Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 28/10/2018
Título: Prêmio latino
O projeto de extensão Circuito Científico, desenvolvido pelos integrantes do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos da UFJF, foi selecionado como o melhor projeto social da América Latina. A premiação acontece no México.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 28/10/2018
Título: Ótimo presente
Para marcar o Dia do Servidor Público, hoje, a Editora da UFJF está doando livros para os funcionários. A iniciativa, segundo o diretor Jorge Felz, é para difundir o conhecimento e as obras produzidas pela Universidade.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 28/10/2018
Título: Escolas usam jogos para estimular crianças e adolescentes
Essa geração que já nasce conectada, manuseando celulares, tablets e computadores antes mesmo de saber escrever o próprio nome, é o desafio dos educadores durante a alfabetização e, também, para o ensino de conteúdos da educação básica. A função do professor, tanto da rede pública quanto da privada, atualmente, é mostrar à criança e ao adolescente como aplicar o conhecimento para que eles aprendam de maneira mais intuitiva e assertiva. Uma das formas de fazer isso é utilizar os games, não só aqueles voltados para a fixação da disciplina, mas também os jogos já existentes e amplamente difundido entre os pequenos.
Na Escola Municipal Tancredo Neves, no Bairro São Pedro, a medida já funciona. As atividades voltadas para a alfabetização dos alunos acontecem na sala de informática, mediadas pela professora e pedagoga especialista em tecnologias de informação e comunicação no ensino fundamental, Ana Cristina Baumgratz de Souza Oliveira. O espaço abriga computadores que possuem jogos educativos, que ajudam as crianças a assimilar melhor o conteúdo ministrado em sala de aula. “Todos os conteúdos e as diversas disciplinas que envolvem o ensino podem ser mediados na sala de informática, principalmente por jogos, já que as crianças se interessam por eles. Fazer a junção dessas duas coisas é muito interessante e percebo que os alunos têm mais facilidade, pois não percebem que estão aprendendo. Eles estudam de uma forma diferente, mesmo que seja um cálculo, eles estão brincando”, explica a educadora, que tem mais de dez anos de experiência na área.
O computador é um recurso de aprendizagem e os jogos são ferramentas que têm a capacidade de estimular habilidades do aluno – raciocínio lógico, definição de estratégias e organização dos objetivos – e promover a interação e a cooperação entre eles. Além dos games educativos existentes, a professora Ana Cristina ainda cria jogos a partir do momento em que percebe dificuldades no aprendizado de cada aluno. “Existem plataformas que permitem essa criação de jogos, como Hot Potatoes, Edilim e Scratch, além do próprio Power Point. Os alunos ficam mais interessados e querem participar. Os outros professores também dão feedback positivo. Os jogos permitem a criação de contextos que estão acima dos métodos tradicionais de ensinar, além de mobilizar o currículo ao trabalhá-lo de forma prática e significativa”, comenta.
Ferramentas de aprendizagem
O mesmo cenário é encontrado na Escola Municipal Fernão Dias Paes, no Bairro Bandeirantes. Lá, a professora e pedagoga Sulamita Campos da Silva, especializada em planejamento, implementação e gestão da educação a distância, leciona a Informática aos alunos. Há sete anos faz uso dos games em sala de aula para fortalecer o aprendizado deles. “Utilizo uma variedade extensa de jogos educacionais, desde o aplicativo do G-Comprix a jogos como Brincando com Ariê, entre outros que fui baixando em sites educacionais e compartilhando entre amigos, que também trabalham nessa área”, explica.
Para o ensino do Português, ela trabalha desde da alfabetização – com o uso das vogais e do alfabeto – até as dificuldades ortográficas como dígrafos, substantivos, uso da crase e também criação de textos. Na Matemática, são trabalhadas as operações matemáticas e o contato com os números. Em Ciências, são abordados o corpo humano, a natureza e os animais, e em História e Geografia são abordados os estados, capitais e mapas, por exemplo.
“É incrível observar o desenvolvimento dos alunos durante as aulas de Informática. As professores regentes das turmas ficam encantadas ao perceber que alunos que têm muita dificuldade e resistência na aprendizagem de algumas disciplinas na sala de aula demonstram grande interesse nos jogos apresentados no laboratório, o que acaba auxiliando-os em seus conhecimentos, trazendo bons resultados em suas provas”, destaca Sulamita. Os conteúdos abordados envolvem desde alunos da educação infantil até o 9º ano do ensino fundamental e abrangem, inclusive, alunos em defasagem no ano escolar e idade. Desta forma, os jogos atendem de crianças de 4 anos a adolescentes de 17 anos.
Enfrentando as dificuldades
A forma como os jogos são concebidos, sejam eles educativos ou não, segundo a pesquisadora em design de games pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Letícia Perani, faz com que o jogador tenha que executar suas habilidades, aplicando seu conhecimento e o raciocínio. “Há séculos os pensadores vêm destacando que as atividade lúdicas são uma maneira muito competente para a aprendizagem. Quando jogamos, temos que aprender como o jogo funciona, e isso inclui informações e contextos que podem ter fundo educativo, por exemplo, colocando questões históricas e geográficas, solução de problemas que envolvem conhecimentos de Física, Matemática, Química, ou a aprendizagem de outra língua, como o Inglês. Aprender jogando é uma forma de apresentar os conteúdos escolares, tão essenciais para a nossa vida, de uma maneira divertida e útil: nos jogos, podemos enxergar aplicações práticas para esses conhecimentos que nos parecem ser tão abstratos quando estão nos livros e nas provas”, destaca.
Apesar dos benefícios, ainda há dificuldades para a implementação da prática. “Nós sabemos que o ensino público enfrenta dificuldades para o uso de tecnologias digitais, principalmente por falta de capacidade de atualizar constantemente os equipamentos que as escolas precisam. Porém, vejo também nos profissionais destas escolas uma vontade enorme de pensar maneiras de introduzir atividades lúdicas em sala de aula. Já ouvi vários relatos de professores da rede pública municipal e estadual que trabalham com jogos em sala, tanto tradicionais quanto eletrônicos, aproveitando o que a escola já tem de condições para essas atividades”, observa a pesquisadora.
Por experiência e contato direto com os educadores, ela ressalta que existem na cidade cursos de capacitação de professores, oferecidos pela UFJF, IF Sudeste MG e pela própria Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), por meio do Núcleo Tecnológico Municipal. “Esse tipo de conhecimento existe em Juiz de Fora e é repassado para os professores da rede pública. Precisamos, então, cobrar das administrações municipal e estadual um maior cuidado com as condições de trabalho dos docentes, com a modernização constante dos laboratórios de informática, compra de jogos, e até mesmo a criação de atividades extracurriculares que possibilitem aos alunos a participação nessas novas atividades de aprendizagem”.
Conforme informou a Secretaria de Educação, o NTM monitora as atividades realizadas nos laboratórios de informática da rede municipal e tem, como principal objetivo, familiarizar o professor com a utilização de recursos básicos de computador e capacitar os professores da rede municipal de ensino para a utilização dos ambientes tecnológicos existentes nas escolas. Uma das formas é oferece cursos de formação continuada presencial, seminários, palestras e oficinas e cursos on-line na plataforma moodle PJF. Atualmente 89 escolas possuem salas de informática e, no geral, todos os professores que atuam nos laboratórios trabalham em prol da utilização da tecnologia na alfabetização e demais áreas do conhecimento.
Potencialidades do game
Ao escolher um game comum, cujo objetivo visa o entretenimento, a pesquisadora da área de games, Letícia Perani, faz um alerta aos educadores: é preciso avaliar suas potencialidades. Para ela, todo jogo ensina alguma coisa, mas a dinâmica dos jogos educativos abrange apenas a comunicação do conteúdo, sem a realização de ações divertidas como nos jogos comuns. “Eles podem tratar de temas adultos, ou ter ações violentas, que desaconselham seu uso em salas de aula sem a devida contextualização e orientação do professor. Nem todo jogo já existente pode ser utilizado em sala, principalmente os que tratam de temas adultos (sexo/nudez e violência, principalmente), mas o professor deve entender as potencialidades dos jogos, e como eles funcionam, para descobrir quais os conteúdos que eles podem trabalhar”, alerta.
Entre os games que permitem trabalhar conteúdos educativos, Letícia sugere, por exemplo, a série Assassin´s Creed, que abrange várias informações históricas; Minecraft, que trabalha com habilidades espaciais, importantes para desenvolver construções de objetos, ou a localização fácil em vários tipos de ambientes; jogos de aventura como Zelda e Mario, que exigem o conhecimento sobre gravidade, para entender como usar pulos no ambiente do jogo. “Resumindo: olhe sem preconceitos para o jogo, e veja o que ele tem de conteúdo que possa ser usado para a educação”, recomenda.
O Minecraft, inclusive, foi utilizado pelo Colégio Academia para abordar o estudo sobre os biomas brasileiros. O trabalho, batizado de “Biomas brasileiros em Minecraft”, realizado por alunos do 7º ano, recebeu, em agosto deste ano, o Prêmio Excelência do Sistema de Ensino Poliedro, na categoria “Inovações Tecnológicas”. Entre as coordenadoras do projeto está a professora de ciências da natureza, Patrícia Costa. Ela explica que a ideia partiu dos próprios alunos, que sugeriram uma nova maneira de aprender sobre os biomas, ao invés das habituais maquetes.
“A partir do momento que o aluno propõe um projeto como este, você percebe que o papel do professor mudou. Os alunos têm informação e acesso a ela. Hoje o professor não tem mais a função de passar conhecimento, mas ensiná-los a aplicar esse conhecimento. Foi uma atividade demorada, que envolveu muita gente, inclusive os pais e fora da sala de aula. Eles aprenderam muito sobre os biomas, pois tiveram que pesquisar para montar os ambientes. Cada equipe montou um bioma e os vídeos sobre eles foram passados na apresentação”, conta Patrícia. Ela acrescenta que, em nenhum momento, o projeto teve o intuito de vencer o prêmio disputado entre as escolas que utilizam o sistema de ensino. “Eles criaram com o objetivo de aprender e se divertir. Quando veio a notícia da indicação, enxergamos como um reconhecimento pelo trabalho. Foi uma sensação muito gostosa”.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Podcast
Data: 29/10/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/podcast/sociedade/29-10-2018/ufjf-no-ar-educacao.html
Título: UFJF no AR- Educação
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícias
Data: 29/10/2018
Título: Inscrições abertas para sorteio de vagas no Colégio João XXIII da UFJF
Está aberto o período de inscrição para o sorteio público de vagas para o Colégio de Aplicação João XXIII, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A partir desta segunda (29) até 12 de novembro, os pais e responsáveis podem fazer a inscrição na página da escola.
