mais de 400 espécies nativas, inclusive animais em extinção
Por Tribuna
11/03/2019 às 20h05
Os visitantes terão acesso livre a dez hectares, que contêm trilhas, lagos, bromeliário, orquidário, galerias de arte e uma casa sustentável (Foto: Fernando Priamo/ Arquivo TM)
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) finaliza a preparação para a abertura do Jardim Botânico, que abrirá seus portões ao público a partir do dia 12 de abril, quando ocorrerá uma cerimônia de inauguração. A área de 82 hectares, localizada na Mata do Krambeck, conta com mais de 400 espécies nativas e tem, entre elas, populações em extinção. Desse total, os visitantes terão acesso livre a dez hectares, que contêm trilhas, lagos, bromeliário, orquidário, galerias de arte e uma casa sustentável, na qual é possível ter a vivência de uma moradia ecológica.
O local é destinado aos trabalhos de pesquisa de professores e alunos da UFJF e agora também deve agregar o objetivo de levar à população informações sobre formas mais sustentáveis de interagir com ambientes naturais. O Jardim terá roteiros de visitação adaptados para as diferentes faixas etárias e interesses, podendo ser acompanhadas pelos bolsistas monitores ou autoguiada a partir de QR codes – código de barras eletrônico, lido através de smartphones – ao longo das trilhas. A visitação será gratuita, de terça a sexta-feira, das 8h às 17h, com entrada permitida até as 16h30.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 11/03/2019
Título: Trânsito lento na volta às aulas da UFJF
Entre 8h e 9h, condutores enfrentaram retenções nas avenidas Presidente Itamar Franco e Presidente Costa e Silva, e na Rua José Lourenço Kelmer
Por Tribuna
11/03/2019 às 12h37- Atualizada 11/03/2019 às 19h29
A volta às aulas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) movimentou o trânsito nas proximidades da instituição na manhã desta segunda-feira (11). Entre 8h e 9h, os motoristas encontraram retenções na Avenida Itamar Franco, que dá acesso ao Pórtico Sul, especialmente na altura do Hospital Monte Sinai. Já na Cidade Alta, quem precisou passar pelo Pórtico Norte enfrentou fluxo mais intenso de veículos na Avenida Presidente Costa e Silva e na Rua José Lourenço Kelmer. Os pontos são uns dos mais impactados na região.
Conforme a Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), até a tarde desta segunda-feira, os agentes estavam monitorando a região e não registraram ocorrências. Neste primeiro dia de aula, a equipe percebeu um volume de tráfego intenso, principalmente no acesso ao Pórtico Norte. Já no Pórtico Sul, segundo a Settra, o movimento foi tranquilo.
Recepção aos calouros
Para o novo período letivo da UFJF, são esperados mais de 22 mil alunos de graduação e pós-graduação. Nesta terça-feira (12), a UFJF promove evento de apresentação da instituição aos mais de 2.300 alunos de graduação que já confirmaram matrícula no campus sede para o primeiro semestre letivo de 2019. A recepção será feita pelo reitor Marcus David e por representantes do Conselho Superior (Consu) da UFJF, das 17h às 19h, na Praça Cívica.
Haverá, ainda, a distribuição de uma cartilha sobre a Ouvidoria e as principais dúvidas que os novos alunos têm sobre a instituição. Além disso, os estudantes poderão prestigiar a apresentação das Guerreiras de Clara, bloco que homenageia a intérprete mineira Clara Nunes.
Outros setores da UFJF voltam a funcionar normalmente com o retorno do período letivo. O Portal do Estudante da instituição, que pode ser acessado pelo site www.ufjf.br/estudante, traz informações essenciais para o cotidiano dos alunos, como funcionamento de bolsas e auxílios, Biblioteca Universitária, além de notícias pertinentes aos estudantes.
Foi reproduzido em: JF Clipping
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Veículo: Revista Encontro
Editoria: Cidade
Data: 11/03/2019
Título: Sempre-vivas de Minas podem virar Patrimônio Agrícola Mundial
Título é concedido pela ONU e inédito no Brasil
ED Encontro Digital
postado em 11/03/2019 17:38 / atualizado em 12/03/2019 10:39
(foto: Fernando Marino/Wikimedia/Creative Commons/Reprodução)
Muito usada no artesanato em Minas Gerais e em outras partes do país, as flores sempre-vivas possuem uma importância histórica, econômica e sociocultural para diversos apanhadores que trabalham nesse sistema de agricultura tradicional. Um dos locais mais representativos da atividade é a região da Serra do Espinhaço, na região norte do estado. Agora, a prática famosa em Minas pode se tornar a primeira do Brasil a ser reconhecida como Patrimônio Agrícola Mundial, título concedido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) a sistemas no mundo que atravessaram adversidades ao longo da história e, mesmo assim, foram capazes de manter as tradições culturais, a diversidade agrícola e cumprir uma função ecológica. Até o momento, existem 57 patrimônios do tipo no mundo.
O processo começou em 2016, quando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Embrapa pré-selecionaram cinco locais no país, entre eles a região de Diamantina (MG). No ano seguinte, foi realizada uma ação junto aos apanhadores de flores sempre-vivas e à Comissão em Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas da Serra do Espinhaço de Minas Gerais (Codecex). Foram identificados, nessa primeira etapa, 30 municípios da Serra do Espinhaço em que a atividade é praticada, incluindo as comunidades rurais de Buenópolis, Diamantina e Presidente Kubitscheck.
Minas passa a ter certificação de frango caipira
“Para solicitar a candidatura, o sistema agrícola deve ser único e atender a algumas características, como possuir uma paisagem notável e diferenciada, rica biodiversidade, segurança alimentar, modelos de gestão diferenciados com sistemas de conhecimento local e tradicional, tecnologias de produção engenhosas, identidade cultural e valores socioculturais utilizados para sua manutenção”, comenta Márcia Bonetti, coordenadora técnica estadual da Emater, em entrevista para a Agência Minas.
Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) foram os responsáveis pela produção do dossiê técnico-científico que conta a história do sistema agrícola tradicional dos apanhadores dessas flores usadas em artesanato. O documento foi encaminhado à FAO pelo Ministério das Relações Exteriores, em novembro do ano passado, juntamente com o plano de conservação dinâmica elaborado pela Codecex em parceria com o governo de Minas Gerais, prefeituras e demais parceiros.
Segundo Márcia Bonetti, os apanhadores desenvolveram sistemas agrícolas diversificados em variadas altitudes, que vão de 600 a 1,3 mil m, aprenderam a lidar com a paisagem e com toda as adversidades encontradas ao longo dos séculos. No topo da serra, eles soltam o gado em uma parte do ano, coletam e fazem o manejo das flores sempre-viva. Nas partes mais baixas, realizam o plantio das roças de toco e fazem uso de sementes crioulas, cultivadas ao longo de gerações.
