Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Publieditorial

Data: 16/02/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/especiais/publieditoria/16-02-2019/o-rosto-e-o-coracao-da-zona-norte.html

Título: O rosto e o coração da Zona Norte

PUBLIEDITORIAL

O megaempreendimento que está transformando as antigas instalações do Moinho Vera Cruz no maior shopping a céu aberto da região – incluindo um residence service, centro educacional, lojas, centro médico, coworking, academia de ginástica com espaço de 1200 m2 e um grande restaurante – tem mexido com algo que vai além das estruturas do prédio, construído em 1958. A revitalização de um dos símbolos da industrialização da cidade traz à tona o orgulho de pertencer à Zona Norte

Por Moinho Center JK

16/02/2019 às 17h02

Moinho Center JK. Este foi o nome escolhido por 49% dos que participaram da votação realizada pelo site e pelas redes sociais do projeto Moinho, já demonstrando uma forte ligação com o empreendimento cujo propósito é ser da Zona Norte para a Zona Norte.

Mas a ousadia não parou por aí. Ao invés de utilizar imagens de bancos de fotografias com modelos famosos ou convidar artistas consagrados para a campanha publicitária, o Moinho Center JK buscou rostos e figuras mais expressivas – os próprios moradores da região – para se apresentar à comunidade.

A campanha “Garoto-Propaganda”, disputada em quatro categorias – masculino, feminino, adolescente e criança – movimentou as redes sociais, nos últimos dois meses, e deu muito o que falar também nos encontros de família e nas rodas de conversa entre os vizinhos.

A participação e o envolvimento de sete mil pessoas entre candidatos e votantes tornaram a escolha acirrada. A definição dos 12 foi feita em duas etapas, com uma repescagem, na qual a comunidade, mais uma vez, decidiu ao votar e apontar os seus favoritos. O resultado é uma demonstração do cuidado e do zelo que os moradores têm por sua própria história.

Um vovô-garoto

Aos 81 anos, Sebastião Paula de Oliveira Filho ainda trabalha com a foice e a enxada – instrumentos que aprendeu a manusear desde a infância, em Oliveira Fortes (MG), trabalhando na roça. Foi da generosidade da terra que ele tirou o sustento e criou os cinco filhos, depois da mudança para Juiz de Fora. Seu Sebastião é muito conhecido em Francisco Bernardino, onde mora, ao participar de ações beneficentes e da equipe de louvor da igreja, cantando e tocando cavaquinho. Ele está aprendendo também a tocar sanfona.

Como não tem a mesma habilidade com o mundo digital, ele contou com a ajudinha da neta Bárbara para participar da campanha. “Decidi inscrevê-lo, meio na brincadeira. Montei a foto, escrevi o texto e postei. Dois dias depois, o administrador da página comentou. Queria saber mais sobre ele”, explica Bárbara. Segundo ela, a família está curtindo muito o fato de ter dois representantes selecionados para a campanha publicitária do Moinho. Helena, a netinha de Seu Sebastião, também foi escolhida.

Um toque de fada madrinha

Aos sete anos, Brenda Visoná Terra conjuga a fala articulada com a doçura e o sorriso, que logo se transforma em gargalhada, do jeitinho próprio de criança, ao falar sobre sua participação na campanha. “Minha mãe achava que eu era tímida [risos], por isso não fez a inscrição. Mas minha madrinha me inscreveu no último dia”, conta a menina que compareceu à sessão de fotos escoltada pela mãe Renata e pela dindinha Emanuelle.

A escolha de Brenda deixou a família muito feliz. Mas é poder acompanhar diariamente, de casa, o ritmo frenético das obras no Moinho que tem trazido ainda mais alegria. “É um sonho. Até outro dia era só um prédio abandonado que está se transformando diante dos nossos olhos”, afirma Renata, cuja história familiar está enraizada na Zona Norte. “Meu bisa construiu a nossa casa”, acrescenta Brenda. Aliás, João Visoná, o bisavô da menina, virou nome de rua no bairro Francisco Bernardino.

Um novo olhar

Foi a identificação com o slogan “Eu amo a Zona Norte” que fez a fotógrafa Jéssica Seghatti Magalhães, 26 anos, querer trocar de posição diante das lentes da câmera para se juntar ao grupo de divulgadores do Moinho Center JK. “Vi as imagens do projeto e achei perfeito. Imagina quando estiver pronto?”, avalia Jéssica que sempre enfrentou dificuldade com opções de lazer, comércio e serviços na região. “Temos que atravessar a cidade”.

A proposta do retrofit – construção que preserva as características arquitetônicas do prédio – também foi uma escolha acertada na opinião dela que é formada em Arquitetura e Urbanismo. “O Moinho faz parte da nossa memória, é um patrimônio que não vai ficar mais esquecido. Será frequentado pela cidade inteira”, comemora.

Um herói de verdade

Alan Roger, 27 anos, nascido e criado na Cidade do Sol é nutricionista, mestrando em Saúde Coletiva, faz Pedagogia na UFJF e também é escritor. No seu perfil no instagram, vamos encontrá-lo exercitando seu lado criativo ao compartilhar informações sobre nutrição de um jeito leve, lúdico, divertido e contagiante.

Seu livro “Salada Poética é “consumido” facilmente por públicos de todas as idades. Nas escolas, ele faz sucesso ao incorporar o verdinho “Major Absorção”, um simpático super-herói cujos poderes vêm da alimentação saudável. “A campanha do Moinho criou um senso de pertencimento e de identidade com as pessoas que passam os mesmos perrengues que a gente. O projeto abre outras perspectivas para a Zona Norte se ver e ser vista”, conclui.

Votação aberta

Você pode escolher os estabelecimentos comerciais que gostaria de ver instalados no Moinho Center JK. Participe da votação no site www.projetomoinho.com.br.

Informações

Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 900 – Francisco Bernardino

(32) 4141-9748

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Economia

Data: 16/02/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/economia/16-02-2019/reforma-da-previdencia-motiva-busca-por-aposentadoria.html

Título: Reforma da Previdência motiva busca por aposentadoria

Nos últimos cinco anos, procura por benefício por tempo de contribuição cresceu 61,6% em Juiz de Fora e Região

Por Leticya Bernadete

16/02/2019 às 17h22

A procura por aposentadoria por tempo de contribuição cresceu 61,6% em Juiz de Fora e região nos últimos cinco anos, de acordo com dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Cada vez mais próxima de se tornar realidade, a Reforma da Previdência é um dos fatores apontados por especialistas para justificar o aumento no número de solicitações, especialmente a partir de 2016, quando as discussões foram intensificadas logo após o ex-presidente Michel Temer assumir o governo. Entre 2016 e 2017, o crescimento foi de 36,4%. Os números contemplam, além de Juiz de Fora, as agências de Carangola, Cataguases, Leopoldina, Muriaé, Além Paraíba, Palma, Recreio, São João Nepomuceno e Espera Feliz.

