A estação mais quente do ano já deu as caras mostrando que o sol veio mesmo para ficar. Mas nas farmácias, diante de uma infinidade de protetores solares nas prateleiras, fica difícil escolher a melhor opção. Para trazer do verão apenas boas lembranças e nenhuma ardência ou insolação, conversamos com os professores Aloísio Gamonal, dermatologista do Hospital Universitário e Alessandra Esther, farmacêutica e coordenadora da Farmácia Universitária, que deram dicas sobre os cuidados necessários e reafirmaram: “Filtro solar não é passaporte para se expor ao sol”.
Horário de maior incidência dos raios UV deve ser evitado
Apesar de reduzir a absorção da radiação UV na pele, o horário mais danoso para exposição (entre 10h e 14h ou entre 11h e 15h no horário de verão) deve continuar sendo evitado.
Contra envelhecimento e câncer de pele
Mais do que uma questão estética, o protetor previne doenças como o câncer de pele e retarda o envelhecimento precoce da pele. Segundo a literatura, o uso do protetor diminui cerca de 66% de chances do risco de se adquirir câncer de pele (tipo não melanoma).
Tempo para se expor após aplicação
É preciso esperar no mínimo 15 minutos entre a aplicação do protetor e a exposição ao sol. O ideal seriam 30, mas isso nem sempre é possível. De qualquer forma, é importante considerar as recomendações indicadas nos rótulos dos produtos.
Frequência para reaplicação
A orientação geral é uma reaplicação a cada quatro horas. Mas isso depende de alguns fatores. Muito suor ou muito tempo na água, por exemplo, irão demandar uma reaplicação mais frequente. O ideal é reaplicar a cada duas horas.
Não existe um fator de proteção 100%
Um filtro fator 100 não significa proteção total. A partir do 50, considera-se a proteção adequada e não há necessidade das pessoas adquirirem produtos com fatores acima disso. Um protetor com fator 30 vai absorver cerca de 96% da radiação UV e é considerado uma proteção adequada para pessoas com peles mais escuras ou menos sensíveis. Os produtos com fator 50 absorvem aproximadamente 98% da radiação UV, sendo indicados para pessoas com peles mais claras, mais sensíveis, com histórico familiar de câncer de pele ou outras doenças específicas.
Pintas, melasmas ou sardas
Esse grupo (chamado de “foto sensíveis”) merece cuidado especial com uso de roupas e sombrinhas. Idealmente, estas pessoas deveriam se abster da exposição direta ao sol. Exceto eventualmente, no caminho para o trabalho, por exemplo. Em atividades esportivas, deveriam também optar por horários fora do desaconselhado (entre 10h e 14h ou 11h e 15h no horário de verão), sempre usando protetor solar.
Tratamentos com ácidos
A maioria dos ácidos e tratamentos de pele exige abstinência da exposição solar. Por isto, estes tratamentos estes tratamentos devem ser realizados fora do período de verão, porque as pessoas têm dificuldade de evitar a exposição ao sol.
Protetor facial x protetor corporal
Todos os protetores aprovados no mercado são testados dermatologicamente e podem ser aplicados no corpo todo, sem maiores problemas. Porém, os protetores utilizados no corpo podem não ser tão bons para o rosto, por conta da oleosidade. É importante também observar o tipo de pele: se é uma pele mais ou menos oleosa, mais ou menos sensível. Deve-se comprar, preferencialmente, o produto que indica no rótulo ser indicado para o rosto, por exemplo.
Síntese de vitamina D
O uso do protetor solar reduz a síntese da vitamina D. Mas é possível conciliar a síntese da vitamina e o uso do protetor. Bastam dez minutos de exposição diária (no período aconselhado) para haver a síntese de vitamina D fisiológica.
Protetores x bronzeadores
Muitos bronzeadores não protegem a pele contra a radiação solar. É sempre indicado buscar produtos com fator de proteção no mínimo acima de 5 e, idealmente, 30. Também é importante tomar cuidado com as receitas de bronzeamento caseiras: elas quase sempre provocam queimaduras graves e internações, portanto, devem ser completamente abolidas.