O conhecimento é secular e, por meio dele, o homem vem realizando intervenções sustentáveis em regiões pouco atrativas devido às características do solo e relevo. O resultado é um sistema agrícola com uma paisagem notável que tem resistido às mudanças climáticas e sociais, e refletido em importante material genético para o futuro da humanidade.
Para a secretária, o reconhecimento dos apanhadores de flores de sempre-viva aumenta a expectativa de investimentos, políticas públicas adequadas, geração de empregos e, consequentemente, a renda destas populações. “Esta conquista trará muito orgulho para Minas Gerais e também para o Brasil”, diz Márcia Bonetti à agência estatal.
(com Agência Minas)
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Esportes
Data: 11/03/2019
Título: Após vencer em casa, JF Vôlei pegará o Lavras no mata-mata da Superliga B
Quartas-de-final devem começar neste sábado (16), no Ginásio da UFJF; fase é disputada em melhor de três jogos
Por Bruno Kaehler
11/03/2019 às 17h03- Atualizada 11/03/2019 às 17h38
O JF Vôlei vive, a partir desta semana, o momento mais decisivo da temporada 2018/2019. Após conquistar, no sábado (9), na UFJF, a primeira vitória em casa na Superliga B, justamente na última rodada da fase classificatória da competição (parciais de 25/22, 25/21 e 25/21) sobre a UPIS Brasília, agora é a vez do mata-mata. O time juiz-forano terá pela frente o Lavras Vôlei em uma disputa melhor de três partidas, sendo a primeira delas em Juiz de Fora. A CBV ainda irá confirmar dia e horário, mas a tendência é que seja neste sábado (16), às 19h, novamente no ginásio da Federal. O segundo e o terceiro confrontos – este último se for necessário – irão ocorrer com mando de quadra adversário.
O duelo irá marcar mais um encontro de jogadores que defenderam o JF Vôlei nas últimas temporadas, emprestados então pelo Sada Cruzeiro, assim como o técnico Henrique Furtado, que foi comandante da equipe e auxiliado pelo atual treinador do time juiz-forano, Marcos Henrique. O diretor técnico do JF Vôlei, Maurício Bara, analisou a nova oportunidade de vencer o adversário mineiro, o que não ocorreu ainda nesta temporada após quatro partidas entre os times (três no Mineiro e uma na Superliga B).
“É uma equipe que conhecemos um pouco mais, só que, ao mesmo tempo, está um pouco diferente porque não utilizam só os meninos que já estiveram aqui. Deles, só o Bruno e o Juan (Mendez) estão jogando, além do Antony, que estava aqui nesta temporada. O Rendrick (levantador) treinou aqui, mas jogou bem menos. E é uma equipe que não vencemos ainda. O momento é de quebrar o tabu. É um campeonato completamente diferente e agora pretendemos ir com tudo, com o braço solto para conquistar as duas vitórias e ir à semifinal. O objetivo agora é classificar”, projeta.
“Competitividade” é herança da primeira fase, diz Bara
O JF Vôlei encerrou a primeira fase da Superliga B com a quinta colocação, em uma campanha de 10 pontos. Ao todo, o time conquistou 13 sets e perdeu 12 nas sete rodadas. Na última partida, contra a UPIS, um dos destaques, o oposto Gabriel Tosim elogiou a chance de vencer diante do torcedor pela primeira vez na competição.
“A equipe entrou muito concentrada pois sabia da dificuldade da partida e qualquer falta de atenção poderia nos custar o jogo. Agora falando sobre a vitória, foi muito importante para nós. Além de cravar a quinta posição, foi nossa primeira vitória em casa. A torcida do JF Vôlei estava esperando por ela. Sobre minha atuação, fico feliz em poder ajudar minha equipe, temos nos empenhado muito para colhermos bons frutos e o melhor está por vir”, comenta.
Segundo Bara, toda a caminhada juiz-forana até aqui traz uma mensagem importante para os confrontos a seguir. “Na primeira fase a equipe evoluiu muito. O duro é que é uma competição muito curta. Mas foram três vitórias consistentes, um 3 a 2 sofrido que poderia ser uma vitória e mesmo as derrotas vieram em partidas duríssimas. Até o 3 a 0 em Blumenau. O mais importante, a mensagem que fica para a próxima fase é essa, que a equipe mostrou muita competitividade e o time está assim, crescendo, ainda com espaço para evolução, claro, só que de detalhes agora. Claro que queríamos mais vitórias, mas lutamos”, observa.
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Veículo: O Tempo
Editoria: Super FC
Data: 11/03/2019
Título: Lavras e JF medem forças nas quartas-de-final da Superliga B
Encontro faz com que Estado já tenha representante garantido nas semifinais do torneio de acesso
Lavras deu muito trabalho para o vice-líder Blumenau na última rodada
Daniel Ottoni | @supernoticiafm
11/03/19 – 12h06
Minas Gerais já está garantido nas semifinais da Superliga B de vôlei masculino. Depois de sete rodadas de disputa, Lavras Vôlei e JF Vôlei terminaram, respectivamente, na quarta e quinta posição.
O time do Sul de Minas, que conta com a base formada por atletas cedidos pelo Sada Cruzeiro, teve quatro vitórias, enquanto o JF somou três triunfos. Na última rodada, o JF passou em casa pelo Upis-DF, por 3 a 0, enquanto o Lavras fez o vice-líder Blumenau ter muito trabalho em jogo definido somente no tie-break a favor dos catarinenses.
As partidas das quartas-de-final acontecerão em melhor de três jogos, com os jogos começando no próximo sábado. O primeiro jogo acontece na casa da equipe pior colocada com as duas partidas seguintes, se necessárias, dentro dos domínios do time de melhor campanha.
