Da esquerda para a direita: professor Marcus Bastos, professora Natália Fernandes, Luciana Tirapani, professor Henrique Mansur, professora Jéssica Bastos e professora Márcia Franco (foto: arquivo pessoal)
Qual o impacto de fatores de risco sociais em pessoas com hipertensão arterial, diabetes mellitus e doença renal crônica? Com o objetivo principal de responder a essa pergunta, Luciana dos Santos Tirapani Dalamura avaliou a relação entre renda, educação e cor no desenvolvimento dessas patologias. A pesquisa de doutorado foi desenvolvida e apresentada no Programa de Pós-graduação em Saúde, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Para saber se pessoas com fatores de riscos sociais têm mais chance de desenvolver essas doenças, Luciana realizou pesquisa com uma população de 6.369 indivíduos que possuíam alto e muito alto grau de risco e eram acompanhados em um ambulatório interdisciplinar do Sistema Único de Saúde (SUS). Com extensa revisão bibliográfica e com o acompanhamento desses indivíduos, foi possível determinar que a cor, a renda e a educação apresentam baixo impacto na progressão das doenças crônicas estudadas.
A acadêmica revela que a motivação para estudar o tema partiu dos dados que apontam o aumento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil e da necessidade de entender se as questões sociais afetam a avanço dessas enfermidades. “Pensando no Brasil, um país com tamanha desigualdade social, atravessando um processo de constantes contrarreformas que agudizam ainda mais a questão social, de desmonte das políticas sociais, decidimos no questionar sobre o impacto da renda, educação e cor na progressão dessas doenças”, explica Luciana.
O estudo mostra que a hipertensão arterial atinge 25,7% da população brasileira, segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em 2016. Já a doença renal crônica possui um total estimado de 122.825 pacientes em diálise, de acordo com o último Inquérito Brasileiro de Diálise Crônica, feito em julho de 2016. A dissertação destaca, ainda, que o diabetes mellitus é uma doença crescente sobretudo nos países em desenvolvimento. Em 2016, 8,9% dos brasileiros possuíam diagnóstico de diabetes.
Segundo a pesquisadora, o resultado da pesquisa mostra a importância do SUS para superar barreiras sociais, evidenciando que os valores e princípios seguidos pela política pública são significativos no campo do direito à saúde no Brasil. “Um serviço que consiga em meio às inúmeras metamorfoses do Estado manter a excelência, o acolhimento, o respeito à dignidade humana, a alta qualificação profissional e uma abordagem interdisciplinar no manejo das doenças crônicas no SUS, conseguirá ofertar um acompanhamento de excelência a todos”, afirma Luciana.
Contato:
Luciana dos Santos Tirapani Dalamura
lutirapani@gmail.com
Banca Examinadora:
Profª. Dra. Natália Maria da Silva Fernandes (orientadora – UFJF)
Profª. Dra. Márcia Regina Gianotti Franco (UFJF)
Prof. Dr. Marcus Gomes Bastos (UFJF)
Prof. Dr. Henrique Novaes Mansur (IF Sudeste MG)
Profª. Dra. Jéssica do Amaral Bastos (Suprema)
Outras informações: (32) 2102 – 3848 – Programa de Pós-graduação em Saúde