Segundo o edital, foram disponibilizadas 75 vagas para o 1º ano do ensino fundamental e serão sorteados mais 25 suplentes.
Podem concorrer crianças nascidas a partir de 1º de janeiro de 2012 a 31 de março de 2013. Houve alterações no edital, permitindo inscrição de crianças que já se encontram matriculadas e frequentando creches ou pré-escolas, mesmo que as datas de nascimento delas sejam posteriores ao dia 31 de março.
Foi acrescentada ao edital a informação de que é necessária comprovação de matrícula e frequência nas instituições educacionais de Educação Infantil.
Após acessar a página da escola, os pais ou responsáveis devem preencher o Requerimento de Inscrição, informar o número do CPF do candidato, emitir e imprimir o boleto para pagamento da taxa de R$ 42.
A inscrição só será efetivada após o preenchimento do requerimento da Inscrição e a confirmação do pagamento do boleto bancário para os candidatos não isentos.
O sorteio será realizado no dia 24 novembro de 2018, às 9h30, na quadra do Colégio de Aplicação João XXIII. Os interessados poderão acompanhar. Neste ano não será exigida a presença de um representante do candidato.
O resultado será divulgado a partir das 10h do dia 26 de novembro de 2018, no site do Colégio de Aplicação; na entrada, próximo à portaria e no mural da escola, próximo à secretaria.
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Veículo: UOL
Editoria: Eleições 2018
Data: 29/10/2018
Título: Facada deu novo rumo à candidatura de Bolsonaro
O dia 6 de setembro ainda nem havia terminado quando, da porta da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (MG), um dos filhos de Jair Bolsonaro profetizou: “Vocês acabaram de eleger o presidente!”. A fala de Flávio Bolsonaro, direcionada ao que ele chamou genericamente de “bandidos”, era uma reação à facada no abdômen recebida pelo seu pai e presidenciável pelo PSL, horas antes, durante ato de campanha no centro da cidade mineira.
Àquela altura, o candidato à Presidência liderava as pesquisas de intenção de voto, mas enfrentava alta rejeição e era atacado pelos oponentes.
Na véspera do feriado de Independência, Jair Bolsonaro era carregado na região central da cidade quando foi alvo do servente de pedreiro Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos. Após o golpe de faca, o presidenciável levou as duas mãos ao peito e foi colocado deitado na entrada de uma lanchonete a cinco metros de onde foi atingido.
“Ele não falava nada, apenas gemia muito e suava bastante”, lembrou uma funcionária do estabelecimento na quarta-feira passada, quando a reportagem voltou ao local do atentado. Eleitora de Fernando Haddad (PT), ela, que não quis se identificar, considerou que a facada decidiu a eleição. “Aquilo ferrou tudo.”
O atentado, de fato, mudou o rumo da campanha eleitoral. Ao mesmo tempo em que Bolsonaro era levado às pressas à Santa Casa da cidade para uma cirurgia de emergência, outros candidatos ao Planalto tiveram que rever suas estratégias. Eventos foram suspensos nos primeiros dias, e os ataques à candidatura do líder das pesquisas foram interrompidos – sobretudo os que eram feitos pela campanha de Geraldo Alckmin (PSDB). Aconselhados por seus marqueteiros, os demais candidatos não queriam aparecer atacando um concorrente que lutava por sua própria vida.
“Era um momento decisivo da campanha, e uma continuidade dos ataques a Bolsonaro muito provavelmente teria elevado ainda mais os índices de rejeição que já ostentava”, diz o cientista político Paulo Roberto Figueira Leal, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Para Márcio Gonçalves, professor de marketing do Ibmec-RJ, não é possível dizer que o episódio tenha sido decisivo, mas ele concorda que a repercussão ajudou a candidatura de Bolsonaro. “Nessa hora, quem mais contribuiu foram os opositores. Esses eleitores esqueceram que, quanto mais mencionavam Bolsonaro, mais volume de informação era gerado para movimentar os motores de busca na internet. Esqueceram que Bolsonaro é fruto das estratégias de marketing mais obscuras da internet.”
Outra consequência imediata do atentado foi a empatia que Bolsonaro conseguiu suscitar. “(A facada) humaniza o personagem e permite que talvez ele dialogue com setores que até então não dialogava”, avalia Paulo Leal.
Coordenador do Movimento Direita Minas, de apoio ao presidenciável, Leonardo Valle também vê o atentado como um fator que acabou encurtando o caminho ao Planalto. “Pessoas que talvez tinham um rótulo dele como homofóbico, racista, começaram a querer entender e conhecer um pouco mais”, considera.
Na semana passada, Valle acompanhava outros integrantes do movimento em um ato a poucos metros de onde Bolsonaro fora atacado. O grupo estampava camisetas com a imagem do rosto do presidenciável de graça. O serviço não parava. Desde o atentado, a região tem sido ponto frequente da circulação de curiosos, que param para tirar fotos.
Perto dali, pessoas que estiveram próximas a Adelio Bispo de Oliveira logo após ele ser detido por policiais militares à paisana preferem esquecer aquele dia. Um chaveiro que trabalha no prédio para onde Oliveira foi levado – o autor da facada foi agredido e corria o risco de ser linchado – e trancou o portão naquele dia não comenta o assunto. Outras testemunhas até falam sobre o que aconteceu, mas preferem manter o anonimato.
É o caso do funcionário de uma escola profissionalizante que fica no mesmo prédio. Em 6 de setembro, ao ver o tumulto na entrada do edifício, ele desceu alguns lances de escada até o segundo andar para impedir que desconhecidos acessassem outros pavimentos. Foi lá que viu Adelio sentado no chão, com os punhos algemados às costas. O funcionário então fez a primeira foto do suspeito, que circulou em sites noticiosos e redes sociais.
O autor do clique nunca ganhou o crédito pela imagem. “Foi instinto. Antes de eu me mudar pra cá (Juiz de Fora), trabalhei com imagem. Então eu sabia que uma hora ia explodir e eu teria a imagem aí, na minha mão, no meu celular”, afirma.
Ele repassou a imagem para amigos e em grupos de WhatsApp. Foi a partir daí que a foto tornou-se pública. Quase dois meses depois, ele prefere manter o anonimato sobre a autoria da foto em razão do clima político do País.
Para especialistas, o staff de Bolsonaro soube tirar proveito do episódio. “Da opinião vinda das massas passou a ser valorizado aquilo que a mídia contribuiu publicando o fato sob diferentes análises. Na sociedade em que a informação ganha destaque, a guerra de narrativas imposta em redes sociais na internet, na TV, no rádio e nas revistas só contribuiu para que Bolsonaro ganhasse popularidade sem ter que aparecer em debates com opositores”, considera o professor Márcio Gonçalves.
A ausência dos debates por alegada necessidade médica foi outro fator que ajudou Bolsonaro. “Mesmo sem a presença dele, os próprios candidatos em duelo à futura Presidência do Brasil construíram histórias sobre Bolsonaro. É a pior das estratégias em tempos de popularização do acesso à internet”, frisa Gonçalves.
O cientista político Paulo Leal concorda. “Em ambientes mais conflitivos de debate, ele teria mais dificuldades de manter essa enorme colcha de retalhos que o apoia, porque teria que explicitar sua plataforma de governo. Qual é a plataforma de governo do Bolsonaro? Ninguém pode dizer com muita clareza”, afirma.
Internação durou 23 dias
O então candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, caminhava carregado nos ombros de um correligionário no meio de uma multidão, durante um ato de campanha em Juiz de Fora quando recebeu uma facada na região do abdômen, na tarde de 6 de setembro.
Diante de um estado clínico crítico, o deputado foi submetido a duas cirurgias – a primeira ainda na cidade mineira e a segunda no hospital Albert Einstein, em São Paulo, para onde Bolsonaro foi transferido no dia seguinte ao atentado.
O candidato deixou o hospital na tarde de 29 de setembro, rumando para o Rio de Janeiro. A partir do atentado, Bolsonaro acelerou seu crescimento nas intenções de voto do primeiro turno. Bolsonaro alegou que sua saúde debilitada não permitiria ir a debates no segundo turno.
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Veículo: Estado de Minas
Editoria: Política
Data: 29/10/2018
Título: Facada deu novo rumo à candidatura de Bolsonaro
O dia 6 de setembro ainda nem havia terminado quando, da porta da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (MG), um dos filhos de Jair Bolsonaro profetizou: “Vocês acabaram de eleger o presidente!”. A fala de Flávio Bolsonaro, direcionada ao que ele chamou genericamente de “bandidos”, era uma reação à facada no abdômen recebida pelo seu pai e presidenciável pelo PSL, horas antes, durante ato de campanha no centro da cidade mineira.
Àquela altura, o candidato à Presidência liderava as pesquisas de intenção de voto, mas enfrentava alta rejeição e era atacado pelos oponentes.
Na véspera do feriado de Independência, Jair Bolsonaro era carregado na região central da cidade quando foi alvo do servente de pedreiro Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos. Após o golpe de faca, o presidenciável levou as duas mãos ao peito e foi colocado deitado na entrada de uma lanchonete a cinco metros de onde foi atingido.
“Ele não falava nada, apenas gemia muito e suava bastante”, lembrou uma funcionária do estabelecimento na quarta-feira passada, quando a reportagem voltou ao local do atentado. Eleitora de Fernando Haddad (PT), ela, que não quis se identificar, considerou que a facada decidiu a eleição. “Aquilo ferrou tudo.”
O atentado, de fato, mudou o rumo da campanha eleitoral. Ao mesmo tempo em que Bolsonaro era levado às pressas à Santa Casa da cidade para uma cirurgia de emergência, outros candidatos ao Planalto tiveram que rever suas estratégias. Eventos foram suspensos nos primeiros dias, e os ataques à candidatura do líder das pesquisas foram interrompidos – sobretudo os que eram feitos pela campanha de Geraldo Alckmin (PSDB). Aconselhados por seus marqueteiros, os demais candidatos não queriam aparecer atacando um concorrente que lutava por sua própria vida.
“Era um momento decisivo da campanha, e uma continuidade dos ataques a Bolsonaro muito provavelmente teria elevado ainda mais os índices de rejeição que já ostentava”, diz o cientista político Paulo Roberto Figueira Leal, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Para Márcio Gonçalves, professor de marketing do Ibmec-RJ, não é possível dizer que o episódio tenha sido decisivo, mas ele concorda que a repercussão ajudou a candidatura de Bolsonaro. “Nessa hora, quem mais contribuiu foram os opositores. Esses eleitores esqueceram que, quanto mais mencionavam Bolsonaro, mais volume de informação era gerado para movimentar os motores de busca na internet. Esqueceram que Bolsonaro é fruto das estratégias de marketing mais obscuras da internet.”