Confira como ficaram os confrontos:
Botafogo-RJ x Apav-RS
Apan Blumenau-SC x Upis-DF
Anápolis-GO x São José-SP
Lavras x JF
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 11/03/2019
Título: ‘Há muito mais que beleza nos concursos’, diz Miss Júlia Horta
Em entrevista por telefone à Tribuna, a juiz-forana Júlia Horta, eleita Miss Brasil no último sábado, defende a sororidade entre as mulheres e diz que quer dar visibilidade para o feminismo
Por Mauro Morais
11/03/2019 às 20h29- Atualizada 11/03/2019 às 22h53
Quando pisou no palco do concurso Miss Brasil Be Emotion na noite do último sábado (9), a juiz-forana Júlia Horta tinha 80 mil seguidores no Instagram, número que lhe garantia a atuação como influenciadora digital na cidade. Na tarde desta segunda, menos de 48 horas depois de Mayra Dias, Miss Brasil 2018, ter lhe passado a coroa e a faixa, Júlia já reúne mais de 300 mil virtuais admiradores em sua principal rede social. E o número não para de crescer. A cada hora amplia-se exponencialmente. A ficha ainda não caiu, garante a jovem de 24 anos, indiscutível beleza e igual simpatia. “A visibilidade de uma Miss Brasil é enorme”, comemora ela, que tem recebido mensagens de conterrâneos igualmente ilustres, como Scheila Carvalho e Leda Nagle. “Pessoas que admiro estão me mandando mensagens falando que me admiram. É uma surpresa e ainda não me acostumei com isso. Toda vez que recebo uma, vejo e falo: ‘Meu Deus! Sou fã dessa pessoa!’ Isso é bom e me empolga muito a visibilidade que estou ganhando. O tempo todo que quis ser miss, não quis só por mim, pelo ego ou pela coroa. Eu sempre quis ter visibilidade para poder fazer algo bacana pelo mundo. Quando comecei a atuar como influenciadora, queria espalhar mensagens positivas, temas sobre autoestima, autoconhecimento. Estou feliz por poder falar para um número ainda maior de pessoas. Enxergo muito mais do que beleza nos concursos, existe um propósito”, diz ela, por telefone, entre uma entrevista e outra, ainda em São Paulo.
Certa da plataforma que ela mesmo se tornou, Júlia espera potencializar o que faz em seu dia a dia, na web e fora dela. “Sou uma pessoa que representa nosso país de alguma forma e, principalmente, as mulheres. Tenho que servir de exemplo. Em Juiz de Fora eu trabalhava em dois projetos sociais: um chamado Influenciadores do Bem e outro Projeto Vivart. Sempre amei projetos sociais e minha ideia é apoiar algumas causas. Vou pesquisar projetos que tenham a ver comigo e que eu possa contribuir de alguma forma. Principalmente, quero levantar a bandeira da sororidade, do apoio entre as mulheres”, aponta ela, que já em seu primeiro pronunciamento nas redes sociais como Miss Brasil fez questão de definir sua luta: “Esse título não é só meu, mas de todas as mulheres. Juntas nós temos o potencial de causar a maior revolução de sororidade desse mundo.”
“Esse título não é só meu, mas de todas as mulheres. Juntas nós temos o potencial de causar a maior revolução de sororidade desse mundo”
Rumo ao Universo
A coroa, a faixa e o título de mais bela brasileira de 2019 chegam cinco anos após Júlia Horta fazer sua estreia em concursos de beleza. Em 2014, ela conta que foi convidada para participar do concurso Miss Mundo Minas Gerais. Despretensiosamente, inscreveu-se. E ganhou. “Nunca tinha pensado em participar de concurso antes. Achava lindo, via pela televisão, mas não acreditava que poderia ser uma miss”, lembra. Começou, então, a participar de outros e, no dia 18 de fevereiro foi eleita Miss Minas Gerais. Pela vitória, recebeu uma moção de aplausos da Câmara Municipal no último dia 25. E também se credenciou a disputar o concurso nacional, cujo júri foi formado por grandes nomes do mundo da moda e da beleza nacionais. Além do estilista Alexandre Herchcovitch, integraram a banca a empresária e ex-modelo Luiza Brunet, as empresárias Rachel Maia e Leila Schuster, a Miss Brasil 2007 Natália Guimarães, os jornalistas Mônica Salgado e Ricky Hiraoka, os consultores de beleza Marcos Proença e Wanderley Nunes e a youtuber Taciele Alcolea. O primeiro lugar no concurso rendeu à Júlia uma uma coroa em ouro branco, cravejada de pedras e uma esmeralda, avaliada em R$ 52 mil, um cruzeiro pelo Nordeste, joias e uma semana em hotel de luxo em Campos do Jordão, no interior de São Paulo, além de uma movimentada agenda. “Ontem fui a um evento da Polishop e hoje passei o dia dando entrevistas para a Band de São Paulo. Estou muito feliz e realizada. Era um sonho para mim e fiquei muitos anos tentando atingi-lo”, comenta a miss, que também ganhou e continua a ganhar um séquito de seguidores. Só durante a escrita deste texto, dois mil nove seguidores foram contabilizados pelo Instagram de Júlia.
“Nunca tinha pensado em participar de concurso antes. Achava lindo, via pela televisão, mas não acreditava que poderia ser uma miss”
Granberiense e formada em Comunicação Social pela UFJF
O interesse por projetos sociais, conta Júlia, vem de casa. “Quando eu era mais nova, era da Igreja Católica e minha mãe participava ativamente, era catequista. Um sábado por mês a gente visitava instituições da cidade”, lembra ela, filha de dois professores. O pai Eduardo leciona no curso de ciências contábeis da UFJF e a mãe Patrícia, nos cursos de administração da Faculdade Metodista Granbery, do Instituto Vianna Júnior e do Centro de Ensino Superior (CES/JF). Nascida no Centro, onde morou até os 5 anos, Júlia mudou-se para o Granbery, mais tarde foi morar no Jardim do Sol e hoje reside na Avenida dos Andradas, com os pais e dois irmãos mais novos. Da infância, recorda-se da paixão pelos esportes. “Sempre fui uma criança muito feliz. Já fiz tudo quanto é esporte, e dança também. Estudei no Granbery praticamente minha vida inteira. Meu pai era professor lá e eu e meus irmãos tínhamos bolsa. Foi um colégio que fez parte da minha educação. Ficava o dia inteiro lá. De manhã passava na escola e, na tarde, ia para o centro de esportes fazer algum exercício. Isso foi muito importante para a minha formação”, traz à memória.
Formada em Comunicação Social pela UFJF em 2016, Júlia apresentou programas de rádio e TV na cidade. “Atualmente trabalho mais como influenciadora digital e dando palestras”, conta a jovem, dona de uma rotina nada espartana no cuidado com a beleza. “Há um tempo me preocupo muito com a alimentação, não só por estética, mas por saúde também. Não faço dieta. Como as coisas que quero, na hora que quero. Tento comer bem. Exercício eu sempre amei. Amo fazer musculação, spinning, muay thai, já faz parte da minha rotina. Quando chega a participação em concursos de beleza, só potencializo isso”, afirma, dizendo passar, no máximo, uma hora na academia.