Para a presidente da Comissão de Direito Previdenciário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Juiz de Fora, Paula Assunção, o crescimento no número de solicitações nos últimos dois anos ocorreu por haver, de fato, discussões sobre a Reforma da Previdência. A proposta de emenda à Constituição (PEC) 287 foi apresentada em dezembro de 2016 e chegou a ser aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça de Cidadania e por Comissão Especial na Câmara dos Deputados. “As regras da aposentadoria mudariam bruscamente, então as pessoas realmente procuraram o mais depressa possível para se aposentar e não perder direitos, caso a reforma passasse.”

O professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Ricardo Freguglia, também acredita que a possibilidade de aprovação da Reforma da Previdência pode ter algum efeito nos pedidos de benefício. “O (Governo) Temer deu maior ênfase à necessidade de se rever a Previdência. Então, o aumento a partir de 2016, pode ser uma consequência dessa tentativa de aprovar a reforma.”

Sandra Moreira, 50 anos, foi uma contribuinte que procurou se aposentar antes que houvesse alguma mudança. No caso de Sandra, por ser professora, a aposentadoria por tempo de contribuição é um benefício previsto para o profissional que comprovar 25 anos de pagamento, se mulher, desde que exercidos unicamente em função de magistério. Tendo atingido o tempo necessário, Sandra iniciou os processos para contagem de tempo de serviço em 2017 e conseguiu o benefício em 1º de janeiro deste ano.

De acordo com a aposentada, a atual realidade da profissão, cada vez mais dificultosa, juntamente com a possibilidade de uma reforma, a motivou a solicitar o benefício. “Tenho 50 anos e fiquei com medo de ter que esticar esse tempo, digamos que trabalhar até 65 anos. Acredito que iria ficar bem desgastada, então aproveitei. Acho que a reforma vai sair de qualquer maneira.”

65 anos para a idade mínima

A equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro definiu, na última semana, a proposta de idade mínima para aposentadoria, sendo 65 anos para homens e 62 anos para mulheres – com um período de transição de 12 anos para as mulheres e 10 para os homens. A informação foi dada pelo secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, na quinta (14). Ainda conforme o secretário, o texto será assinado pelo presidente e deve ser encaminhado ao Congresso Nacional na próxima quarta-feira (20).

No início do mês, um documento do Governo vazado para o jornal “Estado de São Paulo” defendia o estabelecimento de uma idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, além de um mínimo de 20 anos de contribuição para o trabalhador receber 60% da aposentadoria. Os anos de contribuição aumentariam gradualmente até o limite de 40 anos, para o recebimento de 100% do benefício.

Na semana passada, no entanto, o secretário especial Rogério Marinho havia alertado que o texto base seria “bem diferente”. Até agora, no entanto, não houve detalhamento da proposta, não se sabe como será feita a transição e quem deve ser incluído na reforma. A expectativa é de que tudo seja revelado na próxima semana.

Para o professor Ricardo Freguglia, da Faculdade de Economia/UFJF, a insegurança por não saber o que será proposto foi o que estimulou os contribuintes, até agora, a solicitarem a aposentadoria, tanto no setor público quanto privado. “Grande parte do temor no setor privado – que são os dados disponibilizados pelo INSS – tem relação com a mudança na idade de aposentadoria e nesse tempo de contribuição. Quando você fala no setor público, ainda tem outros fatores que podem apressar isso, não apenas no aumento do tempo de contribuição e aposentadoria por idade, mas a implementação de regras de transição para determinados funcionários públicos, que ainda também não está bem definido como vai ser.”

Mudança de regras  na reta final

O jornalista Marcos Lopes La Falce está receoso com a possibilidade da Reforma da Previdência. Até 1997, a aposentadoria dos jornalistas possuía um regime especial, instituído pela Lei 3.529/1959, que assegurava 30 anos de contribuição para os profissionais. O texto, no entanto, foi revogado pela Lei 9.528 de 1997. Desta forma, por ter trabalhado dez anos dentro deste regime especial, La Falce está encontrando dificuldades para conseguir o benefício, tendo o pedido já negado pelo INSS, o que o levou a entrar na Justiça. Aos 58 anos, o jornalista já teria pontuação para se aposentar. Porém, com o imbróglio, ainda restariam pouco mais de um ano para entrar no atual sistema de 35 anos de contribuição. “O problema nisso é estar no jogo, e o esse jogo mudar de regra. Eu estou me preparando há um tempo e, de repente, muda na reta final”, lamenta.

De acordo com Paula Assunção, presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB-JF, as especulações quanto à Reforma da Previdência têm aumentado, inclusive, o número de “curiosos” nos escritórios de advocacia, ou seja, pessoas querendo entender se devem ou não aposentar em meio às discussões sobre a proposta. No entanto, a advogada acredita que o melhor a se fazer, no momento, é aguardar informações concretas, especialmente os trabalhadores prestes a completar o tempo necessário de contribuição na norma vigente, que também devem se atentar às normas de transição. “Eu oriento a aguardar a proposta definitiva, para que nós tenhamos como fazer uma análise real do que pode acontecer.”

Especialistas apontam outros fatores

Segundo a advogada Paula Assunção, da OAB, muitos correram para pedir o benefício antes da virada da tabela progressiva no final de 2018 (Foto: Olavo Prazeres)

A advogada Paula Assunção, presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB/JF, aponta dois fatores que podem se relacionar ao aumento do número de solicitações para o benefício em 2018: a mudança na tabela progressiva e a troca de Governo federal. A gestão Bolsonaro, de acordo com a advogada, impactou nas solicitações por defender uma visão “mais neoliberal”. “Para um governo que já entende que o Estado não pode arcar com tantas coisas, as pessoas já procuraram segurar seus benefícios.”

Em relação à tabela progressiva, para se obter aposentadoria por tempo de contribuição, é preciso atingir uma pontuação que, no entanto, sofre mudança a cada dois anos, sempre com o acréscimo de um ponto ao total. Desta forma, com a virada do ano, a mulher passou a precisar atingir 86 pontos, e homem, 96. Em 2018, a pontuação era de 85 para mulheres e 95 para homens. Para se chegar a este resultado, deve-se considerar o tempo de contribuição mínimo, que é de 30 anos para mulher, e de 35 anos para homem, e a idade do beneficiário, respectivamente. “A tabela virou. Então, muita gente ia perder a possibilidade de se aposentar pela tabela progressiva, com a soma 85/95, por isso, também, o ano passado foi um ápice.”

Com a mudança da tabela, o contribuinte que não atingiria a nova pontuação, mas que ainda assim gostaria de se aposentar, teria que estar sujeito ao fator previdenciário – cálculo matemático que define o valor inicial do benefício a ser pago mensalmente ao cidadão. Esse valor, no entanto, é reduzido ao se aplicar o fator previdenciário. “Concluiu-se que as pessoas estavam alcançando o tempo de contribuição necessário por volta dos 50 anos de idade. Nós sabemos que, com 50 anos, a inserção no mercado de trabalho é muito difícil, mas os economistas entendem que, nessa idade, a força produtiva de um homem ou mulher ainda existe. O fator previdenciário foi criado com esse intuito: se a pessoa tentar se aposentar muito jovem, ela vai fechar o tempo de serviço – 35 anos para homens e 30 anos para mulheres – mas estará com uma idade ainda economicamente ativa. Aí o fator previdenciário vai ser equivalente a 50% ou 60%, por exemplo, do seu benefício”, explica Paula.