Outra consequência imediata do atentado foi a empatia que Bolsonaro conseguiu suscitar. “(A facada) humaniza o personagem e permite que talvez ele dialogue com setores que até então não dialogava”, avalia Paulo Leal.
Coordenador do Movimento Direita Minas, de apoio ao presidenciável, Leonardo Valle também vê o atentado como um fator que acabou encurtando o caminho ao Planalto. “Pessoas que talvez tinham um rótulo dele como homofóbico, racista, começaram a querer entender e conhecer um pouco mais”, considera.
Na semana passada, Valle acompanhava outros integrantes do movimento em um ato a poucos metros de onde Bolsonaro fora atacado. O grupo estampava camisetas com a imagem do rosto do presidenciável de graça. O serviço não parava. Desde o atentado, a região tem sido ponto frequente da circulação de curiosos, que param para tirar fotos.
Perto dali, pessoas que estiveram próximas a Adelio Bispo de Oliveira logo após ele ser detido por policiais militares à paisana preferem esquecer aquele dia. Um chaveiro que trabalha no prédio para onde Oliveira foi levado – o autor da facada foi agredido e corria o risco de ser linchado – e trancou o portão naquele dia não comenta o assunto. Outras testemunhas até falam sobre o que aconteceu, mas preferem manter o anonimato.
É o caso do funcionário de uma escola profissionalizante que fica no mesmo prédio. Em 6 de setembro, ao ver o tumulto na entrada do edifício, ele desceu alguns lances de escada até o segundo andar para impedir que desconhecidos acessassem outros pavimentos. Foi lá que viu Adelio sentado no chão, com os punhos algemados às costas. O funcionário então fez a primeira foto do suspeito, que circulou em sites noticiosos e redes sociais.
O autor do clique nunca ganhou o crédito pela imagem. “Foi instinto. Antes de eu me mudar pra cá (Juiz de Fora), trabalhei com imagem. Então eu sabia que uma hora ia explodir e eu teria a imagem aí, na minha mão, no meu celular”, afirma.
Ele repassou a imagem para amigos e em grupos de WhatsApp. Foi a partir daí que a foto tornou-se pública. Quase dois meses depois, ele prefere manter o anonimato sobre a autoria da foto em razão do clima político do País.
Para especialistas, o staff de Bolsonaro soube tirar proveito do episódio. “Da opinião vinda das massas passou a ser valorizado aquilo que a mídia contribuiu publicando o fato sob diferentes análises. Na sociedade em que a informação ganha destaque, a guerra de narrativas imposta em redes sociais na internet, na TV, no rádio e nas revistas só contribuiu para que Bolsonaro ganhasse popularidade sem ter que aparecer em debates com opositores”, considera o professor Márcio Gonçalves.
A ausência dos debates por alegada necessidade médica foi outro fator que ajudou Bolsonaro. “Mesmo sem a presença dele, os próprios candidatos em duelo à futura Presidência do Brasil construíram histórias sobre Bolsonaro. É a pior das estratégias em tempos de popularização do acesso à internet”, frisa Gonçalves.
O cientista político Paulo Leal concorda. “Em ambientes mais conflitivos de debate, ele teria mais dificuldades de manter essa enorme colcha de retalhos que o apoia, porque teria que explicitar sua plataforma de governo. Qual é a plataforma de governo do Bolsonaro? Ninguém pode dizer com muita clareza”, afirma.
Internação durou 23 dias
O então candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, caminhava carregado nos ombros de um correligionário no meio de uma multidão, durante um ato de campanha em Juiz de Fora quando recebeu uma facada na região do abdômen, na tarde de 6 de setembro.
Diante de um estado clínico crítico, o deputado foi submetido a duas cirurgias – a primeira ainda na cidade mineira e a segunda no hospital Albert Einstein, em São Paulo, para onde Bolsonaro foi transferido no dia seguinte ao atentado.
O candidato deixou o hospital na tarde de 29 de setembro, rumando para o Rio de Janeiro. A partir do atentado, Bolsonaro acelerou seu crescimento nas intenções de voto do primeiro turno. Bolsonaro alegou que sua saúde debilitada não permitiria ir a debates no segundo turno.
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Veículo: Estadão
Editoria: Política
Data: 29/10/2018
Título: Facada mudou rumos da campanha de Jair Bolsonaro
O dia 6 de setembro ainda nem havia terminado quando, da porta da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (MG), um dos filhos de Jair Bolsonaro profetizou: “Vocês acabaram de eleger o presidente!”. A fala de Flávio Bolsonaro, direcionada ao que ele chamou genericamente de “bandidos”, era uma reação à facada no abdômen recebida pelo seu pai e presidenciável pelo PSL, horas antes, durante ato de campanha no centro da cidade mineira.
Àquela altura, o candidato à Presidência liderava as pesquisas de intenção de voto, mas enfrentava alta rejeição e era atacado pelos oponentes.
Na véspera do feriado de Independência, Jair Bolsonaro era carregado na região central da cidade quando foi alvo do servente de pedreiro Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos. Após o golpe de faca, o presidenciável levou as duas mãos ao peito e foi colocado deitado na entrada de uma lanchonete a cinco metros de onde foi atingido.
“Ele não falava nada, apenas gemia muito e suava bastante”, lembrou uma funcionária do estabelecimento na quarta-feira passada, quando a reportagem voltou ao local do atentado. Eleitora de Fernando Haddad (PT), ela, que não quis se identificar, considerou que a facada decidiu a eleição. “Aquilo ferrou tudo.”
O atentado, de fato, mudou o rumo da campanha eleitoral. Ao mesmo tempo em que Bolsonaro era levado às pressas à Santa Casa da cidade para uma cirurgia de emergência, outros candidatos ao Planalto tiveram que rever suas estratégias. Eventos foram suspensos nos primeiros dias, e os ataques à candidatura do líder das pesquisas foram interrompidos – sobretudo os que eram feitos pela campanha de Geraldo Alckmin (PSDB). Aconselhados por seus marqueteiros, os demais candidatos não queriam aparecer atacando um concorrente que lutava por sua própria vida.
“Era um momento decisivo da campanha, e uma continuidade dos ataques a Bolsonaro muito provavelmente teria elevado ainda mais os índices de rejeição que já ostentava”, diz o cientista político Paulo Roberto Figueira Leal, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Para Márcio Gonçalves, professor de marketing do Ibmec-RJ, não é possível dizer que o episódio tenha sido decisivo, mas ele concorda que a repercussão ajudou a candidatura de Bolsonaro. “Nessa hora, quem mais contribuiu foram os opositores. Esses eleitores esqueceram que, quanto mais mencionavam Bolsonaro, mais volume de informação era gerado para movimentar os motores de busca na internet. Esqueceram que Bolsonaro é fruto das estratégias de marketing mais obscuras da internet.”
Outra consequência imediata do atentado foi a empatia que Bolsonaro conseguiu suscitar. “(A facada) humaniza o personagem e permite que talvez ele dialogue com setores que até então não dialogava”, avalia Paulo Leal.
Coordenador do Movimento Direita Minas, de apoio ao presidenciável, Leonardo Valle também vê o atentado como um fator que acabou encurtando o caminho ao Planalto. “Pessoas que talvez tinham um rótulo dele como homofóbico, racista, começaram a querer entender e conhecer um pouco mais”, considera.
Na semana passada, Valle acompanhava outros integrantes do movimento em um ato a poucos metros de onde Bolsonaro fora atacado. O grupo estampava camisetas com a imagem do rosto do presidenciável de graça. O serviço não parava. Desde o atentado, a região tem sido ponto frequente da circulação de curiosos, que param para tirar fotos.
Perto dali, pessoas que estiveram próximas a Adelio Bispo de Oliveira logo após ele ser detido por policiais militares à paisana preferem esquecer aquele dia. Um chaveiro que trabalha no prédio para onde Oliveira foi levado – o autor da facada foi agredido e corria o risco de ser linchado – e trancou o portão naquele dia não comenta o assunto. Outras testemunhas até falam sobre o que aconteceu, mas preferem manter o anonimato.
É o caso do funcionário de uma escola profissionalizante que fica no mesmo prédio. Em 6 de setembro, ao ver o tumulto na entrada do edifício, ele desceu alguns lances de escada até o segundo andar para impedir que desconhecidos acessassem outros pavimentos. Foi lá que viu Adelio sentado no chão, com os punhos algemados às costas. O funcionário então fez a primeira foto do suspeito, que circulou em sites noticiosos e redes sociais.
O autor do clique nunca ganhou o crédito pela imagem. “Foi instinto. Antes de eu me mudar pra cá (Juiz de Fora), trabalhei com imagem. Então eu sabia que uma hora ia explodir e eu teria a imagem aí, na minha mão, no meu celular”, afirma.
Ele repassou a imagem para amigos e em grupos de WhatsApp. Foi a partir daí que a foto tornou-se pública. Quase dois meses depois, ele prefere manter o anonimato sobre a autoria da foto em razão do clima político do País.
Para especialistas, o staff de Bolsonaro soube tirar proveito do episódio. “Da opinião vinda das massas passou a ser valorizado aquilo que a mídia contribuiu publicando o fato sob diferentes análises. Na sociedade em que a informação ganha destaque, a guerra de narrativas imposta em redes sociais na internet, na TV, no rádio e nas revistas só contribuiu para que Bolsonaro ganhasse popularidade sem ter que aparecer em debates com opositores”, considera o professor Márcio Gonçalves.
A ausência dos debates por alegada necessidade médica foi outro fator que ajudou Bolsonaro. “Mesmo sem a presença dele, os próprios candidatos em duelo à futura Presidência do Brasil construíram histórias sobre Bolsonaro. É a pior das estratégias em tempos de popularização do acesso à internet”, frisa Gonçalves.
O cientista político Paulo Leal concorda. “Em ambientes mais conflitivos de debate, ele teria mais dificuldades de manter essa enorme colcha de retalhos que o apoia, porque teria que explicitar sua plataforma de governo. Qual é a plataforma de governo do Bolsonaro? Ninguém pode dizer com muita clareza”, afirma.
Internação durou 23 dias
O então candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, caminhava carregado nos ombros de um correligionário no meio de uma multidão, durante um ato de campanha em Juiz de Fora quando recebeu uma facada na região do abdômen, na tarde de 6 de setembro.
Diante de um estado clínico crítico, o deputado foi submetido a duas cirurgias – a primeira ainda na cidade mineira e a segunda no hospital Albert Einstein, em São Paulo, para onde Bolsonaro foi transferido no dia seguinte ao atentado.
