Como a violência contra a mulher entra no sistema judicial? Com o objetivo de refletir sobre a questão, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) receberá o professor Theophilos Rifiotis para ministrar a palestra “Desafios no enfrentamento da violência de gênero: violência, judicialização e vitimização”. O evento ocorre nesta quinta-feira, 22, às 14h, no auditório 2 do Instituto de Ciências Humanas. A inscrição é gratuita e deve ser feita pela internet. Os participantes receberão certificado.

A palestra é promovida pelo grupo de pesquisa “Estudos da judicialização da violência de gênero e difusão de práticas alternativas numa perspectiva comparada entre Brasil e Argentina”, que realiza a pesquisa em cinco cidades do país: Juiz de Fora (MG), Natal (RN), Lages (SC), Florianópolis (SC) e Uruguaiana (RS). Rifiotis é o coordenador geral do projeto, enquanto a professora do curso de Ciências Sociais da UFJF, Marcella Beraldo, coordena o estudo à nível local.

A judicialização da violência contra a mulher refere-se a forma como o crime é julgado pelo sistema de justiça. No evento, além de estudantes da graduação, da pós-graduação e de pesquisadores do tema, também são esperadas pessoas que trabalham com a violência de gênero em Juiz de Fora. Na palestra, Rifiotis realizará uma análise antropológica, na qual abordará as consequências da judicialização, além de propor a discussão sobre medidas alternativas para lidar com a questão.

O palestrante considera a judicialização a ação social mais sistemática e forte do país e conta que pretende propor uma nova maneira de pensar a intervenção do judiciário nos crimes de violência de gênero, pela utilização de meios alternativos com o uso da mediação de conflitos e pela justiça restaurativa. Rifiotis destaca ainda que é importante trazer a vítima para protagonizar a decisão sobre a própria vida. “A estratégia política concentrou-se muito nos ganhos jurídicos. Acho que é hora de colocar outras políticas públicas no ar e é isso que pretendo defender: políticas de desjudicialização”, comenta o professor.

Marcella ressalta que promover a reflexão sobre o assunto é, também, uma forma de atuar no combate da violência. “A gente não pode deixar de abordar esse tema, ainda mais nesse momento em que existe um ataque muito grande ao debate de gênero e sexualidade. A Universidade tem que participar nesse sentido de refletir criticamente sobre o combate a essa violência de uma forma acadêmica e tomar uma posição política de combate desse tipo de violência”, afirma.

Outras informações: (32) 2102-3106 – Graduação em Ciências Sociais