Para o cálculo do fator previdenciário, o INSS leva em conta a expectativa de sobrevida, bem como idade e tempo de contribuição até o momento da aposentadoria, aplicados em uma fórmula. O fator, então, é multiplicado pelo resultado de uma média aritmética dos maiores salários de contribuição. “Às vezes, a pessoa contribuía sobre R$ 2 mil a vida toda, por exemplo, mas na hora de se aposentar, fica com R$ 1.400. Para ela, não compensa. Esses R$ 600 vão fazer diferença para pagar um aluguel, contas ou plano de saúde. Por isso, as pessoas têm que fazer um planejamento previdenciário adequado”, afirma. “Até para podermos dizer: peça a aposentadoria de uma vez porque não vai fazer tanta diferença, ou então não peça porque para você vai fazer muita diferença. Isso tem que ser avaliado caso a caso.”

Fim do ‘bônus demográfico’

O déficit na Previdência Social superou os R$ 290 bilhões no ano passado. De acordo com Ricardo Freguglia, não é possível sustentar a Previdência no regime atual, levando em consideração a nova estrutura demográfica da população, já que o Brasil perdeu o chamado “bônus demográfico”. A expressão está relacionada ao envelhecimento dos brasileiros. Há alguns anos, havia muitos jovens ingressando no mercado de trabalho; agora, esses jovens estão envelhecendo e não tendo tantos filhos quanto no passado. Desta forma, há menos trabalhadores ingressando no mercado.

“A capitalização se faz dos mais jovens para pagar a aposentadoria dos mais velhos”, explica o professor Ricardo Freguglia, da UFJF. “Se a reforma tivesse sido feita um pouco antes, quando ainda tínhamos muitos jovens ingressando no mercado de trabalho, as mudanças seriam muito mais fáceis de serem implementadas e menos drásticas.” Para ele, o envelhecimento da população brasileira pode tornar natural um maior número de aposentadorias por tempo de contribuição.

“Os trabalhadores estão vivendo mais, de modo geral, e tendo cada vez menos filhos. Esse envelhecimento, naturalmente, vai gerar um maior número de pessoas que se aposentam por tempo de contribuição. Isso pode ser um movimento natural da maior taxa de pessoas idosas da população, onde o tempo de contribuição está fazendo com que já possam aposentar a partir de agora.”

De acordo com o economista, o movimento na procura por aposentadorias ficará mais evidente quando as tramitações no Congresso Nacional se iniciarem. “Até então, eram apenas indícios de que a reforma iria passar – e, de fato, não passou no Governo Temer. Mas, agora, parece que tem um fator a mais para analisarmos e, em breve, teremos uma resposta.

Foi reproduzido em: JF Clipping

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna César Romero

Data: 16/02/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/16-02-2019/o-gerente-comercial-do-grupo-solar-de-comunicacao-luiz-carlos-lyra-e-adriana-barros-na-happy-hour-da-dommanni.html

Título: O gerente comercial do Grupo Solar de Comunicação, Luiz Carlos Lyra e Adriana Barros, na ‘happy hour’ da Dommanni

Por Cesar Romero

16/02/2019 às 07h30 – Atualizada 16/02/2019 às 07h57

Pesquisa sobre cinema

A técnica de entrevista utilizada pelo cineasta Eduardo de Oliveira Coutinho na produção de documentários pautou a dissertação de Helena Oliveira Teixeira de Carvalho. A pesquisa foi apresentada no programa de pós-graduação em Comunicação da UFJF e orientada pelo professor Carlos Pernisa Júnior.

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Veículo: Gazeta de São João del Rei

Editoria: Esporte

Data: 16/02/2019

Link: http://www.gazetadesaojoaodelrei.com.br/site/2019/02/curso-de-atletismo-acontece-em-sjdr/

Título: Curso de atletismo acontece em SJDR

Postado por Gazeta de São João del-Rei em 16 de fevereiro de 2019

São João del-Rei recebe pela primeira vez um curso de atletismo voltado para o nível escolar. O objetivo do evento é oferecer para toda população, instrutores e atletas maiores conhecimentos sobre a modalidade esportiva. Assim como, qualificar professores, afim de proporcionar melhores atividades aos alunos das redes de ensino. As atividades de hoje, 16, são práticas e acontecem na pista de atletismo do Campus Tancredo de Almeida Neves (CTAN) das 8h às 12h.

O evento é ofertado pela Federação Mineira de Atletismo (FMA), com o apoio da Secretaria de Esporte e Lazer . O presidente da Federação, Mauro Roberto conta que o curso vem para fomentar o esporte são-joanense. “O nosso desejo é que São João del- Rei, como uma grande cidade esportiva que é, possa ter uma equipe participando de campeonatos de atletismo”, afirma.

E a iniciativa não acaba por aí. Futuramente novos eventos podem ser ofertados para a melhor qualificação de profissionais do atletismo. “Posteriormente nós vamos fazer um curso a nível nacional e a gente vai convidar aqueles que tiverem um bom desempenho e que estejam interessados”, destaca o presidente.

Os responsáveis por dar o curso prático presencialmente, são: Jorge Perrout, Jefferson Verbena e Jhonatan Marques. Todos eles são treinadores da equipe de atletismo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

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Veículo: Tribuna Universitária

Editoria: Blog

Data: 16/02/2019

Link: https://tribunauniversitaria.com.br/blog/universidades-federais-serao-investigadas/

Título: Universidades federais serão investigadas

Fevereiro 16, 2019 Redação Nacional, Painel 0

MEC/Divulgação

A “doutrinação ideológica” parece não ser a única preocupação do Ministro da Educação Ricardo Vélez Rodriguez. A suposta corrupção em programas do ministério, como FIES, PROUNI e Pronatec e em Universidades Federais, foi colocada na alça de mira de Sérgio Moro que, com aval do MEC e apoio da Polícia Federal e Controladoria e Advocacia Geral da União, vai investigar o que puder.

Os últimos anos foram marcantes para a história das universidades federais, pois várias investigações realizadas nos seus campi ganharam a mídia, de forma espetacularizada. Inclusive houve consequências trágicas concretas, como foi a morte do Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina. Cancelier foi preso em um dia e solto no outro, pela operação ouvidos moucos, que investigou desvios de recursos em projetos de educação à distância da universidade, mas não conseguiu implicar o Reitor nos supostos desvios.