“Há um tempo me preocupo muito com a alimentação, não só por estética, mas por saúde também. Não faço dieta. Como as coisas que quero, na hora que quero. Tento comer bem. Exercício eu sempre amei. Amo fazer musculação, spinning, muay thai, já faz parte da minha rotina. Quando chega a participação em concursos de beleza, só potencializo isso”
Trajetória
1º lugar Miss Brasil – 2019
1º lugar Miss Minas Gerais – 2019
5º lugar Miss Turismo Internacional – 2017
3º lugar Miss Mundo Brasil – 2017
2º lugar Rainha Internacional do Café – 2016
5º lugar Miss Mundo Brasil – 2015
1º lugar Miss Mundo Minas Gerais – 2015
Foi reproduzido em: JF Clipping
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Veículo: Rádio Catedral JF
Editoria: Notícias
Data: 12/03/2019
Título: Prorrogadas as inscrições para editais do Forum da Cultura
O Forum da Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), informa que as inscrições para o edital de ocupação da Galeria de Arte e o edital para concertos de música erudita, Concertos de Outono, foram prorrogadas até 29 de março. Os resultados serão divulgados no dia 5 de abril no site do Forum.
As inscrições podem ser realizadas presencialmente na secretaria do casarão, de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h, ou enviadas pelos Correios, para a Rua Santo Antônio, 1.112, Juiz de Fora/MG, CEP 36016-210, observando o novo prazo final para a postagem até 29 de março.
Para concorrer ao edital da Galeria de Arte os interessados devem enviar currículo atualizado e a ficha de inscrição, apresentando claramente a proposta para a mostra, relatando os objetivos pretendidos para a exposição em questão, quantas obras pretende expor, a categoria delas, se são inéditas ou não, as técnicas, as temáticas, entre outros, com documentação fotográfica das obras e de outras produções.
Já para os concertos de música erudita devem ser enviados o currículo atualizado e a ficha de inscrição, apresentando claramente a proposta do concerto, com registro audiovisual de apresentação do grupo, bem como, previsão de programa. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (32) 3215-3850.
Fonte: UFJF
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Veículo: Rádio Catedral JF
Editoria: Notícias
Data: 12/03/2019
Título: Editais de reclassificação e antecipação de matrícula na UFJF vão ser divulgados quarta-feira (13)
Foto: UFJF
Será publicado nesta quarta-feira (13), o terceiro edital de reclassificação do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism), e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ambos de 2019. A lista vai ser disponibilizada meio dia no site da Coordenadoria de Assuntos e Registros Acadêmicos (Cdara), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Os aprovados devem ficar atentos às fases obrigatórias de pré-matrícula on-line e de matrícula presencial para o ingresso na UFJF. O terceiro edital de antecipação de matrícula também será publicado no mesmo dia e horário no site da Cdara. Os candidatos selecionadas no terceiro edital de reclassificação deverão fazer a pré-matrícula on-line de 12h de amanhã, até as 23h59 de sexta-feira, dia 15.
Após essa etapa, os aprovados precisam estar atentos às orientações para matrículas presenciais e para a relação de documentação exigida para cada candidato, conforme o grupo de concorrência, tanto do Sisu, quanto do Pism. A matrícula presencial ocorre nos dias 19 e 20 de março.
A próxima chamada para cada programa de ingresso será divulgada no dia 20 de março, com pré-matrícula on-line até o dia 22, e matrícula presencial nos dias 26 e 27 do mesmo mês. As datas das matrículas presenciais podem sofrer alterações. O cronograma completo com as datas de divulgação dos próximos editais de reclassificação e o cronograma de matrícula podem ser acessados na página da Cdara.
Os estudantes selecionados para o segundo semestre pelo Pism, que realizaram o requerimento de matrícula, podem ter seu ingresso antecipado para o primeiro semestre. Para que isso aconteça é preciso que haja desistência ou não comparecimento de candidatos selecionados para o primeiro semestre.
Os alunos antecipados não precisam refazer a matrícula on-line ou presencial, devendo apenas frequentar às aulas do primeiro semestre letivo da UFJF. Os candidatos devem ficar atentos, pois as datas das matrículas presenciais podem sofrer alterações.
Fonte: UFJF
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Veículo: Hello Clue
Editoria: Cultura
Data: 12/03/2019
Link: https://helloclue.com/pt/artigos/cultura/ainda-precisamos-menstruar
Título: Ainda precisamos menstruar?
A evolução do corpo humano e a necessidade do sangramento mensal
Arte: Marta Pucci
A photo of Mariana Rezende
por Mariana Rezende, Colaboradora
— 12 de março de 2019
Referências
Estanislau do Amaral MC, Hardy E, Hebling EM, Faúndes A. Menstruation and amenorrhea: opinion of Brazilian women. Contraception. 2005;72(2):157-61.
Christin-Maitre, Sophie. History of oral contraceptive drugs and their use worldwide. Best Pract Res Clin Endocrinol Metab. 2013 Feb;27(1):3-12.
Sardenberg, Cecília. De Sangrias, Tabus e Poderes: a menstruação numa perspectiva sócio-antropológica. Estudos Feministas. 1994;2(2):314-344.
Entrevista feita por Dráuzio Varella ao Dr. Elsimar Coutinho. Disponível em https://vimeo.com/228931248
Souza, Thaís. Perspectivas sobre a Menstruação: análise das representações na publicidade e na militância online. CSOnline, Revista Eletrônica de Ciências Sociais. 2017;(23): 295-314.
Haraway, Donna. Manifesto Ciborgue – Ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX in Antropologia do Ciborgue: As vertigens do pós-humano. 2009, Autêntica Editora.
mais…
Já é notório que uma pessoa pode deixar de menstruar usando anticoncepcionais. Já temos um mercado que oferece mil e uma maneiras para tornar o processo da menstruação menos desconfortável, como coletores menstruais, calcinhas absorventes e até um aparelho de estimulação elétrica nervosa transcutânea, chamado TENS, que emite “choques” de baixa voltagem e melhora a dor das cólicas.
No entanto, uma pesquisa sobre a percepção que algumas mulheres têm da menstruação demonstra que maioria acredita que seja desagradável, incômoda e limitadora (1). Se a medicina evoluiu e o mundo também, será que não cabe a pergunta: ainda precisamos menstruar?
Menstruar ou não: eis a questão
A partir dos anos 1960, tornou-se possível não só intervir nos ciclos férteis femininos, como também produzir uma alteração nos padrões de sangramentos menstruais (2). Nas últimas décadas, temos registrado avanços significativos no conhecimento dos padrões reprodutivos e, consequentemente, das ciências biomédicas. Tais avanços permitem a identificação de problemas relacionados à menstruação, além de uma interferência direta no ciclo de modo a exercer mais controle sobre a concepção e também sobre a própria existência do sangramento menstrual (3).
Um ginecologista e pesquisador baiano, Dr. Elsimar Coutinho foi um dos primeiros especialistas que divulgou a supressão da menstruação no Brasil. Ele é autor do famoso livro “Menstruação, A Sangria Inútil” e advoga pelo direito das mulheres de suprimirem a menstruação e com isso terem mais qualidade de vida.
