A influência de diversas variáveis na aquisição de competência motora em crianças foi investigada na dissertação do acadêmico Márcio Vidigal Miranda Júnior. Intitulada “Associação da competência motora com fatores sociodemográficos e biológicos de crianças”, a pesquisa foi apresentada no Programa de Pós-graduação em Educação Física e Desportos, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
No período de agosto de 2016 a julho de 2018, foram avaliadas 172 crianças, entre 6 e 10 anos de idade, todas da Escola Municipal João XXIII, em Tabuleiro (MG). Miranda explica que competência motora pode ser definida como “o grau de desempenho habilidoso em uma grande variedade de tarefas motoras”. Junto a isso, ele observa que variáveis, como idade, sexo e estado nutricional, são associadas a competência motora, entretanto, há uma carência de estudos que considerem dados, como gordura corporal e medidas antropométricas.
Para o estudo, a avaliação da competência motora foi feita por meio do teste KTK, que, como explica o pesquisador, “é um método alemão criado em 1974 para medir a coordenação e o controle corporal de crianças”. Durante as análises, foram considerados fatores sociodemográficos, como idade, sexo e condição socioeconômica; fatores biológicos, como percentual de gordura, índice de massa corporal, comprimento da perna e do pé e circunferência do abdômen; e prática de atividade física extraescolar.
Miranda conta que a motivação para investigar o assunto nasceu durante um trabalho desenvolvido com crianças na rede estadual de ensino em 2016. Durante as aulas de Educação Física, o acadêmico encontrou problemas relacionados ao desenvolvimento motor das crianças. Dificuldade em realizar movimentos naturais, como correr, arremessar e quicar, e movimentos descoordenados e ineficientes são alguns exemplos. “A partir desse problema, surgiram algumas dúvidas relacionadas à coordenação motora, como por exemplo, quais seriam os fatores capazes de influenciar no desenvolvimento adequado da competência motora”.
De acordo com o pesquisador, os resultados do estudo mostraram que quanto maior os fatores, como idade, envergadura e comprimento da perna, maior é a competência motora avaliada. “Crianças do sexo masculino e crianças praticantes de atividade física no período extraescolar também tiveram resultados mais positivos no teste.” Em contrapartida, ele descobriu que o percentual de gordura e o excesso de peso mostram uma associação negativa com a competência motora.
Contatos:
Márcio Vidigal Miranda Júnior (mestrando)
juninhoufjf@yahoo.com.br
Maria Elisa Caputo Ferreira (orientadora – UFJF)
caputoferreira@terra.com.br
Banca avaliadora:
Prof.ª Dr.ª Maria Elisa Caputo Ferreira (UFJF)
Prof. Dr. Válter Paulo Neves Miranda (UFJF)
Prof. Dr. Pedro Henrique Bebert de Carvalho (UFJF – GV)
Prof. Dr. Pedro Augusto de Carvalho Mira (UFF)
Outras informações: (32) 2102 – 3291 –Programa de Pós-graduação em Educação Física e Desportos