A busca da corrupção nos campi

Além da UFSC, outras instituições federais já estiveram sob os holofotes por sofrerem com as investigações. UFRGS, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi alvo da “operação PHD” em 2016. No ano seguinte foram quatro:

A Universidade Federal do Paraná, ocupou o destaque nas notícias porque a “operação Research” descobriu desvios de recursos na pós-graduação e pesquisa, tendo inclusive a pró-Reitora da área sido conduzida coercitivamente;

A “operação Ghost Writer” na Universidade Federal de Juiz de Fora, cumpriu 8 mandados de busca e apreensão para investigações de suspeita de fraude em processos licitatórios, tendo sido um desdobramento de outra investigação que atingiu a UFJF no mesmo ano. A “operação editor”, que decretou a prisão inclusive do ex-Reitor da instituição Henrique Duque, tinha como objeto irregularidades em obras do Hospital Universitário da universidade;

A Universidade Federal do Triângulo Mineiro, com sede em Uberaba, foi palco da “operação estirpe”, na qual a PF buscou colher provas sobre suposta associação criminosa entre servidores da universidade, funcionários da fundação de ensino e pesquisa de Uberaba e empresas privadas, para o desvio de recursos públicos para aplicação no Complexo Cultural e Científico de Peirópolis (CCCP);

Para investigar suposto desvio de recursos na construção do Memorial da Anistia Política na Universidade Federal de Minas Gerais, a “operação esperança equilibrista” foi deflagrada pela Polícia Federal em Dezembro de 2017, tendo conduzido coercitivamente o Reitor Jaime Arturo Ramirez e outros servidores.

A Censura nos campi

Em 2018 foi o ano da censura e mais uma vez a UFSC teve seu Reitor e outros dirigentes intimados! Dessa vez, autoridades alegaram que a direção da universidade não impediu que faixas consideradas difamatórias em relação a essas autoridades, fossem expostas em manifestação referente aos processos da operação ouvidos moucos que resultaram na morte do ex-Reitor. Queriam que a Reitoria agisse contra um dos pilares das universidades, a liberdade de expressão e manifestação!

Durante as eleições, várias instituições de ensino foram acionadas, citadas pela justiça federal e até invadidas, para que debates e/ou faixas e cartazes, fossem censurados, porque criticavam um movimento que julgavam iniciar nessas eleições: o fortalecimento do fascismo na sociedade brasileira contemporânea.

Condenação e mais investigações

Chegamos em 2019. No mesmo dia (14/02/2019) em que os ministérios da Educação e da justiça assinaram protocolo para realizar investigações perante a indícios de corrupção em programas do MEC e em universidades federais, a justiça (14ª vara federal de Curitiba) condena servidores envolvidos em desvio 7,3 milhões de reais em verbas na UFPR, da operação Research. A condenação, que envolveu 13 réus e absolveu outros 21, demorou 2 anos pra sair, e, por ter sido em primeira instância, cabe recurso.

O Ministério da Educação assinou protocolo com os ministérios da Justiça,

da Controladoria-Geral da União e Advocacia-Geral da União, na presença do diretor-geral da Polícia Federal para, nas palavras do Ministro Ricardo Vélez, “dar início à Lava Jato na Educação”.

Segundo o MEC informou, foram identificados no Programa Universidade para Todos (ProUni), no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que envolveriam o sistema S, em universidades federais e na concessão de bolsas de ensino à distância. Os próximos passos “serão encaminhar os documentos para que se possam aprofundar investigações, instaurar inquéritos e propor as medidas judiciais cabíveis”.

Durante os anos de 2016, 2017 e 2018, a justiça e polícia federal foram muito criticadas pela postura que adotaram nas operações deflagradas em solo universitário. Houve apoio para as investigações, afinal, alguem é a favor do desvio de recursos públicos? Porém, muitas entidades acadêmicas, jurídicas e da sociedade civil, consideraram que as operações tiveram apelo midiático exagerado, além de uso de dispositivos desnecessários, como a condução coercitiva e prisão de reitores, por exemplo.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna César Romero

Data: 17/02/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/17-02-2019/a-188.html

Título: Brida Paraguassú, bonita, elegante e cheia de atitude

Por Cesar Romero

17/02/2019 às 07h30 – Atualizada 15/02/2019 às 21h40

Saúde infantil

O pediatra Luciano José Fontes de Oliveira assina o artigo “Abordagem diagnóstica da hipertensão arterial” no livro Temas Essenciais em Puericultura, com selo da Editora UFJF.

Encontro com CR

Aos 17 anos ela começou a trabalhar de frentista de posto de gasolina. Paralelamente estudou e formou-se em educação física pela UFJF, foi ‘personal trainer’ e hoje comanda um dos melhores restaurantes de comida japonesa da cidade. Esta é a trajetória de sucesso de Gabriela Fernandes, convidada desta semana para um bate-papo no “Encontro com CR”, no portal da Tribuna de Minas.

Saúde e bem-estar

Dia 20, no Rio, o médico mineiro Cláudio Domênico, formado pela UFJF e doutor em cardiologia pela UFRJ, vai coordenar a nova edição dos Encontros O Globo – Saúde e bem-estar, com o tema “Internet e qualidade de vida”. Serão avaliados os problemas como dependência do celular, exposição demasiada a telas e prejuízos ao sono e aspectos positivos como o uso consciente da internet e o ganho do tempo através do bom uso.

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Veículo: Brasil 247

Editoria: Colunistas

Data: 17/02/2019

Link: https://www.brasil247.com/pt/colunistas/heliorocha/384188/Atacar-as-universidades-tamb%C3%A9m-empobrece-o-pa%C3%ADs.htm

Título: Atacar as universidades também empobrece o país

17 de Fevereiro de 2019

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Como parte da consecução de seu projeto de primeiros 100 dias de Governo, quando, em tese, um chefe de Estado recém-eleito conta com o maior lastro social para implementar suas medidas, o presidente Jair Bolsonaro (PSL), através de seus ministros da Educação, Ricardo Vélez, e da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, lançou esta semana um projeto de investigação de “irregularidades” no âmbito da Administração pública na Educação, já conhecido como a “Lava-jato” do setor.

A medida casa com sua agenda de ultraliberalismo econômico enevoado pelo conservadorismo nos costumes que tem, como principal bandeira legitimadora, o suposto “combate à corrupção”. A receita é velha e já foi adotada desde o “mar de lama” que deporia o ex-presidente Getúlio Vargas (PTB, 1951-1954), não fosse seu suicídio, até o golpe perpetrado contra a presidente legítima do mandato 2015-2018, Dilma Rousseff (PT).

O que este projeto esconde, no entanto, é uma iniciativa estratégica de tornar nula a resistência universitária ao projeto de desmonte do Estado, sendo o ambiente acadêmico um dos centros mais ameaçadores ao atual projeto imperialista de poder no Brasil, vindo de fora e aliado a elites econômicas locais que se interessam pela manutenção de privilégios, conforme já ratificavam Darcy Ribeiro e Florestan Fernandes, hoje sucedidos por Jessé Souza. Além de tornar coesos os setores moralmente conservadores para invisibilizar os prejuízos causados pelas reformas econômicas, sobretudo às populações mais pobres, tal medida corrobora para a sedimentação ideológica do atual Governo, visando a um projeto de poder de longo prazo.