O candidato deixou o hospital na tarde de 29 de setembro, rumando para o Rio de Janeiro. A partir do atentado, Bolsonaro acelerou seu crescimento nas intenções de voto do primeiro turno. Bolsonaro alegou que sua saúde debilitada não permitiria ir a debates no segundo turno.
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Veículo: Terra
Editoria: Política
Data: 29/10/2018
Título: Facada mudou rumos da campanha de Jair Bolsonaro
O dia 6 de setembro ainda nem havia terminado quando, da porta da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (MG), um dos filhos de Jair Bolsonaro profetizou: “Vocês acabaram de eleger o presidente!”. A fala de Flávio Bolsonaro, direcionada ao que ele chamou genericamente de “bandidos”, era uma reação à facada no abdômen recebida pelo seu pai e presidenciável pelo PSL, horas antes, durante ato de campanha no centro da cidade mineira. Àquela altura, o candidato à Presidência liderava as pesquisas de intenção de voto, mas enfrentava alta rejeição e era atacado pelos oponentes.
Na véspera do feriado de Independência, Jair Bolsonaro era carregado na região central da cidade quando foi alvo do servente de pedreiro Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos. Após o golpe de faca, o presidenciável levou as duas mãos ao peito e foi colocado deitado na entrada de uma lanchonete a cinco metros de onde foi atingido.
“Ele não falava nada, apenas gemia muito e suava bastante”, lembrou uma funcionária do estabelecimento na quarta-feira passada, quando o Estado voltou ao local do atentado. Eleitora de Fernando Haddad (PT), ela, que não quis se identificar, considerou que a facada decidiu a eleição. “Aquilo ferrou tudo.”
Mudança de rumo
O atentado, de fato, mudou o rumo da campanha eleitoral. Ao mesmo tempo em que Bolsonaro era levado às pressas à Santa Casa da cidade para uma cirurgia de emergência, outros candidatos ao Planalto tiveram que rever suas estratégias. Eventos foram suspensos nos primeiros dias, e os ataques à candidatura do líder das pesquisas foram interrompidos – sobretudo os que eram feitos pela campanha de Geraldo Alckmin (PSDB). Aconselhados por seus marqueteiros, os demais candidatos não queriam aparecer atacando um concorrente que lutava por sua própria vida.
“Era um momento decisivo da campanha, e uma continuidade dos ataques a Bolsonaro muito provavelmente teria elevado ainda mais os índices de rejeição que já ostentava”, diz o cientista político Paulo Roberto Figueira Leal, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Para Márcio Gonçalves, professor de marketing do Ibmec-RJ, não é possível dizer que o episódio tenha sido decisivo, mas ele concorda que a repercussão ajudou a candidatura de Bolsonaro. “Nessa hora, quem mais contribuiu foram os opositores. Esses eleitores esqueceram que, quanto mais mencionavam Bolsonaro, mais volume de informação era gerado para movimentar os motores de busca na internet. Esqueceram que Bolsonaro é fruto das estratégias de marketing mais obscuras da internet.”
Empatia
Outra consequência imediata do atentado foi a empatia que Bolsonaro conseguiu suscitar. “(A facada) humaniza o personagem e permite que talvez ele dialogue com setores que até então não dialogava”, avalia Paulo Leal.
Coordenador do Movimento Direita Minas, de apoio ao presidenciável, Leonardo Valle também vê o atentado como um fator que acabou encurtando o caminho ao Planalto. “Pessoas que talvez tinham um rótulo dele como homofóbico, racista, começaram a querer entender e conhecer um pouco mais”, considera.
Na semana passada, Valle acompanhava outros integrantes do movimento em um ato a poucos metros de onde Bolsonaro fora atacado. O grupo estampava camisetas com a imagem do rosto do presidenciável de graça. O serviço não parava. Desde o atentado, a região tem sido ponto frequente da circulação de curiosos, que param para tirar fotos.
Perto dali, pessoas que estiveram próximas a Adelio Bispo de Oliveira logo após ele ser detido por policiais militares à paisana preferem esquecer aquele dia. Um chaveiro que trabalha no prédio para onde Oliveira foi levado – o autor da facada foi agredido e corria o risco de ser linchado – e trancou o portão naquele dia não comenta o assunto. Outras testemunhas até falam sobre o que aconteceu, mas preferem manter o anonimato.
Fotógrafo fez foto de suspeito por acaso
É o caso do funcionário de uma escola profissionalizante que fica no mesmo prédio. Em 6 de setembro, ao ver o tumulto na entrada do edifício, ele desceu alguns lances de escada até o segundo andar para impedir que desconhecidos acessassem outros pavimentos. Foi lá que viu Adelio sentado no chão, com os punhos algemados às costas. O funcionário então fez a primeira foto do suspeito, que circulou em sites noticiosos e redes sociais.
O autor do clique nunca ganhou o crédito pela imagem. “Foi instinto. Antes de eu me mudar pra cá (Juiz de Fora), trabalhei com imagem. Então eu sabia que uma hora ia explodir e eu teria a imagem aí, na minha mão, no meu celular”, afirma.
Ele repassou a imagem para amigos e em grupos de WhatsApp. Foi a partir daí que a foto tornou-se pública. Quase dois meses depois, ele prefere manter o anonimato sobre a autoria da foto em razão do clima político do País.
Para especialistas, o staff de Bolsonaro soube tirar proveito do episódio. “Da opinião vinda das massas passou a ser valorizado aquilo que a mídia contribuiu publicando o fato sob diferentes análises. Na sociedade em que a informação ganha destaque, a guerra de narrativas imposta em redes sociais na internet, na TV, no rádio e nas revistas só contribuiu para que Bolsonaro ganhasse popularidade sem ter que aparecer em debates com opositores”, considera o professor Márcio Gonçalves.
Ausência de debates
A ausência dos debates por alegada necessidade médica foi outro fator que ajudou Bolsonaro. “Mesmo sem a presença dele, os próprios candidatos em duelo à futura Presidência do Brasil construíram histórias sobre Bolsonaro. É a pior das estratégias em tempos de popularização do acesso à internet”, frisa Gonçalves.
O cientista político Paulo Leal concorda. “Em ambientes mais conflitivos de debate, ele teria mais dificuldades de manter essa enorme colcha de retalhos que o apoia, porque teria que explicitar sua plataforma de governo. Qual é a plataforma de governo do Bolsonaro? Ninguém pode dizer com muita clareza”, afirma
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 29/10/2018
Título: Ameaça feita por aluno via WhatsApp leva polícia à UFJF
A Polícia Militar foi acionada na manhã desta segunda-feira pela Reitoria da UFJF após um aluno de 21 anos, do terceiro período do curso de medicina veterinária, postar um áudio no grupo de WhatsApp dos estudantes anunciando que iria armado para a faculdade com um revólver calibre 22 na cintura. No áudio, veiculado pela primeira vez no domingo, o aluno diz que vai “meter bala” em quem fizer muita raiva nele. “Relaxa. Só quem fizer muita raiva que eu vou meter bala. Quem for meu amigo, tá de boa. Tá tranquilo. O 22 já está aqui na cintura. Amanhã eu já estou na faculdade com ela (a arma).” Ouça o áudio abaixo:
A mensagem ameaçadora foi compartilhada dezenas de vezes, deixando estudantes e professores preocupados com o conteúdo violento. A PM chegou ao campus no horário do almoço, mas o universitário não compareceu à aula, cujo início estava marcado para as 13h. Entre os estudantes do Instituto de Ciências Biológicas, o clima era de medo.
“O que ele postou pode até ser brincadeira, mas isso é fora dos limites aceitáveis”, comentou um aluno de biologia que prefere não ser identificado. Outro afirmou que a postura do aluno é muito grave, “ainda mais no atual momento político do país”, comentou.
O pró-reitor de Graduação da UFJF, Cassiano Caon Amorim, esteve pessoalmente com a direção do curso de medicina veterinária e, em reunião com os alunos, anunciou que todas as medidas cabíveis estavam sendo tomadas pela universidade. Em entrevista à Tribuna, ele contou ter ficado surpreso com o áudio do estudante, sendo este o primeiro caso desta natureza que chegou ao conhecimento da pró-reitoria. Segundo o pró-reitor, é a primeira vez que ele recebe uma queixa contra esse aluno. Amorim disse, no entanto, que não tem conhecimento se há alguma denúncia contra ele na ouvidoria. Ele explicou que diante do áudio do estudante, a primeira ação da administração superior foi convocar uma reunião para discutir medidas sobre o episódio.
Pensamento diverso e discussão democrática
A Polícia Federal foi procurada e orientou a universidade a acionar a Polícia Militar, junto com a segurança da instituição. “Estive na faculdade, fiz uma fala com os estudantes da turma, no sentido de tranquilizá-los, informando que a universidade tomou a medida necessária de precaução. Pode ser talvez uma brincadeira de muito mau gosto, mas que a gente não pode desconsiderar a gravidade. Independente do contexto político, qualquer ação de violência ou que incite a violência é preocupante”, ponderou.
O pró-reitor lembrou que a universidade é um espaço de pensamento diverso, da convivência plural e de discussão democrática, e que qualquer ação que tente inibir essa pluralidade e a diversidade de pensamento é preocupante e inadequada. “A gente vive em um país democrático, a universidade é um espaço da pluralidade, um espaço do pensamento diverso, de fomento e defesa da democracia, não é um espaço para a gente viver sob ameaça, nem a universidade, nem lugar nenhum. É isso que a gente precisa reforçar: a não violência, a não intimidação, a coexistência pacífica e a pluralidade de ideias e diversidade de pessoas”, afirmou.
A Tribuna conseguiu localizar o estudante, mas o pai dele disse, por telefone, que a família não vai se pronunciar sobre o episódio. No final da tarde, o aluno usou novamente o WhatsApp para se desculpar pela postagem anterior. “Galera, gostaria de esclarecer algumas coisas sobre o áudio de ontem (domingo). Devido à exaltação pela vitória do candidato que apoio (o que não justifica o que falei no áudio) e, em resposta aos ataques que recebi, gostaria primeiro de pedir desculpas a todas as pessoas que se sentiram ofendidas com a minha fala. O áudio, na verdade, foi dito de forma irônica sobre o que as pessoas pensam em relação à qualquer pessoa poder andar armada caso o Bolsonaro fosse eleito, o que, na verdade, não é o que vai ocorrer. Além de eu nem ter arma, não tenho idade para tal, tenho uma família que não apoiaria essa atitude, tenho caráter e pensamento ético e moral”, escreveu nas redes sociais.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Podcast
Data: 29/10/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/podcast/sociedade/29-10-2018/ufjf-no-ar-educacao.html
Título: UFJF no Ar – Educação
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Veículo: Folha de São Paulo
Editoria: Eleições 2018
Data: 29/10/2018
Título: Brasil terá um capitão na Presidência pela primeira vez
Jair Messias Bolsonaro, 63, será a 42ª pessoa a assumir a Presidência desde a Proclamação da República, em 1889.