Em uma entrevista concedida ao Dr. Dráuzio Varella, Coutinho afirma que a menstruação não é natural e que nos tempos que correm a mulher já não deveria menstruar mais. Segundo ele, o natural para o corpo da mulher é a gravidez e ainda enfatiza as diferenças entre natureza e cultura, salientando que foi a modernização humana que fez as mulheres menstruarem por tantos anos, uma vez que, na pré-história, elas estavam muito mais frequentemente grávidas. Pensando na mulher como ser biológico, o natural não era menstruar, era estar grávida ou amamentando, porque o que a natureza quer é que o ser humano reproduza (4).
Ainda na entrevista a Varella, o Dr. Elsimar Coutinho postula que foram a vida moderna e a evolução sócio-cultural – por exemplo, a profissionalização das mulheres – as responsáveis pelo ciclo menstrual como um acontecimento mensal, frequente e, consequemente, um “incômodo desnecessário”. Neste ponto, o especialista vai além e afirma que a ausência de menstruação também está correlacionada a uma diminuição no risco daquilo que é categorizado como “câncer da mulher”, ou seja, câncer de útero, ovário e mama. Coutinho aponta também para outras condições que a não menstruação pode evitar, como a endometriose e a anemia, além da tensão pré-menstrual (4).
Quanto ao título polêmico de seu livro “Menstruação, A Sangria Inútil”, o médico explica a Dráuzio Varella ter sido uma opção dos editores nos EUA, que por uma questão mercadológica, acreditaram que dizer que a menstruação é obsoleta (em inglês o título é “Is Menstruation Obsolete?”, em tradução literal, “A menstruação está obsoleta?”), provocaria mais curiosidade do que propriamente afirmar que a menstruação é opcional.
E Coutinho ainda vai mais adiante, segundo ele, “no futuro, quando as mulheres estiverem fazendo viagens interplanetárias etc., elas não poderão menstruar (…), no futuro elas vão descobrir que só podem ser competitivas na vida não menstruando” (4). Tal afirmação pode soar problemática, sobretudo se tivermos em consideração que nem todas as pessoas que menstruam estão dispostas a tomar hormônios para suprimir a menstruação, inclusive por questões de saúde. Não seria essa afirmação um tanto limitadora?
Contraponto: dizer que a menstruação é inútil pode ser beneficial para a indústria farmacêutica?
Cecília Sardenberg, acadêmica na área de Antropologia Social, em seu estudo “De sangrias, tabus e poderes: a menstruação numa perspectiva sócio-antropológica”, oferece um contraponto à visão do Dr. Elsimar Coutinho, afirmando que usar o termo “inútil” para falar sobre a menstruação e ressaltar seus males acaba por ser de interesse de fabricantes de anticoncepcionais. Segundo Sardenberg, “nessa luta pelo controle do poder simbólico sobre a menstruação, estão em jogo os interesses das indústrias farmacêuticas e de outros detentores do poder econômico que têm a lucrar com a crescente medicalização dos fenômenos relativos à vida procriativa da mulher” (3).
Por que menstruar ainda é um tabu?
Como já abordamos anteriormente, diversos fatores contribuíram para que a menstruação se tornasse tabu, dentre eles a evolução, a história, a cultura, as religiões e as visões patriarcais da sociedade em geral. São essas visões que também contribuem para que as conversas sobre as experiências menstruais ainda sejam limitadas a poucas pessoas, que o sangue menstrual seja visto como “sujo” e que precise ser “escondido”, como é o caso de diversas campanhas publicitárias para artigos menstruais. Quem nunca viu uma propaganda em que o sangue menstrual é azul? (mais sobre o tema aqui – em inglês)
Em uma perspectiva trazida pelas Ciências Sociais, a graduanda da Universidade Federal de Juiz de Fora, Thaís Melo de Souza busca respostas para a questão do estigma que a publicidade pode trazer, sobretudo em comparação aos esforços de grupos feministas para quebrar o tabu da menstruação e oferecer mais conforto físico e psicológico para quem menstrua (5).
Souza analisou situações no discurso de campanhas publicitárias em que a menstruação é tratada com uma prisão e que os produtos oferecem uma espécie de liberdade aos malefícios do ciclo. Geralmente as propagandas trazem imagens de mulheres felizes andando à cavalo ou de bicicleta em um mundo colorido e alegre. Segundo Souza, a publicidade esconde e, de certa forma, falsifica a experiência real de menstruar, associando o uso de determinados produtos com higiene, mobilidade e felicidade (5).
Quem menstrua sabe que a experiência verdadeira não funciona bem assim. Por que não falar das coisas como elas realmente são?
Ciborgues versus natureza
Também podemos colocar as coisas em termos, digamos, ciborguianos (e talvez até filosóficos): o corpo humano que conta com ajuda de tecnologias para modificar suas funções naturais, aprimorá-las, enriquecê-las. Um ciborgue, neste caso, não tem a ver com ideias futuristas e distópicas, ele nada mais é do que uma criatura pós-humana que surge da combinação entre a mecanização do humano e a humanização da máquina. Usamos óculos, próteses, anabolizantes, anticoncepcionais, técnicas de reprodução artificiais, tudo isso para burlar nossas limitações, normalizar um estilo de vida, substituir membros, em suma, para alcançarmos novas formas de liberdade (6).
Uma das estudiosas pioneiras e famosas pelos estudos do “ciborguismo”, com seu “Manifesto do Ciborgue”, é a norte-americana Donna Haraway. Ela acredita que estamos tão interligados às máquinas que já não podemos enxergar um mundo em que, por exemplo, o uso de anticoncepcionais (e hormônios, de maneira geral), possa ser prejudicial para a libertação das mulheres. O “Manifesto do Ciborgue” advoga por essa libertação das mulheres e também sobre os perigos oferecidos pela visão de que elas são “naturalmente inferiores”, como se tivessem sido feitas para serem mães, donas de casa, eternamente sensíveis e muito delicadas para o trabalho no mundo lá fora. (6) Haraway é conhecida pela afirmação “prefiro ser uma ciborgue a ser uma deusa”.
Por falar em deusas, uma perspectiva que tenta “naturalizar” o ciclo e a ideia de feminilidade é o chamado Sagrado Feminino, um movimento que pretende honrar o feminino ancestral. É uma visão que correlaciona o feminino à natureza enquanto mãe, o ser que carrega a vida e, na ausência da gravidez, a menstruação é tida como possibilidade de renovação da vida a cada ciclo.
Grande parte do conhecimento produzido em torno da ideia de Sagrado Feminino vem de bases esotéricas e tem grande expressividade em blogs e livros ligados à espiritualidade. Uma das especialistas no tema é a inglesa Miranda Gray, autora do popular “Lua Vermelha: as energias criativas do ciclo menstrual como fonte de empoderamento sexual, espiritual e emocional” (best-seller na lista dos mais vendidos em “Magia, Religião e Espiritualidade” na Amazon Brasil). O livro aborda os arquétipos e a simbologia da menstruação e feminilidade, oferecendo exercícios para proporcionar uma sintonia com as diversas fases do ciclo menstrual. Para Gray, louvar e honrar a menstruação é uma forma de libertação das mulheres, que foram afastadas de sua natureza cíclica pelos avanços tecnológicos e estruturas patriarcais.