Nos principais rankings universitários do país, tendo São Paulo suas principais universidades circunscritas ao âmbito da Administração estadual (USP e Unicamp, por exemplo), Minas Gerais se mostra o principal estado em Universidades Federais, figurando a UFMG como a segunda em qualidade de ensino e pesquisa entre as federais, atrás da UFRJ. O Rio de Janeiro, no entanto, aparece apenas com esta e a UFF, em Niterói. Das restantes, aparecem entre as principais principalmente universidades situadas em capitais, sendo São Paulo com sua rede estadual e Minas com a rede federal os estados que mais têm universidades bem avaliadas em cidades do interior. Entre as mineiras, destacam-se as Universidades Federais de Viçosa (UFV) e São João Del-Rei (UFSJ), além daquelas de Juiz de Fora (UFJF), Lavras (UFLA), e Uberlândia (UFU).

À exceção de Uberlândia e Juiz de Fora, todas são situadas em cidades com menos de 300 mil habitantes, afirmando-se as autarquias de ensino público superior e pesquisa científica como um dos principais agentes econômicos desses municípios, senão o principal. Mesmo Juiz de Fora, com seus quase 600 mil habitantes, tem na Universidade importância fundamental para economia, produção cultural e preservação patrimonial, dependência que só se aprofunda tanto quanto menores e de economia mais restrita são os municípios.

Desta forma, o ataque às Universidades pode causar novo ciclo de efeitos devastadores a Minas Gerais, tal qual o que se aproxima com a crise na mineração, colocando o estado no caminho que se configurou no Rio com a Lava-jato original, da Petrobras. A título de exemplo, a construção de um Hospital Universitário junto à UFJF, que atende com sucesso a população juiz-forana por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), foi alvo de uma investigação que teria constatado desvio de R$ 19 milhões em contratos com a iniciativa privada e que resultou na prisão do ex-reitor Henrique Duque, um dos mais conceituados da história da instituição e responsável por saltos na qualidade de ensino, pesquisa e extensão na UFJF.

Não é de hoje que, sabe-se, no Brasil os modelos licitatórios envolvem métodos pouco ortodoxos de exigência contrapartidas para financiamentos de campanha, a fim de as empresas lograrem os contratos pretendidos. No âmbito universitário, este procedimento condenável pode servir tanto às eleições internas da autarquia quanto para “caixas dois” de partidos aliados em eleições municipais e gerais. Entretanto, usar do punitivismo vigente no Brasil, que passa por cima do contraditório e da ampla defesa, para dar seletividade às investigações do Ministério Público Federal (negligenciando os mesmos métodos implementados pelas pessoas que ora ocupam o poder) é o mecanismo que foi aplicado à Petrobras para atingir o Governo do PT e, de dois anos para cá, tem chegado ao ambiente universitário na tentativa de desbaratar a resistência intelectual ao regime de exceção que se busca estabelecer.

O que começou na UFSC, terminando no suicídio do reitor Luiz Carlos Cancellier, e passou pela UFMG com mandados de condução coercitivas a professores e pró-reitores e pela UFJF com a prisão do ex-reitor Henrique Duque, configura-se o mais veemente ataque à educação e ao livre-pensamento desde a ditadura militar.

Em Minas, pelo menos três núcleos de pesquisa podem ser alvo de perseguição ideológica por manterem pensamentos com potencial amplamente contrários ao status quo político brasileiro. Em Belo Horizonte, o Programa de Pós-Graduação (PPG) em Filosofia da UFMG possui conceito sete (o mais alto) da Capes. Seu núcleo de Estética e Filosofia da Arte, por exemplo, tem em suas premissas estudar manifestações da angústia no campo das artes, o que abrange manifestações pouco assimiláveis pelos falsos moralistas da polícia ideológica de MBL e afins. Assim vale, igualmente, para os PPGs de Comunicação Social da UFMG, com pesquisas que contestam a hegemonia dos aparelhos midiáticos privados nas mãos de poucas famílias no Brasil, e Ciência da Religião da UFJF, que discute a religiosidade sob arcabouços muito distantes daqueles prezados pelo fundamentalismo cristão que dá lastro ideológico ao Governo.

Universidade emprega, forma profissionais, desenvolve tecnologia e consciência cidadã, amalgamando conhecimento, economia e avanços civilizatórios que, além de fazerem a sociedade melhorar nos valores éticos e morais, produzem riqueza por meio do investimento em tecnologia, do aperfeiçoamento da democracia e da formação de consciência para conquista de direitos. Portanto, o ataque ideológico ao ambiente universitário, com fins pragmáticos de restringir o campo de atuação das humanidades (mais do que da dita “esquerda”), pode terminar por aprofundar a crise econômica no Brasil, a exemplo do que ocorreu a países que empreenderam modelos similares de assujeitamento ideológico, seja à direita ou à esquerda, em detrimento do avanço civilizatório.

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Veículo: O Tempo

Editoria: Editorial

Data: 17/02/2019

Link: https://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/editorial/economia-do-desastre-1.2137526

Título: Economia do desastre

Repete-se o processo de espoliação de nossos recursos naturais que se desenvolveu no passado, com o ouro e os diamantes, que deixaram estupendas igrejas barrocas

17/02/19 – 03h00

Pela segunda vez em três anos, uma barragem de rejeitos de minérios se rompeu em Minas Gerais, produzindo perdas em vidas humanas e danos no meio ambiente. Primeiro foi em Mariana; agora, em Brumadinho.

Antes, outras barragens já tinha se rompido no Estado, sem que nada fosse feito para prevenir novos desastres. Empresas, Estado e sociedade absorveram o baque, aceitando os ônus como o preço cobrado pelo progresso.

Além do fato de terem relação com uma mesma empresa mineradora, os dois desastres guardam similaridades. As barragens se romperam por alguma causa física que os especialistas não conseguem fixar com exatidão.

Simplesmente ruíram e pronto. No entanto, outras causas podem ser levantadas, como o processo de licenciamento das barragens, sua técnica de construção, a falta de fiscalização e o modelo de negócio das mineradoras.

Pairando sobre todas as causas estão os interesses internacionais, com a demanda por minério de ferro no mundo. É preciso atendê-lo a qualquer custo, de modo a produzir divisas e dividendos para os acionistas.

Repete-se o processo de espoliação de nossos recursos naturais que se desenvolveu no passado, com o ouro e os diamantes, que deixaram estupendas igrejas barrocas. Agora, o minério exportado só deixa grandes buracos.

Pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora apontam uma correlação entre o rompimento de barragens e as variações no preço internacional do minério de ferro, com a superexploração das jazidas.

A demanda, sobretudo da China, leva à exploração de jazidas de baixa qualidade, que produzem mais rejeitos. Por isso, as mineradoras têm de expandir as barragens, cujo licenciamento é mais simplificado.

Está instalada a bomba-relógio, que fez um pesquisador da mesma UFJF afirmar que “a questão não é discutir se vai romper outra barragem no futuro ou não. A questão é quando”.