O deputado federal pelo PSL (Partido Social Liberal) será ainda o 16º militar a ocupar o cargo, contabilidade que inclui as duas juntas provisórias que comandaram o país por períodos curtos.
A primeira junta, de 1930, teve dois generais e um almirante. A segunda, de 1969, foi formada por um general, um almirante e um brigadeiro.
Portanto, entre todos aqueles que estiveram no mais alto posto da República brasileira, 38% eram militares.
Em meio aos nomes das Forças Armadas que ocuparam a Presidência, a eleição de Bolsonaro representa um fato inédito. É o primeiro capitão reformado a ocupar o cargo.
Desde o marechal Deodoro da Fonseca, em 1889, eram todos oficiais de alta patente, como generais, almirantes e brigadeiros. No Exército, capitão é uma patente de oficial intermediário.
Em 1988, Bolsonaro se afastou das atividades militares e foi para a reserva —não é considerado um ex-militar. Neste mesmo ano, ele foi eleito vereador no Rio de Janeiro.
O historiador Daniel Aarão Reis, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e autor de “Ditadura e Democracia no Brasil”, recorda-se de um outro capitão que se notabilizou na história da política brasileira.
Curiosamente, é Luís Carlos Prestes, um dos expoentes, ao longo do século 20, da esquerda brasileira, ideologia enfaticamente criticada por Bolsonaro.
Prestes, no entanto, jamais se candidatou à Presidência. Depois do fim do Estado Novo, foi eleito senador pelo PCB (Partido Comunista do Brasil), cargo que exerceu entre 1946 e 1948.
A chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto representa outros ineditismos.
O deputado federal é o primeiro presidente eleito a ter sofrido um atentado ao longo da campanha. No último dia 6 de setembro, ele levou uma facada durante um ato em Juiz de Fora (MG).
Há 103 anos, em setembro de 1915, um atentado chocou o país. O senador gaúcho Pinheiro Machado foi assassinado com uma punhalada pelas costas em um hotel luxuoso no Rio. Embora muito influente, o político não era candidato à Presidência da República.
De acordo com Heloisa Starling, professora de história da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o atentado favoreceu a candidatura de Bolsonaro. “Ele saiu de cena [deixou a campanha nas ruas], mas manteve grande visibilidade na mídia. Além disso, usou o fato para não participar dos debates agendados para as semanas seguintes”, diz a professora, co-autora de “Brasil: uma Biografia”.
Segundo Starling, o capitão reformado traz consigo outra marca inédita: é o primeiro nome da extrema direita a alcançar o cargo máximo do país.
“Jânio Quadros [janeiro a agosto de 1961] e Fernando Collor [1990-1992] eram profundamente conservadores, mas é uma injustiça compará-los ao Bolsonaro. Nenhum deles incitava a violência, a intolerância”, afirma ela.
Estão de acordo com Starling historiadores como Aarão Reis e Claudia Viscardi, professora de história da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
“Os políticos brasileiros sempre tiveram uma tradição de moderação. Depois da proclamação da República, nunca houve um candidato à Presidência que se apresentasse à população de modo tão extremado“, diz o professor Aarão Reis.
O historiador Jorge Caldeira, por outro lado, prefere não estabelecer gradações no espectro da direita. “O mandato de Bolsonaro é que vai dizer se ele é, de fato, um político de extrema direita”, afirma.
Autor de “101 Brasileiros que fizeram História” e “História da Riqueza no Brasil”, Caldeira lembra que o deputado do PSL é apenas o quarto presidente a ser eleito no Brasil sem o incentivo do mandatário em exercício. O presidente Michel Temer não apoiou Jair Bolsonaro.
Antes dele, só conseguiram essa proeza Jânio Quadros, em 1961, Fernando Collor de Mello, em 1989, e Luiz Inácio Lula da Silva, em sua primeira vitória, em 2002.
Depois de um século, paulista vai passar o cargo para outro.
A posse de Jair Bolsonaro em Brasília em janeiro de 2019 terá uma curiosidade que não se vê há mais um século.
Um paulista passará a faixa presidencial para outro. O atual mandatário, Michel Temer, nasceu na cidade de Tietê, no interior paulista, e Bolsonaro em Glicério, município com apenas 4.800 habitantes, a cerca de 450 km da capital.
Essa transição entre paulistas ocorreu pela última vez em 1902, quando Campos Sales, natural de Campinas, passou o cargo para Rodrigues Alves, nascido em Guaratinguetá.
Depois da infância e da adolescência em cidades paulistas, Bolsonaro fez carreira política no Rio. Elegeu-se deputado federal pelo estado por sete mandatos.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cultura
Data: 29/10/2018
Título: Festival Primeiro Plano abre inscrições para oficinas
Um dos eventos mais tradicionais ligados ao cinema em Juiz de Fora, o Festival Primeiro Plano tem início na próxima segunda-feira (5) com a exibição de 50 curtas metragens, mas a programação vai além das produções cinematográficas. A organização do evento já abriu inscrições para as três oficinas que acontecem durante o festival, com o detalhe de que todas são gratuitas e com vagas limitadas, bastando garantir sua vaga no site primeiroplano.art.br.
Uma delas, a ser realizada na Funalfa, é “Edição de Som – Caminhadas sonoras no cinema”, ministrada pelo técnico, editor, mixador e compositor de trilhas sonoras Thiago Sobral, que dentre vários prêmios recebeu o de Melhor Edição de Imagem e Som no 15º Recine, em 2015. Com 18 vagas, a oficina terá como objetivo explorar a utilização de paisagens sonoras no cinema contemporâneo.
Outra oficina, desta vez no Teatro Paschoal Carlos Magno, é “Documentário: Amor pelo personagem”. Com 20 vagas disponíveis, ela fica sob responsabilidade de Rodrigo Carneiro, historiador pela Universidade Federal de Ouro Preto e diretor dos curtas “Marília”, “Microsieverts” e “Copyleft”. Na ocasião, Rodrigo vai falar a respeito de suas experiências como editor e documentarista.
A terceira e última oficina, “Correção de cor”, trata do processo de definição da estética de uma produção cinematográfica, além de explicar questões como teoria de cor e percepção, além de uma parte prática. Com 12 vagas, ela será realizada no Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFJF por Glauco Guigon, responsável desde 2013 pela responsável pela Yellow Bunker, empresa responsável por finalizar filmes e programas de TV.
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícias
Data: 29/10/2018
Título: Abertas as inscrições para oficinas do ‘Festival Primeiro Plano’ em Juiz de Fora
Estão abertas as inscrições para as oficinas do “Primeiro Plano 2018 – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades”. As atividades são gratuitas e terão temas como edição de som, documentário e correção de cor. Todas as oficinas possuem vagas limitadas e serão realizadas entre os dias 6 e 8 de novembro, das 9h às 13h.
Os interessados devem fazer as inscrições através do site do Festival. Caso o número de inscrições ultrapasse a quantidade de vagas, os organizadores poderão selecionar os candidatos com base no tema escolhido e no ramo de atividade dos interessados.
Confira mais informações sobre as atividades:
- Edição de Som – Caminhadas Sonoras no Cinema: ministrada por Thiago Sobral, a oficina utilizará a obra da compositora Hildegard Westerkamp e suas inserções nos filmes do diretor americano Gus Van Sant para explorar a utilização de paisagens sonoras no cinema contemporâneo. A atividade será realizada na Funalfa. São disponibilizadas 18 vagas.
- Oficina de Documentário: Amor pelo personagem: Rodrigo Carneiro irá compartilhar suas experiências como editor e documentarista, apresentando a relação que segue entre os personagens dos filmes. Temas como pesquisa e edição também serão abordados. A atividade será realizada no Teatro Paschoal Carlos Magno. São oferecidas 20 vagas.
- Oficina de Correção de Cor (Color Grading): Glauco Guigon irá abordar temas como teoria de cor e percepção. Atividades de parte prática, com as ferramentas disponíveis no DaVinci Resolve, também serão oferecidas. A oficina será no Laboratório da Faculdade de Comunicação (UFJF) e oferece 12 vagas.
O Festival
Neste ano, o Primeiro Plano será realizado entre os dias 5 e 10 de novembro no Teatro Municipal Paschoal Carlos Magno, que fica na Rua Gilberto de Alencar, no Centro.
Além das oficinas, a programação do Festival conta com a exibição de 50 curtas. Destes, 23 fazem parte da categoria Mercocidades, que mostra produções de diretores estreantes do Brasil e de todos os países da América do Sul.
Os outros 27 títulos integram a Mostra Regional, que apresenta produções de cineastas de Juiz de Fora e da Zona da Mata.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 30/10/2018
Título: UFJF abre 10 vagas para professores visitantes
A UFJF abriu, nesta terça-feira (29), o processo seletivo para a contratação de 10 professores visitantes. Conforme o edital, as vagas são para as faculdades de direito, engenharia, serviço social, letras, administração e ciências contábeis e para os institutos de ciências biológicas e ciências exatas. Os interessados podem se inscrever gratuitamente, somente pela internet, até as 18h do próximo dia 9 de novembro.
Os salários variam entre R$ 4.116,52 e R$ 19.985,24, dependendo da qualificação e experiência do candidato. Entre os pré-requisitos para concorrer às vagas, segundo a UFJF, estão possuir título de doutor, no mínimo, há cinco anos e ter produção científica relevante. Brasileiros e estrangeiros podem concorrer.
Os contratos de professor visitante nacional terão período mínimo de vigência de seis meses. Os contratos poderão ser de 20 horas semanais, ou 40 horas semanais, o último com dedicação exclusiva. Já para os estrangeiros, terão período mínimo de vigência de um ano. O edital completo está disponível no site da UFJF.
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícias
Data: 30/10/2018
Título: UFJF abre inscrições para selecionar dez professores visitantes
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está recebendo inscrições no processo seletivo simplificado para a contratação de 10 professores visitantes. Os interessados devem se cadastrar gratuitamente pela internet até 18h do dia 9 de novembro.
As vagas estão distribuídas entre os institutos de Artes e Design, Ciências Biológicas e Ciências Exatas e as faculdades de Administração e Ciências Contábeis, Direito, Engenharia, Letras e Serviço Social.
Os pré-requisitos para o candidato concorrer a uma das vagas é possuir título de doutor há 5 anos no mínimo, ser docente ou pesquisador de reconhecida competência na área e ter produção científica relevante, preferencialmente nos últimos 5 anos.