Afinal, precisamos menstruar ou não?
Não podemos afirmar isso categoricamente. Embora não existam soluções únicas, visões polêmicas, futuristas, culturalmente e cientificamente embasadas como a dos especialistas acima citados podem nos ajudar a pensar na questão da necessidade física, biológica, cultural e filosófica do sangramento mensal.
A menstruação não deve ser vista como um fenômeno isolado, ou seja, somente biológico ou somente cultural. É importante que seja percebida e debatida em toda a sua amplitude, sobretudo pensando que, se biologicamente somos muito parecidos, em termos de cultura, vivências e personalidades somos muito diferentes. Algumas pessoas podem se sentir mais livres menstruando, outras não menstruando.
Vivenciar a menstruação de uma maneira informada, seja suprimindo-a, seja louvando-a, é um bom caminho para uma vida mais saudável e sem tabus. Podemos pensar que, com as tecnologias e a sociedade em constante evolução, o futuro pode ser mais sorridente para as pessoas que optam por qualquer um desses caminhos.
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Veículo: ARTE! Brasileiros
Editoria: Exposições
Data: 12/03/2019
Link: https://artebrasileiros.com.br/arte/exposicoes/bienal-de-sao-paulo-33a-edicao/
Título: Bienal de São Paulo dá início ao programa de itinerâncias da 33ª edição
Belo Horizonte (MG), Campinas (SP), Vitória (ES), São José do Rio Preto (SP), Juiz de Fora (MG), Brasília (DF), Porto Alegre (RS) e Medellín (Colômbia) são as cidades confirmas até o momento
Por Redação – 12 de março de 2019377 0
O pavilhão da Bienal
A Fundação Bienal dá início, neste mês de março, ao programa de itinerâncias da 33ª Bienal de São Paulo, que aconteceu entre 7 de setembro e 9 de dezembro no Pavilhão do Parque Ibirapuera. Intitulada Afinidades Afetivas, a edição teve curadoria de Gabriel Pérez-Barreiro e agora chega a sete cidades brasileiras e uma estrangeira.
Já estão confirmadas para receber diferentes recortes da mostra as cidades de Belo Horizonte (MG), Campinas (SP), Vitória (ES), São José do Rio Preto (SP), Juiz de Fora (MG), Brasília (DF), Porto Alegre (RS) e Medellín (Colômbia).
As itinerâncias da 33ª Bienal de São Paulo foram concebidas pelo curador convidado Jacopo Crivelli Visconti (que será o curador geral da 34ª edição do evento) como novos recortes em relação ao projeto original de Pérez-Barreiro.
Para a realização do programa, foram firmadas parcerias inéditas da Fundação Bienal com a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer do Governo do Espírito Santo (ES), o Museu Nacional (DF), a Fundação Iberê Camargo (RS) e o Museo de Antioquia, em Medellín (Colômbia). Também foram renovadas as colaborações com o Sesc SP, a Fundação Clóvis Salgado (MG) e a Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).
33ª Bienal de São Paulo – Afinidades afetivas
Itinerâncias
Belo Horizonte (MG)
Palácio das Artes
9/3 – 2/6
Av. Afonso Pena, 1537
Terça a sábado, 9h30 às 21h, domingo, 9h30 às 18h
Entrada gratuita
Campinas (SP)
Sesc Campinas
19/3 – 16/6
Rua Dom José I, 270/333
Terça a sexta, 8h30 às 21h30, sábado, domingo e feriados, 9h30 às 18h
Entrada gratuita
Vitória (ES)
Palácio Anchieta
23/3 – 30/6
Praça João Clímaco, 142
Terça a sexta, 9h às 17h, sábado e domingo, 9h às 16h
Entrada gratuita
São José do Rio Preto (SP)
Sesc Rio Preto
27/9 – 24/10
Av. Francisco das Chagas Oliveira, 1333
Terça a sexta, 8h30 às 21h30, sábado, domingo e feriados, 9h30 às 18h
Entrada gratuita
Juiz de Fora (MG)
Museu de Arte Moderna Murilo Mendes
data a confirmar
- Benjamin Constant, 790
Brasília (DF)
Museu Nacional
data a confirmar
Setor Cultural Sul Lote 02 – Esplanada dos Ministérios
Porto Alegre (RS)
Fundação Iberê Camargo
data a confirmar
Av. Padre Cacique, 2000
Medellín (Colômbia)
Museo de Antioquia
data a confirmar
Cl. 52 #43, Medellín
Saiba mais no site da instituição.
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Veículo: Aventuras na História
Editoria: Reportagens
Data: 12/03/2019
Título: ALLAN KARDEC E O ESPIRITISMO NO BRASIL
O professor francês Allan Kardec entrevistou espíritos para descobrir as leis que regem o mundo dos mortos. Mas foi no Brasil que um grupo de seguidores transformou seus escritos em uma nova religião, o espiritismo
TIAGO CORDEIRO PUBLICADO EM 12/03/2019, ÀS 21H00
Allan Kardec
Reprodução
Às 22h30 de 17 de setembro de 1865, apenas oito anos depois da fundação oficial do espiritismo na França, foi realizada em Salvador a primeira sessão da doutrina no Brasil, liderada por um jornalista, Luís Olímpio Teles de Menezes. No mesmo ano, surgiu o primeiro centro do país. Em pouco tempo, a visão científica, filosófica e religiosa de Allan Kardec se transformaria em uma religião tipicamente brasileira, divulgada por intelectuais nas nossas maiores cidades. Anos antes de ganhar as massas com Chico Xavier, os seguidores de Kardec já tinham uma nova capital, nos trópicos.
O trabalho iniciado por Kardec tem mais de 13 milhões de seguidores no mundo. A maioria, cerca de 3,8 milhões, está no Brasil. Nossos espíritas têm os melhores indicadores socioeducacionais dentre os fiéis de todas as religiões praticadas no país – 31,5% deles têm nível superior completo, segundo o IBGE. Entre 2000 e 2010, eles saltaram de 1,3% da população para 2%. O sucesso nos cinemas é resultado da boa imagem da religião: em 2010, Chico Xavier, a biografia do médium mais famoso do século 20, alcançou 3,4 milhões de espectadores e Nosso Lar, no mesmo ano, chegou a 4 milhões.