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Veículo: USP São Carlos

Editoria: Notícias

Data: 18/02/2019

Link: http://www.saocarlos.usp.br/resgatando-dados-da-lama-como-a-computacao-pode-ajudar-brumadinho/

Título: Resgatando dados da lama: como a computação pode ajudar Brumadinho

POR ICMC · 18 DE FEVEREIRO DE 2019

Uma ex-aluna do ICMC, que é professora da Universidade Federal de Juiz de Fora, está coordenando o esforço de pesquisadores da área de computação que buscam desenvolver soluções para facilitar detecção de corpos na lama e reunir informações sobre pessoas desaparecidas

Entre os voluntários digitais estão pós-doutorandos e doutorando do Laboratório de Análise Massiva de Dados do ICMC

Eles também são mineradores. Decidiram voluntariamente se unir aos incontáveis outros mineradores, familiares e demais profissionais que sentiram na pele ou na alma a dor da tragédia que atingiu Brumadinho, em Minas Gerais, dia 25 de janeiro. O minério que eles buscam na lama é o mais valioso de todos: os resquícios que podem ajudar a encontrar as centenas de corpos ainda soterrados. Eles são os mineradores de dados da lama: cerca de 50 pesquisadores da área de computação que pertencem às melhores universidades brasileiras e enfrentam o desafio de encontrar as técnicas científicas mais adequadas para solucionar problemas urgentes, tais como a detecção de sinais de corpos na lama e reunir informações sobre pessoas desaparecidas, já que pode haver casos em que ninguém se manifestou em busca de um corpo.

Quem lidera o grupo de voluntários é uma pesquisadora que tem voz de menina e, há dois anos, é professora na Universidade Federal de Juiz de Fora. Aos 35 anos, Vânia de Oliveira Neves não imaginava que, ao se tornar parte da comunidade Voluntários digitais SOS Brumadinho, ela acabaria assumindo uma liderança natural no grupo responsável por desenvolver soluções computacionais. Mesmo trabalhando à distância, ela mantém constante contato com a equipe de resgate e demais voluntários atuantes em Brumadinho, que compartilham a dor de estar lá e também o medo, pois muitos vivem nas proximidades de outras barragens. “Quando desanimo, logo penso nas famílias que ainda não conseguiram enterrar os corpos de seus parentes e ganho força para seguir em frente”, revela a pesquisadora.

Para lidar com a forte carga emotiva que acompanha as atividades, Vânia tem a sorte de contar com a escuta compreensiva de amigas de longa data, a professora Simone Souza e a pós-doutoranda Lina Garcés, ambas do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Antes de partir para Minas, Vânia fez parte do Laboratório de Engenharia de Software (Labes) do ICMC por oito anos, tempo em que foi orientada pelo professor Paulo Cesar Masiero no mestrado e no doutorado. “Tudo só aconteceu porque passei pelo ICMC”, conta Vânia.

No Instituto, ela abriu os olhos para o papel crucial dos sistemas computacionais inseridos em contextos que podem colocar em risco vidas humanas, equipamentos e recursos de alto custo. São os chamados sistemas embarcados críticos, que Vânia passou a conhecer ao participar do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC), projeto sediado no ICMC de 2009 a 2014. O Instituto possibilitou também que ela compreendesse como funciona uma grande rede de colaboração em pesquisa, que culminou com a realização do doutorado com um período sanduíche na Itália, no Instituto Politecnico di Milano.

As experiências vividas no ICMC acenderam em Vânia o desejo de aproximar as universidades da sociedade. Em julho do ano passado, ela criou o programa de extensão MinasDevTest – Desenvolvimento de softwares e aplicativos para a comunidade. Aliar o programa à iniciativa em prol de Brumadinho foi mais um passo natural na jornada. Recém-criado, o MinasDevTest conta apenas com três alunos de graduação e alguns professores apoiadores. Por isso, para enfrentar os desafios existentes em Brumadinho, Vânia começou a angariar uma comunidade de voluntários.

“Já temos muitos desenvolvedores de software atuando como voluntários. Para possibilitar que todos participem, optamos por construir as soluções usando o modelo de microsserviços. Assim, cada um pode desenvolver uma parte da tarefa e usar a linguagem de programação que julgar mais conveniente”, explica a pesquisadora. “O desafio agora é gerenciar o trabalho de todos esses desenvolvedores, integrar as diversas soluções e construir um modelo de entrega contínua”, acrescenta.

Parte da comunidade Voluntários digitais SOS Brumadinho, um projeto que nasceu logo após a tragédia e já conta com diversas ações em diferentes frentes de conhecimento, o grupo de voluntários coordenado por Vânia chama-se dev.sosbrumadinho. É a equipe responsável por desenvolver e entregar todo o tipo de software e aplicações tecnológicas que possam ajudar pessoas e iniciativas em geral voltadas a amenizar os impactos da tragédia. Nessa equipe, ainda faltam especialistas na área de gerenciamento de projetos, gerenciamento de projetos open source, especialistas em arquitetura de software, arquitetura de microsserviços e DevOps.

Por isso, Vânia faz um pedido aos profissionais que têm experiência nesses campos e queiram contribuir com o projeto: basta escrever um e-mail para vaniaon@icmc.usp.br ou entrar em contato via Twitter ou Facebook. “Além disso, precisamos de infraestrutura adequada para colocar essas soluções em funcionamento como, por exemplo, serviços de hospedagem na nuvem, já que estamos trabalhando com microsserviços. Algumas grandes empresas já nos contataram, mas ainda estão verificando se irão nos apoiar”, conta.

Vânia (a quarta da esquerda para a direita) durante a defesa de sua tese de doutorado no ICMC; professora na Universidade Federal de Juiz de Fora, ela está prestes a mudar para a Universidade Federal Fluminense, onde foi aprovada recentemente em concurso público

Desenterrando dados – São quase 580 quilômetros que separam Brumadinho e a cidade de São Carlos, no interior de São Paulo. Mas a distância não impossibilitou que Edesio Alcobaça, Leandro Mundim, Luís Paulo Faina Garcia, Saulo Martiello Mastelini, Tiago Botari e Victor Hugo Barella se aproximassem da dor das famílias que ainda tentam localizar os parentes desaparecidos na lama. Eles fazem parte do Laboratório de Análise Massiva de Dados (Analytics) do ICMC e, sob coordenação do professor André de Carvalho, estão voluntariamente enfrentando um grande desafio: construir um modelo computacional capaz de identificar as áreas encobertas pela lama em que há maior probabilidade de ainda ser localizado o que restou dos corpos das vítimas.

Três deles são pós-doutorandos – Leandro, Luís e Tiago – e os outros três fazem doutorado. “Nossa especialidade é extrair padrões, conhecimento, a partir da análise de dados”, explica Luís. “O grande problema é que ainda não tivemos acesso a dados sobre os corpos que já foram resgatados em Brumadinho. Assim, estamos construindo um modelo baseados apenas em simulações”, completa Saulo.

Na corrida contra o relógio, é fundamental que as equipes de resgate atuem de forma otimizada, dirigindo os esforços para as áreas em que há mais probabilidade de encontrar algo, pois quanto mais o tempo passa, mais difícil se torna esse trabalho de localizar e identificar os corpos. Victor explica que, para construir um modelo capaz de contribuir com as buscas, é preciso, ao menos, trabalhar com as informações dos corpos que já foram resgatados: “Se soubermos onde cada uma das vítimas estava no momento da tragédia, o quanto a lama fez com que seus corpos se deslocassem para outro local e em que direção, poderemos, a partir desses exemplos, identificar o que provavelmente aconteceu com outras vítimas que estavam nos mesmos locais”.