Conforme o edital, a seleção se dará por processo simplificado, constando de prova de títulos e análise do plano de trabalho a ser desenvolvido pelo candidato.
De acordo com a instituição, o professor visitante nacional ou estrangeiro deverá atuar na melhoria da qualidade da pós-graduação, podendo ministrar aulas, orientar alunos, cooperar na elaboração de projetos de captação de recursos nas agências nacionais e internacionais, bem como na produção de artigos a serem submetidos a revistas de alto fator de impacto. Deverá ser capaz de expandir as atividades de internacionalização, viabilizar o intercâmbio científico e tecnológico e a participação em redes de pesquisa, prioritariamente, internacionais.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 30/10/2018
Título: João XXIII sorteia vagas para o 1° ano do ensino fundamental
Estão abertas as inscrições para o sorteio público de vagas para o Colégio de Aplicação João XXIII, da UFJF. Pais e responsáveis interessados devem efetuar as inscrições neste site até 12 de novembro. Após preencher o cadastro, os responsáveis deverão pagar o boleto emitido, com valor de R$42. A inscrição só será confirmada mediante pagamento da taxa para alunos que não estão isentos.
São 75 vagas para o 1º ano do ensino fundamental e serão sorteados mais 25 suplentes. Poderão concorrer crianças nascidas de 1º de janeiro de 2012 a 31 de março de 2013.
O edital foi modificado, e as alterações permitem inscrições de crianças que já se encontram matriculadas e frequentando creches ou pré-escolas, mesmo que as datas de nascimento delas sejam posteriores ao dia 31 de março. Ainda segundo o novo edital, é necessária comprovação de matrícula e frequência nas instituições educacionais de educação infantil.
O sorteio das vagas será realizado dia 24 novembro de 2018, às 9h30, na quadra do colégio, localizado na Rua Visconde de Mauá 300, Bairro Santa Helena. O resultado do sorteio será divulgado dia 26 de novembro, no site da instituição e no próprio colégio.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Sala Leitura
Data: 30/10/2018
Título: Zuenir Ventura: “A pessoa tem direito de ser de direita e de esquerda. A questão é que tem que ser subordinado às regras da democracia”
Zuenir Ventura trabalhava na redação da revista “Visão”em um dia de março de 1968. No restaurante ao lado, Edson Luís era assassinado por policiais militares durante um confronto. Ele e o amigo Ziraldo viram quando os estudantes carregavam o corpo do jovem. Dois meses depois, quando uma onda de protestos tomava conta da França, Zuenir estava em Paris. Por causa da paranoia da época, estar naqueles dois momentos fez com que suspeitassem de que ele era “o olho de Moscou” e que “nada na impressa acontecia sem passar por ele”. Contudo, ele só foi saber disso algum tempo depois, ao ter acesso aos documentos do Dops. Em dezembro daquele mesmo ano, logo depois do AI – 5, o jornalista foi preso. Ficou três meses atrás das grades. Sentiu na pele o que foi a Ditadura Militar. Por isso é tão enfático quando a conversa é sobre democracia.”O Brasil hoje está melhor por uma razão: mal ou bem, a gente tem a democracia. Isso faz uma diferença colossal. Naquela época, realmente, a gente vivia uma ditadura, embora hoje a gente tenha acenos, vontade, uma espécie de nostalgia do que aconteceu. Não há razão para ter saudade nenhuma daquele tempo. Para nós, jornalistas e escritores, para quem pensava, era impossível. Você era ameaçado de tortura. Acho que hoje, com todos os problemas, temos a democracia. É por isso que acho uma loucura essa tentativa de volta. E há grupos querendo isso. Ou é por causa de ignorância ou é sei lá por quê. Nossa democracia está imperfeita, está incompleta, tem todos os problemas, mas o fato de você ter liberdade para falar, discutir, xingar, é importante”, enfatiza o jornalista, que vem a Juiz de Fora, nesta terça, dentro do projeto “Grandes escritores”. A partir das 19h30, ele e o escritor Nelson Motta conversam com o público, no Cine-Theatro Central. A entrada é gratuita, e os convites devem ser retirados na recepção do teatro, entre 9h e 12h e 14h e 17h, ou na Secretaria da Pró-Reitoria de Cultura, no Campus da UFJF.
“1968: O ano que não terminou”, de Zuenir Ventura, é um dos livros mais emblemáticos sobre o período. Em 2018, 50 anos depois daquele ano revolucionário, a obra ganhou nova edição pela editora Objetiva. Para Zuenir, 1968 é um mistério. Deixou legados e ainda não acabou, o que justifica o interesse por ele. Aos 87 anos, Zuenir Ventura está produzindo ativamente. Escreve a coluna para o Jornal ‘O Globo”, viaja para palestras no Brasil afora, vai à Academia Brasileira de Letras, onde ocupa a cadeira 32 desde 2014, e curte os netos. “Tenho uma vida muito feliz e de muita energia”.
Marisa Loures – Cinquenta anos depois, que balanço você faz de 1968?
Zuenir Ventura – Esse ano é misterioso, porque, 50 anos depois, ainda está se falando dele. Eu me lembro que tinha um sociólogo francês que dizia o seguinte: “Vão ser preciso muitos anos para entender o que aconteceu hoje”. E, 50 anos depois, a gente ainda está procurando entender. Uns dizem que foi um surto, foi um êxtase da história. Outros dizem que foi um milagre. O fato é que é misterioso ter acontecido o que aconteceu em vários países, em vários sistemas ao mesmo tempo. Os jovens se rebelando, e não tinha a internet, não tinha a globalização. É um mistério. Por que aquilo aconteceu naquele momento, sem esta conexão que há hoje? Costumo dizer que 68 não é um ano, é um personagem que teme em não sair de cena.
“Outro dia, eu estava fazendo uma palestra, e um jovem falou: ‘hoje eu vejo a mesma coisa, tem a censura do mercado, tem não sei o quê. Qual a diferença?’ Respondi: ‘a diferença é que, se você estivesse falando isso tudo que está falando agora em 1968, você sairia daqui preso, e não sai’. Não é só a democracia, não é só é a liberdade. É a igualdade. Mas é importante ter liberdade, esse é o primeiro passo para você poder gritar, reclamar, criticar, poder exercer seu direito de expressão.”
– E 1968 continua sendo um ano que não acabou?
– Pelo fato de estarmos discutindo até hoje esse ano, acho que sim. Neste ano, eu tive a impressão de que eu estava vivendo em 68, porque fiz tantas palestras pelo Brasil afora que eu dizia: “mas, gente, por que vocês estão falando de 68?” Tive a sensação de estar vivendo maio de 68 e não 2018. É um ano que deixou legados. Reputo quatro movimentos sociais que nasceram e se solidificaram em 1698: movimento dos negros, dos homossexuais, o movimento feminista e o ambiental. Esses quatro movimentos, até hoje, são importantes. Houve avanços, mesmo com todos os problemas que a gente tem. Tem o feminicídio, tem as mulheres ganhando menos, mas você tem, por exemplo, o Supremo, que, até pouco tempo, foi presidido por uma mulher. Quase todas as nossas principais instituições são dirigidas por mulheres. Os gays, apesar de serem perseguidos, apesar de hoje ainda ter morte, há casamentos legítimos. Naquela época, imagine. Agora, há uma herança maldita, que são as drogas. O combate às drogas ainda é pior do que as drogas, porque mata mais do que elas. Tentar acabar com as drogas através da violência, através das armas, realmente, não dá em nada. Não é dessa maneira que se combate as drogas. O combate às drogas, hoje, é muito mais pernicioso do que as drogas em si, porque tem tráfico. Essa é a herança maldita. Fora isso, houve avanços. Outro dia, eu estava fazendo uma palestra, e um jovem falou: “hoje eu vejo a mesma coisa, tem a censura do mercado, tem não sei o quê. Qual a diferença?” Respondi: “a diferença é que, se você estivesse falando isso tudo que está falando agora em 1968, você sairia daqui preso, e não sai”. Não é só a democracia, não é só é a liberdade. É a igualdade. Mas é importante ter liberdade, esse é o primeiro passo para você poder gritar, reclamar, criticar, poder exercer seu direito de expressão.
– O Brasil acabou de eleger um novo presidente. Ele ganhou a aprovação de milhões de brasileiros, mas também a reprovação de outros milhões. Estes últimos acreditam que estamos vivendo um retrocesso no campo político, sentem medo da volta da ditadura. O senhor viveu esse período da nossa história, inclusive foi preso logo depois do AI-5. O medo é legítimo?
– Acho que é legítimo por um lado, porque há razões para você temer esses elogios à ditadura. O presidente eleito já fez declarações horrorosas, mas aí ele volta atrás. O filho dele acha que, para fechar o congresso, basta um soldado e um cabo, acha que deveria metralhar. Mas há uma reação muito grande. Ele vai ter que se curvar à democracia. Ele fez declarações preocupantes. Essa campanha foi, realmente, de baixo nível. O que ele fez de ameaças físicas de que vai matar…, e a plataforma dele foi toda de recuos em relação à democracia. Acho que a pessoa tem direito de ser de direita e de esquerda. A questão é que você tem que ser subordinado às regras da democracia. Na mesa onde ele fez sua primeira declaração, tinha o livro do Churchill (Winston Churchill, político conservador, ex-primeiro ministro do Reino Unido durante a 2ª Guerra Mundial). Ele deveria se lembrar de que Churchill disse o seguinte: “A democracia é o pior dos sistemas, com exceção dos outros”. Não há nada melhor do que a democracia. Ela é a convivência dos contrários. Tudo bem, eles ganharam, acho que tem que se curvar às regras da democracia. Agora, não pode confundir isso com o cancelamento das conquistas democráticas. Isso é impossível. Acho que a sociedade avançou, mesmo com todos os recuos aparentes. O temor é dessa ameaças, mas não acho que isso vai ter consequências perniciosas não. As instituições brasileiras estão muito sólidas.
“O grande equívoco é achar que você vai acabar com a violência dando tiro. Essa é outra questão que me preocupa não só por causa do novo presidente, mas também por causa do novo governador do Rio. Acham que, com fusil, vão resolver tudo.”
– Quando conversamos há uns anos sobre seu livro “Cidade partida”, você disse que, ainda que estivéssemos longe de acabar com a cidade partida, pela primeira vez a gente via, no Rio de Janeiro, uma política de segurança na direção certa. Como você vê o Rio de Janeiro depois da intervenção federal?