Mas o que explica essa adesão massiva a uma doutrina que se equilibra entre a religião e a ciência no maior país católico do mundo? “O Brasil tem uma tradição de religiosidade popular muito aberta ao contato com a vida após a morte e a comunicação com espíritos. As classes média e alta não podiam contar com as religiões de origem africana ou indígena como expressões formais de sua fé. O kadercismo, com seu berço francês, satisfez essa necessidade”, afirma John Monroe, historiador e professor da Universidade de Iowa.
Mesas que rodam
Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu em Lyon em 3 de outubro de 1804 e encontrou sua vocação na Suíça. O pai, o juiz católico Jean-Baptiste-Antoine Rivail, e a mãe, a dona de casa Jeanne Duhamel, enviaram o menino Hippolyte, de apenas 10 anos, para estudar no Instituto de Yverdon, no castelo de Zahringenem, fundado e mantido pelo pedagogo Johan Heinrich Pestalozzi. Na volta, instalou-se em Paris em 1820 e, quatro anos depois, começou a dar aulas. Lecionava matemática, física, química, astronomia, anatomia e francês.
O professor convivia com problemas financeiros recorrentes. A partir da década de 1830, passou a reforçar a renda escrevendo gramáticas e aritméticas – e até mesmo uma peça, chamada Uma Paixão de Salão, levada aos palcos em 1843. Também começou a usar os conhecimentos de matemática para administrar a contabilidade de pequenas companhias, como o teatro Les Folies Marigny, nos Champs-Élysées. Ali eram realizados espetáculos muito em voga em meados do século 19 – com uma mistura de magnetismo e experiências elétricas e mecânicas.
Rivail assistia a alguns desses shows com prazer. Ele acompanhava com euforia a evolução das ciências, que pareciam prontas para explicar definitivamente o funcionamento do mundo, da vida e do além. Em 1834, em um de seus artigos defendendo as aulas de ciências para crianças, ele registrou: “Aquele que houver estudado as ciências rirá, então, da credulidade supersticiosa dos ignorantes. Não mais crerá em espectros e fantasmas. Não mais aceitará fogos-fátuos por espíritos”.
Quando as mesas rodantes ficaram famosas na França, na década de 1850, o pedagogo tinha uma explicação pronta para o fenômeno. Curioso sobre os mistérios da hipnose, do sonambulismo, do magnetismo e da eletricidade, ele dizia que os corpos reunidos geravam uma força eletromagnética extraordinariamente forte, capaz de movimentar objetos. Quando conheceu o fenômeno pessoalmente, em uma terça-feira de maio de 1855, percebeu que a explicação não era tão simples.
Foi na casa da senhora Plainemaison, na Rue Grange Batelière, número 18. Ali o professor ficou impressionado. As mensagens tinham linguagem diferente da que os médiuns usavam no dia a dia e com um grau de conhecimento da vida privada dos visitantes que não tinham como possuir. O pesquisador então elencou uma nova hipótese: a de que a realidade visível não é a única que existe. E que espíritos são tão reais quanto o mundo microscópico e as forças físicas invisíveis, como a lei da gravidade.
Leis dos espíritos
Por serem reais, apesar de invisíveis, os espíritos seguem leis, da mesma forma que os seres de carne e osso. “Entrevi naquelas aparentes futilidades qualquer coisa de sério, como que a revelação de uma nova lei, que tomei a mim investigar a fundo”, ele relataria anos depois, para concluir que a força que movia aqueles móveis apresentava perguntas que mereciam resposta. “Há ou não uma força inteligente? Eis a questão. Se essa força existe, o que é? Qual será sua natureza e sua origem? Está além da humanidade?”
Durante 20 meses, o professor dedicou as horas vagas a entrevistar dez diferentes espíritos, principalmente por intermédio de três garotas, Ruth Japhet, de 20 anos (que havia enchido 50 cadernos com mensagens dos espíritos), e as irmãs Julie e Caroline Baudin, de 14 e 16 anos. Fazia a elas perguntas como “Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?” e “O que é espírito?” Na casa dos Boudin, na Rue Rochechouart, ele se apresentava todas as terças-feiras, com novas perguntas, ou as mesmas, para cruzar e checar as respostas. Ele não tinha mediunidade – aliás, foi o professor quem cunhou o termo “médium” para definir os intermediários entre os espíritos os seres humanos.
Rivail alega que teve a oportunidade de entrevistar os espíritos do filósofo Sócrates, do apóstolo de Jesus João Evangelista, do sacerdote Vicente de Paulo e do cientista e político Benjamin Franklin. Um dos interlocutores mais recorrentes era o espírito que se apresentava com o nome Zéfiro. Foi ele quem disse ao professor que o conhecia de outras encarnações, quando Rivail era um sacerdote druida chamado Allan Kardec e morador da Gália na época do imperador Júlio César, entre 58 e 44 a.C. Rivail não queria assumir a autoria da coleção de respostas – preferia se apresentar apenas como codificador e editor.
E também queria diferenciar seu trabalho pedagógico com essa nova vertente de pesquisa. Daí Rivail ter adotado o pseudônimo que se lê na capa da primeira edição de O Livro dos Espíritos: “Princípios da doutrina espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade – segundo os ensinos dados por Espíritos superiores com o concurso de diversos médiuns – recebidos e coordenados por Allan Kardec”.
Os primeiros exemplares do livro deixaram a Tipografia de Beau, na cidade de Saint-Germain-en-Laye, em 18 de abril de 1857 – a data oficial do nascimento do espiritismo, nome criado por Kardec, apresentado da seguinte maneira: “A crença espírita, ou o espiritismo, consiste em acreditar nas relações entre o mundo físico e os seres do mundo invisível, ou espíritos”. Rapidamente, Kardec suplantaria Rivail em fama e reconhecimento: a primeira edição da obra inaugural do espiritismo, vendida a 3 francos a unidade, foi esgotada em dois meses.
Em 1º de abril de 1858, reuniu as dezenas de seguidores que havia arregimentado com a publicação do livro e fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Enquanto recebia visitas de médiuns, mais ou menos sérios, cartas pedindo ajuda e textos psicografados, novas traduções e edições eram publicadas. Na Espanha, o bispo de Barcelona, Antônio Palau y Termens, mandou confiscar todos os exemplares de O Livro dos Espíritos e organizou um auto de fé: as obras foram empilhadas e queimadas em praça pública. Em 1864, a Igreja Católica inseriu a obra no Index Librorum Prohibitorum, a lista de livros proibidos para seus fiéis.
Kardec melhorou sua situação financeira com a venda de seus livros e trocou de casa diversas vezes. A última mudança seria para um terreno que ele havia comprado na Avenida Ségur para construir seis pequenas casas para seu sucessor e seguidores espíritas de poucos recursos. A residência da família ficou pronta rapidamente, mas ele não chegou a morar lá.
