O primeiro dia de provas do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) 2019 da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) movimentou a cidade neste sábado, 1º de dezembro. As provas são aplicadas para estudantes das três séries do Ensino Médio, correspondentes ao módulos I, II e III do programa. Ao todo, cerca de 30 mil candidatos se inscreveram no processo. Em Juiz de Fora, 24 mil alunos realizaram o exame em 33 locais diferentes. As provas também foram aplicadas nas cidades de Governador Valadares, Muriaé e Volta Redonda.
De acordo com dados da Comissão Permanente de Seleção (Copese) da UFJF, o percentual de faltas no primeiro dia fechou em 9,96% referentes aos 34.798 inscritos no total, o que equivale a 3.466 estudantes ausentes. Desse número, 2.544 não compareceram ao processo em Juiz de Fora. Já em outras cidades nas quais o Pism também foi aplicado, o total de faltas foi de 922. Dessas ausências, 335 foram em Governador Valadares (MG); 349 em Muriaé (MG); e 238 em Volta Redonda (RJ). Na edição do ano passado, a porcentagem total de faltosos ficou em 7,85%, dos 29.606 inscritos.
A UFJF prestou 370 atendimentos a candidatos, sendo 350 por telefone e 20 presenciais. De acordo com a pró-reitora de Graduação, Maria Carmen Simões, a organização e trabalho prévios é o que garante a tranquilidade do decorrer do processo seletivo. “Desde o início do ano procedimentos são feitos. A cada mês promovemos uma atividade, como previsão dos locais de aplicação das provas e mudanças nos sistema para torná-lo mais ágil e eficiente. É uma alegria ver a Universidade inclusiva e repleta de jovens.”
Com o tempo chuvoso, o trânsito em Juiz de Fora se complicou mais do que o esperado. De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes (Settra), o principal ponto de retenção foi na subida para o bairro São Pedro. O congestionamento atingiu desde a rua João Pinheiro até a entrada da Universidade. Diante da situação, a instituição concedeu 15 minutos de tolerância para o fechamento dos portões em todos os locais de prova e cidades. Quem perdeu a prova está automaticamente eliminado do processo. O estudante pode comparecer ao segundo dia para realizar o exame apenas como experiência.
Sem estresse
Nem todos passaram pelo estresse e correria de última hora. Teve quem chegou ao campus perto das 9h. Os amigos João Rafael de Mattos, 17 anos, de Ubá (MG), e Filipy Silva, 17, de Visconde do Rio Branco (MG), saíram da Rua Olegário Maciel, onde estavam hospedados, às 9h20. Segundo a mãe, de João Rafael, Aline Mattos, a correria do último ano para chegar à prova a fez optar por chegar com bastante antecedência desta vez. “No ano passado, passei muito aperto para conseguir entrar aqui. Do Independência Shopping até a Universidade, eu gastei mais de uma hora.” Os amigos João e Filipy estão fazendo Pism II e III e querem cursar, respectivamente, Medicina e Direito.
Já Maria Luiza dos Santos, 17, tem o curso de Psicologia da UFJF como sua primeira opção. Neste ano, ela faz o Pism III e, para chegar em Juiz de Fora com antecedência, saiu da cidade de Três Rios (RJ) um pouco depois das 7h. A candidata contou que sua escola fretou uma van para ela e seus colegas e que ficariam conversando, esperando a hora da prova. Sobre o Pism. “É sempre bom se sentir confiante porque, se a gente não acredita na gente, ninguém vai acreditar. sabemos que tem um grau de dificuldade alto, mas é bom acreditar e ir confiante, senão não tem como dar certo”.
Os pais de Bruno Chiara Allam da Silva, 18, que está fazendo sua última prova do vestibular seriado, Débora Allam Chiara e André Vianna da Silva, também preferiram chegar com antecedência. Segundo Débora, eles enfrentaram imprevistos nos Pism I e II e, desta vez, não quiseram arriscar. “Durante o Pism I do Bruno, ele teve que subir a pé com uma amiga, debaixo do sol. Então a gente aprendeu que tem que chegar mais cedo, muito mais cedo.
Como é de Nova Friburgo (RJ), a família optou por chegar em Juiz de Fora na sexta-feira e descansar antes do dia do exame. Segundo o candidato, que pretende cursar Veterinária, este é o momento de se entregar ao máximo: “agora é tentar conseguir os pontos que eu estava precisando. Eu me preparei para o Enem e para o Pism, e depois estudei mais especificamente para o Pism, para revisar as matérias mais importantes”.
Otimismo
No primeiro dia, os candidatos dos módulos I e II realizaram questões discursivas e objetivas de Português, Matemática, Química e Geografia. Já o módulo III foi composto por provas de objetivas, comuns a todos, e questões discursivas referentes às áreas específicas dos cursos escolhidos.
Candidata pelo módulo II, a estudante Áurea Carolina de Cardoso Reis foi uma das primeiras a terminar a prova deste primeiro dia. Ainda agitada com a prova, a estudante conta que as questões de Química foram as mais difíceis, enquanto que as perguntas da área de Humanas foram resolvidas sem problemas. “Vou tentar o curso de História porque gosto de falar, de me comunicar e acho que vou me sair bem em sala de aula, transmitindo um pouco do que sei. Amanhã vai ser o meu dia, o que eu não fiz hoje, vou fazer amanhã. É isso que está me mantendo firme.”
Com a mente projetada no futuro, o estudante Robert Machado Nascimento já tem planos para a carreira profissional em Direito. “Acompanho o dia-a-dia de trabalho do meu pai em audiências, por exemplo, e tenho vontade de fazer concurso para promotoria”. Ele pondera que, apesar de sentir tranquilidade na resolução das questões objetivas, as abertas foram um desafio. “Para o meu primeiro módulo, estudei as provas anteriores, revisei matéria antiga e estudei matéria nova. Esse ano não consegui me organizar assim. De qualquer forma, hoje vou chegar em casa e estudar, porque amanhã a prova vai ser difícil”.
Neste domingo, 2, os candidatos realizam provas com questões dissertativas e de múltipla escolha sobre Literaturas, Biologia, Física e História.