– O grande equívoco é achar que você vai acabar com a violência dando tiro. Essa é outra questão que me preocupa não só por causa do novo presidente, mas também por causa do novo governador do Rio. Acham que, com fusil, vão resolver tudo. O governador já declarou que, quando encontrar alguém com fusil na favela, é para dar um tiro. Não é assim desse jeito. Violência não se combate com violência. Tem que ter uma política inteligente, porque o crime é muito inteligente. É a inteligência para o mal, basta dizer que eles tomam conta de setores, de regiões. O Rio de Janeiro está, de certa maneira, ameaçado, dominado pelo crime. Acho que essa intervenção ainda não produziu efeitos. Quero acreditar que vai ser melhor, que eles vão descobrir quem matou Marielle (Marielle Franco), embora já tenha meses que isso aconteceu, e eles não conseguem. Eu sou muito otimista. Costumo dizer que meu DNA dizia que eu seria careca e otimista, e eusou as duas coisas. Ainda dou um crédito a essa intervenção, mas até agora não há do que se vangloriar. O Rio ainda é uma cidade ameaçada.
– A cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras é sua desde 2014. Como é ser um imortal?
– A gente brinca dizendo que é imortal, porque não tem onde cair morto. A academia foi uma grande revelação para mim. Eu resisti, custei a ir para lá. Estive três ou quatro vezes para ir e, na última hora, abria mão para outros colegas. Hoje, acho fundamental. O Ferreira Gullar, coitado, morreu dois anos depois. Ele resistiu muito mais do que eu a ir para a academia e depois me disse pouco antes de morrer: “Zuenir, a academia é hoje meu programa cultural no Rio de Janeiro”. Ele adorava a academia, era o primeiro a chegar para o chá. De fora, a gente tem a imagem de que é um lugar chato, careta, com os velhinhos lá tomando chá. Não é nada disso, tem humor, tem crítica, tem inteligência, tem figuras maravilhosas. Vou a todas as sessões. Só não vou quando não posso. É um grande programa cultural.
– Continua produzindo ativamente aos 87 anos?
– Procuro tentar. Estou ativo ainda. Isso é uma boa notícia para mim, sobretudo, porque, apesar dos meus 87 anos, estou muito bem de saúde. Digo o seguinte: “meu tempo é hoje”, frase do Paulinho da Viola. Não fico olhando para trás. Hoje, tenho a sorte de ter boa saúde, de ter uma família incrível, de ter netos. Os dois netos que tenho são minhas paixões. Se eu soubesse que ser avô era tão bom, teria pulado etapa. Então, não tenho porque reclamar. Só não quero sofrer. A morte não me assusta, porque ela é inevitável. Não quero é ficar sofrendo em cima da cama. Mas acho que vai demorar. Meu pai morreu com 98 anos, e acredito que vou chegar até lá. Acordo cedo, durmo tarde. Vou andar, ler os jornais, escrever o que tenho que escrever. Depois do almoço, apago e fico umas duas horas dormindo. Depois acordo e vou fazer o que tive que fazer. Tenho uma vida muito feliz, de muita energia.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 30/10/2018
Título: UFJF se reúne com família de universitário que ameaçou “meter bala”
O pró-reitor de Graduação da UFJF, Cassiano Caon Amorim, reuniu-se nesta terça-feira (30) com a família do aluno do curso de medicina veterinária que postou áudio no WhatsApp afirmando que levaria uma arma para a faculdade, a fim de “meter bala” em quem fizesse “muita raiva nele”. O post causou grande repercussão nas redes sociais e levou a Polícia Militar ao campus na última segunda-feira (29). No encontro, que contou com a participação do estudante, o episódio foi discutido. Uma reunião também foi marcada entre o aluno, a direção do curso e os colegas de faculdade, a fim de que o caso seja esclarecido e encerrado.
O universitário do terceiro período de medicina veterinária já havia pedido desculpas publicamente nas redes sociais por suas declarações. Ele e o pai não quiseram dar entrevista sobre o áudio, mas a família reconheceu que as declarações do jovem foram infelizes. Na retratação pública, o rapaz disse que não possui uma arma e que o conteúdo foi gravado em forma de ironia. Apesar da tentativa de minimizar o ocorrido, a gravidade das declarações foi reconhecida pela universidade que exaltou a democracia e a necessidade de defender o respeito à pluralidade de ideias, combatendo sempre qualquer manifestação de violência.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Esportes
Data: 30/10/2018
Título: Ex-prefeito Tarcísio Delgado conta os bastidores da construção do Mário Helênio
Há exatos 30 anos, Juiz de Fora estava em festa. Em 30 de outubro de 1988, o Estádio Municipal, depois batizado com o nome do radialista Mário Helênio, era inaugurado repleto de pompa, com dois jogos que entraram para a história do futebol local e a presença de milhares de torcedores. Até chegar este dia, porém, foram muitos anos de tentativas em atender a demanda da população pela construção de um estádio que alavancasse os times locais, colocando Juiz de Fora em destaque no futebol nacional. Neste dia de comemoração, a Tribuna relembra as histórias dos bastidores dessa construção
“A gente vinha de uma história de frustrações na construção do estádio”, relembra o jornalista Márcio Guerra, um dos autores do livro “Mário Helênio, a história do cronista esportivo mais jovem do Brasil”. “Primeiro (no governo de Itamar Franco na década de 1960 e 1970) o estádio ia ser na região do antigo Jóquei Clube. O segundo lugar foi o Bairro Borboleta, ali seria uma pista de kart, depois o Mello Reis anunciou que seria uma fábrica de bicicletas e então um estádio. O terceiro local (já com Tarcísio Delgado) era o centro olímpico da UFJF, mas várias pessoas da universidade foram contra na época, falaram que era impossível ter estacionamento suficiente para as pessoas. Os estudantes da Faefid entendiam que o espaço era para estudo, não para evento. Foi mais uma frustração. Naquela época Tupi, Sport e Tupynambás já faziam jogos no Sport, que era o estádio de maior capacidade de público e todos falavam que Juiz de Fora precisava de um espaço para o futebol local alavancar.”O projeto saiu do papel na quarta tentativa, com o então prefeito Tarcísio Delgado. Hoje, aos 83 anos, ele destaca a motivação que o levou a tomar para si a tarefa de construção do local. “Naquela época, nós fazíamos um torneio quadrangular de aniversário da cidade no Sport, e enchia muito pois vinham times bons do Rio, Goiás e São Paulo. E eu fui no centro do campo, como prefeito, e quando voltei só ouvi uma coisa: ‘estádio, estádio’. A arquibancada inteira só gritava isso, era uma demanda muito forte da cidade. Tanto era forte que os outros prefeitos tentaram, mas não puderam fazer.”
A definição do local onde hoje se localiza o estádio – no Bairro Aeroporto – aconteceu, segundo ele, como um acidente. Um vislumbre ao acaso de um apaixonado por futebol. “O Sindicato dos Bancários pediu para olharmos uma água que estava minando na sede deles”, relembra Tarcísio. “Com o secretário de obras, o José Maurício, fomos ver o local e na volta resolvi voltar por outro caminho. Quando chegamos onde hoje é a cabine de rádio do estádio, pedi para parar o carro. Aqui tinha um lago enorme, era uma fazenda que tinha loteado e já haviam algumas casas. Perguntei ao José Maurício: ‘Vê se adivinha o que estou vendo aqui’, ele deu na pinta: ‘o estádio’. Daí tomamos as providências para construir.”
‘Não tem estádio igual o nosso aqui perto’
Com capacidade para receber 55 mil pessoas (hoje contempla 31.863 espectadores), o estádio em formato de ferradura começou a ser construído em outubro de 1986 e é considerado o primeiro do país inteiramente feito com estruturas pré-moldadas. Além de comportar as cabines de TV e tribuna de imprensa, segundo o ex-prefeito Tarcísio Delgado, a grande novidade da época eram as cabines de rádio e, por isso, o Municipal estaria à frente das demais estruturas desportivas pelo país afora.
“Quando inauguramos o estádio com a construção bem adiantada, veio em Juiz de Fora falar comigo o João Saldanha, grande repórter esportivo do Rio e que foi técnico do Botafogo, mas se dedicava mais à imprensa. E ele falou: ‘não precisa construir cabine de rádio, em países do mundo inteiro se transmite da arquibancada’, mas já estávamos fazendo. E ele, muito entusiasmado, foi para o Rio e escreveu sobre isso no jornal”, conta.
Tarcísio relata as dificuldades da pré-inauguração. “Nos momentos finais da obra aparecem mil coisinhas, e da universidade até aqui não tinha asfalto, era terra. Choveu muito na semana da inauguração, eu fiquei muito apreensivo, mas como tenho o santo muito forte, no sábado e no domingo não choveu mais e, logo depois, consegui do governador asfaltar o acesso. Hoje o estádio está dentro de um bosque, com as árvores que plantamos na época da inauguração. As pessoas que vêm de fora do país ficam admiradas.”
Questionado sobre as lembranças do dia de inauguração, o ex-prefeito cita o presença do público e as presenças ilustres. “Lembro que vieram vários jogadores, muitos da Seleção Brasileira, o campeão do mundo de 1958, Orlando Peçanha, que me honrou muito, e o Zico também veio para assistir. As arquibancadas estavam lotadas, nunca vi tanta gente reunida na minha vida como na inauguração. Veio gente da região toda, da Zona da Mata, Região das Vertentes, Sul de Minas. O estádio é um pouco mais do que de Juiz de Fora, na verdade é também regional, porque não tem estádio igual o nosso aqui perto.”
Reformas após 26 anos
Desde sua construção, a primeira reforma do estádio só aconteceu em 2014, 26 anos após a inauguração. Na primeira etapa foi realizada a troca e alinhamento do gramado, atendendo aos padrões da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para receber jogos oficiais, e a instalação do sistema de irrigação eletrônica. Em 2015, o vestiário, as cabines de rádio, TV e sala de imprensa, bares e bancos de reservas passaram por melhorias e foi providenciada uma nova estrutura para a Polícia Militar. Foram construídas ainda 12 novas cabines de rádio e feita a reforma geral do prédio.
Em 2017, as arquibancadas passaram por pinturas assim como as áreas externas. Em novembro do mesmo ano, o estádio recebeu um placar eletrônico para transmitir em tempo real as informações sobre a partida. A fim de atender às solicitações da população, da Polícia Militar (PM) e do Corpo de Bombeiros (CB), houve ainda a implantação do corredor de alambrado no Pórtico 1 (principal), para separar a entrada das delegações e da arbitragem do acesso dos torcedores. Outra melhoria foi a expansão da área de torcedores no Pórtico 3 (visitantes), para facilitar a chegada e saída do público, evitando aglomerações em grandes jogos.