Essa identificação só é possível a partir do uso de técnicas da área de aprendizado de máquina. Ao inserir os dados reais no modelo computacional criado, é como se o computador ganhasse o poder de “aprender”, a partir da trajetória percorrida pelos corpos resgatados, os prováveis caminhos que os corpos não encontrados devem ter construído por debaixo da lama. Esse aprendizado possibilita construir modelos capazes de prever em quais áreas as equipes de resgate terão chances de localizar mais corpos.

Enquanto os dados reais não chegam, o grupo trabalha com bancos de dados já existentes tentando adiantar a construção do modelo computacional. No momento em que puderem inserir os dados reais, terão como identificar se a ferramenta construída tem potencial para contribuir com as buscas. “Já temos uma aplicação online funcionando a partir de simulações que fizemos. No entanto, ainda não há certeza se esse modelo será capaz de fazer previsões de forma confiável. Isso também dependerá da qualidade dos dados que nos enviarem”, adiciona Luís.

No momento, o grupo precisa da colaboração voluntária de pesquisadores da área de mecânica de fluidos. São esses especialistas que poderão ajudar a compreender melhor como se deu o deslocamento da lama no terreno de Brumadinho. Quem desejar contribuir basta enviar uma mensagem para o e-mail lpgarcia@icmc.usp.br.

Enquanto esses mineradores se dedicam voluntariamente às demandas urgentes, pensam no quanto a tecnologia tem potencial para evitar futuras tragédias como a de Brumadinho ou, pelo menos, reduzir seus impactos nefastos. Resta saber se o conhecimento científico será levado em conta nas futuras decisões que guiarão a humanidade na construção de políticas e práticas capazes de evitar desastres.

O professor André de Carvalho orienta o trabalho voluntário dos seis pesquisadores do ICMC

Mais informações:

Facebook do MinasDevTest: https://www.facebook.com/minasdevtest

Twitter: https://twitter.com/SosBrumadinho

Repositório: https://github.com/sosbrumadinho

Site (ainda em desenvolvimento): https://sosbrumadinho.github.io

E-mail: vaniaon@icmc.usp.br

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Foi publicado também em: Jornal Dia Dia, São Carlos Agora, São Carlos em Rede

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Veículo: JF Clipping

Editoria: Notícias

Data: 18/02/2019

Link: https://jfclipping.com.br/2019/02/18/rede-de-pesquisadores-busca-solucoes-computacionais-para-brumadinho-noticias-ufjf/

Título: Rede de pesquisadores busca soluções computacionais para Brumadinho – Notícias UFJF

UFJF em 18/02/2019 12:23

Pesquisadores de várias instituições se uniram para buscar soluções computacionais que auxiliem os trabalhos de busca de desaparecidos e outras demandas relacionadas ao desastre em Brumadinho (MG). A iniciativa é coordenada pela professora do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Vânia Neves, e conta com uma rede com cerca de 50 cientistas e cerca de 200 desenvolvedores voluntários do país.

No início deste mês, Vânia entrou em contato com capitão do Corpo de Bombeiros e coordenador da equipe de drones do local, Kleber Silveira de Castro, oferecendo seus conhecimentos para ajudar nos trabalhos.

Segundo a professora, a equipe no local reportou ao Ministério Público que há uma necessidade urgente de soluções que contribuam para a localização dos corpos das vítimas.

A partir deste retorno, os cientistas começaram a se reunir em rede, para trocar ideias e criar propostas de atuação de base tecnológica. Com isso, conseguiram desenvolver modelos computacionais que levam em consideração fatores da dinâmica do evento e coordenadas geográficas de onde os corpos estavam no momento do rompimento da barragem e o local onde foram encontrados.

São dados que chegam até os pesquisadores com certa dificuldade e nem sempre com tanta precisão, mas já está sendo possível fazer simulações da mancha de corpos na área. O Ministério Público de Minas Gerais, por meio do procurador Denilson Feitoza, tem intermediado o contato da rede com as equipes de trabalho no local.

Além dessa abordagem específica, outras soluções para as demandas de Brumadinho também estão sendo pensadas pelo grupo de desenvolvedores de softwares. Entre elas, o aplicativo Estou Vivo!, que busca identificar e listar, por meio do cruzamento de várias bases de dados, as possíveis vítimas que foram atingidas pela tragédia.

Segundo Vânia, os esforços ainda dependem de profissionais com experiência no gerenciamento de projetos, arquitetura de software e integração/entrega contínua para auxiliarem na organização das ações. Os interessados em contribuir com os projetos podem fazer contato por meio do Facebook ou do site SOS Brumadinho. Na UFJF, os Grupos de Educação Tutorial (GET) dos cursos de Ciência da Computação e de Sistemas de Informação já fazem parte da iniciativa.

Na UFJF

Vânia Neves se formou no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos. Lá fez parte do Laboratório de Engenharia de Software (Labes), onde desenvolveu seus projetos de mestrado em doutorado. Ingressou na UFJF em 2016 e, desde o ano passado, Vânia já vem tentando aproximar seus conhecimentos em computação das demandas da sociedade por meio do programa de extensão MinasDevTest. O programa oferece soluções tecnológicas como softwares e bases de dados voltados para comunidade.

“Muitas pessoas acreditam que a função da universidade é apenas dar aulas. Mas há muitas pesquisas tentando resolver problemas reais como este. Temos também alunos envolvidos em atividades práticas da rede que fornecem um grande aprendizado.” Nesse sentido, o projeto de Vânia consegue encaixar os três eixos da Universidade – ensino, pesquisa e extensão.

Outro ponto importante segundo a pesquisadora é a percepção de que os esforços em prol de Brumadinho demonstram a força da união de cientistas brasileiros e que, mesmo que todos os objetivos não sejam alcançados, inúmeras possibilidades de ações futuras conjuntas se tornam possíveis.

Outras informações: MinasDevTest

https://sosbrumadinho.github.io/

Clique aqui para ver esta matéria na fonte original.

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Veículo: Prefeitura de Juiz de Fora

Editoria: Notícias

Data: 18/02/2019

Link: https://www.pjf.mg.gov.br/noticias/view.php?modo=link2&idnoticia2=63613

Título: SEL divulga horários de aulas do Programa “JF Paralímpico”

Portal de Notícias PJF | SEL divulga horários de aulas do Programa “JF Paralímpico” | SEL – 18/2/2019Nesta segunda-feira, 18, foram retomadas as atividades do programa “JF Paralímpico”, e divulgados os horários e locais das turmas para este ano. Dirigido às pessoas com deficiência, é promovido pela Secretaria de Esporte e Lazer (SEL), da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), oferecendo modalidades esportivas como atletismo, golbol, natação, bocha, polybat (tênis de mesa adaptado) e futebol.