Depois de publicar uma segunda edição de O Livro dos Espíritos, bastante ampliada, e outros quatro livros, Kardec faleceu, aos 64 anos, por volta das 11h de 31 de março de 1869, quando um aneurisma se rompeu, um dia antes da mudança definitiva para a Avenida Ségur. Na época, ele trabalhava numa obras sobre as relações entre o magnetismo e o espiritismo. Os restos de Kardec estão no Cemitério Père-Lachaise. Na lápide, ficou gravado seu novo nome, e não Rivail, e seu lema: “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar. Esta é a lei.”
Místicos x Cientistas
O fundador não deixou um sucessor definido – ele previa que o espiritismo fosse conduzido por um grupo com comandantes seguindo mandatos curtos. Sua morte acabou por lançar o espiritismo num debate ferrenho: ciência ou religião?
Na Europa, venceram os partidários da tese de que os estudos do professor tinham caráter científico. Eles tinham bons motivos para isso. “Kardec foi um dos pioneiros a propor uma investigação científica, racional e baseada em fatos observáveis, das experiências espirituais. Desenvolveu todo um programa de investigação dessas experiências, ao qual deu o nome de Espiritismo”, afirma Alexander Moreira-Almeida, professor da Escola de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e diretor do Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde da UFJF. “A proposta mais ousada de Kardec foi a de naturalizar a dimensão espiritual, tornando-a, assim, passível de investigação científica.”
“Hoje, entre os europeus, o kardecismo é visto como pseudorreligião. Na virada do século 20, fazia todo o sentido acreditar que os conceitos dele seriam incorporados às pesquisas do meio acadêmico”, afirma o historiador John Monroe, professor da Universidade de Iowa.
O Brasil viu a mesma divisão, e, num primeiro momento, parecia que o mesmo lado seria vencedor. Um dos mais importantes líderes do espiritismo do Brasil, o jornalista e professor italiano Afonso Angeli Torteroli, liderava os científicos e organizou o 1º Congresso Espírita Brasileiro, em 1881, no Rio de Janeiro. Foi lá que intelectuais defenderam a nova linha de pensamento – pessoas respeitáveis a ponto de terem sido recebidas pelo imperador dom Pedro II em 28 de agosto de 1881. Mas, bem de acordo com o pensamento progressista da época, os espíritas eram, em geral, republicanos e abolicionistas.
Mas foi o aspecto religioso do espiritismo que venceu. E por dois motivos. Em primeiro lugar, o lado religioso funcionava melhor para uma população ligada a um cristianismo que, em geral, convivia tranquilamente com curandeiros, benzedeiros e cartomantes. “A preocupação científica e filosófica não tem o mesmo appeal para nós como tem o lado religioso-ritualístico: tomar um passe, livrando-se das energias ruins se apresentaria como mais conveniente do que adotar uma doutrina complexas e cheia de princípios”, afirma o professor de sociologia da Universidade de Brasília Paulo César da Conceição Fernandes, em uma tese de mestrado sobre as origens da religião no Brasil.
Em segundo lugar, o mais importante líder entre os espíritas depois de Allan Kardec e antes de Chico Xavier, o ex-deputado Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, concordava com os místicos. Mas teve também o talento de não dispensar os científicos. A Federação Espírita do Brasil, criada em 1884 pelo fotógrafo português Augusto Elias da Silva, seria presidida duas vezes pelo doutor Bezerra e estimulou a publicação de livros e textos de cunho acadêmico. “O espiritismo oferece uma orientação para a prática da mediunidade, recomendando que ela seja praticada quando contribuir para o bem e para a educação espiritual do homem”, afirma Antonio Cesar Perri de Carvalho, presidente da Federação Espírita Brasileira.
Nomes famosos da literatura nacional aderiram rápido. Os poetas Castro Alves e Augusto dos Anjos, de um lado, se aproximaram da nova religião. Já José de Alencar e Machado de Assis a atacavam – mas só depois de se darem ao trabalho de conhecê-la. Augusto dos Anjos foi o mais empolgado: em sua cidade, Engenho do Pau D’Arco, Paraíba, ele conduzia sessões, recebia espíritos e psicografava. Quando Chico Xavier nasceu, em 1910, o hábito de receber romances do além já era disseminado e se tornaria uma das marcas da nova religião, que, para muitos, já tinha muito pouco a ver com o que Kardec havia imaginado.
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Veículo: PCI Concursos
Editoria: Notícias
Data: 12/03/2019
Título: Ministério Público abre seleção para estagiários em Juiz de Fora -MG
Os candidatos terá chance de concorrer a 3 vagas.
Concursos › Notícias › Sudeste
Terça-feira, 12 de março de 2019 às 09h09
Ministério Público abre seleção para estagiários em Juiz de Fora -MG
O Ministério Público de Minas Gerais (MP – MG) juntamente com a Procuradoria Geral de Justiça tornam pública a abertura das inscrições para a seleção referente a vaga de estagiário graduando em Direito.
Estão abertas 3 vagas para estagiário em direito sendo: 1 na 3º Promotoria de Justiça; 1 na 6º Promotoria de Justiça e 1 na 7º Promotoria de Justiça da comarca de Juiz de Fora, assim como também a formação de cadastro reserva segundo o edital.
O candidato aprovado receberá bolsa-auxílio e auxílio-transporte nos valores ainda não estabelecidos pelo MP – MG.
As inscrições vão do dia 12 de março de 2019 a 20 de março de 2019 e devem ser feitas pessoalmente na sala 307 – A do Fórum, sito na Rua Marechal Deodoro 662, centro, das 13h às 18h. Para se inscrever o candidato deve ser estudante do curso de direito e estar regularmente matriculado e frequentando a partir do 5º semestre ou 3º ano e também ter disponibilidade de 5 horas diárias de segunda a sexta-feira.
O processo de seleção terá duas etapas: a primeira será uma prova escrita, composta por questões discursivas, e a segunda será uma prova oral/entrevista. A prova está prevista para ser aplicada no dia 22 de março de 2019 às 14h em salas da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Mais informações estão disponíveis no edital em nosso site.
Jornalista: Larissa Malacrida Araújo
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Veículo: Rádio Itatiaia JF
Editoria: Cidade
Data: 12/03/2019
Link: http://radioitatiaiajf.com.br/ufjf-recebe-47-intercambistas/
Título: UFJF recebe 47 intercambistas
12 de março de 2019 Redação
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) já conta com 47 novos intercambistas.
Eles foram recepcionados nesta segunda-feira, 11, pela instituição, que passou orientações a respeito da regularização da situação migratória, costumes brasileiros e sobre o funcionamento de setores da universidade.
Os novos intercambistas são acompanhados por outros estudantes da universidade. Eles apresentam os pontos turísticos da cidade, além de auxiliarem nas atividades acadêmicas.
Dentre os 47 intercambistas recém-chegados, estão estudantes da Argentina, Coreia, Espanha, Estados Unidos e Japão.
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