Segundo a Secretaria de Obras e a Secretaria de Esporte e Lazer, uma nova obra deve ser realizada com previsão de início em novembro deste ano. O foco será o hall de entrada, com a construção de banheiros femininos, troca de piso e construção de sala de computador para operação do placar eletrônico.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Esportes
Data: 30/10/2018
Título: Mário Helênio: o legado de um apaixonado pelo esporte
Apaixonado por futebol e jornalismo, Mário Helênio de Lery Santos comandou por 39 anos o programa “No Giro da Bola” na rádio PRB-3, atual Rádio Solar, marcando toda uma geração de ouvintes. Sua biografia também é marcada por grande influência no cenário desportivo de Juiz de Fora, promovendo competições de várias modalidades e impulsionando o esporte na cidade. Quando faleceu, no Natal de 1995, aos 70 anos, Mário não poderia imaginar que o Estádio Municipal que viu nascer levaria seu nome, cerca de dois meses após seu falecimento. Para relembrar a trajetória do cronista esportivo, a Tribuna conversou com seu filho Mário Augusto e o jornalista Márcio Guerra que acompanharam parte da sua história.
Após o falecimento do radialista, o colunista social Cesar Romero lançou uma campanha para que o estádio recebesse o nome do radialista. A proposta foi levada à Câmara dos Vereadores por Gilberto Vaz de Melo. Em 2 de fevereiro de 1996 a lei foi sancionada, marcando a memória de Mário Helênio no maior palco esportivo da cidade. “Muito nos orgulha ter o nome do pai vinculado ao estádio, é um reconhecimento merecido”, comenta Mário Augusto, que mora no Rio de Janeiro e conversou com a Tribuna por telefone.
Nascido em 22 de maio de 1925 em Juiz de Fora, Mário Helênio cresceu influenciado pelo tio Phintias Guimarães e o pai Jarbas de Lery Santos na arte de escrever notícias. Considerado o mais novo jornalista do Brasil, começou como repórter aos 16 anos no Diário Mercantil e passou pela Rádio Tiradentes, onde foi comentarista esportivo em uma época em que a função ainda não era tão difundida.
Mário também se encantava pelo carnaval, gostava de cobrir eleições e eventos sociais e viu de perto a inauguração do Maracanã e a Copa do Mundo de 1950. Reconhecido nacionalmente, o radialista ganhou por três vezes consecutivas o Troféu Bola de Ouro, concedido aos principais cronistas do país.
Aos 90 anos, Aparecida Curci relembra memórias do esposo. “Ele era educado, eu gostava dele, até que a gente ficou firme, fiquei noiva e casamos. Foi muito bom, vivíamos muito bem. Ele gostava demais do Flamengo e ele foi muito homenageado, o pessoal gostava muito dele. Ele vivia para o jornal.”
Fiel companheiro
Dos seis aos 18 anos, Mário Augusto acompanhou de perto as apurações do pai. “Com menos de sete anos eu já o acompanhava na rádio, ficava dentro do estúdio ouvindo ele fazer o programa, ou na técnica acompanhando o pessoal que trabalhava. No jornal, estava sempre aos domingos enquanto ele fazia o Diário da Tarde que circulava na segunda-feira. Eu ficava desde o final dos jogos, acompanhando a elaboração das matérias, a diagramação até a impressão. Cheguei a ter uma coluna de futebol independente por vários anos, transformando em notícia as muitas correspondências que ele recebia com os resultados do campo de várzea”, conta.
O filho, hoje com 61 anos, se lembra que mesmo nas férias o radialista não descansava, sempre se mantendo informado de tudo que acontecia. “Geralmente ele tirava férias naquele recesso do futebol, no final do ano, mas é exatamente nesse momento que acontecem as transferências de jogadores e troca de técnicos. Então ele ficava ouvindo notícias, lendo jornais, não podia ficar nem um mês desligado do mundo. Porque as coisas não param de acontecer.”
Entusiasta também do vôlei
Uma memória marcante para Mário Augusto é o entusiasmo que o pai demonstrava pela profissão e por divulgar o esporte, o que o motivou a trabalhar até meses antes do seu falecimento. “Ele sempre foi uma pessoa muito positiva, muito empolgada. Na década de 1960 e 1970, em função da sua amizade com a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), meu pai levou campeonatos de vôlei para Juiz de Fora e foi presidente da Liga de Vôlei. Ele teve incursões no futebol de salão e no basquete, participou ativamente, seja como dirigente, seja nos meios de comunicação da época. E a partir do Itamar Franco, ele atuou junto a todos os prefeitos da cidade e participou da criação do Conselho Municipal de Esportes.”
Segundo o filho, Mário Helênio era um grande entusiasta pela construção de um estádio municipal para a cidade, desejo popular que começou a ser realizado em outubro de 1986. “Ele divulgava as iniciativas do poder público como forma de motivar a população para pedir aos governantes a construção do estádio. Ele esteve sempre elaborando matérias sobre o andamento das obras e conhecendo o projeto”, conta o filho que ainda guarda os recordes do pai no jornal Tribuna de Minas, onde trabalhou entre 1984 e 1988.
Em 30 de outubro de 1988, Mário Helênio foi convidado para a inauguração do Estádio Municipal. Mário Augusto ainda guarda o crachá usado pelo pai e as anotações usadas na narração do programa No Giro da Bola.
Notícias que cabem num papelzinho
Márcio Guerra, jornalista e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, trabalhou ao lado de Mário por quase 30 anos, quando estagiou no Diário da Tarde – depois de ingressar na faculdade de comunicação social em 1977 – e também na rádio PRB-3. Com admiração, Márcio relembra os primeiros momentos em que atuou com o radialista e a forma curiosa como se aproximaram.
“No começo o Mário era desconfiado, acho que aquela coisa do veterano achar que o novato vai roubar o lugar dele, até o dia em que falei ‘Mário, queria muito aprender com você, queria que você me ensinasse o jornalismo’ e a partir daí nunca mais tivemos dificuldade. Quando terminei meu curso e entreguei meu convite de formatura, o diretor do Diário da Tarde me demitiu e fui procurar emprego no Rio com uma carta de recomendação do Mário Helênio e consegui meu primeiro emprego, no Jornal dos Sports, graças a ele”, conta.
Para Márcio, a melhor memória que guarda do veterano são de suas peculiaridades ao fazer o Giro da Bola. Com encantamento, Márcio relembra do radialista que narrava um programa de cerca de meia hora com a apuração rabiscada em vários cantos de um pequeno papel que não passava de dez por dez centímetros. “Ele ficava de madrugada ouvindo três ou quatro rádios, algo que herdei e faço até hoje, e ele ia na banca do Mário Caruso no Parque Halfeld, pegava a Gazeta Esportiva e vários jornais, ficava folheando e escrevia anotações em um papelzinho. E ele gostava tanto de Juiz de Fora que quando um time daqui perdia de muito ele mudava o placar, amenizando. Ele dizia que não ia mentir sobre o time ter perdido, mas que não precisava ser humilhado.”
Mas quando o assunto eram as derrotas do time do coração do radialista, nem havia conversa. “Ele era um torcedor apaixonado pelo Flamengo e não aceitava provocação. Quando tinha falha do goleiro, Mário falava que ele estava na folha de pagamento do adversário. Era uma figura”, relembra, sorrindo, o botafoguense.
‘Um homem desse não pode ser esquecido’
Em 2014, Márcio Guerra lançou, ao lado de organizadores e colaboradores da UFJF, o livro “Mário Helênio: a história do Cronista Esportivo mais Jovem do Brasil”, uma produção a 12 mãos que levou cerca de um semestre para ficar pronta. A justificativa para a escrita do livro é um medo sincero: evitar que uma pessoa de importância como Mário Helênio seja esquecido pelas gerações futuras.
“O Mário Helênio não foi um exemplo só para mim, ele é respeitado no Brasil inteiro. Quando criança, ele saiu do hotel no Rio, invadiu a redação do jornal O Globo e entrevistou Getúlio Vargas (ao lado do pai jornalista), um homem desse não pode ser esquecido. Um profissional que fica no ar mais de 30 anos com seu programa, como podemos esquecer?”
Para Márcio, é imensurável a colaboração do jornalista para os esportes amadores de Juiz de Fora e a valorização de outras modalidades. “Em um período em que as pessoas falavam pouco disso, ele falava de tudo: Copa Bahamas, torneio da várzea, bocha e dava as escalações dos times. Ele já enxergava que a monocultura do futebol não era benéfica para o esporte, precisava ter a cobertura de outras modalidades e valorizá-las. Essa é uma das características dele de vanguarda, ele enxergava as coisas muito antes, foi um visionário. Juiz de Fora é muito feliz de ter tido o Mário Helênio, pelo significado dele e o cumprimento dele na essência mais pura do que é ser jornalista.”
Relembrando dos bastidores da produção do livro, Márcio comenta a oportunidade de adentrar espaços e memórias particulares da trajetória do radialista. “Quando a gente chegou na casa dele e o filho e a esposa disponibilizaram tudo para nós, eram caixas e mais caixas de coisas. Foi muito legal encontrar os recortes dele, as anotações, as coisas dele arrumadas no quarto que ele ficava, o rádio e o gravador.”
Hoje, Márcio leva a paixão ao esporte tanto para sua carreira quanto para os alunos em sala de aula, como um legado pessoal da passagem de Mário pela sua trajetória. “Todos nós que fizemos parte da Escola do Mário Helênio somos apaixonados pelo esporte da cidade e as coisas de Juiz de Fora.”
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Esportes
Data: 30/10/2018
Título: JF Vôlei disputa Copa da Amizade nesta sexta
O JF Vôlei anunciou nesta terça-feira (30) participação na edição de estreia da Copa da Amizade Asepel como parte da preparação para a Superliga B. O evento ocorre na sexta-feira (2), a partir das 9h, no Ginásio da Faefid, na UFJF, e terá a participação das equipes mineiras de Congonhas e Univôlei, além do time de Três Rios (RJ). O torneio, organizado pela Associação de Ensino e Pesquisa em Esporte e Lazer (Asepel), terá entrada gratuita do público, e todos os jogos serão realizados no mesmo dia, disputados em dois sets de 25 pontos. Se houver empate, um tie-break de 15 pontos define o vencedor do embate.
Segundo a organização, o torneio terá três fases. Pelas chamadas quartas de final, às 9h, o JF Vôlei recebe o Três Rios e, às 10h15 é a vez de Univôlei e Congonhas entrarem em quadra. O vencedor do primeiro jogo encara o perdedor do segundo na semifinal, às 11h45, com o outro duelo, da mesma fase, agendado para as 13h. A grande final ocorre entre os vencedores das semifinais, às 16h. A disputa do terceiro lugar será às 14h30.
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