A novidade em 2019 é a transferência das aulas de polybat para a Escola Estadual (E.E.) “Maria das Dores de Souza”. O núcleo já recebia aulas de futebol paralímpico no turno da manhã, mas ganhou nova turma à tarde. O futebol também acontece na quadra da SEL, assim como o golbol (esporte voltado para deficientes visuais) e a bocha. O atletismo é oferecido na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e no Sport Club, onde praticam musculação, enquanto outros atletas se dedicam à natação. Os horários das turmas estão no anexo.

O programa é gratuito e busca a melhoria da qualidade de vida, levando bem estar físico e socialização para os participantes. As inscrições podem ser feitas ao longo do ano, na sede da SEL, na Avenida Rui Barbosa, 530, Bairro Santa Terezinha. Para mais informações sobre o “JF Paralímpico” ligue 3690-7853.

* Informações com a Assessoria de Comunicação da SEL, através do telefone 3690-7849.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 18/02/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/18-02-2019/organizacao-oficializa-mudanca-no-domesticas-de-luxo.html

Título: Organização oficializa mudança no Domésticas de Luxo

Em reunião realizada nessa segunda, diretoria do bloco formalizou decisão sobre não fornecer itens na cor preta para caracterizar foliões, depois de seis décadas de existência

Por Carolina Leonel

18/02/2019 às 20h01- Atualizada 19/02/2019 às 20h09

O tradicional bloco carnavalesco Domésticas de Luxo não irá mais fornecer itens como tecidos, luvas e tintas na cor preta para a caracterização de seus foliões. A decisão foi oficializada pela diretoria do grupo juiz-forano na presença de membros da Funalfa e de representantes da Comissão da OAB/JF para promoção da Igualdade Racial, na tarde desta segunda-feira (18). Na ocasião, a diretoria do Domésticas de Luxo reiterou que a atitude partiu da organização do bloco, que decidiu rever sua postura a partir das críticas e protestos que a atração carnavalesca vinha sofrendo nos últimos anos.

As críticas tinham como mote o uso da cor preta, usada pelos participantes para representar mulheres negras e que delegava a elas a função de domésticas. Recentemente, circularam em redes sociais as manifestações publicadas pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), pelo coletivo feminista Maria Maria e por representantes do movimento negro em Juiz de Fora. A partir disso, a organização do bloco procurou a OAB/MG Subseção Juiz de Fora na tentativa de solucionar a questão.

De acordo com presidente do bloco, Valdir Alves, cada integrante do Domésticas de Luxo assinou um termo garantindo que não recebeu itens na cor preta – agora banidos do bloco. A partir do próximo ano, a organização estuda oferecer tecidos coloridos para seus foliões.

“Nós comunicamos todos os integrantes e explicamos a situação. Não entregamos nada na cor preta e fizemos cada um assinar um termo afirmando que não recebeu as malhas (pretas).”

Na reunião, representantes do Domésticas de Luxo leram e assinaram uma nota em que oficializam a decisão. Além do documento, um termo de compromisso foi assinado pela direção do bloco, pela Funalfa e pela Comissão da OAB.

Análise positiva

Para o presidente do bloco, a medida é positiva. “Na minha opinião é uma evolução, a partir de um esclarecimento. A gente está fazendo o melhor para o carnaval de Juiz de Fora. Eu acredito que a mentalidade das pessoas têm que mudar. Se todo mundo muda, porque a gente não pode mudar?”, afirmou Valdir. Ainda segundo a organização, a medida também abrangerá as composições dos sambas-enredo do bloco, que passarão a ser analisadas com maior cautela com relação ao uso de possíveis termos racistas.

O superintendente da Funalfa, Zezinho Mancini, destacou que a decisão é um ganho “enorme” para a cultura, mas também para a sociedade. “Se uma ação ofende o outro, o seu jeito de ser, ela tem que ser revista”, disse. Ele ainda destacou a tradição do bloco como um dos baluartes do carnaval juiz-forano e reforçou que a atitude é importante para que a tradição se mantenha.

Medidas punitivas

De acordo com Carlos Eduardo Furtado de Paula, um dos diretores do Domésticas de Luxo, a decisão foi um passo importante. Ele afirma que a medida foi divulgada e enfatizada a todos os participantes, que foram orientados a não participarem caracterizados com os itens banidos. Contudo, segundo ele, não há como garantir que nenhum integrante irá “como mandava a tradição”. Ele explicou que algumas pessoas não concordam com a medida.

Perguntado sobre se os foliões serão punidos caso não se adéquem às novas orientações, ele disse que tudo será avaliado.

“É preciso diálogo. A possibilidade de um desligamento existe, mas precisa ser estudada. Teremos precaução”.

A OAB afirmou que o órgão não possui caráter punitivo, mas de moderação, orientação e esclarecimento. “Nós conversamos, orientamos sobre os comportamentos que podem ser ofensivos, além de expor o que é preconceito, racismo e discriminação. Esse é o papel da OAB, orientar e esclarecer”, disse o presidente da comissão para promoção da Igualdade Racial, Alexander Jorge Pires. Conforme o órgão, a possibilidade de uma punição a nível jurídico compete a outros setores.

Polêmica acompanha bloco nos últimos anos

A principal polêmica envolvendo o Domésticas de Luxo tem relação com o uso de malhas pretas pelos participantes, caracterização esta relacionada a um viés racista. Tradicionalmente, desde 1958, seus integrantes, todos homens, se caracterizavam de mulheres negras, pintando o rosto com tinta preta, vestindo perucas que imitam cabelos crespos e cobrindo o corpo com as malhas pretas, caracterização conhecida como ‘blackface’.

De acordo com o presidente do grupo, o bloco nasceu para homenagear as domésticas. Conforme explicou Valdir, como na década de 1950 a maioria das trabalhadoras deste segmento era negra, e na época de carnaval elas não podiam se divertir, o grupo surgiu para homenagear a classe trabalhadora. Ele defendeu que, embora a atitude tenha sido definida como preconceito e ofendido pessoas, “o intuito do bloco nunca foi ser racista, e os integrantes não são racistas. Inclusive temos negros que participam e não se sentem ofendidos”.

No entanto, nos últimos anos, a caracterização vinha sendo criticada. Em nota pública recente, o DCE da UFJF repudiou as “práticas que discriminam gênero, raça e, sobretudo, trabalhadoras no bloco”. Em 2015, a Revista Fórum repercutiu a polêmica a nível nacional. No ano passado, no aniversário de 60 anos do bloco, o desfile aconteceu sob protesto. Na ocasião, a maioria dos manifestantes era formada por jovens negros.

A adequação do bloco, portanto, é considerada um avanço na conquista de direitos de parte da população que era ofendida pela atração carnavalesca, conforme analisou o presidente da Comissão da OAB para promoção da Igualdade Racial, Alexander Jorge Pires. Questionado sobre se a atitude e a caracterização podem ser consideradas racismo, ele avaliou que as práticas que causem a estigmatização ou ofendam determinado grupo social são consideradas preconceituosas. Além disso, o presidente lembrou que o Brasil é reconhecido a nível mundial pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um país cujo racismo é estrutural.

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